Entre Lobos e Monstros escrita por Nc Earnshaw


Capítulo 13
Verde ou vermelho?




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Capítulo 12

por N.C Earnshaw

 

DIZER QUE NÃO PRECISAVA da casa foi uma das maiores mentiras que Erin contou em sua vida. Não tinha dinheiro o bastante para alugar um espaço por muito tempo. Apesar de ter juntado, não podia gastar aquela grana quando precisava comer e colocar gasolina no carro. Se perdesse o emprego, estaria completamente ferrada.

Por não ter nenhuma mala — uma vez que nunca viajou para fora do estado, teve que colocar suas roupas em sacos de lixo. As lágrimas atrapalhavam sua visão, mas não a impediam de arrumar tudo com rapidez. Queria se livrar daquele lugar tóxico o mais rápido possível. 

A quileute sabia que sofreria quando saísse por aquela porta. O que ganhava de garçonete não era o suficiente para que ela conseguisse se sustentar sozinha. No entanto, não conseguia se ver ficando naquele lugar após o que Carter fez. 

Ela tinha suportado anos e anos de xingamentos, olhares sujos e ameaças, mas não admitia que ele a tocasse ou nem sequer tentasse tocá-la. 

Se naquele dia ele tinha se masturbado olhando para ela, o que faria no dia seguinte, ou na semana seguinte? A Landfish não arriscaria sua saúde mental e física, ficando no mesmo ambiente que aquele monstro. 

Deu três viagens do quarto até seu carro para levar suas coisas, ignorando a presença da mãe e do padrasto na sala. A mulher cuidava dos ferimentos do marido fingindo que Erin não existia. Enquanto Carter a fuzilava com olhos e a xingava todas as vezes que ela passava. 

Foi com alívio que conseguiu encaixar todos os seus pertences na mala. Havia ficado receosa em deixar qualquer uma das suas coisas para pegar depois, pois tinha certeza que seriam rasgadas ou queimadas, para enfim serem jogadas no lixo. 

Não viu razão para se despedir da mãe. Kayla tinha sido bastante clara na sua escolha.

Saiu com o carro e olhou uma última vez pelo retrovisor para a casa que tinha marcado sua vida de diversas maneiras. As lágrimas continuavam a escorrer pelo seu rosto, mas a certeza que estava fazendo o melhor para si mesma, tomava seu coração. 

Ela dirigiu sem destino por quase uma hora. Estava buscando coragem dentro de si para pedir ajuda a algum dos seus amigos. 

Erin pensou em Jane, primeiramente. A garota era sua melhor amiga de infância, e mesmo que sempre brigassem, tinha certeza que ela a ajudaria. 

Ela parou em frente a casa da amiga, respirou fundo e desceu do carro, guardando seu orgulho num lugar escondido. Não precisava dele naquele momento para tornar a situação ainda mais humilhante. 

Antes que ela batesse, a porta já tinha sido aberta. Era a mãe de Jane, Mary. 

Mary era uma mulher entre 60 e 65 anos, tinha engravidado de Jane mais tarde, e considerava a filha um milagre. Era muito parecida com a Miller mais nova — com exceção dos olhos que eram verdes, enquanto os de Jane eram castanhos. A baixa estatura era a mesma, os cabelos longos, lisos e negros — tão comuns na tribo, e o mesmo formato do rosto. Era bonita, mas o tempo tinha deixado marcas em sua pele, não negando a idade mais avançada.  

— Oi, senhora Miller — cumprimentou. Ela sempre se sentia constrangida com o olhar avaliativo que a senhora a lançava todas as vezes que a via. 

Erin tinha uma fama na reserva que até mesmo os mais velhos conheciam. E, mesmo que seu nome sempre fosse acompanhado do nome de Jane nas fofocas, a mulher tendia a ignorar isso. A Landfish era a péssima influência que levava sua querida filha para o mal-caminho. 

Mary franziu o cenho, analisando a figura plantada à sua porta sem disfarçar. 

— Estava chorando, criança? 

A quileute se esforçou a engolir a nova onda de choro. Tinha levado mais tempo do que o pretendido para se acalmar e poder ir até a casa de Jane, e não conseguia nem sequer tocar no assunto. Apenas desejava esquecer e seguir sua vida. 

— Não, senhora Miller. — Erin era uma ótima mentirosa. — É só alergia. Tive que mexer em algumas caixas antigas, e já sabe, não é? Um espirro atrás do outro. 

A mulher pareceu acreditar — ou não se importava o bastante para insistir. 

