What makes you beautiful escrita por juuh godoy


Capítulo 3
Finalmente 16


Notas iniciais do capítulo

Oie gente! Feliz sexta!! Aproveitem o capítulo e preparem os fones que vem muita fofura e música por aí!!



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 17 de julho de 2017.

     -James, vamos nos atrasar! –chamou Lily, do andar debaixo.

     -Já estou indo! –respondeu, terminando de fechar a mochila.

     -Por que você enrola tanto? –perguntou a ruiva, assim que ele pisou na sala.

     -Eu estava conferindo se não faltava nada. Você devia tentar às vezes, quem sabe assim não esqueceria no mínimo três itens por viagem! –ela fez uma careta. –E a atrasada sempre é você! Me atraso uma vez na vida e já levo patada.

     -Bom, -Lily ignorou a última parte da reclamação –mas aí você perderia a função, já que sempre leva as coisas extras que você sabe que eu esqueço –deu de ombros.

     -Mas aí eu não demoraria tanto parar arrumar tudo e...

     -Já estão discutindo? –perguntou Fleamont, saindo da cozinha em direção a sala –A viagem nem começou ainda.

     Os dois riram, indo se despedir dele.               

     -Tchau, pai. Cuida da mamãe por mim –aconselhou James.

     -Eu cuido desde antes de você sonhar em nascer, seu cabeçudo –respondeu Fleamont, revirando os olhos. –Vão se despedir, ela não iria querer que vocês saíssem sem falar com ela.

     Os dois anuíram, deixando as mochilas na escada e foram em direção ao quarto do casal, que passou a ser no primeiro piso, desde que Euphemia adoeceu.

     -Mãe? –perguntou James, batendo na porta.

     -Pode entrar –ela respondeu de dentro do quarto –Vocês já estão indo?

     -Estamos –respondeu Lily, se aproximando da cama em que Euphemia estava deitada –Como você está?

     -Estou melhor, eu juro –disse com segurança, segurando a mão do filho –estou só precisando de um repouso.

     -O que o médico disse? –perguntou James.

     -Ele disse que eu melhorei muito com o tratamento, e que se eu continuar assim, dentro de duas semanas eu já estarei novinha em folha, só fazendo check up mensais. –sorriu docemente para os dois –então não se preocupem comigo! Aproveitem a semana em Londres! E me mandem notícias!

     -Pode deixar –riu Lily –não vou deixar esse pateta esquecer de te mandar mensagem.

     -E sou eu que esqueço de dar notícias, Lily Evans? –perguntou James, em um falso tom de ofendido –Que eu saiba, eu preciso lembrar a senhorita de tirar o celular do silencioso e falar para a sua mãe que você está viva, toda santa vez!

     -De novo isso, Potter? Já está ficando repetitivo –Lily bufou.

     -Ok, chega –Euphemia interrompeu quando James abriu a boca para retrucar, rindo –eu não sei como vocês são amigos há tanto tempo! Vocês discutem o dia inteiro! Mas enfim, me deêm notícias, me mandem fotos, aproveitem, e Lily querida, manda um beijo para os seus avós! Muito gentil da parte deles deixar James passar a semana com você. Só Deus sabe o tanto que esse menino dá trabalho.

     -Eu sou um santo –James disse, cruzando os braços e fazendo biquinho.

     -Claro que é –Lily revirou os olhos –Vou mandar seus agradecimentos, Euphemia.

     -Agora venham cá me dar um abraço –os dois se entreolharam e riram, abraçando a senhora.

     -Meninos –chamou Fleamont, entrando no quarto –estão chamando vocês. Está na hora.

     Os dois assentiram, dando um último abraço de despedida no casal e indo em direção ao carro dos Evans.

     -Lily, pegou tudo? –perguntou Helena, guardando a mochila da filha no porta malas.

     -Peguei, mãe –a ruiva revirou os olhos.

     -James, pegou tudo que ela esqueceu? –James gargalhou, assentindo e entrando no carro ao lado da amiga, emburrada.

      -Por que vocês dizem isso toda vez? –reclamou quando estavam todos dentro do carro –Eu só esqueci uma coisinha ou outra.

     -Uma coisinha ou outra em todas as viagens, querida –rebateu Richard, que dirigia.

     A garota revirou os olhos e bufou, o que fez com que todos rissem.

     A viagem para Londres foi tranquila, com paradas apenas para ir ao banheiro, de maneira que antes do almoço já estavam na frente da casa da mãe de Helena.

     -Eles chegaram! –exclamou Violet Lyndon, mãe de Helena, na porta da casa –Victor, eles chegaram!

     -Eu já entendi, querida –respondeu o marido, aparecendo na porta.

     -Vovó! –Lily exclamou, gritando e correndo para os braços da avó que só via nas férias de verão e no Natal.

     -Lily, como você cresceu! –disse surpresa ao perceber que a mais nova estava mais alta que ela.

     -Oi, vô –abraçou o avô, que riu e a ergueu. –Vocês lembram do James? –perguntou apontando para o amigo, que se aproximava deles com a mochila dos dois.

