Entre Lobos e Monstros escrita por Nc Earnshaw


Capítulo 34
Nadar pelado




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Capítulo 33

por N.C Earnshaw

 

TUDO O QUE EMBRY conseguia enxergar era vermelho. Um vermelho escarlate, quente, que mexia com seus sentimentos mais profundos e o atraía como um mosquito era enfeitiçado pela luz. Um vermelho da cor do batom que Erin usava naquela noite, do mesmo tom do vestido colado que grudava em cada curva do corpo pequeno e curvilíneo. 

Ele havia pensado que seu imprinting já o tinha feito experimentar todas as emoções possíveis, no entanto, o quileute foi pego de surpresa pela onda de puro excitamento que o tomou assim que avistou a figura de Erin saindo do quarto minutos antes. A única coisa que ele queria era agarrá-la e não soltá-la nunca mais. Saborear o gosto da sua pele e dos seus lábios por horas a fio, e estar dentro dela, sentir o seu calor…

— Embry! — chamou Erin pelo que parecia ser a décima vez. Ambos estavam dentro do carro, prontos para viajarem até Port Angeles, e tudo o que o quileute conseguia fazer era encará-la com um olhar apaixonado. Nos primeiros vinte minutos, a Landfish achou a coisa mais fofa e engraçada do mundo, entretanto, após chamá-lo várias vezes e ver que encontravam-se quase atrasados para o jantar na casa nova de Tyffany, a garota sentiu uma leve irritação. 

— E-eu… — O lobo se viu sem palavras ao levantar o olhar, que antes estava focado nas coxas roliças mal cobertas pelo tecido, e dar de cara com uma Erin mal-humorada. — Desculpe, eu… só estava… Quero dizer… 

Ela sorriu, sem conseguir resistir ao charme atrapalhado do seu namorado. Fazia algum tempo desde a última vez que ele tinha se embaralhado com as palavras na sua frente. 

— Quer que eu dirija? — ofereceu ao ver que as mãos grandes de Embry tremiam. 

Ele lançou-lhe um olhar desconcertado, mas assentiu depois de alguns segundos. Era difícil para seu ego masculino aceitar que não conseguia fazer uma coisa, mas não podia arriscar a vida do seu imprinting quando mal conseguia manter seus olhos na direção correta. 

Erin soltou o cinto de segurança que usava e se inclinou na direção do banco, tirando os sapatos de salto alto que ela usava antes de apoiar ambas as mãos em uma das coxas de Embry. 

O quileute soltou um guincho muito parecido com o de um rato, arrancando uma gargalhada da Landfish, que tinha feito aquilo para provocá-lo. Ela arqueou uma sobrancelha ao avistar o volume se formando nas calças de Embry, e aproximou seus lábios lentamente dos dele. 

— Você vai ter que sair pela porta pra eu poder sentar aí — sussurrou com a voz rouca. 

O cérebro de Embry interpretou aquilo como a pior sacanagem que já tinha ouvido em sua vida, e ele agarrou-se apenas ao último trecho da frase, “sentar aí”. Com os lábios entreabertos, ele somente a olhou. 

— Embry. Você precisa sair. Vamos chegar atrasados. 

O som desconexo que saiu pelos lábios do lobo a fez se dar conta que boa parte daquela reação era puro fingimento. 

Engraçadinho. — Ela revirou os olhos, dando um jeito de sentar no colo dele. A posição não estava de um todo confortável, visto que cada centímetro do vestido era colado ao seu corpo e seus peitos estavam sendo esmagados pelo volante, mas passaria por aquele sufoco se fosse para tirar Embry do sério. Aquele garoto encontrava-se mais ousado a cada dia que passava, e ela não seria passada para trás. 

O pau de Embry cutucava seu traseiro, e a Landfish não se atreveu a fazer qualquer movimento, aguardando que o outro cedesse primeiro. E ele o fez após alguns segundos de uma espera torturante. 

