Amor Imperial escrita por AsRodrigues1995


Capítulo 2
Dois




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 _Aliás, como soube fazer esse curativo? 

Hinata perguntou ao jovem imperador, ele ajeitou-se no outro canto da jaula para manter distância caso ela se irritasse e tentasse esganá-lo outra vez. Notara que a carroça agora parecia deslizar tranquilamente, aquilo dava certo medo. 

—O que eu não tive de treino com a espada, eu tive de tempo na biblioteca do palácio. 

Olhou para ela, continuava séria, agora fitava as correntes que prendiam seus pés com uma imensa esfera de chumbo. A carroça parou bruscamente e a porta da carroça abriu-se. Homens com roupas pretas seguraram os dois, os amarrando e lhes tapando os olhos com firmeza. Hinata sentiu-se caminhar por muito tempo e com dificuldade, sentiu homens a escoltando, não deveriam querer que ela descobrisse o caminho já que haviam vendado seus olhos, estava frio, seria morta? Sentiu a deixarem em algum lugar e depois o barulho de uma porta de ferro fechar-se e o barulho de chave girar. Tudo ficou silêncio. Onde estaria? Sentiu medo. 

Tirou a venda dos olhos, estava um pouco escuro, olhou ao redor, estava sujo, havia lodo nas paredes e ratos mortos nos cantos das paredes, Sasuke estava ali, também olhando o lugar. 

—Onde estamos? 

—Possivelmente, numa masmorra. 

—Temos que sair daqui. Seu irmão é capaz de se autoproclamar e nos acusar de algo, já que podem pensar que você está morto. 

—Talvez nem sintam a minha falta. 

Ele disse sentando no canto da cela e cruzando os braços, na maior calma apesar de seus olhos parecerem vazios. Hinata suspirou, sentia seu ventre doer por ter andado muito e sentou no outro canto da cela. Se desesperar não seria a melhor coisa para fazer. 

—Eu sentiria a sua falta. 

Sasuke corou, por que ela sentiria? A fitou com o canto dos olhos e depois fitou as pernas sobre o chão sujo e úmido. 

—Sem você no reino eu não seria uma aquecedora de cama. 

Sasuke riu, apesar do medo do lugar. 

—Você é contra? 

—Apenas uma forma minha de pensar, eu não conseguiria casar com um homem que possuísse mais de uma mulher. Isso para mim não é poder ou símbolo de masculinidade, é prostituição. Apenas quero o futuro, o que parece que não vai acontecer. Só queria ser feliz com a minha família, meu futuro esposo, e quem sabe um ou dois filhos. Acho que minha mente não está familiarizada com este período em que vivemos, não sei se um dia o mundo será diferente ou se será sempre a mesma coisa.

Sasuke sorriu, ela continuava estranha e fria mesmo presa num lugar onde nem sabia onde era e mantinha a sua pose, era forte. Seus pais haviam sido mortos na sua presença e agora ela parecia já ter esquecido, ou era forte para conter as lágrimas. 

—Se fosse outra garota do baile ela responderia que se casaria com um homem rico e que com certeza não quisesse nenhum filho, apenas iria curtir a riqueza... 

Hinata tossiu, aquele lugar frio começara a fazer a sua garganta coçar, seu ventre ainda sangrava, se aquilo não estancasse, morreria por infecção e hemorragia. 

—Temos que tratar esse corte. 

Sasuke propôs. Deitou Hinata sobre sua coxa e colocou a cabeça dela em seu ombro para aquecê-la. Era apenas uma gentileza, mas o odor dela, mesmo estando suada era bom, seus cabelos lisos e longos eram lindos. Sentiu algo quente molhar seus ombros, ela estava chorando? Engoliu o seco da garganta. Era apenas uma garota de quinze anos, afinal. 

—Quero ir pra casa... 

Ela sussurrou.

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Itachi Uchiha atravessou o longo corredor do palácio que ia até a antiga sala de Sasuke. A notícia falsa que dera ao povo os convencera, não que aquilo fosse preciso, dinheiro e mais dinheiro era o que mantinha todos acordados. Agora todos acreditavam que a escolhida a concubina de Sasuke havia o matado e fugido, e por conta da sucessão, Itachi era o novo imperador. Muitos cartazes estavam espalhados pelas ruas, e diziam que Hinata Hyuga havia assassinado o imperador e sua cabeça valia mais de 3.000 moedas de ouro. Os conselheiros nada disseram, apenas se retiraram para seus aposentos sem se importarem com o ocorrido, se Itachi tinha a coroa em sua cabeça, falar algo não importava.

