A Pedra que Carrego escrita por DathomirGirl


Capítulo 8
Os Mistérios de Chu'unthor


Notas iniciais do capítulo

Saudações! Estamos de volta a Dathomir para dar uma espiada no que os dois irmãos Zabraks mais queridos dessa galáxia estão aprontando! O capítulo trás elementos legais sobre a geografia e ambiente desse planeta tão intrigante!
Boa leitura e que a Força esteja com você!



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 Savage desperta, estava encoberto em uma pele pesada que logo retira de cima de si, sentindo calor. Percebeu que a dor chata que esteve sentindo durante os últimos dias, não mais o importunava, seu ferimento havia sarado. Estava em sua própria casa, era noite e uma pequena lanterna se encontrava em uma mesa próxima a seu leito, alaranjando todo o recinto com sua luz. Ao lado dela havia uma espécie de pilão, ele se levanta com uma certa dor de cabeça e vai até lá. Um recipiente abrigava algumas folhas, outras se espalham pela mesa. Deslizando os dedos nos interiores do pilão e depois levando-os ao rosto, Savage sentiu um aroma fresco de erva. Ele se vira e vai para a porta, saindo para fora daquele ambiente abafado, sentindo o frescor da noite em seu vilarejo. Não fazia ideia do porque daquilo tudo, olhou em volta, não havia muito movimento, era o vilarejo que sempre conheceu, a brisa era suave, a noite era silenciosa com um burburinho fraquinho, que se você prestasse bem atenção ouviria vozes despreocupadas em comunicação. Tudo parecia de rotina, mas a sensação de que algo estava faltando não parava de incomodar o recém desperto guerreiro.

Feral.
 

Savage torna-se para sua casa, estava vazia. Olha uma outra vez ao seu redor, se sentiu sozinho.

Onde ele poderia estar? O que faria longe de casa a essa hora da noite? 
 

Na pequena rua de sua casa tudo parecia tranquilo e rotineiro, parecia tudo bem, mas nele havia o estranho sentimento de que nada estava bem. Sem querer fazer tempestade em copo d'água, tentou buscar em sua mente o que fazer. A imagem de Arkadash, seu velho amigo, apareceu como solução e assim, Savage ruma diretamente para a tenda que visitou a pouco tempo atrás.
Arkadash estava servindo duas pessoas, com uma toalha sobre um dos ombros e um sorriso gentil que parecia nunca mudar com o passar dos anos. Ao ver Savage se aproximar, seu rosto se iluminou e acenou para ele. Diferente de Arkadash, a expressão de Savage não era alegre, pelo contráreo, ele parecia preocupado e um tanto ameaçador. 

— E olha só quem voltou dos mortos! Feral cuidou bem de você! O que houve? Sua cara está horrível

— Sabe onde meu irmão está? 

Arkadash limpa o suor do rosto com a toalha e cruza os braços

— Não sou guarda costas de Feral, Savage, geralmente você faz esse papel. Embora saibamos que não é necessário. 

 - Ark... 

Com Savage nesse estado de preocupação, Arkadash achou melhor não o pressionar, esse era um assunto delicado. Era realmente estranho que o garoto tivesse sumido assim sem dar satisfação. Apesar do que, Arkadash não sabia a quanto tempo Savage estava desperto de seus dias de repouso, então talvez Feral houvesse "desaparecido" antes disso. Decidiu levar o ocorrido um pouco mais a sério se esse fosse o caso.

— Feral me contou sobre o seu estado e durante os últimos dias veio me perguntar sobre plantas medicinais e auxílio para cuidar de você, é tudo o que eu sei. - Diz levantando as mãos, ainda tentando manter seu jeito cômico de tratar as coisas.

 Savage pensa um pouco. Se sentiu feliz e um tanto culpado pelo esforço do mais novo, mas não tinha tempo para pensar nisso agora.

— O que disse a ele?

