Cartas Para Flora escrita por Fofura


Capítulo 1
Meu Amorzinho


Notas iniciais do capítulo

Yaaay e vamos lá para mais um pouquinho dessa família adorável ♥
Palavra-chave: Estral [relativo ou pertencente ao estro] - Estro [imaginação artística; inspiração]



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Querida Flora...

O dia está calmo e fresquinho hoje. Agora a pouco estava regando sua plantinha enquanto a tímida luz do sol da manhã batia nela.

Estou de folga hoje. Seu pai está no consultório, muita papelada pra resolver, mas isso não o impede de sempre estar se preocupando comigo.

Tenho percebido que sua perda tem sido tão difícil pra ele quanto pra mim. Ele tenta ser forte e passar-me essa força, mas eu sei, consigo ver, o quanto ele está destruído. Tentamos dar apoio um ao outro todos os dias, e cada noite que vira sem você, é uma morte diária.

Tento pensar em coisas boas, como o nosso casamento, por exemplo. Ah, foi um dia tão mágico, minha florzinha. Eu estava nervosa, as mãos suavam o tempo todo.

Foi uma coisa simples que vovó e eu preparamos. Dona Elinor sem dúvida tem estral, nasceu com o dom, criativa e habilidosa.

Um arco lindo com folhas verdinhas e algumas flores enfeitavam, assim como no chão coberto por areia sob lamparinas de madeira, e o mar… o mar de fundo, com aquela linda sinfonia agraciando nossos ouvidos.

Seu pai quis combinar comigo casando de branco, mas mesmo sem terno, não dispensou o suspensório. Uma graça, sem nenhum defeito. Meu vestido era simples, rendadinho só no busto e leve na saia. Ele arrastava na areia conforme eu andava em direção ao meu mundo. E lá estava ele… sorrindo pra mim...

Senti as pernas bambas a cada passo que dava e enfim, cheguei até ele. Segurei a mão que ele me estendeu e senti seus lábios suaves depositando um beijo em minha testa. É o gesto de carinho que eu mais gosto, sabia?

Vovó sorria o tempo todo com Floquinho no colo, queria que tivesse a chance de conhecê-los.

O juiz de paz disse algumas palavras e depois, cada um de nós disse o que sentia, sem planejar, somente o que vinha do coração naquele momento.

“A vida é engraçada, né? Dois adolescentes bobos e medrosos...” ele sorriu ao dizer, e eu também. “... com medo de dizer o que sentiam… agora estão aqui, trocando votos e juras de amor.” sorri novamente, não conseguia esconder o sorriso. “Sempre imaginei esse momento acontecendo, e sempre foi com você, você era a única com quem eu imaginava cada momento desses. Incrível como anos perdidos só pesaram quando quase te perdi.  Não sei viver sem você, minha flor de lis…” se eu já estava chorando? Oh sim, estava sim. “Quero passar o resto da minha vida dormindo e acordando com você, sentindo seu abraço aconchegante, dizer o quanto você é linda, o quanto sua risada é gostosa...” ele abriu um lindo sorriso e eu fiz o mesmo, hipnotizada, apaixonada… é… perdidamente apaixonada. “e o quanto suas piadas são sem graça” ele riu, e admito, eu também ri. “Eu te amo, e prometo que vou continuar te amando e te cuidando pra sempre... até que a morte nos separe.”

Funguei e sequei uma das lágrimas que escorreram ao mesmo tempo que o juiz perguntava se eu queria dizer alguma coisa. “Se eu conseguir” respondi sorrindo, respirei fundo e comecei “É mágico pensar em como a nossa conexão foi forte desde o início. Você demonstrou confiança e sempre estava lá pra mim, não importava o que acontecesse” ele manteve o sorriso no rosto e apertou minha mão, acariciando o dorso dela “Era e é o meu alicerce, meu colo, o amor que eu sempre sonhei. Não consigo passar um dia longe de você, sem sentir seu cheiro, sem dizer o quanto eu te amo, sem apreciar cada pedacinho perfeito seu” acariciei seu rosto ao dizer isso e ele beijou a palma da minha mão “Eu prometo te amar pra sempre, também cuidar de você” ele sorriu com certeza lembrando de quando eu bronqueava dizendo que ele cuidava mais de mim do que eu dele “te proteger dos sonhos ruins, e continuar sendo sua heroína matando as baratas que aparecerem no quarto” não aguentei e dei risada. Seu pai colocou a mão no rosto também rindo.

“Não precisava me expor desse jeito” ele disse.

“Você tem medo de baratas?” perguntou sua avó com a expressão mais divertida do mundo.

“Ala, sua mãe vai me zoar pro resto da vida”

Demos risada mais uma vez e eu encerrei o que estava dizendo “prometo ser pra você o que você é pra mim… até que a morte nos separe”

O juiz pediu as alianças e dei um sinal pra vovó. Ela colocou Floquinho no início do caminho e o danadinho foi até nós direitinho levando as alianças como ensinamos a ele.

“Isso, meu amor!” comemorei sorrindo e o pegando no colo lhe dando um beijo “Muito bem!” o coloquei no chão e ele começou a pular na areia todo contente.

Seu pai colocou a joia em meu dedo e eu coloquei no dele. Enfim o juiz deu a permissão de beijar a noiva, e todo delicado como seu pai é, fez toda uma cerimônia antes de colar os lábios nos meus. Acariciou meu rosto e admirou cada parte dele, e só então me puxou pelo queixo bem lentamente até que enfim desfrutamos de um beijo terno e apaixonado. É sempre assim. Doce e delicado. Vou poupar os detalhes dos que não são.

Quando nos separamos, era inevitável não estar com aquele sorriso luminoso no rosto, impossível. Ele me abraçou pela cintura e me tirou no chão, rodopiando uma vez só, com toda a alegria do mundo.

Suspiro só de lembrar.

Ele me pegou no colo e correu comigo pro mar depois. O que mais se ouvia naquela praia deserta eram risadas de dois recém casados e latidos de um cãozinho serelepe. 

É uma boa lembrança, das várias que tenho, fico feliz de dividir com você pelo menos desse jeito.

Por enquanto ainda éramos só ele, Floquinho e eu. Você veio nos alegrar um tempinho mais tarde, mas… eu conto depois.

Te amo, meu amorzinho.

~ Mamãe.


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Notas finais do capítulo

E então? O que vocês acharam de ficar sabendo dos detalhes da drabble pela Lizzie contando pra Flora?
Estou meio apreensiva quanto a isso hsaushaj deixem suas opiniões tá?
Deixei os links dos looks e do arco de novo pra relembrar ^^
Abraço de urso quentinho e até o próximo :3



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