— A Jane está lá em cima — avisou, dando espaço para que ela passasse. — Você sabe onde é. 

Erin sorriu sem mostrar os dentes, e passou quase correndo pela senhora. Precisava urgentemente de um colo para chorar. 

Ela ia bater na porta de Jane para avisar de sua chegada, mas o que ouviu vindo de dentro do quarto, a fez estacar. 

— Eu não acredito que ela topou aquela proposta ridícula da Alyssa. — A pausa que Jane deu após essa frase fez Erin se dar conta que ela estava falando no telefone com alguém. — Exatamente! Transar com a amiga e o namorado dela? Me desculpa, sou super a favor da liberdade sexual, mas isso é coisa de vadia. 

A Landfish segurou a risada incrédula que queria escapar dos seus lábios. Não queria fazer barulho e entregar que ouvia a conversa. 

— Você vai ver. Não vai levar muito tempo para a Erin enlouquecer e acabar roubando o Alex da Alyssa. Ela sempre foi muito carente de atenção, e não vai se importar se está estragando uma amizade ou não. 

Mais uma pausa.

— Eu sempre avisei a todo mundo que ela não é flor que se cheire. A Erin quer todos os homens do mundo pra ela, e isso é muito feio. Semana passada mesmo, ela tentou a chance com o Embry Call. Foi engraçado demais ver ela sendo rejeitada.

O riso debochado de Jane a fez apertar a maçaneta com força, querendo descontar a sua raiva de alguma maneira. 

— Juro que tentei impedir! Amiga, você tinha que ver o mico! Ela ficou tentando beijar o pobre coitado à força. Se não fosse por mim, ela teria rasgado as roupas dele ali, no meio de todo mundo. 

“Mas que vagabunda mentirosa!”.

— Como se Embry Call fosse querer alguma coisa com ela… Parece até piada. Ele é muita areia para o caminhãozinho da Erin. 

A Miller riu como se tivesse dito a coisa mais engraçada do mundo. 

— Depois que ela passou na mão do Paul, e aposto que na do Jared também…

Erin interrompeu batendo na porta. Tinha levado golpes o suficiente naquele dia, não precisava de mais algum. 

— Espera, tem alguém batendo na porta… 

A Landfish se afastou assim que ouviu os passos de Jane se aproximando, e tentou o máximo possível relaxar sua expressão. Quando a outra quileute abriu a porta, Erin lançou um sorriso sincero ao ver o semblante chocado.

— Oi, amiga! — A voz da Miller falhou no final da frase. Seu celular estava apertado em uma das mãos, e ela não parecia saber muito bem como agir. 

— Biscoitinho! — Usou o apelido “carinhoso” somente para confirmar o quão falsa Jane Miller era. — Posso entrar? 

Erin fingiu não ouvir o suspiro aliviado vindo de Jane quando passou pela porta do quarto dela, e se jogou na cama forrada com uma manta cor-de-rosa. Ela arrumou um dos travesseiros para apoiar a cabeça, e não se sentiu tímida para mexer na caixinha de esmaltes que estava ali.

— Eu estava pintando as unhas — comentou a Miller, aproximando-se para sentar ao lado da outra. Ela não pareceu tão à vontade como normalmente. Talvez fosse a consciência pesando. 

Erin pegou a mão dela para analisar a cor. Era um azul-bebê até que bonito. 

— Está lindo — elogiou, acariciando a mão dela com a ponta dos dedos. — E aí, tem alguma novidade?

Quando viu o corpo de Jane tensionar, afastou-se e agarrou um dos ursinhos de pelúcia que estavam jogados na cama. Apesar da Miller odiar seu quarto infantil, deixava-o da mesma forma para continuar fazendo seus pais acreditarem que era apenas uma garota virginal e inocente. 

— Nenhuma. — Ela deu de ombros, voltando a tirar os borrados da unha. — Me diz você. Não teve tempo de me contar os detalhes do seu ménage com a Alyssa e o Alex. 

Erin sorriu maliciosa, mas se esquivou do pedido. 

— O que acha? — Ela se inclinou sobre o corpo de Jane, e pegou dois esmaltes da caixinha, fazendo questão de tocar nela o máximo possível. — Pinto de verde-inveja ou vermelho-tezão? 

A Miller soltou uma risada estrangulada, revirando os olhos. 

— Isso não existe, Erin. E você combina com vermelho-paixão. — A garota fez questão de frisar a última palavra. — Mas vai, para de me enrolar. Me conta o que aconteceu naquele quarto. 