Erin acompanhou o movimento da mão grande subindo por sua coxa, e buscou controle dentro de si ao sentir os dedos do lobo brincando com a barra do vestido. Ele estava tão próximo da sua intimidade que se ela fechasse os olhos com força, conseguiria imaginá-lo a acariciando.

— De 0 a 10… — Embry levou uma das mãos aos seus seios, encarando-os atentamente sobre o ombro dela. — O quão babaca acha que esse tal de Aaron é? 

— Cacete, Embry! Não fode. — Ela se desvencilhou dos braços dele ao ser agarrada, irritada com o rumo que a conversa tinha chegado, e voltou a se sentar no banco do passageiro com os braços cruzados. 

Erin estava esperando receber uma transa sexy dentro do carro, e tudo o que recebeu foi aquela pergunta ridícula. — E é você que vai dirigir até lá! — adicionou ao avistar o sorrisinho que ele tanto tentava esconder. 

— Sinto muito, amor. — Embry passou uma mão por trás do pescoço dela, e a puxou para beijar sua cabeça. — Estamos atrasados. Não ia dar tempo. 

Tudo o que o Call recebeu foi um tapinha nada camarada no braço, com o qual ele teve que fingir ter sentido dor para deixar seu imprinting satisfeito. 

Erin o perdoou cinco minutos após saírem de Forks, alegando que não conseguia ficar brava quando ele fazia a carinha de filhotinho abandonado. Embry negou veemente que fazia tal coisa, envergonhado de fazer aquilo intencionalmente para sempre conseguir o que queria. Segundo Paul, ele usava aquela carinha de bom moço e inocente para enganar as pessoas. 

— Você tem certeza que o endereço está certo? 

A quileute mexeu algumas vezes no GPS velho que havia instalado em seu carro, temendo que a coisa tivesse pifado e os mandado direto para um bairro diferente. Não queria tornar os dez minutos de atraso em mais de trinta minutos. Seria constrangedor demais que a primeira impressão que o noivo de Tyffany tivesse, era a de que ambos não passavam de dois irresponsáveis. 

Embry parou o carro assim que o aparelho avisou que haviam chegado ao seu destino. 

— Acho que está sim — disse ele com estranhamento ao avistar o automóvel que sua mãe usava parado em frente a garagem. — É… chegamos. 

Nenhum dos dois fez qualquer menção de que iriam descer. E Erin, que tinha vestido seu melhor vestido e separado suas melhores roupas para o dia seguinte, sentiu-se como se estivesse usando trapos.  

A nova casa de Tyffany era uma mansão. Uma puta de uma mansão. Daquelas que eles só haviam visto em filmes e imaginavam que nunca iriam pisar os pés. Com uma piscina enorme, dois andares e um jardim com plantas em formato bizarro. 

— Você ainda pode mudar de ideia sobre morar aqui — pronunciou-se a Landfish, finalmente se virando para ver a expressão do seu namorado. 

Ele a lançou um olhar sujo. 

— Será que vai ser muita falta de educação desmarcar de última hora? 

Embry ainda tinha a mão na chave de ignição, tentado a ligar o carro novamente e sair dali o mais rápido que pudesse, mas foi contido quando sentiu a mão de Erin tocar seu braço. 

— É a sua mãe, Embry Call. Não uma total estranha. 

A quileute desceu do carro para tentar incentivá-lo a fazer o mesmo. E esperou com paciência Embry respirar fundo e arranjar coragem. 

Eles pararam de mãos dadas em frente a porta de madeira de mais de 15 metros, sem saber muito bem se batiam ou esperavam que alguém surgisse num passe de mágica. 

— Se sairmos daqui agora, podemos ir jantar em algum lugar legal e assistir um filme depois — sussurrou o lobo próximo ao ouvido de Erin, temendo que aquela mansão tivesse escutas espalhadas. 

A garota lhe deu um leve beliscão na barriga para repreendê-lo, mas não vocalizou seus pensamentos. O que foi aconselhável, uma vez que a porta se abriu e da entrada surgiu uma pessoa que nunca tinham visto na vida. 

