Sinais escrita por Sirena


Capítulo 38
Aniversários e Presentes


Notas iniciais do capítulo

Obrigada Minnie, fran_silva e Isah Doll pelos comentários ♥
O último capítulo de Sinais está sendo postado dez minutos depois desse porque não é bem um capítulo, chega beirar um extra. Anyway, espero que vocês gostem!



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Ícaro

As coisas ficaram um pouco estranhas ainda por uns dias depois da ida a ONG. Mas, não havia muito que eu ou o Mathias pudéssemos fazer sobre isso, acho que mesmo que tenhamos conversado sobre, por um tempo eu só precisei ficar irritado e chateado e ele entendia isso. Eu gostava que ele fosse tão compreensivo.

É que, sei lá... Ciúmes pegam em inseguranças que eu nem sequer lembrava que tinha. 

Mas, passou... Depois que ele foi lá em casa e a gente transou no sofá da sala enquanto Lexi tava fora num encontro. O que posso dizer? Uma boa transa depois de uma conversa legal e uns dias afastados, resolve muita coisa. Pode até não resolver todos os problemas de um casal, mas, definitivamente resolveu esse.

Mathias riu baixinho enquanto eu deixava mais alguns beijos no pescoço.

“Cacau?” – adivinhei, apontando para os arranhões em seu braço enquanto me deitava de lado no sofá.

“Brava!” – ele fez careta. – “Eu fui ver ela ontem, e ela tava de mau-humor.”

“Você foi na O-N-G ontem?” – arqueei a sobrancelha e suspirei baixo enquanto tentava me mexer, mas meus músculos pareciam achar que eu já tinha me mexido demais e querer que eu continuasse parado mais um tempo.

Mathias mordeu os lábios e deu de ombros se espreguiçando antes de sentar no sofá. Mordi os lábios observando as marcas vermelhas de arranhões em suas costas. Aquilo com certeza ia arder no banho, pensei.

“Só pra ver a Cacau, aproveitei pra confirmar que dia vou poder buscar ela. Já confirmaram que minha casa é segura pra gatos, então logo ela vai poder ir comigo.”

“Legal. Quando você vai buscar ela?”

“Depois de amanhã.”

Concordei com a cabeça e me obriguei a me sentar, o cansaço ainda pesando. Mathias me olhava de um jeito hesitante e quis revirar os olhos porque, apesar de eu ter sido bem ciumento mesmo, não acho que tenha sido o bastante para ele ficar com tanto receio assim. Mas, era o Mathias, né? Tudo deixava ele desse jeito!

Suspirei chegando mais perto e deixando um chupão mais forte no seu pescoço, o bastante para deixar uma marca. Senti suas mãos se fecharem sobre minhas coxas e suspirei contra sua pele.

“Tenho certeza que a Cacau vai amar sua casa.” – falei me afastando um pouco.

Mathias levou a mão ao pescoço, me olhando desconfiado e então deu risada entendendo.

“Você é impossível, sabia?”

Dei de ombros. – “Melhor a gente se vestir. Logo Alexia e minha mãe devem chegar.”

Ele concordou se espreguiçando de novo e catando as roupas no chão. Suspirei esfregando o rosto e tentando me convencer a me levantar.

Já devidamente arrumados, demos uma ajeitada na sala e fomos para o meu quarto. Me joguei na cama ainda com minhas costas e minhas pernas doendo um pouco.

“Me lembre de nunca mais fazer isso no sofá.” – pedi. – “Minha coluna já é de velho.”

“Vou lembrar sim.” – Mathias deu risada, soltando o cabelo e vindo deitar comigo.

Respirei fundo e balancei a cabeça tentando me manter acordado, sentindo o cansaço fazer minha mente girar e rodar. Belisquei seu braço, Mathias franziu a testa abrindo os olhos e me olhando enquanto eu me sentava.

Bocejei.

“Conseguiu o pedido de transferência?” – perguntei.

Ele franziu a testa mais ainda como se estivesse tentando raciocinar o que significavam os sinais.

“Consegui sim. Devo começar na escola nova semana que vem.”

“Que bom! E sua mãe como tá?”

Mathias esfregou os olhos e suspirou se sentando.

“Amor?”

“Eu.”

“Meu sono tá desregulado desde que parei de ir à escola. To fazendo vários cursos na internet pra conseguir formar algo como um currículo decente e correndo de um lado pro outro pra enviar currículo, tirar documentos e comprar as coisas para Cacau. Eu amo conversar com você, mas some isso com uma tarde de sexo e vai entender que eu to morrendo de sono.”

Bufei.

“Eu não tô com sono.”

“Não é problema meu.”

“Amor!”

Mathias esfregou o rosto e me lançou um olhar irritado antes de rir.

“Quer jogar alguma coisa?”