Erin mordeu o lábio inferior e se jogou para trás. Intencionalmente, sua mão agarrou a coxa de Jane, e ela deu um leve aperto antes de soltar.

— Foi legal. Eu curti bastante, na verdade — contou a Landfish com sinceridade. — Mas não acho que eu vá repetir algo assim. É gostoso, mas prefiro transar com uma pessoa de cada vez. 

Jane soltou um resmungo inaudível, que Erin não fez questão de compreender. 

— E qual dos dois você preferiu? A Alyssa ou o Alex? — Não era novidade que a Miller sentia ciúmes da sua amiga loira. Ela sempre se irritava quando percebia Erin e a outra se aproximando mais. 

— Alyssa, com certeza — afirmou, fechando os olhos. — Mas não dá pra confirmar muita coisa com o Alex, porque não deixei ele me foder. A transa foi mais sobre ela. 

A garota sentiu a amiga encarando-a, entretanto, não abriu os olhos para verificar. Tinha certeza que ela tinha ficado mordida. Jane era extremamente competitiva, e fazia bico quando se achava menos atraente que alguém. 

Erin continuou parada mesmo quando sentiu a mão dela pegando a sua. Ela pensou, a princípio, que Jane iria pintar suas unhas, mas estava equivocada. 

Assim que sentiu sua pele tocando uma superfície macia, abriu os olhos. Jane estava apertando um dos seus peitos com a sua mão. 

— Os peitos dela são mais gostosos que os meus? 

“Ah, então é sobre isso”, pensou a Landfish, desdenhando da infantilidade da amiga. Ela apenas queria se provar melhor que Alyssa. 

— Não sei. — Erin se deixou levar. Sabia que ela era falsa. No entanto, Jane era uma falsa muito gostosa que precisava de uma lição. — Os seus estão muito cobertos para eu saber. 

Ela levantou a camisa de Jane, e acariciou a barriga de pele avermelhada até chegar ao sutiã. Com movimentos rápidos, tirou o tecido do seu corpo sem parar de encarar os seios fartos presos pela langerie. 

Erin beijou o pescoço dela, arrancando um gemido baixinho em resposta, e desceu chupando sua pele até chegar perto dos seus seios. Preferindo tocá-los sem o sutiã atrapalhando, tirou a peça com agilidade, e a jogou em algum canto do quarto. 

Ela tocou um dos bicos com o dedão, fazendo movimentos circulares. Levantou a cabeça para olhar para Jane, mas não conseguiu se sentir tão excitada quanto a outra. 

Apertou o seio esquerdo com a mão, ao mesmo tempo que levava a boca até o outro. Assim que deu a primeira chupada, Jane gemeu. 

— Shhh — ordenou Erin. — Não queremos que sua mãe abra a porta e nos flagre assim. 

A Miller assentiu, entretanto, a quileute não deu chance para que ela formulasse uma resposta. Sugou ambos os seios com vontade, trocando de um para o outro. 

Ela sentou entre as pernas de Jane e a empurrou para trás. Como a garota estava com um shorts de tecido fino, não teve muito trabalho para afastar a calcinha para o lado. 

— Não sabia que você se molhava tão rápido, biscoitinho. 

Jane puxou um dos ursos de pelúcia e o mordeu para conter o gemido. Estaria tão ferrada se sua mãe ou seu pai pegassem-na daquela maneira. 

Ela afastou os pequenos lábios com os dedos, querendo vê-la melhor. Se Jane não tivesse perdido toda a beleza para ela com as porcarias que tinha dito, Erin se daria o trabalho de chupá-la. 

Com movimentos lentos de vai-e-vem até enfiar o dedo na boceta molhada, ela instigava o clítoris pulsante com o polegar da outra mão. 

Jane se contorcia sob Erin, impulsionando o quadril para procurar mais atrito. 

— Eu ouvi tudo, Jane. — Ela não parou os movimentos, mesmo que a “amiga” tivesse arregalado os olhos em choque. Erin podia sentir que a Miller estava muito perto do orgasmo. As suas pernas tremiam, e as paredes internas dela ordenhavam seu dedo. — E tenho uma dúvida sobre o motivo de você me odiar tanto. É só inveja ou você não aguenta o fato de que tem um tezão fodido por mim? 

A Landfish inclinou-se para a frente. Queria que Jane ouvisse com clareza mesmo em meio a um orgasmo. 

Verde ou vermelho?


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