Uau. Foi tudo que Erin conseguiu pensar. Ela analisou com cuidado a figura bem vestida a sua frente, pensando que aquele devia ser o homem… Não. O segundo homem mais bonito que já tinha visto em sua vida. De longe, a quileute não conseguia distinguir se seus olhos eram verdes ou azuis, mas a intensidade que brilhava neles seria o suficiente para deixá-la de pernas bambas se não amasse Embry com todo o seu coração e estivesse solteira. 

— Boa noite. 

Até a voz do indivíduo era sensual. O que era justo, visto que sua pessoa por completo exalava virilidade. Ele não era mais alto que Embry; algo muito comum pois o Call chegava a ter quase 2 metros de altura, mas alto o suficiente. Não tinha tantos músculos quanto o seu lobo, no entanto, pela forma com que suas roupas quase tocavam seu corpo, parecia ser um frequentador assíduo de academias. O rosto era perfeito, e a barba com alguns fios grisalhos era o único indicativo que ele já tinha passado dos trinta. 

— Acho que vocês chegaram na hora certa — continuou o sujeito ao perceber que nenhum dos outros dois falaria alguma coisa. — A Tyffany quase me deixou louco com as preparações. 

Silêncio. Um torturante e longo silêncio se instalou, fazendo com que Erin se mexesse incomodada. Ela notou, muito atrasada, por sinal, que os seres de sexo masculino se encaravam com olhares esquisitos. Como dois cães quando se encontravam e tentavam estabelecer certa dominância um sobre o outro. 

— Sou Aaron Stirling. — Ela quase suspirou de alívio. Estava achando que ia explodir se aquela tensão continuasse. — Noivo da Ty. A sua mãe falou muito de você, Embry. É um prazer conhecê-lo. 

Embry cerrou a mandíbula quando ouviu sua mãe ser chamada de Ty. Que diabos de apelido ridículo era aquele? Ele odiou aquele cara no instante em que pousou os olhos nele, e agradeceu aos ancestrais pela a ideia de morar ali nunca ter passado por sua cabeça. 

A Landfish colocou o braço ao redor da cintura do namorado, aproveitando para beliscá-lo por não ter apertado a mão estendida de Aaron. E tentou esconder o riso silencioso que escapava. Embry Call com ciúmes da mãe era a coisa mais fofa que ela já tinha visto na vida. 

Para o seu alívio, ele apertou a mão do Stirling, no entanto, Erin acreditava que talvez tivesse sido melhor se ele não fizesse. A força que Embry usou foi tanta que ela achou que Aaron não conseguiria manter sua postura por muito tempo. 

Quando ele os chamou para entrar, após dar um aceno com a cabeça na direção de Erin, a quileute o viu balançar a mão algumas vezes. 

— O ciúme não lhe cai muito bem, meu senhor — sussurrou a Landfish, colocando-se no degrau acima do que Embry se encontrava. 

O lobo apenas a fitou com um olhar enviesado. 

O interior era ainda mais exuberante. Com colunas imensas e as paredes repletas de quadros que Erin acreditava valerem mais que sua vida, não foi uma surpresa para si, fazer os cálculos em sua mente e descobrir que a casa inteira em que moravam era menor do que a sala de estar. 

O piso de cerâmica era branco e liso, e a Landfish se perguntou quantos empregados eles deviam ter ali para dar conta de limpar tudo. O teto era alto e em formato de um U de cabeça para baixo, e as paredes cinza claro contrastavam com os móveis modernos e a lareira gigante. 

— A sua mãe fez o jantar completamente sozinha — disse o homem com orgulho. 

Erin cutucou Embry ao ouvi-lo resmungar que aquilo não era algo fora do comum, uma vez que ela sempre cozinhava o jantar quando estava em casa. 

— Está terminando de montar a mesa, por isso não veio recebê-los. Ela quer que tudo seja perfeito e não me deixou ajudar em nada. 

A garota deu uma risadinha para não deixá-lo no vácuo. 

Eles caminharam por um longo corredor, e Erin pensou que se soubesse que iam andar tanto, teria descartado os saltos sem pensar duas vezes e ido de tênis. 