— Ah o básico, quais plantas contornariam a sua infecção, alívio para dor, dosagem, onde encontrar... Olha, se você está de pé é porque ele seguiu a risca direitinho, a Brahmi mal administrada pode fazer um bom estrago! Não sei como ele conseguiu achar, seu irmão quebrou algumas regras por você Savage!

Infecção? Savage não lembrava de nada disso. Na verdade era como se tivesse dormido por uma eternidade.

— O que quer dizer com isso?

— Bem... Acontece que a erva Brahmi cresce na floresta de Chu'unthor...

— O que? Porque o levou lá Arkadash!?!

— Não venha me culpar pelas coisas! Um amigo veio me pedir informação para o irmão apagado dele em casa e eu ajudei! O que mais eu poderia fazer? Feral já sabe se defender, ele deve estar voltando agora mesmo

Savage não acreditava no que estava ouvindo, deu uma última olhada para Arkadash em negativo com a cabeça. A floresta de Chu'unthor era um lugar sagrado para as Irmãs da Noite. Ninguém sabe com certeza sobre o que realmente há lá, mas as histórias de pessoas terem avistado coisas, se ferido ou nem mesmo voltarem haviam se tornado uma espécie de lenda, o tipo de coisa que você conta para as crianças bagunceiras ficarem na linha. Dizem que nessa floresta, haviam criaturas bestiais, experimentos das bruxas eram realizados e soltos nesse lugar. Não queria nem imaginar a possibilidade de Feral pisar a planta do pé próximo àquele lugar, muito menos se Savage fosse a razão para isso. Se tinha um mal pressentimento antes, agora tinha certeza de que algo ruim estava prestes a acontecer.

Passando em casa, buscou sua lança. Antes de sair, viu a lanterna em cima da mesa e decidiu levá-la consigo, seguindo assim para fora do vilarejo. De início a lanterninha não se fez tão necessária, visto que o caminho era iluminado por duas das quatro luas de Dathomir, Aylla, bem próxima ao planeta, se fazia grande e redonda, a pequena Djo a seguia timidamente, contribuíndo para o visual exótico de sua terra. Ele sabia por alto a localização da floresta mas tinha de seguir seu instinto para chegar até lá. Depois de um tempo, Chega a um vale estreito e rochoso, o qual seguiu até uma bifurcação. 

 E agora?  
 

Seus corações aceleraram e em sua mente uma tragédia após a outra lhe mostravam finais horríveis para essa história, todos eles pesavam tanto sobre seus ombros, era insuportável imaginar conviver com aquilo. Savage apertou os olhos e chacoalhou a cabeça:

Não, preciso me concentrar.
 

Respirou fundo, se esforçando para acalmar os ânimos. Abriu os olhos, virou-os para cima, se sentiu pequeno no fundo daquele grande paredão de pedra. No fino veio que o vale recortava no céu, Savage pode ver uma fração da maravilhosa noite que se exibia acima de sua cabeça, pode contemplar as infinitas estrelas que pareciam brilhar mais forte especialmente para esse momento. Ele pode se sentir pressionado por tudo aquilo, era tão bonito, se apenas pudesse ter os olhos daquelas estrelas e enxergar onde seu irmãozinho havia se metido, se ao menos aquelas estrelas pudessem sentir sua aflição agora... Inconscientemente, Savage até pedia a ajuda daquelas estrelas tão distantes de si. Foi nesse momento terno que sentiu como se fizesse parte de algo gigantesco, se sentiu conectado aquele firmamento que era tão majestoso e ele tão minúsculo. Não só ele podia se encontrar como parte daquela grande malha de estrelas e poeira cósmica, como também a presença de um outro alguém se fazia sentir naquela imensidão purpurinada: 

Feral!