“Quero!” – me levantei num pulo e ele deu risada de novo.

“Eu vou perder de qualquer jeito mesmo.” – comentou.

***

As semanas passaram e não demorou muito para o meu aniversário chegar.

Alexia e eu sempre gostamos de aniversários, mas não tanto. Tipo, gostávamos, mas... Sabe... Dividir a festa nunca foi algo que gostássemos muito.

Então, o que fazíamos era meio que fazer uma comemoração separada e uma junta. Tipo, passávamos o dia fora, cada um com seu respectivo grupo de amigos e no fim da tarde vínhamos para casa para comemoração com amigos e família juntos.

Era bom.

Normalmente.

Eu arranjei desculpas para faltar a escola nos últimos três dias, minha consulta com o Tales foi pelo celular.

“Tudo bem regredir às vezes, só tenta pensar e descobrir o que te fez sentir essa necessidade.” – ele tinha dito e eu fiquei pensativo por dias.

E a verdade é que não tinha bem porque, eu só estava cansado de tentar sair e interagir e quis ficar um pouco na minha. Acho que tudo bem fazer isso de vez em quando, sabe? Ou não... Não sei. Só sei que era meu aniversário e eu não queria ter de interagir com nenhuma forma orgânica de vida além da Baunilha. Baunilha era perfeita.

Eu estava brincando com ela quando o Mathias entrou no quarto. E ele estava realmente muito lindo, acho que foi por saber que ia conhecer mais pessoas da minha família.

Duas tiaras de trança se formavam na parte da frente do seu cabelo, as demais mechas estavam presas num coque que parecia de ser um pouco complexo. Estava usando lápis de olho azul e uma maquiagem dourada nos olhos, um batom clarinho. Além disso, usava um colar com pedras vermelhas, ágatas cornalinas, e pulseiras vermelhas da mesma pedra. Usava uma camiseta com o escudo do Capitão América que ficava realmente muito bonita nele e uma calça jeans preta com rasgos no joelho.

“Oi.”

Soltei a varinha que usava para brincar com a Baunilha e puxei-a para o meu colo.

“Oi.” – respondi com uma mão, usando a outra para fazer carinho na gatinha.

“Tá pronto?” - ele sorriu do meu lado, dando um cheiro no meu pescoço em seguida. - "Tá cheiroso!"

“Não quero sair.” – dei de ombros.

Mathias suspirou vindo sentar do meu lado no chão e me entregando uma sacolinha. Sorri pegando os doces que sabia que ele tinha me trazido do trabalho. Mathias tinha conseguido um emprego numa doceria perto de casa. Ele explicou que não ganhava muito, mas era o bastante para pagar as coisas da Cacau, a conta de internet e pagar duzentos por mês na terapia, que foi o preço mais baixo que ele encontrou. Falando assim, parece que ele ganha muito, mas pensa que se a mãe dele não trabalhasse também e ele tivesse que pagar tudo, esse salário não daria para nada.

Eu ainda estava me acostumando com essa rotina nova ainda. Agora a gente não podia se ver todo o fim de semana e a doceria que ele trabalhava era muito longe, não dava para simplesmente passar por ali a qualquer momento, então a gente estava conversando principalmente pelo celular nas últimas semanas. Admito, eu tava carente.

Mas, sempre que a gente conseguia se ver, ele me trazia doce de lá e era muito bom!

“Como tá a escola nova?” – perguntei depois de colocar uma trufa de brigadeiro na boca.

“Nada de mais. Os professores são horríveis. A professora de biologia é uma velhinha e eu não entendo nada do que ela fala porque ela fala muito baixo. Ainda não tenho nenhum amigo, mas... Passaram um trabalho em grupo e alguns me chamaram pro grupo, então, já é melhor que a antiga escola.”

“Desde que eles não deixem você fazer tudo sozinho.”

“Por enquanto eles tão ajudando então...” – deu de ombros, pegando uma das balas dentro da sacola de doces.

“É meu!”

“O frete não é grátis.” – sorriu, piscando para mim.

Olhei dentro da sacola fazendo careta enquanto engolia a trufa.

“Era de quê?” – perguntei.

“Uva.”

“Era a única de uva?”

“Acho que sim. Não prestei atenção quando peguei.” – deu de ombros.

“Era a única e você pegou? É meu aniversário!”

“Você não quer comemorar.” – sorriu. – “Eu não devia nem te dar doce já que você não quer comemorar.”

“Você sempre me traz doce, mesmo não sendo meu aniversário!” – fiz bico, manhoso. Baunilha saiu do meu colo e foi cheirar as mãos do Mathias, provavelmente sentindo o cheiro da Cacau.

“Por isso eu entreguei. Mas, o seu presente de aniversário você não ganha se não comemorar.”

“Isso é maldade!”