— Aquele vaso ali é o caso de amor mais recente da Tyffany. — Ele apontou para um objeto que parecia ter sido jogado no chão e colado novamente. — Conseguimos em um leilão beneficente na semana passada. 

Embry virou-se para Erin e arregalou os olhos. 

— É… — A quileute limpou a garganta. — É muito bonito. 

Tortura. Tortura era a única palavra que conseguia descrever o que ela estava vivenciando naquele momento. Além de estar se sentindo completamente deslocada e ainda mais pobre, Erin não conseguia controlar o riso que queria dar todas as vezes que olhava para Embry. A careta de dor que ele fazia quando Aaron mostrava outra parte da casa chegava a tirá-la do eixo. 

— Ah, você chegou! 

O vestido que Tyffany usava custava o salário que Erin recebia em mais de 4 meses juntamente com todas as suas gorjetas. Era bege e chegava até um pouco acima do joelho, com um decote discreto e apenas uma manga chegando até o seu pulso, tinha uma espécie de faixa na cintura, marcando a silhueta. Ela usava um salto tão alto que Erin admitia que teria certa dificuldade em caminhar com algo naquele estilo e ainda andar em passos tão graciosos, e em seu pescoço tinha um colar com uma pedra brilhante que a quileute achou muito parecida com um diamante. 

Mas não foram somente as roupas que chamaram a atenção da Landfish. A postura da mãe de Embry havia mudado completamente

Erin sempre a tinha achado uma mulher forte e confiante, no entanto, a forma como ela se portava naquela casa era tão diferente que teve que se certificar que, de fato, aquela era Tyffany Call. A simplicidade que sempre admirara na mulher desde que a conhecera desapareceu, dando lugar a uma dose de altivez exagerada. 

Além disso, a quileute não era estúpida. Desde que tinham entrado na sala de jantar, Tyffany tinha evitado olhar na sua direção, parecendo se recusar a ficar consciente de sua presença.

Embry abraçou sua mãe com força, sentindo seu coração apertar de saudades. Eles não se viam todos os dias fazia muitos anos, mas ele sempre tinha a certeza de que ela iria voltar para casa. 

— Ah, Erin, que surpresa! — sibilou a mulher logo que se soltou do agarre. — Fico feliz que tenha vindo. 

“Não é o que parece”, pensou Erin com rancor, mas sorriu mesmo assim, retribuindo o breve abraço. 

O jantar foi repleto de conversas fúteis, mas ao menos a comida era boa. Tyffany, conhecendo o estômago sem fundo do seu próprio filho, não economizou na comida como a maioria dos ricos fazia. Quando terminaram a refeição após os milhares de pratos, Aaron levantou-se e convidou Embry para tomarem uma bebida enquanto as mulheres conversavam. A quileute sentiu que estava na porra do século XVIII. 

Erin assistiu Embry se distanciar e balançou a cabeça para maneira arrastada com que ele andava atrás de Aaron. Parecia que estava caminhando em direção à sua morte. 

— E então, Erin… — começou Tyffany como quem não queria nada. Ela tinha as mãos cruzadas em seu colo, e a havia convidado para sentar em alguns estofados colocados em uma sala vizinha. — como estão as coisas? 

— Hã… Estão bem? — Sua resposta soou mais como uma pergunta, o que não pareceu agradar a Call, futura senhora Stirling. 

— Acredito que você e o Embry estão se entendendo? — pressionou. 

Erin arqueou uma sobrancelha. 

— Aonde quer chegar com isso? — A quileute deixou a simpatia de lado quando entendeu finalmente que Tyffany a via como um estorvo. Alguém que estava na vida de Embry apenas para atrasá-lo. Todos os sinais apontavam para isso, e Erin seria idiota se não enxergasse. 

Os olhos de Tyffany brilharam com irritação, e a garota reparou que faltava muito pouco para ela perder a paciência. Havia presenciado diversas discussões entre mãe e filho, sendo assim, sabia que a Call tinha um temperamento forte. Para a tristeza dela, Erin achava que o seu era ainda pior, e não baixaria a cabeça. 