Instantâneamente, Savage escolheu um dos caminhos, estava tão certo de para onde estava indo e a urgência de chegar até lá era tão grande que nem parou para pensar no que havia acabado de acontecer e nem se tentasse, poderia explicar. No final daquela outra nervura do vale, Savage encontrou também o fim do mesmo. Olhou para trás, vendo o grande muro que ele formava, parecia uma divisa do terreno salvo e familiar para um passo no desconhecido. A sua frente, vultos de árvores eram ocultados por uma densa névoa, que se estendia até onde sua vista alcançava. Savage tinha certeza de onde havia chegado. Caminha para perto dali, sentiu um vento frio arrepiar sua nuca. Estava delirando ou pode ouvir sussurros em seus ouvidos? Não entendia o que diziam mas sem dúvida não o queriam ali. Ignorando todos esses avisos, sem olhar nem uma última vez para trás, Savage continuou a andar, sendo engolido pela névoa, desaparecendo aos olhos da lua.

 Era muito difícil se locomover, Savage não podia enxergar um palmo à sua frente. Ascendeu sua lanterna e a pendurou pelo aro na ponta de sua lança, mantendo-a próxima ao chão para iluminar por onde pisava. Ele andava encurvado, atento a qualquer ruído e a qualquer sinal de Feral. Diferente da sensação de amplitude que havia experienciado minutos atrás, a floresta enevoada de Chu'unthor passava uma atmosfera densa e sombria. Andando pé após pé com muito cuidado adentro da floresta, Savage acabou batendo em algo sólido, cambaleando e caindo para trás. O impacto estremeceu o obstáculo, Savage ergueu sua lança, iluminando o que parecia uma árvore, no mesmo instante, pequenas criaturas aladas bateram em retirada, grunhindo agudo e passando por Savage, deixando pequenos arranhões ao se chocar contra seu corpo. Ele se levanta e ilumina melhor a árvore, que parecia sustentar uma espécie de casulo de aparência peculiar. Diferente de outras árvores como essa, que normalmente tem casulos naturais em si, aquela apresentava uma espécie de casulo remendado, escurecido e de aspecto apodrecido que emanava um cheiro incômodo. Savage pensou ter visto um leve movimento de dentro do casulo. Se fosse algo de sua cabeça ou não, preferia continuar andando. 

 A floresta abafava muito o som, mas vez por outra se ouvia o som de um animal ou outro despertando para sua vida noturna. De repente até mesmo isso se fez quieto, percebendo isso, Savage para, olhos bem abertos, ouvidos atentos, ele retira a lanterna da ponta da lança caso precisasse se defender, ficando em posição de alerta. Pouco depois um rugido pouco próximo dali se fez audível

— Feral!

 Savage parte em disparada, tentando se desvencilhar de folhas que batiam em seu rosto o tempo todo, pedras que doíam seus pés toda vez que as pisava, chegou a quase tropeçar em uma raiz exposta de árvore mas não parava, seguia correndo na direção do som. 

 O terreno começa a ficar lamacento e Savage tem de diminuir o passo para não escorregar. O chão estava encharcado com pequenas plantas rasteiras o cobrindo totalmente, fazendo que toda vez que ele afundasse o pés no charco, elas os encobrirem. Savage chuta algo leve, se abaixa e percebe que era um cesto e ele acabara de espalhar as folhas recém colhidas de seu interior. Se abaixando para analizar melhor, reconheceu o cesto. Apertou uma folha daquelas plantas entre os dedos, era o mesmo cheiro fresco do pilão na mesa de sua casa. Feral estava perto.

 A névoa gradativamente foi se fazendo menos densa e as coisas ao seu redor lentamente eram desnudadas, mostrando uma espécie de clareira, onde pela falta de árvores a névoa não poderia ser totalmente retida e concentrada. Seus olhos na mesma hora foram surpreendidos por uma besta enorme, com garras afiadas, sob duas patas e grandes braços que tentavam alcançar algo preso entre uma pequena fenda entre rochas. Felizmente a fera não percebeu sua chegada, algo lhe parecia mais importante já que permaneceu de costas para ele, completamente comprometida em chegar até... Feral??

— FERAL! - Sem pensar, Savage Opress gritou ao ver o irmão intacto, se escondendo naquelas rochas. Lá estava ele, com tanto medo, seus olhos estavam arregalados e suas mãos ainda seguravam as plantinhas de folhas verde escuro que eram abundantes por todo o lugar, como se formassem um tapete no chão. Ao ouvir a voz familiar, Feral pode enxergar a figura do mais velho por dentre as patas da fera que rugia irritada e frustrada.