     -James! Que bom ver você novamente! –a idosa o abraçou fortemente.

     -Muito bom te ver, garoto –concordou Victor, o cumprimentando.

     -Oh, o prazer é todo meu. Obrigado por me receberem, senhor e senhora Lyndon.

     -Não seja bajulador, James Potter –bufou Lily, entrando na casa –Não deixem que ele engane vocês, ele consegue ser muito implicante e irritante.

     -E mesmo assim você me convida para passar uma semana de férias em Londres com você –falou James, em um tom divertido.

     -Como vocês são implicantes! –exclamou Richard, abraçando os sogros –Eu nunca vi duas pessoas que se dão tão bem implicarem um com o outro desse jeito.

     -Deixe as crianças, Richard –repreendeu Helena, indo abraçar os pais.

     -Petúnia não veio mesmo? –perguntou Victor, antes de fechar a porta.

     -Ela quis passar a semana na casa de uma amiga, e como ela já tem 17 anos, achei melhor deixá-la lá feliz, do que aqui enchendo a minha paciência porque quer voltar para a casa. –respondeu Helena.

     -Bom, James e Lily fiquem com o quarto menor –apontou a senhora Lyndon para o andar de cima –e vocês dois –apontou para o casal Evans –ficam com a suíte.

     Eles assentiram, levando as malas para os respectivos quartos.

     -Eu senti falta daqui –sorriu Lily, tirando as roupas da mala e colocando nas gavetas, olhando o quarto que passara boa parte da sua infância –a única diferença é que as camas aumentaram, já que crescemos.

     -Você me mostrou foto, depois que eu te mostrei as da Disney, lembra? –perguntou James, lembrando-se do dia que se conheceram. –E eu já vim aqui duas vezes.

     -Nossa, já faz nove anos que eu te suporto –Lily riu, se jogando na cama de solteiro ao lado da janela.

     -Você me suporta? –James riu de volta, sentando na cama que iria dormir, que pertencia a Petúnia, ao lado da porta.

     -Claro, Potter –bufou Lily –Ei, eu acho que eu esqueci o fio dental.

     -Aqui –ele pegou da mochila e jogou na amiga –a pasta de dente também. E a escova de cabelo.

     -Como você sabia? –ele riu, revirando os olhos.

     -Eu te conheço, ruiva. Sei de cor todas as coisas que você esquece já. –ela bufou.

     -Obrigada, de qualquer forma. Agora, vamos almoçar!

     -Nunca vi uma pessoa tão esfomeada quanto você –bufou James, seguindo-a.

     -Eu estou em fase de crescimento –retrucou Lily, descendo as escadas com James em seu encalço –eu preciso me alimentar bem!

     -Alimentar bem não quer dizer comer o tempo inteiro.

     -Comer o tempo inteiro? Eu não como desde que saímos de Godric´s Hollow! Já faz mais de três horas. –James revirou os olhos.

     -Eu também, mas ainda assim eu não estou desesperado para almoçar. E olha que eu sou bem mais alto que você, e teoricamente preciso de mais comida.

     -Eu não tenho culpa se você prefere comer menos que eu, idiota –eles entraram na cozinha, que estava com um cheiro bom de bife. –Hum, a comida está pronta?

     -Está, querida. Arrumem a mesa para mim, sim? –pediu a avó de Lily.

     Os dois se adiantaram, colocando os pratos, copos e talheres na mesa de jantar, sentando em seguida com os Evans, que acabavam de entrar na sala.

     -Está uma delícia, senhora Lyndon –James elogiou.

     -Oh, querido, me chame de Violet –Lily revirou os olhos.

     -Está muito gostoso mesmo, mãe –concordou Helena.

     -Lily, você vai comer de novo? –perguntou Victor, incrédulo. 

     -Eu estou em fase de crescimento –deu de ombros, se servindo pela terceira vez.

     -Eu também estou, mas nem por isso eu saio comendo tanto assim, ruiva –riu James. –É pior quando vamos em uma hamburgueria lá perto de casa –disse olhando para os adultos, que sorriram –normalmente ela come quatro sanduíches.

     -Como você é tão magrinha? –assustou-se Violet.

     -Eu pratico esportes –sorriu Lily enquanto James gargalhava.

     -Esportes, Lily Evans? Eu preciso dizer que eu faço educação física com você e você é um desastre em tudo! –os Evans riram, e os Lyndon sorriram levemente.

     -Eu vou para a escola a pé e de bicicleta, eu faço esportes –James bufou –Desculpe se eu não sou tão boa quanto você e entrei no time da escola.

     -Você entrou no time? –perguntou Richard, curioso.

     -Sim, acho que eu tenho talento para o futebol –respondeu dando de ombros.

     -Não seja modesto agora, Potter –Lily bufou –ele ficou se gabando que era o melhor jogador que a nossa escola já viu por três semanas!

     -Mas eu sou mesmo –lançou-a uma piscadinha.

     -Já participou de algum jogo? –continuou Richard.

     -Sim, pai –Lily respondeu –Lembra que eu saí toda vestida de vermelho e dourado no final do ano passado? Estava torcendo pelo idiota aqui.