— Vocês estão indo rápido demais. — Ela bateu as mãos nas coxas para dar mais intensidade às suas palavras. — O Embry é só um menino, acabou de completar 18 anos e já está morando com alguém quando nem ao menos teve um relacionamento antes na vida. Ele ainda tem tanto para aprender e experimentar…

— E a senhora acha que ele vai conseguir tudo isso aqui, estou certa? 

— Erin… Querida. — O tom de condescendência que ela estava usando embrulhou seu estômago. — Você entende que aqui, o Embry pode ter tudo o que eu sempre sonhei para ele, não é? Fazer faculdade, ter um trabalho decente e poder ter todo o conforto que eu nunca consegui dar. É uma vida totalmente diferente da que ele teria em La Push, e você sabe que isso não será possível se continuar a prendê-lo por causa de uma paixão boba…

— Uma paixão boba? — Erin se levantou da poltrona com os punhos cerrados. — Eu amo o seu filho. Amo mais do que qualquer pessoa ou qualquer outra coisa no mundo. E pensei por muito tempo em me afastar para deixá-lo ter essa “vida perfeita” que a senhora tanto fala… Sabe por que mudei de ideia? 

A mulher abriu a boca para responder, e a Landfish revirou os olhos. A pergunta era retórica.

— Mesmo que eu não estivesse na vida do Embry, ele nunca aceitaria morar em um lugar como este! O Embry Call que eu conheço e amo, adora a vida de La Push. Ama passear pela floresta descalço, viver perto da natureza… Ele ama sua terra e seu povo. Não o vejo trocando essa vida simples por uma de luxo, e se a senhora conhecesse o seu filho tão bem quanto diz que conhece, saberia disso. 

— Você é jovem, Erin. Não entende as complicações que é sustentar uma casa. O Embry…

— Senhora Call, me desculpe, mas acredito que sei muito bem como é cuidar de uma casa. Eu trabalho desde os meus doze anos…

— Como garçonete? — cortou Tyffany também se levantando. — Acha que seu emprego como garçonete vai ser o suficiente para sustentar uma casa? Você sabe bem que o Embry não dura em qualquer emprego, então está mesmo pronta para se responsabilizar? 

Erin respirou fundo, buscando paciência em lugares que não sabia que mantinha. Com a vida de lobo e as rondas diárias, nenhum membro da matilha conseguia manter um emprego — o que os deixava numa situação complicada. Ela sabia que aquilo magoava Embry, visto que ele gostaria de ajudar em casa, mas não existia um trabalho em Forks que tivesse horários flexíveis. 

— Isso não é da sua conta, Tyffany. — Era melhor do que tê-la mandado para a puta que pariu. 

A Call abriu a boca com uma expressão indignada. 

— Como…

Para o alívio de Erin, que terminaria se colocando em uma situação desagradável com a sua sogra, Embry e Aaron entraram na sala, aparentemente tendo conversado e se entendido.

— E aí? — sussurrou a Landfish, sentindo-se mais leve com a presença do seu namorado. A mãe dele não seria louca de falar qualquer coisa sobre o assunto que estavam conversando na frente dele. — Gostou do seu padrasto? 

Embry sorriu de lado, e ela sentiu uma vontade imensa de agarrá-lo. Ele era tão gostoso. 

— Ele é um idiota… Mas ama a minha mãe, então posso suportá-lo durante mais alguns jantares. 

Por Deus, não. Erin iria com toda certeza fingir alguma dor no estômago na próxima vez que ele a chamasse. 

— A minha mãe se comportou? — Ela assentiu, mas Embry a lançou um olhar desconfiado. 

—Depois te falo — sussurrou ao ver o outro casal voltar a atenção para eles. 

— Você nunca me falou que o Embry era tão bom com carros, meu amor…

— Vamos mesmo fazer isso? — perguntou Embry ao ver seu imprinting jogando os sapatos de salto de qualquer jeito nas espreguiçadeiras. Ela parecia realmente determinada a entrar na piscina àquela hora da noite, e o quileute não sabia o que dizer para fazê-la mudar de ideia. 