Sentou-se na cadeira de Sasuke revirando os muitos papeis que mostravam as riquezas do reino. Um soldado entrou pela porta e logo fez uma reverência. 

—Os dois estão na masmorra subterrânea embaixo das muralhas da cidade. 

—Torture a garota. Deixe meu irmão querido morrer de fome. 

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—Nós temos que sair daqui... 

Hinata disse, agora sentada ao lado do jovem imperador. A cela estava fria, não havia panos para ao menos deitarem em cima, a porta da cela abriu-se bruscamente. Novos prisioneiros foram jogados ali com eles. Uma mulher, três homens e uma garota, ainda criança. 

Os guardas logo se foram. A mulher tentava acalmar a garota que chorava apavorada com o lugar, Hinata se perguntou a razão de uma criança estar ali. Sasuke logo prestou ajuda, sem saber quem eram. A garota queimava em febre, a mulher parecia aflita. A porta abriu-se novamente e dois guardas entraram puxando Hinata para fora da cela. Sasuke correu até eles, queria impedir que a levassem, e ela não conseguia nem mover-se direito. Foi acertado com um forte chute na virilha e jogado na cela novamente. 

—Hinata! Hinata! 

Ficou ali gritando em pânico batendo nas grades da cela. Para onde a levariam? 

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Hinata continuava a escutar os gritos de Sauke apesar de os homens terem se afastado bastante da cela onde estivera. Passava agora por um corredor um pouco iluminado, havia celas dos dois lados, prisioneiros sujos e desnutridos, grandes e pequenos, bárbaros e selvagens. O que será que haviam feito para estarem ali? Viu quando a colocaram em frente à uma porta escura, tinha lugares onde o ferrugem era notável. A porta foi aberta por outro homem, levaram-na para dentro e a amarraram com as duas mãos para cima e os pés separados e presos no chão. Não parecia algo bom, observou os homens a sua frente, todos com chicotes em suas mãos, o sangue em seu ventre pingou, aquilo era ruim. Tinha um ruim pressentimento. 

—Por que me trouxeram até aqui? 

Um dos homens olhou a de cima abaixo a rodeando presa na barra de ferro que pendia no ar, passou as mãos entre suas pernas, Hinata estremeceu.    

Ele ajeitou o chicote nas mãos, açoitou-a na coluna. Hinata quase urinou. Deixou que o som de dor saísse por seus lábios, e assim continuou. 

                                                                                             -x-

Os gritos de Hinata escoaram por todo aquele corredor, os prisioneiros de outras celas escutavam mesmo sem querer, era até ruim ouvir gritos de uma garota tão jovem, mesmo que na mente deles, se ela estava ali, algo havia feito. Sasuke estava paralisado, os gritos de Hinata eram aterrorizantes, o que estavam fazendo com ela? A maltratando? Como tinham coragem? Os outros três homens recém chegados notavam o desespero dele, mas se mantinham em silêncio. A mulher chorava ao ouvir os gritos de outra mulher e tapava os ouvidos da pequena garota. 

                                                                                            -x-

Pararam de açoitar Hinata, ela quase não sentia mais o corpo, gotas de sangue escorriam por todo ele, seu ventre pingava muito, umedecendo o curativo que Sasuke havia feito com tanta delicadeza. Não conseguia levantar o olhar. Um dos homens segurava o seu queixo dela e lambeu um pouco do sangue que escorria do canto de seus lábios. 

—Então... Se curva perante o imperador Itachi...?  

Hinata sentiu ódio ao ouvir o nome daquele homem mais vez, ele havia matado seus pais, a jogado ali naquele maldito lugar para sofrer por algo que nunca havia feito. Não. Negou em tom baixo. O homem pareceu irritar-se, segurou o queixo dela firmemente e enfiou uma pequena adaga em sua boca, fazendo um corte em sua língua. Uma atrocidade com uma jovem moça. 

Levaram Hinata novamente para a cela, como um animal. Todos ficaram em pânico quando a viram. Sasuke tremera ao vê-la com filetes de sangue por todo o corpo. A mulher correra até Hinata tentando ver o que podia fazer para ajudá-la. Sasuke havia feito um pequeno remédio quando estava na jaula da carroça. Mas era pouco demais para o corpo todo. O sangue ainda escorria do canto dos lábios, a mulher abriu a boca dela, aquilo era estranho. Viu dois cortes profundos na língua de Hinata, ficou apavorada. 

