Minha Âncora escrita por CM Winchester


Capítulo 3
Capitulo 2




Este capítulo também está disponível no +Fiction: plusfiction.com/book/796883/chapter/3

— Esta pronta para a prova? - Mel perguntou quando fechei meu armário.
Já tinha passado um mês desde que tivemos aquela conversa no sótão. E não tínhamos conseguido mais nada depois disso. Isaac se mantinha afastado todas as vezes que tentava me aproximar.
Para piorar comecei a ter sonhos de lobos uivando. Uivos doloridos. Nunca conseguia ver o lobo no meio da escuridão, mas escutava seus uivos. Não contei a Mel sobre isso. Ela já me achava pirada.
— Estou.
— Você esta com olheiras. - Se aproximou observando meu rosto. - Tem dormido bem?
— Sim.
— Esta mentindo. - Entortei a boca.
— Estou bem, vamos. - A empurrei para a aula de química.
— Consegui o endereço de Isaac. - Mel sussurrou antes do professor entrar na sala. - Ele mora a algumas quadras da minha casa.
— Já foi lá?
 - Mais ou menos, estava pensando em você ir para a minha casa mais tarde, podemos dar uma olhada.
— Perfeito, só vou avisar meus pais.
Enviei uma mensagem para minha mãe avisando que ficaria na casa de Mel depois da aula para terminar um trabalho.
— Condicional?
— Ha, ha. O motorista vai me buscar as 7 horas.
— Eu queria mesmo que você aprendesse a quebrar as regras.
— Quebrar as regras resultara em castigos, vou perder a confiança deles o que resultara que não vou poder ter meus minutos de paz.
— Francamente eles te criam dentro de uma bolha. Me admiro eles deixarem você estudar nessa escola.
— Por isso não posso quebrar as regras do contrario sei que a primeira coisa que farão será me enviar a um colégio interno. - Mel bufou.
— E vai viver a vida toda embaixo da aba deles?
— Vamos mesmo discutir isso?
— Só fico meio... Argh! - Deu o assunto por encerrado quando virou seu rosto para frente.
Poderia discutir com ela, mas não seria aconselhável. Sabia que ela não estava errada, minha vida era na redia curta, mas eu ainda tinha minhas escapadas. Quebrar as regras mudaria tudo e arruinaria tudo tambem. Ganho tudo o que quero por que sou uma boa menina. Começar a bancar a rebelde não vai ajudar em nada. E não fazia questão de mudar algo. Gostava da minha vida da forma que era.
Bom... Eu não imaginava que minha vida fosse mudar tantos nos dias seguintes.
Assim que chegamos a casa de Melany fomos para o quarto, seus pais trabalhavam fora. O pai inclusive era sócio do meu pai na empresa. Enquanto nós tínhamos uma vida de luxo, os pais de Mel tentavam manter uma vida simples apesar de serem ricos, não tão ricos quanto meus pais. Apesar de sócios, meu pai tinha a parte maior da empresa.
As vezes sonhava em ter a vida de Mel, poder fazer o que quiser da vida, sem explicações. Entrar e sair a hora que quisesse de casa, ir em festas e beber ate cair, sem julgamentos. Se eu tentasse algo assim meus pais enlouqueceriam.
Deixamos nossas coisas em cima da sua cama depois descemos as escadas correndo, passamos pela cozinha para tomar uma vitamina de leite e frutas que a empregada tinha preparado assim que chegamos. Não era muito fã de leite, mas Deisy preparava uma vitamina com leite e frutas, dos deuses.
Depois saímos da casa. Caminhamos ate a casa de Isaac. Era uma casa simples, dois andares e não muito grande.
— O que acha? - Perguntou observando a casa do outro lado da rua.
— Bom... Não sei muito sobre isso. Parece uma casa normal. Para saber teríamos que arrombar e dar uma olhada.
— Esta propondo isso mesmo?
— Eu queria propor, mas quero minha ficha limpa.
Um movimento na janela do quarto de cima me fez cair na real. Estávamos que igual duas idiotas olhando para a casa. Se alguém visse acharia que éramos loucas.
Antes que eu pudesse falar algo a porta da casa foi aberta e Isaac passou por ela, a passos largos atravessou o corredor ate o portão e saiu para a rua, sem olhar para os lados atravessou a rua ate nós enquanto isso nos mantínhamos paradas sem saber se era melhor correr ou esperar.
— O que estão fazendo aqui? - Perguntou nos observando, mas seus olhos pararam em mim.
Lancei um olhar para Mel.
— Eu vou arrumar alguma coisa para fazer. - Mel falou apontando com o polegar para trás dela.
Ela se afastou rapidamente me deixando sozinha com ele. Que grande amiga.