     -Ah, lembro sim –disse Richard pensativo –e vocês ganharam?

     -Ganhamos –disse James, orgulhosamente –acho até que vão me escolher como capitão do time esse ano. –ele observou no canto do olho Lily colocar brócolis em seu prato.

     Ele já estava acostumado, afinal, toda vez que Helena mandava Lily colocar verduras e legumes no prato, ela colocava disfarçadamente no prato dele para ele comer.

     -Pode virar capitão assim que entrar no Ensino Médio –Lily explicou para a avó –e o capitão do ano passado acabou de se formar. James tem o segundo e terceiro ano para ser escolhido ainda.

     As conversas continuaram por um tempo, até Richard recolher os pratos e lavar a louça enquanto a esposa terminava de desfazer as malas.

     -Mandou mensagem para a sua mãe? –Lily perguntou quando voltou para o quarto com o amigo.

     -Mandei –respondeu James –acho que vou mandar para os meninos também ,faz tempo que não conversamos.

     -Claro, Remus está viajando desde que entramos de férias –Lily bufou, sentindo falta do amigo –a Lene e o Sirius não ficaram muito atrás e a Alice...

     -Está passando a semana na casa de praia da família de Frank, eu sei –James continuou, risonho –Eu estava lá quando ela se despediu! Não precisa me contar a cada meia hora.

     -Eu só acho que eles são bonitinhos –riu Lily –Quem diria que eles iriam durar assim, hum? Três anos de namoro já!

     -Você não diria que eles durariam? Lily, você já tem planos de ser madrinha do casamento!

     -Tenho mesmo –deu de ombros –mas eu só acho surreal estar namorando há tanto tempo quando se tem 16!

     -Olhando por esse lado –riu baixinho –mas nós temos nove anos de amizade e temos 16 anos, não é grande coisa.

     -James Potter, você está dizendo que a nossa amizade não é grande coisa? –James gargalhou.

     -Eu estou dizendo que a Alice e o Frank terem três anos de namoro que não é grande coisa, sua palhaça –a abraçou quando ela cruzou os braços.

     -É bom que seja isso mesmo –o olhou desconfiada.

     -Queridos –a avó de Lily os chamou do andar debaixo –vão querer fazer algo hoje ou só amanhã?

      -Não sei como está o planejamento da mamãe, vó –respondeu Lily, indo em direção ao quarto dos pais –mãe, nós vamos fazer algo hoje?

     -Não –respondeu Helena, saindo do quarto, e indo em direção a própria mãe –acho eu amanhã podemos começar com o turismo, hoje a gente descansa.

     -Posso ir para a casa de Dorcas hoje então? –perguntou Lily, sentando no sofá com James.

     -Como? Vocês não dirigem ainda, filha –respondeu Helena.

     -De trem, mãe –Lily revirou os olhos –não deve ser tão difícil assim se virar por aqui.

     -De jeito nenhum –discordou Violet –vocês estão acostumados com uma cidade pequena e calma, nada de andar por aí sozinhos.

     -Ah –Lily ficou visivelmente decepcionada –Tudo bem então.

     -Mas nós podemos fazer uma maratona de How I Met Your Mother, o que você acha? –James sugeriu.

      -É, pode ser –concordou sorrindo.

     O dia seguinte foi o dia de compras. A mãe de Lily adorava comprar as roupas em Londres, porque apesar de mais caro, tinha milhares de vezes mais opções e acabava ficando mais divertido.

     A semana passou rapidamente, então eles aproveitaram tudo ao máximo. James ria sem parar e Lily sorria para a visão, já que o amigo estava chateado nessas férias pelo adoecimento da mãe e o cancelamento da viagem em família que sempre faziam nessa época do ano. 

     -Hoje nós vamos para London Eye! –disse Lily animada, no telefone com Dorcas –Amiga, a gente pode se encontrar lá? Eu só pude ir para a sua casa uma vez!

     -E é o último dia –concordou James, já que o celular estava no viva voz.

     -Eu tenho que ver direitinho com a minha mãe, Lils, mas eu acho que não vai ter problema. Não temos nada planejado para hoje mesmo.

     —Ótimo, fala com ela direitinho e me manda mensagem! –Dorcas riu.

     -Vou falar. Beijo.

     -Tchau, Doe –disse James, antes de Lily desligar –Está animada?

     -Sim! Eu lembro de ir para London Eye quando eu ainda morava aqui! Claro que eu fui depois, mas você nunca foi! Ah, James, você vai adorar! A vista é tão linda! –ele riu.

     -Eu tenho certeza que vou, ruiva –respondeu, calçando o tênis.

     Os dois saíram do quarto, com Lily falando animadamente durante todo o café da manhã, e todo o caminho para o ponto turístico.

     -Dorcas disse que está me esperando na fila! –pulou Lily –Vem, James. –e saiu puxando o amigo.

     -Calma, ruiva –ela o olhou rindo –Você está linda –a olhou nos olhos, quando pararam de andar e ela corou.

     -Para com isso –riu sem graça e abaixou os olhos.

     -Mas é verdade –a olhou com intensidade.