— Não seja careta, Embry Call! — Ela tirou as argolas prateadas que usava e colocou com mais cautela sobre a mesinha de vidro que ficava entre as cadeiras brancas. — Depois dessa noite, nós merecemos fazer alguma coisa legal.

A água da piscina era tão clara e límpida que Embry conseguia ver os azulejos com facilidade, e ele admitia que estava muito tentado a nadar um pouco ali. Sua temperatura corporal não permitia que ele experimentasse qualquer frio, sendo assim, quase não iria sentir a água gelada quando mergulhasse, e com toda certeza não ficaria doente. No entanto, se o fizesse, ele sabia que Erin não seria convencida facilmente a ficar aquecida… Na verdade, pelo modo rápido com que ela arrancou o vestido vermelho, não tinha ideia se conseguiria segurá-la antes que ela pulasse. 

Ele a conteve pela cintura assim que viu o tecido vermelho cair no chão, e puxou-a contra o seu corpo. 

— Não podemos entrar no carro com as roupas molhadas, Erin. Você vai acabar pegando uma pneumonia. Além disso, a minha mãe disse que podíamos dar uma olhada na casa, não pular na piscina no meio da noite feito dois…

Erin empinou a bunda, cortando a linha de raciocínio do lobo, e levou a mão para o meio das calças do quileute, massageando algumas vezes antes de parar. Após isso, livrar-se dos braços dele ao redor da sua cintura foi fácil, uma vez que ele estava muito concentrado em acalmar seu amigo

— E quem disse que vamos molhar as roupas? — Erin gargalhou ao ver que os olhos dele se arregalaram. E abriu o sutiã com facilidade. 

— Erin! — repreendeu ele, dando um passo em sua direção. — O-o que você está fazendo!? 

Ela deixou o sutiã cair no chão, e começou a brincar com o cós da calcinha. 

— Já nadou pelado, amor? 

! Pensou ele instintivamente. Incontáveis foram as vezes em que ele nadou em mar aberto sem nem sequer uma peça de roupa no corpo. Na realidade, lembrando bem, o dia em que teve o imprinting por Erin foi exatamente uma dessas vezes. 

Ela tirou a calcinha, e Embry automaticamente checou se havia alguém por perto que pudesse vê-la ou ouvir os dois. Ninguém. As pessoas mais próximas eram sua mãe e Aaron, e eles estavam distantes da área da piscina, conversando sobre algo que ele não dava a mínima importância em saber quando tinha a sua mulher nua bem em frente aos seus olhos. 

— Vem me pegar. — Foi tudo o que Erin disse antes de pular na piscina e nadar com seu traseiro delicioso para fora da água. 

A visão privilegiada que Embry tinha do corpo dela fez com que toda a preocupação de serem vistos desaparecesse. E a única coisa que importava para o lobo naquele momento era entrar naquela droga de água e ensinar uma lição à sua namorada travessa. 

O Call nunca havia tirado as roupas do corpo tão rapidamente. Ele tinha absoluta certeza que se o tempo fosse cronometrado, iria bater o recorde mundial. 

Ele pulou atrás dela, e ficou submerso por algum tempo, admirando a bunda de Erin sob a água e como as coxas grossas roçavam uma na outra enquanto ela batia para ficar na superfície. 

A mão quente de Embry a erguendo pelo quadril arrancou um gritinho de Erin. A água estava gelada assim como seu namorado havia apontado, e o vento frio batendo contra os seus mamilos os deixou ainda mais intumescidos. Ela virou na direção dele assim que teve a oportunidade, e se prendeu ao corpo aquecido para cessar a maneira nada sexy com que seus dentes batiam pelo frio. 