Voltei a encarar Isaac e respirei fundo.
— Parece uma coisa de gente louca, mas... Juro que não é isso.
— Sim parece uma louca me perseguindo. Mas pode me explicar.
— Estávamos dando uma volta e Mel disse que essa casa onde você morava, ela mora aqui perto. Então paramos olhando a casa.
— Estou sentindo cheiro de mentira.
Molhei os lábios tentando pensar em algo, mas nada vinha a minha cabeça. Eu não era uma boa mentirosa e contar a verdade só faria ele me achar mais louca ainda.
— Eu já estou indo embora.
— Quer entrar?
— Só para você saber se me matar tenho uma cicatriz que é facilmente reconhecida.
— Eu que devia me preocupar já que é você que parece um perseguidor. - Começou a caminhar em direção a casa e eu o segui rapidamente.
Não podia perder a oportunidade. O pátio da casa era pequeno e não tinha nada de muito interessante. Na verdade era bem sem graça, a varanda tambem e a casa só tinha os moveis.
— É só eu e um amigo.
— Só me diz que não vou encontrar uma cueca jogada pela casa.
— Não se preocupe. - Se jogou no sofá e eu me sentei ao seu lado. - Então pode me dizer por que esta me seguindo?
— Não estou te seguindo.
— Natalie...
— Me chame de Lie.
— Eu sei o que você quer, é filhinha de papai que esta louca para quebrar as regras e achou que podia dar em cima de mim. Quer uma aventura com um garoto pobre de outro país. Seria ate divertido em outro momento, mas não hoje. Sinto muito, mas não vou poder corresponder suas expectativas.
Fiquei alguns segundos parada absorvendo as palavras.
— Eu não estava te procurando por isso seu idiota! Ok. Queria mesmo ficar com você, não por que é uma aventura ou algo do tipo, ou para quebrar regras... E qual o problema em ser filhinha de papai? Todos falam como se isso fosse algum crime! - Explodi sentindo meus olhos se encherem de lagrimas de tanta raiva.
Respirei fundo tentando me acalmar, raiva significava perder o controle e tudo o que menos poderia acontecer era as luzes piscarem ou a tv ligar.
— Você esta bem?
— Claro que não! Seu... Babaca! - Minha mão foi para seu rosto antes que eu pudesse controlar.
O barulho do tapa ecoou pela sala, levantei e pensei em seguir para a porta, mas meu corpo foi puxado e jogado de volta ao sofá, meus pulsos foram segurados acima da minha cabeça com uma força sobre humana.
— Se você pensar em fazer algo juro por Deus que você vai se arrepender.
— Estou te segurando antes que você acabe fazendo uma besteira, parece que a princesinha não tem tanto controle assim quanto demonstra.
— Me solta! Ou eu vou gritar.
— Deixa disso princesinha. Tem coisas melhores para se fazer com a boca.
Então ele me beijou. Levei meio segundo para entender o que estava acontecendo. Primeiro ele me dispensava agora me beijava.
Só podia ser piada!
Mordi seus lábios e ele se afastou passando a língua pelo lábio sujo de sangue, não queria prestar atenção nesse movimento, mas prestei atenção e me odiei por isso.
Usando minha super força o joguei para longe de mim não me importando com aparências, ele girou no ar e pousou em pé. Nos encaramos meio segundo sabendo que ambos tínhamos algo fora do comum, mas levantei e corri para fora da casa.
Encontrei Mel no fim do quarteirão me esperando.
— Como foi?
— Não quero falar sobre isso. - Resmunguei.
— Você chorou? O que aquele idiota fez? Vou pegar meu taco de baseball e voltar lá para ensinar umas coisas para aquele idiota. - Me permiti rir enquanto a abraçava.
— Vamos voltar para casa e ficar por lá, ok? Vamos fazer um brigadeiro e comer na panela.
— Perfeito. - Sorriu.
Mel esqueceu o acontecido rapidamente enquanto conversava sobre coisas banais e comia brigadeiro, mesmo com aquele doce maravilhoso em meus lábios não consegui esquecer o que aconteceu.
Mas eu sabia que tinha que ficar o mais longe possível de Isaac Lahey.


Não quer ver anúncios?

Com uma contribuição de R$29,90 você deixa de ver anúncios no Nyah e em seu sucessor, o +Fiction, durante 1 ano!

Seu apoio é fundamental. Torne-se um herói!




Hey! Que tal deixar um comentário na história?
Por não receberem novos comentários em suas histórias, muitos autores desanimam e param de postar. Não deixe a história "Minha Âncora" morrer!
Para comentar e incentivar o autor, cadastre-se ou entre em sua conta.