     Lily usava um shorts jeans e uma blusa verde, que realçava a cor dos seus olhos, que somados com toda a sua alegria, brilhavam para ele. Usava um All Star combinando, que a deixavam mais estilosa. Seus cabelos ruivos e ondulados estavam soltos, e caindo delicadamente em sua cintura.

     -Eu nunca te vi de maquiagem –ele afirmou, depois de pensar por um instante –você não precisa usar para ficar linda.

     -James, está me deixando sem graça –ela corou mais ainda, enquanto ele ria.

     -Eu só estou te elogiando, ruiva –ela sorriu.

     -Lily! James! –chamou Dorcas, parada um pouco mais na frente deles –Ah, eu estava procurando vocês!

     -Oi, Doe –Lily abraçou a amiga. –Como você está?

     -Ah, bem –disse de forma banal –e vocês? Por que está tão corada, Lils?

     -É só o calor –ela disse quando Dorcas abraçou James–mas e aí? O que querem fazer primeiro?

     Eles já iniciaram o passeio discordando, mas entraram em comum acordo depois de um tempo. London Eye acabou ficando para a noite, já que dava uma vista mais bonita, mesmo que Dorcas tenha brigado, já que estava na fila há um tempo.

     Contudo, a amiga de Lily não pôde ir para a roda gigante, porque seus pais vieram buscá-la antes de sequer entrarem na fila novamente, ao entardecer. Ficou chateada, mas como morava na cidade, tinha acesso ao brinquedo quando quisesse, logo, não houve nenhum grande estrago.

     -É a nossa vez –pulou Lily, entrando no brinquedo –você está pronto?

     -Estou, Lils –o garoto riu, sentando ao lado dela –Nossa! –exclamou quando pararam no alto –É realmente lindo.

     -Eu te falei! –Lily riu, olhando para a cidade –é muito linda, né?

     -A mais linda de todas –respondeu James, com um sorriso torto, olhando para a ruiva.

     Resolveu então que iria querer guardar esse momento para sempre. Sem a garota ver, ele tirou uma foto dela sorrindo para a cidade, maravilhada.

     -Vamos? –perguntou Richard, quando os dois saíram da roda gigante –Já fizeram tudo?

     -Sim –respondeu Lily –pai, eu não me canso de olhar para essa cidade! Ela é tão linda!

     -Eu sei, querida –Richard riu, entrando no carro.

     Chegaram na casa dos avós de Lily cansados, de modo que foram todos direto dormir. No dia seguinte, acordaram bem cedo e se despediram da família, pegando estrada para Godric´s Hollow.

     28 de julho de 2017.

     James.

     A viagem para Londres foi incrível e fiz questão que todo mundo soubesse disso assim que cheguei. Aproveitei cada momento...principalmente com a ruiva.

     -Ficou pronto, senhor –falou a atendente da loja –Aqui está. São cinco libras.

     -Obrigado –agradeci, pagando e pegando o envelope.

     Fora da loja, subi na bicicleta e fui para casa, entrando direto no meu quarto. Abri o envelope com as fotos da viagem, a maioria delas de Lily, quando ela nem sabia que eu estava fotografando-a. Olhei para aquela, a mais perfeita de todas, em que estávamos no topo da London Eye e ela sorria com a vista.

     Sem perceber, acariciei lentamente a foto.

     -A mais bonita de todas –murmurei, sorrindo.

     Alguns versos foram se formando na minha cabeça de uma vez, e eu senti uma forte necessidade de escrevê-los. Fechei a cortina para que Lily não me visse, peguei um caderno qualquer e meu violão.

You're insecure, don't know what for

You're turning heads when you walk through the door

Don't need make-up to cover up

Being the way that you are is enough

 

Everyone else in the room can see it

Everyone else but you

 

Lily, you light up my world like nobody else

The way that you flip your hair gets me overwhelmed

But when you smile at the ground it ain't hard to tell

You don't know oh oh

You don't know you're beautiful

     -Isso ficou bom, cara –ouvi a voz de Sirius na porta.

     -É...obrigado –murmurei, colocando o violão em cima da cama.

     -Eu estou falando sério, idiota –ele riu, puxando a cadeira da minha escrivaninha e sentando –não sabia que você escrevia músicas.

     -Eu não escrevo –revirei os olhos –foi só essa e aquela que eu e a Lily fizemos...-me interrompi, percebendo que tinha acabado de soltar um segredo.

     -Você escreveu uma música com a Lily? –ele levantou a sobrancelha.

     -Sim, mas isso era para ser um segredo, então não fala nada para eu não perder a melhor amiga –ele bufou.

     -Precisa de muito mais que um segredinho assim sendo solto para separar vocês, cara –eu sorri.

     -Eu sei –ele me analisou por um tempo, até soltar uma alta gargalhada.

     -Você está percebendo, né? –o olhei interrogativamente.

     -Percebendo o que, cachorro? –ele bufou.

     -Que está gostando de Lily –ele revirou os olhos. –Qual é, cara, olha essas fotos –ele apontou para as fotos de Londres espalhadas pela cama.