— Savage!

 A fera se vira para Savage, não para o devorar, mas para deixar bem claro que aquele era seu território, sua presa. Savage tenta drenar o medo que sentia da besta, como guerreiro sempre foi centrado e não tinha medo de quase nada, já havia enfrentado feras selvagens antes mas aquela aberração era simplesmente colossal, seu rugido ensurdecedor e apavorante. Atingindo um certo equilíbrio, Savage manteve o foco em distrair o monstro para que Feral pudesse correr para a floresta fechada. Se a besta seria capaz de derrubar a vegetação e os perseguir mesmo na névoa densa aí era outra história. Cada vez que a besta rugia, gotas de sua saliva caíam na vegetação, que se desfazia ao entrar em contato, soltando uma leve fumaça. Savage mira em algum lugar no pescoço da fera e tem sucesso em acertar o alvo. Bom, ele acertou onde queria mas isso não significa vitória: ao bater na couraça rígida da besta, a lança de Savage simplesmente caiu no chão, sem causar dano algum aquele escudo vivo a sua frente. A situação estava pior do que ele pensava. 

 Feral vê uma brecha para correr, mas a fera parecia ser de certa forma inteligente, o suficiente para perceber sua fuga e vir rugindo em sua direção, o que o obrigou a retornar ao seu esconderijo entre rochas. Isso deu tempo para Savage pegar sua lança abaixo da fera sendo quase esmagado por uma das grandes patas, nesse momento Feral sobressaltou, achando que o irmão iria ser morto. O alívio foi passageiro pois Savage teve de correr muito para sair dali, com uma estratégia mais ou menos bolada em mente, ele correu até a névoa, quase sendo agarrado pelas garras compridas antes de desaparecer na mata.

A Fera previsivelmente voltou sua atenção para o pobre Feral que passou a gritar com os golpes das grandes mãos que agora estavam começando a fazer algum estrago em seu esconderijo. 

 Savage havia pegado uma rocha do chão e subiu uma das árvores. Esperou um pouco e a arremessou na direção da fera que se virou para a origem da pedra. Da névoa, Savage saltou empunhando sua lança, que foi arremessada com a lanterna presa em sua extremidade. A lâmina não só perfurou um dos olhos da besta, como também inflamou sua cara coberta de muco ácido, arrancando da fera rugidos horríveis de agonia. 

— CORRA FERAL! 

 Na mesma hora o mais novo obedeceu, correndo na direção de Savage Opress. Pouco antes de adentrar a mata, Feral para por um momento, olhando para a fera que sofria e rugia estrondosamente.

— O que está fazendo?! Não pare! - Diz o mais velho enfurecido o puxando pelo braço.

Eles correm ininterruptamente, a todo vapor até chegarem ao fim da floresta. Uma vez que seus rostos emergiram da névoa, Feral deixou que seu corpo pendesse para frente, apoiando as mãos no chão, tentando recobrar a respiração. Savage acaba parando também, se voltando para o irmão, agora num tom mais acolhedor e calmo, estendeu a mão para o irmão mais novo..

— Ainda não estamos seguros, precisamos continuar... 

 Aceitando a ajuda para se levantar, inesperadamente Feral o envolve num abraço apertado. Demorando alguns segundos, surpreso, Savage retribui:

— Vamos pra casa, irmãozinho.


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Notas finais do capítulo

Hey, antes de ir, pode me ajudar com uma coisinha?

Para enriquecer a experiência, estou pensando em fazer um mini sumário ao final dos capítulos trazendo significados ou fatos curiosos sobre determinada expressão, lugar ou objeto. As vezes SW trás uns termos diferentes e coisas como "midichlorioans" assim do nada e agente fica boiando junto com os personagens kkkkk o que acham dessa ideia? Estou aberta a toda sugestão!
Beijos e que a Força esteja com você! Aguardo seu comentário maroto aqui em!



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