Mathias sorriu, sem dizer nada, começando a fazer carinho atrás da orelha da Baunilha.

Revirei os olhos antes de beijá-lo, me aproveitando para roubar a bala de uva.

Ele fez careta para mim, percebendo o furto. Dei de ombros, contendo um sorriso metido.

"O que você deu pra Alexia?"

"Um perfume de limão. Ela disse pro Eric que gosta de perfumes de limão." - deu de ombros, desinteressado. - “Tem certeza que não quer sair? A gente ia ao Ibirapuera, podíamos ir ao planetário de novo, igual no nosso primeiro encontro...”

Suspirei abaixando os olhos e encostando a cabeça no seu ombro, só me afastei porque Baunilha não gostou e ficou de pé no colo do Mathias, empurrando meu rosto com uma das patinhas e vindo pro meu colo em seguida.

Ciumenta.

“Aumentaram a dose do meu remédio de ansiedade.” – falei ao mesmo tempo em que pensava. – “Acho que é isso. Não tinha pensado que era isso. Não é que eu não queira sair ou esteja com medo, é só desânimo. Deve ser efeito do remédio. Como eu não pensei nisso antes?”

“Você tá tomando direito?”

“To sim.” – suspirei. – “Eu parei com o remédio pra dormir, diminuíram a dose e depois cortaram, é um pouco estranho... Acho que é abstinência. O Tales diz que eu to melhorando devagar e que regrido muito, mas que acha que não vou ter que tomar o de ansiedade por muito mais tempo.”

“Isso é bom.”

“É sim.” – sorri. – “A terapia tá sendo mais fácil. Tá legal.”

“Pra mim também tá bem, a Diana sempre me dá uma bala no fim de cada sessão. Mas, eu choro muito.”

“Eu também.”

Tirei Baunilha do meu colo e me levantei me espreguiçando.

“A gente tem que voltar antes das cinco da tarde, é a hora que todo mundo vai começar a chegar e meus pais dizem que eu e Alexia temos que estar aqui para receber todo mundo. Vou trocar de roupa.”

Mathias abriu um sorriso.

“Tem certeza?”

“Absoluta.” – dei de ombros já tirando a camisa velha que estava usando e a bermuda remendada.

Abri o guarda-roupa, procurando algo para vestir e me apoiei sentindo uma mordida na perna, a mão do Mathias apertando a parte interna da minha coxa.

Respirei fundo, sentindo seus dentes roçando minha pele... Ele se afastou no mesmo instante que estendi a mão em direção seu cabelo.

“Eu demorei duas horas para arrumar meu cabelo, não ouse bagunçar.”

Revirei os olhos e vesti um moletom do Batman. Estava um pouco folgado, mas tudo bem. Coloquei uma calça jeans e peguei meus documentos.

“Vamos.”

***

O tempo estava frio e nublado, mas considerando que andar pelo Parque Ibirapuera era andar muito, estava até agradável. O planetário estava fechado hoje, o que pareceu realmente chatear o Mathias, mas eu não me importei tanto. Estava ocupado demais me lembrando de respirar fundo sempre que tinha a impressão de que alguém estava olhando para gente por mais de dois segundos. Não era nada de mais, eu percebia. Era mais a minha paranoia falando do que algo com que eu realmente tivesse de me preocupar.

Nos sentamos num canto perto do lago e eu tirei duas trufas do bolso do meu moletom entregando uma para o Mathias.

"Obrigado." — ele sorriu.

Dei de ombros. – “Os doces do seu trabalho são muito bons.”

“São mesmo.”

“Você tá muito bonito.”

 

"Obrigado." - ele sorriu e em seguida franziu a testa como se tivesse recordado de algo. - "O Davi postou o nosso vídeo hoje de manhã. Você já viu?"

"Deixei pra ver mais tarde. Não gosto de me ver nos vídeos, fico com vergonha." - expliquei.

"Tá bem legal."

"Você viu? Sem mim?"

"Você acabou de dizer que não gosta de se ver em vídeos, Ícaro."

"Mas..." - fiz bico. - "Você não sabia disso. A gente podia se ver estreando juntos!"

"Se ele nos chamar pra mais algum vídeo, prometo que deixo pra assistir com você, tá?" - deu risada, piscando para mim.

Concordei sorrindo. Lambi os lábios e cerrei os olhos pensando um instante.

“Mathias?”

Ele se virou para mim, esperando.

“Em uma palestra, um apresentador ouvinte fala, fala, fala e depois pede um pouco de água pra molhar a boca. Em outra palestra, um apresentador surdo fala, fala, fala e depois pede um pouco de água. Pra quê?”

“É uma charada?”

“É uma piada.”

Ele franziu a testa, parecendo pensar. – “Surdo sente sede também então pra beber.”

“Não.” – sorri. – “Pra molhar as mãos.”

“... Eu não entendi.”