     -O que é que tem? –perguntei –são fotos de dois melhores amigos que passaram uma semana juntos em uma viagem.

     -E essa música aí? –ele revirou os olhos –“Lily, you light up my world like nobody else”. Você não escreve essas baboseiras românticas senão estiver apaixonado.

     -Ela é a minha melhor amiga –ele bufou –não tem nada demais em ela iluminar o meu mundo, cara.

     -A Lene também é sua amiga, e bem próxima também –ele disse –mas você não escreve essas coisas para ela, escreve?

     -Não, mas a minha amizade com a Lily é mais forte –ele bufou novamente.

     -Ok, James, eu deixo você negar que é completamente apaixonado pela...-e limpou a garganta.

     -Por quem James é completamente apaixonado? –perguntou Lily, entrando no quarto com Lene.

    -Por ninguém –respondi rapidamente, juntando as fotos e a letra da música.

     -O que você está escondendo da gente? –perguntou Marlene, apontando para o envelope que eu coloquei atrás de mim.

     -São só umas fotos de Londres –respondeu Sirius, na maior calma, fazendo com que o olhar das duas fosse para ele –ele não quer mostrar porque as habilidades dele de fotógrafo são inexistentes.

     Peguei a deixa para colocar tudo rapidamente em uma gaveta do criado mudo. Deixei separada só uma das fotos, aquela que eu e Lily sorríamos na frente de um restaurante. Aquela, Lily sabia que existia.

     -Deixa eu ver, Jay –pediu Lene, com a cara de pidona dela que ela sabia que era irresistível –Por favor.

     -Aff –resmunguei, entregando a foto para ela –satisfeita em ver que eu não sei tirar selfies?

     -Ah, ficou boa –disse Lily, olhando por cima do ombro de Marlene.

     -Ficou mesmo, seus dramáticos –Lene me entregou a foto e Sirius levantou o polegar para mim, já que elas estavam de costas para ele.

     -O que vocês acham de ir lá para a casa da árvore? –perguntou Lily, olhando para nós dois –podemos jogar verdade ou desafio, sei lá.

     -Verdade ou desafio, não –neguei rapidamente, e Sirius segurou o riso –esse tipo de brincadeira tem que ser feita com um grupo maior –completei rapidamente.

     -Prongs está certo –disse Sirius, olhando para mim como se dissesse “está me devendo uma”.

     -O que faremos então? –indagou Marlene.

     -Sorveteria? –sugeri e elas reviraram os olhos.

     -Fala sério, Potter –bufou Lily –eu já te falei que você está ficando repetitivo? Está envelhecendo precocemente.

     -Lily –ela me olhou em desafio –vai cagar –ela riu alto.

     -Ok, nada de sorveteria –falou Padfoot –uma corrida de bike?

     -Isso nós fazemos indo para a escola –Lene discordou –vamos para a piscina!

     -Que piscina, sua maluca? –perguntou Lily, rindo –esqueceu que moramos na Inglaterra e que aqui é frio?

     -A casa da Alice tem uma piscina aquecida –ela deu de ombros.

     -Ela já voltou? –perguntei.

     -Voltou ontem –respondeu Lily –mas não seria muita folga nos oferecermos para fazer uma festa na piscina na casa dela?

     -Seria –concordei, e todos rimos. –Ok, nada de piscina então, a não ser que ela ofereça em algum momento.

     -Vamos criar uma banda! –exclamou Sirius, depois que fizemos um minuto de silêncio.

     -Banda? –Lene gargalhou –Do que você está falando?

      -Nem me esperaram chegar –ouvimos uma voz na porta do quarto –Que tristeza! Meus amigos estão planejando criar uma banda e nem me chamaram!

     -REMUS! –gritou Lily, pulando no pescoço dele. Ela precisava mesmo fazer isso? –Como você está alto!

     -Acho que eu cresci um pouco –ele riu.

     Realmente, quando nos vimos pela última vez, que foi um mês atrás, ele estava uns cinco centímetros menor.

     -E aí, Moony –cumprimentei por último. –Saudade da gente?

     -Pior que sim, Prongs –nós rimos –chega um momento na viagem que a gente só quer voltar para casa.

     -E como foi lá na sua tia? –perguntou Marlene, se jogando na minha cama, ao lado de Lily.

     -Inicialmente foi bom, mas depois de uma semana começou a ficar cansativo –deu de ombros –mas que história é essa de banda?

     -O Pads que inventou –respondi, batendo na cabeça do mencionado anteriormente.

     -Eu estava falando sério –ele reclamou –fala sério! Eu toco bateria, o James guitarra e violão, você –ele olhou para Remus –estava fazendo aula de baixo, a Lily toca teclado, Lene arranha na guitarra também...uma banda completa aqui!

     -Six –Lily disse delicadamente –você pirou. Acho que passar um mês na companhia da sua família não te fez bem.

     -A companhia deles não faz bem para ninguém –ele resmungou –mas esse não é o ponto!

     -Ok, -Marlene começou, sentando na cama –se criássemos uma banda, hipoteticamente, onde ensaiaríamos?