—Que desgraçados... 

—O que houve? 

Sasuke lhe perguntou. 

—Apenas um sangramento... 

Ela mentiu. Usou um pouco do remédio criado por Sasuke naquela língua, o sabor era ruim. Hinata quase o cuspiu. 

—Ela é sua amante? 

Um dos homens perguntou. Tinham mais de uma hora ali dentro e não havia trocado uma palavra sequer. Sasuke engoliu o seco da garganta, deveria estar irreconhecível. Os cabelos negros e longos estavam duros com algumas mechas caídas ao lado do rosto, alguns grãos de areias em suas bochechas, sua roupa daquele momento era velha, somente uma simples traje branco. Olhando de fora, ninguém acreditaria que era o jovem imperador. Olhou Hinata no colo daquela mulher que nem havia se apresentado ainda, ela deveria ter em torno de seus 30 anos, mas era bela e conservada. 

—Não sei o que dizer... Quem são vocês e o que fazem aqui...? 

Um homem de cabelos castanhos perguntou com um simples sorriso. Sasuke se perguntou o que ele fazia ali. Roubo? Assassinato? Algo deveria ter feito, aliás, estavam em uma masmorra, numa cela suja e fedida, se bem que, não era somente quem havia feito algo que estaria ali. Hinata e ele eram inocentes. 

—Me chame apenas de Iruka. Fui pego por matar... 

Ele foi sincero. 

Outro um tanto delicado revirou os olhos. 

—Este é Kakashi... 

E apontou para o homem simples, rabugento e magro, ele fez um gesto com a mão, o rosto era escondido por um pano que cobria a boca. 

—E este é Asuma. 

Ele apontou para o outro homem levantando o queixo, como se apontasse para ele. Olhou para a mulher que passava um pano molhado no rosto de Hinata tentando limpá-la e suspirou. 

—Ela é Kurenai e a criança é Mirai. E você quem é? 

Iruka lhe perguntou. Sasuke manteve-se em silencio por alguns segundos, os homens entreolharam-se, talvez ele não quisesse falar. Um turbilhão de pensamentos aconteciam na cabeça de Sasuke, lembrava-se de seu povo, sua coroa, o baile.... E naquele momento, a prisão. Um desanimo afetou-o. 

—Imperador Sasuke Uchiha. 

A voz saiu como num sussurro quase como súplica. Os outros entreolharam-se por alguns segundos e depois começaram a rir, parecia ironia daquele pobre miserável que estava preso num lugar sujo. Sasuke manteve-se intacto, até Hinata o olhara com dificuldade, até sentia dó dele, era difícil pra qualquer pessoa acreditar nele, não com aquela roupa maltrapilha e cabelo despenteado. Sasuke suspirou. 

—O imperador Sasuke Uchiha está morto, sua escolhida a concubina o matou no baile. 

Disse Kakashi que havia rido pouco, mas seus ombros ainda moviam-se. 

—Soubemos pela boca do povo, não estávamos no centro da cidade.  Não temos esse privilégio.

Sasuke manteve-se em silencio, agora fitando cada rosto ali, o que faria? Era ridículo se rebaixar a pessoas de baixo escalão, agora entendia aquilo. Hinata o fizera por achar que ele era assim, mordiscou os lábios, talvez ele fosse assim também. A riqueza e o poder era o que separava as pessoas, iria aprender aquilo. O silencio de Sasuke provocou outra reação nos outros ali presentes que foram se calando aos poucos. Sasuke fitou Hinata, ela estava tão ferida e suja, ninguém daria valor a uma mulher daquela forma, mas e se ela contasse que havia lutado pelo imperador, aliás, por ele...? Ainda assim diriam que uma mulher louca ela era e a matariam. Arregalou os olhos e depois os entreabriu novamente. 

—O nome dela é Hinata, da casa Hyuga, como podem ver... Ela é tão prisioneira quanto eu... Itachi é um impostor. Eu sou o imperador Sasuke Uchiha I. 

Ele disse sério, não poderia demonstrar fraqueza, mesmo naquele lugar. Ele continuava sendo o imperador do reino, ele era o verdadeiro, o apontado pelo falecido senhor Fugaku Uchiha. Os homens e aquela mulher ficaram intactos por alguns segundos. Era algo difícil novamente de crer, talvez aquele jovem maltrapilho tivesse batido a cabeça demais, mas ele se mantinha sereno apesar de estar sujo. Iruka puxou uma grande porção de ar e depois engoliu o seco da garganta levantando-se e indo até a cela do local. 