Fiz careta. – “Burro.”

“Explica.”

“O palestrante ouvinte fala com a boca então ele pede água pra molhar a boca. O palestrante surdo fala com a mão, por isso ele molha a mão.”

“Essa piada é péssima. Pior que a da árvore surda.”

“Eu gosto.” – fiz bico.

“O que a banana falou pro cachorro?”

Fiz bico pensando. – “Não sei. O quê?”

“Nada, bananas não falam.”

Uni as sobrancelhas, confuso e então bufei.

“E você ainda fala das minhas piadas.”

“Minhas piadas ainda são melhores.”

“Não são coisa nenhuma.” – bufei fazendo careta.

Mathias deu risada se encostando em mim. Sorri colocando uma perna sobre a sua e puxei um pouco a gola da sua camisa, a fim de dar um beijo na dobra do seu pescoço, mas me afastei vendo as marcas finas de arranhões ali.

“Cacau?” – adivinhei.

“Ela é sensível.” – Mathias explicou, fazendo careta e coçando o rosto. – “Qualquer barulho mais alto que tiver quando ela tá no meu colo, ela se assusta e me arranha. E ela é medrosa! Esses dias, eu fui pegar uma chinela pra matar uma barata e a Cacau correu pra se esconder debaixo da cama achando que eu ia bater nela.”

“Ela foi muito maltratada.” – expliquei, fazendo bico. - "Muito."

“Eu sei.” – ele fez careta. — “Eu tento dar muita atenção e não gritar com ela por isso. Não quero que ela fique com medo de mim.”

Concordei com a cabeça.

“No que tá pensando?”— perguntei.

“O que você se imagina fazendo no futuro?”

“Por que a pergunta?”

“To precisando de ideias.” - deu de ombros me fazendo rir.

“Fotógrafo, óbvio. E você? Nenhuma ideia?”

“Não. É estranho... Eu sempre tive facilidade em conseguir boas notas, sempre deixaram claro que eu poderia tentar qualquer coisa e ia conseguir, mas... Eu não faço ideia do que eu quero, de verdade.”

“Você ainda tem tempo pra pensar.”— dei de ombros. – Você vai descobrir o que quer e vai ser ótimo nisso, porque você é ótimo em tudo que faz.”

“Pressão.”

“Não. Sem pressão.”— sorri. – “Você tem tempo, tem um emprego, não precisa se preocupar com isso agora.”

“E quando eu vou precisar?”

“Quando quiser sair de casa.” — dei de ombros.

Ele deu risada, balançando a cabeça. – “Vou lembrar disso. Talvez eu pudesse virar professor de Libras?”

Precisei de todo meu autocontrole para não fazer careta. Não tinham muitas vagas no mercado de trabalho para professor de Libras, ele provavelmente teria que trabalhar do outro lado da cidade ou até numa cidade vizinha e isso era horrível. Mas, eu não ia desanimá-lo agora que ele tinha acabado de pensar nisso como uma oportunidade.

Sorri.

"Você seria o primeiro da turma, com certeza." - garanti. - “Agora me beija.”

Mathias sorriu deslizando os lábios pelo meu rosto, dando vários beijinhos na minha bochecha antes de finalmente beijar minha boca. Um selinho demorado e carinhoso.

“Já ia me esquecendo.” – ele se afastou de repente franzindo a testa e tirou um saquinho de presente do bolso. – “Feliz aniversário!”

Sorri curioso, abrindo o presente.

Era um colar prateado, com um pingente circular onde se via desenhado o sinal em Libras para “eu te amo”. Sorri mais ainda, meus olhos brilhando. Era tão bonito...

Mathias tocou no meu ombro e apontou de novo para sacolinha. Franzi a testa, um pouco confuso enquanto colocava o colar e olhei o pequeno embrulho novamente, curioso.

Dentro, tinha ainda um papel cartão azul clarinho, cerrei os olhos tentando entender a letra do Mathias, porque a letra dele era meio feia, mas, dava para ver que ele tinha se esforçado para que ficasse o mais entendível possível.

Mesmo em línguas diferentes, nossos sentimentos são os mesmos.
Mesmo em silêncio, conversamos por horas.
Mesmo quando não falamos a mesma língua, nos amamos da mesma forma.
E eu te amo na mesma intensidade, em português e em Libras.

Mordi os lábios tentando conter um pouco o sorriso que ameaçava rasgar meu rosto enquanto me virava para ele. Mathias me observava com uma expressão ansiosa, os olhos brilhando. Segurei o pingente do colar com força enquanto me inclinava para beijá-lo novamente. E, embora ele tivesse me dito que demorou para fazer aquele coque, não me importei, afundando os dedos no seu cabelo, fechando a mão em volta das mechas macias.

E ele também não pareceu se importar enquanto retribuía.


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