     -Sua casa tem um porão, amiga –respondeu Lily –e só tem tralha lá. O barulho lá é bem abafado e tem espaço suficiente para os instrumentos.  

     -Ok, e hipoteticamente –continuei, sem querer demonstrar que a ideia do cachorro era boa –quem cantaria?

     -Você e a Lily, cabeçudo –respondeu Remus –eu sou um desastre além de ser muito tímido, o Sirius e a Lene cantam mais ou menos, mas você e a Lily são bem afinadinhos.

     -Oh, obrigada –Lily bufou –dois anos de aula de canto para virem me chamar de afinadinha —nós rimos.

     -E seriam covers ou músicas autorais? –Sirius perguntou, olhando para mim de relance.

     -E desde quando nós temos músicas autorais? –Lene revirou os olhos.

     -Bom ponto –concordei, fuzilando Sirius pelo olhar –covers então.

     -Estamos realmente levando isso a sério? –perguntou Lily, chocada.

     -Estamos –Sirius respondeu –O que seria o pior que poderia acontecer? A gente tocar mal e desistir da ideia? Temos um mês de férias ainda!

     -Ok, todos estão de acordo? –nos entreolhamos e acenamos positivamente –ok, qual vai ser o nome? –perguntou Lene.

     -The Marauders! –dissemos eu e Sirius, em uníssono,

     -Vocês realmente querem que o nome da nossa banda seja o apelido ridículo de vocês da escola? –Lily bufou.

     -Não é ridículo –discordei –e é um bom nome!

     -Prongs, Moony, Padfoot e Lily-flower –disse Lene, pensativa –The Marauders. Eu prefiro ficar tocando só para substituir o James quando for necessário, cantar uma música ou outra, porque a maior parte do tempo eu quero ficar responsável por colocar tudo no YouTube, gravar e tals. Eu acho que dá certo.

     -Viu, sua chata –baguncei os cabelos de Lily –só você não concorda.

     -Lily-flower? –ela olhou para Lene com raiva –isso é ridículo!

     -Eu achei bonitinho –Remus discordou.

     -Bonitinho para um bebê, não para uma garota de 16 anos! –ela exclamou.

     -Ah, qual é, Lils –levantei quando ela foi para o outro lado do quarto, de braços cruzados –combina com você. Por favor, vai!

    -James, Lily –flower? –ela bufou –é péssimo!

     -Não –discordei, segurando seu queixo para que ela me olhasse –é lindo, assim como você –ela corou.

     Remus limpou a garganta, segurando a risada.

     -Então, Lily-flower ou não? –perguntou quando o olhamos.

     -Não. –respondeu Lily –mas por enquanto não temos mais nada, então a gente define direitinho depois.      

     -Ótimo –Sirius levantou da cadeira –agora vamos para a casa de Lene para ver se a mãe dela deixa.

     A senhora Mckinnon foi um amor conosco e riu quando contamos que queríamos criar uma banda. Ela achou a ideia muito fofa e fez o marido tirar todas as caixas que estavam no porão para limparmos e levarmos os instrumentos.

06 de agosto de 2017.

Lily.

 

     —Amiga, o que você está fazendo? –Lene me perguntou, entrando em meu quarto –está atrasada pro ensaio.

     -Nossa –bati na testa –eu perdi a hora. –fui guardar meu caderno de música na gaveta.

     -O que é isso? –ela perguntou, apontando para o caderninho.

     -Um diário –dei de ombros

     Fiquei refletindo se contava a ela a respeito da música que fiz com James ou não. Não era uma música maravilhosa ou algo assim, mas se realmente levarmos essa ideia de banda para frente, é bom ter uma música autoral. Estamos realmente sincronizados nos covers e até a mãe da Marlene veio nos elogiar um dia. Tudo bem que ela é mãe de uma das integrantes, então o elogio não deve ser levado em grande consideração, mas realmente estamos gostando do grupo e de tocarmos juntos.

     De qualquer forma, é a Lene. Eu confio nela com a minha vida e eu sei que se eu pedir, ela não contará para ninguém.

      –Na verdade...Lene,eu escrevo músicas nele –ela me olhou espantada –calma, não são boas, mas é um jeito de desabafar. Eu só escrevi de verdade uma até hoje. O resto são só uns trechos que não foram terminados. Se criarmos um canal no YouTube para a banda mesmo, eu pensei que a gente poderia dar uma analisada na letra da que está terminada para ver se dá para...

     -Me deixa ler –ela me interrompeu –eu sei que você é talentosa, Lils. Você sempre cantou bem, tem bom gosto para artistas, muita criatividade e faz umas rimas muito boas. Duvido que qualquer coisa que você tenha escrito aí esteja ruim.

     -Que tal eu mostrar uma para vocês no porão? James a conhece, ele até me ajudou com uns trechos, e a gente toca para vocês –os olhos dela brilharam.

     -Vamos!

     Quando sentei atrás do teclado para começar a tocar, repensei no que eu tinha acabado de fazer. Eu acabei de revelar que escrevia músicas e disse que ia cantar para os meus amigos! Eu não sou nenhuma profissional, como eu pude ser tão estúpida? Eles vão odiar e ficar sem graça de me contar! Ai, que vergonha.