— Você é maluca. — O Call tomou os lábios dela no mesmo segundo, saboreando-os com a língua e os dentes, e colou seu corpo ainda mais ao de Erin, montando-a em seu membro já ereto. — E eu te amo demais

Antes que pudesse entrar nela, Embry a virou de costas, encostando a parte da frente do corpo dela na borda da piscina. Com uma mão apoiada em sua cintura e a outra prendendo os cabelos de Erin para ter acesso ao seu pescoço, ele penetrou-a com firmeza, sentindo sua mente girar ao ser acolhido pelo interior quente e macio. 

— Você vai ter que gemer baixinho, amor — sussurrou próximo ao ouvido dela. 

Erin encarou-o sobre os ombros, chocada com a sua ousadia, mas ao mesmo tempo excitada em tê-lo no controle. Aquela com certeza seria a melhor transa de sua vida. 

— Eu não sei… — Erin colocou o polegar e o dedo indicador no próprio queixo fazendo uma expressão pensativa. — Acho que o sofá ficaria melhor se colocássemos ele deste lado.

Embry assentiu, animado em ajudar o seu imprinting a se sentir mais à vontade na própria casa. Com a saída de Tyffany e a mudança definitiva dela para o novo lar, o quileute pôde finalmente dar o livre arbítrio para sua namorada fazer o que quisesse com a casa. Alguns móveis, como a cama que Tiffany usava, foram vendidos, e o dinheiro gasto na compra de uma cama ainda maior. Os outros, ele ia mudando com o tempo logo que arranjasse mais dinheiro. 

Era um alívio para Erin não se preocupar mais em ser jogada na rua ou em juntar dinheiro para ter onde ficar se fosse enxotada. A segurança de ter um lar a fazia dançar pela casa, e a alegria de deixar o lugar do jeito que gostava deixava-a com um sorriso largo no rosto. 

Foi com muita animação que ela e Wendy passaram o dia anterior inteiro comprando cortinas, várias latas de tinta e alguns enfeites para a sala. A Cullen, apesar de Erin não gostar da ideia, havia dado um sofá de presente e eles tinham acabado de recebê-lo da mobiliária. 

— Tanto faz a merda do lado que a droga desse sofá vai ficar — reclamou Paul, soltando a parte que segurava de qualquer jeito. — Pode decidir logo essa porra? Quero tomar um banho! 

Wendy, que estava a alguns metros dos três, chegou por trás de Erin segurando uma travessa com alguns biscoitos que Emily tinha mandado para eles mais cedo. 

— Não seja mal, Paul. — A voz gentil da vampira fez com que a expressão mal-humorada do Lahote se desfizesse no mesmo segundo, arrancando um sorriso de escárnio de Erin. Quem imaginava que Paul Lahote, o destruidor de corações, seria adestrado daquela maneira? — A Erin apenas quer que tudo fique perfeito… Lembra como eu fiquei quando estávamos organizando a nossa casa? 

A careta de Paul arrancou uma risadinha de Embry, que deveria estar a par de alguma coisa que ela não sabia. 

A verdade era que o primeiro lugar que haviam colocado o sofá já a tinha deixado satisfeita, no entanto, a tentação de ver Embry trabalhar sem camisa com um pouco de suor molhando a pele e aqueles músculos deliciosos se flexionando era… 

— Você está bem? 

O rosto adorável de Embry apareceu repentinamente em sua frente, fazendo-a arregalar os olhos de susto. Estava tão concentrada em se imaginar lambendo os gominhos da barriga dele, que mal havia notado que ele tinha se movido em sua direção. 

— O Paul e a Wendy foram embora, mas posso mudar o sofá de lugar sozinho se quiser. 

Erin sentiu seu peito se encher de carinho, paixão e, principalmente, amor. Eram naqueles momentos, quando Embry era tão atencioso, gentil e tão… ele, que a quileute só conseguia pensar no quanto o amava. Aquelas pequenas coisas a faziam ter certeza que, mesmo sem o imprinting, ela ainda o amaria com tudo que tinha. 

Ela o abraçou apertado, desejando ficar em seus braços para sempre, e soube naquele instante que tinha encontrado o seu lugar. Que sorte a sua ter sido ao lado do homem que amava.


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