     -Lils –James me chamou, ficando ao meu lado –a música é incrível e eu estou muito orgulhoso que você resolveu mostrar para eles o seu talento, mas se você tiver muito nervosa, quiser desistir, eu vou entender.

     -Eu não sei –suspirei –eu quero que alguém ouça, mas eu não vou aguentar me elogiarem por pena.

     -Por pena? –ele me tirou de trás do teclado e me colocou na sua frente, acariciando meu rosto.

     Eu senti novamente a mesma coisa de quando trocamos um beijo. Uma forte corrente elétrica passando pelo meu corpo, um frio na barriga e um quentinho no coração. Novamente, as batidas dele pararam, para voltar com toda a força.

     O que é isso? O que eu estou sentindo? E por que está ficando tão comum sentir isso quando estou perto de James?

     Será que estou me apaixonando? Por James? Pelo meu melhor amigo?

     Porque essa é exatamente a descrição de paixão nos meus livros de romance.

     –Você escreveu uma música maravilhosa, eu te garanto. –ele continuou, me tirando do transe -Todo mundo vai amar e ficar impressionado com o seu talento, e pode deixar que se alguém te elogiar por pena –ele fez uma careta, me fazendo rir –eu mesmo acabo com eles.

     -Jura juradinho e de dedinho? –sorri levemente e ele assentiu, cruzando seu mindinho com o meu.

     -Oh, se você mostrar a sua música, eu juro que eu mostro para vocês uma que eu estive trabalhando semana passada e essa semana –arregalei os olhos.

     -Você escreveu uma? –ele anuiu –isso é um bom incentivo, James Potter. Estou curiosa! –ele riu.

     -Então vamos tocar? –concordei, com o coração disparado.

     Só não sei se ele disparou por James estar tão perto ou por cantar uma música minha na frente dos meus amigos...ou será que são os dois?

     Como eu fui tão idiota? Eu estou definitivamente me apaixonando pelo meu melhor amigo! O que eu vou fazer agora? Ele nunca vai me corresponder, e eu vou perdê-lo. Burra, burra, burra.

If you ever find yourself stuck in the middle of the sea,
I'll sail the world to find you
If you ever find yourself lost in the dark and you can't see,
I'll be the light to guide you

 

     Sorri para ele, que lançou-me uma piscadela, me incentivando com o olhar a cantar com ele.

Find out what we're made of
When we are called to help our friends in need

You can count on me like one two three
I'll be there
And I know when I need it I can count on you like four three two
You'll be there
'Cause that's what friends are supposed to do, oh yeah

Whoa, whoa
Oh, oh
Yeah, yeah

If you tossin' and you're turnin' and you just can't fall asleep
I'll sing a song
Beside you
And if you ever forget how much you really mean to me
Everyday I will
Remind you

Ooh
Find out what we're made of

When we are called to help our friends in need

 

You can count on me like one, two, three

I'll be there

And I know when I need it

I can count on you like four, three, two

You'll be there

'Cause that's what friends are suppose to do

Oh, yeah

 

(Ooh, ooh, ooh, uh, uh)

(Ooh, ooh, ooh, uh, uh)

(Yeah, yeah)

 

You'll always have my shoulder when you cry

I'll never let go, never say good bye

 

You know you can count on me like one, two, three

I'll be there

And I know when I need it

I can count on you like four, three, two

And you'll be there

'Cause that's what friends are suppose to do

Oh, yeah

 

(Ooh, ooh, ooh, uh, uh)

(Ooh, ooh, ooh, uh, uh)

 

You can count on me

'Cause I can count on you

 

     -Vocês esconderam esse talento esse tempo todo? –perguntou Lene, quando terminamos, sorrindo um para o outro –poderíamos ter ganhado dinheiro com isso!

     -Não exagera, Marlene –revirei os olhos.

     -Exagerar? Lily, isso é fantástico! –ela exclamou, e os outros dois acenaram veemente.

     -Vocês gostaram mesmo? –perguntei, insegura, olhando para James pedindo apoio.

     -Eu amei! –foi a vez de Remus se expressar –é serio, Lils, eu não sabia que você era tão talentosa.

     -Eles estão falando sério –James sussurrou em meu ouvido, assim que me abraçou por trás, como ele sempre fazia quando eu precisava de apoio –viu? Eles amaram, ruiva.

     Fiquei toda arrepiada com o corpo dele tão perto de mim. E ele faz isso há anos! Definitivamente apaixonada, meu Jesus.

     -Lily –Sirius disse, me olhando com seriedade –realmente ficou muito bom! Eu estou impressionado –sorri, sabendo que quando me olhava assim, ele iria falar a verdade.

     -Obrigada, gente –eu ri.

     -Bom –James disse, ainda me abraçando, mas dessa vez falando com todo mundo –já que a Lily resolveu mostrar o talento dela, eu resolvi cantar uma música minha também –virei para ele, sorrindo –eu a escrevi há uns dias e estava terminando-a para poder mostrar para vocês –ele me soltou e foi para o violão. –O nome dela é What Makes You Beautiful.

     Ele começou a cantar, olhando para mim e sorrindo e eu, sem nem perceber, perdi o fôlego.

You're insecure, don't know what for

You're turning heads when you walk through the door

Don't need make-up to cover up

Being the way that you are is enough

 

Everyone else in the room can see it

Everyone else but you

 

Baby, you light up my world like nobody else

The way that you flip your hair gets me overwhelmed

But when you smile at the ground it ain't hard to tell

You don't know oh oh

You don't know you're beautiful

 

If only you saw what I can see

You'll understand why I want you so desperately

Right now I'm looking at you and I can't believe

You don't know oh oh

You don't know you're beautiful oh oh

But that's what makes you beautiful

 

So come on, you got it wrong

To prove I'm right I put it in a song

I don't know why, you're being shy

And turn away when I look into your eyes

 

Everyone else in the room can see it

Everyone else but you

 

Baby, you light up my world like nobody else

The way that you flip your hair gets me overwhelmed

But when you smile at the ground it ain't hard to tell

You don't know oh oh

You don't know you're beautiful

 

If only you saw what I can see

You'll understand why I want you so desperately

Right now I'm looking at you and I can't believe

You don't know oh oh

You don't know you're beautiful oh oh

But that's what makes you beautiful

 

     James parou um pouco para sorrir para mim, de lado, mostrando suas covinhas. Eu quase derreti ali mesmo.

 

Baby, you light up my world like nobody else

The way that you flip your hair gets me overwhelmed

But when you smile at the ground it ain't hard to tell

You don't know oh oh

You don't know you're beautiful

 

Baby, you light up my world like nobody else

The way that you flip your hair gets me overwhelmed

But when you smile at the ground it ain't hard to tell

You don't know oh oh

You don't know you're beautiful

 

If only you saw what I can see

You'll understand why I want you so desperately

Right now I'm looking at you and I can't believe

You don't know oh oh

You don't know you're beautiful oh oh

You don't know you're beautiful oh oh

That's what makes you beautiful

 

     Eu não consegui dizer nada, só fiquei lá, que nem idiota, sorrindo e olhando para ele. Estava escrito na minha testa “boba apaixonada”, que patética. O pior foi quando o ciúme começou a se aflorar no meu peito: para quem é aquela música? Para quem ele escreveu com tanta paixão?

     O dia que resolvemos criar a banda veio na minha cabeça, e lembrei de quando chegamos no quarto, quando Sirius estava dizendo que James estava apaixonado...

     -Ficou maravilhoso, Jay –Lene o abraçou –vocês dois são os compositores da banda agora! Temos muito talento dentro dessa sala! –nós rimos.

     -Realmente, cara –falou Rem –estou impressionado com vocês dois. Tem talento para dar e vender.

     -Eu achei muito boa também –disse Sirius –principalmente quando você trocou um certo nome para “baby” –do que ele estava falando? 

     James ficou com o rosto sério e rígido imediatamente, olhando raivoso para o amigo, que riu. Ficamos sem entender o que tinha acontecido...ou será que ele colocou o nome da garota na música e mudou para “baby” para ninguém perceber? Quem será essa garota? Que eu saiba, James não está ficando com ninguém.

     Ele saiu com Mary McDonald ano passado e eles ficaram juntos por um mês. Será que a música foi para ela?

     “Mary, you light up my world like nobody else”...o pior é que combina.

     -Gostou? –James me perguntou, interrompendo meus pensamentos.

     -James, ficou incrível! –disse com sinceridade –Eu sabia que você tinha talento, já que colocou uns versos na minha música de forma tão espontânea aquele dia. Ficou realmente muito boa.

     -O que aconteceu? –ele perguntou de forma preocupada –você está com uma carinha triste, Lils.

     -Nada –eu ri fraquinho, abrindo um sorriso para tentar enganá-lo –só lembrei agora que eu tinha que fazer um brownie lá em casa. Minha mãe pediu ontem, e eu esqueci completamente –menti.

     -Eu te ajudo –ele se adiantou.

     -Não precisa, é sério. Eu faço rapidinho e tomo um banho –ele me olhou com cara de quem não acredita.

     -Ruiva, tá tudo bem mesmo? –anuí –Eu não acredito.

     -James, sério, é só um brownie, não faça tanto drama –revirei os olhos –eu preciso ir.

     -Lily...

     -Gente, eu preciso fazer um brownie para a minha mãe e tem que ser agora –falei com o resto do grupo, que conversava animadamente –depois a gente ensaia. –eles assentiram, me dando um aceno de tchau.

     Fui para casa, deitei na cama após fechar a cortina para James não me ver e fiquei encarando o teto.

     Depois de alguns minutos, que mais pareciam horas, uma forte inspiração se aflorou no meu peito e comecei a escrever a minha segunda música completa...


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Notas finais do capítulo

Gostaram?? As músicas desse capítulo foram: Count on me (Bruno Mars) e What makes you beautiful (One Direction)!
Alguém consegue adivinhar qual é a música que a Lily está escrevendo?? Dica: é famosa e de um cantor que já veio para o Brasil!!



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