—Essa acusação é muito séria. 

—Ela acordou! 

Kurenai chamou por Sasuke, ele foi até ela tocando-lhe o rosto, já havia alguns minutos que ela havia adormecido devido à perda de sangue, teria que arranjar água, a perda de sangue era aliada a desnutrição e sede. 

—Hinata... 

Ele tocou-lhe o alvo rosto acariciando-o. 

—Ela precisa repousar, o que fizeram com ela foi horrível... Uma moça tão jovem passando por coisas assim... Esse mundo está podre... 

Disse Kurenai. Hinata sentou-se, seu corpo inteiro tremia, o ventre, as marcas de chicote, o frio tudo de uma vez a afetava, Sasuke sentou-se ao lado dela assim que Kurenai afastou-se e colocou-a deitada sobre suas coxas. Asuma que havia se mantido em silêncio o tempo todo, agora suspirou e olhou para Hinata e depois para Sasuke e deixou que um sorriso simples brotasse de seus lábios. 

—Os momentos ruins qualificam as pessoas que devem ficar ao nosso lado... 

Sasuke sorriu ainda acariciando o rosto de Hinata, aquela frase de Asuma era bela. Hinata sorriu para ele, se deixasse a dor a levar seria pior, mas logo as lágrimas retornaram a escorrer de seus olhos e gotas vermelhas de sangue escorrem dos cantos dos lábios indo para a roupa de Sasuke. 

—Hinata, abra a sua boca! 

Ele ordenou preocupado, Hinata a abriu devagar colocando a língua para fora mostrando os cortes, Sasuke ficou aterrorizado, olhou para os lados como se buscasse fé em algo e depois os olhos umedeceram. 

—Desgraçados... 

Iruka cruzou os braços. 

—Kurenai pode cuidar de sua concubina enquanto estivermos aqui... Só lembre de nós quando sair daqui... 

—Se isso acontecer... 

—E vai acontecer! 

Asuma disse erguendo-se, parecia decidido. 

—Asuma...? 

Kurenai parecia surpresa, ele olhou de relance e sorriu para ela de leve. 

—Eu não quero ver nenhuma mulher morrer na minha frente... 

Ele disse num timbre tão baixo que dava dó dele, talvez ele tivesse trauma com aquilo. Kurenai suspirou e virou o rosto para a parede, parecia tentar esconder as emoções. 

—A esposa de Asuma e sua filha foram mortas enquanto ele trabalhava vendendo arroz... Ele chegou a tempo de ver a filha ser violada e degolada por guerreiros do palácio... Desde então... 

Iruka contou em tom baixo para Sasuke escutar, Asuma ainda olhava a visão do outro lado da cela, era um bárbaro dormindo no chão úmido mesmo e agarrado a um tronco de madeira, como se aquilo aliviasse seu medo e lhe desse bons sonhos. 

—Nós vamos sair daqui... 

Asuma sussurrou. Tirou um objeto dos cabelos duros e pretos com fios esbranquiçados, já tinha alguma idade. Era um grampo, ele o olhou por um tempo enquanto os outros o fitavam sem parar, perguntando-se no que ele pensava em seu íntimo. 

—Eu matei três homens que destruíram a minha família e vim parar aqui... Eu roubei por muito tempo para sobreviver porque não podia trabalhar e mostrar a minha face, eu mudei o meu nome... Mas, nunca feri nenhuma mulher ou homem depois disso... E como ladrão, seria natural eu saber fugir desse lugar maldito... Eu só preciso pensar um pouco... 

A noite chegara com pressa, ou deveria ser noite, dali não se via lua nem luz, a fraca luz que emanava do corredor da masmorra era fraca, o frio aumentara. Kurenai pedira a Mirai que colocasse seu sobretudo rasgado sobre Hinata e a aquecia em seu colo. Iruka mantinha-se intacto e sem sono, Kakashi por outro lado havia adormecido encolhido no pedaço pequeno enxuto da cela e Asuma estava de pé ainda pensando tocando as celas de ferro e chumbo. Havia murmúrios e gemidos de dor ouvindo-se do lado de fora, alguns prisioneiros choravam e outros pareciam estar lançando suas lamentações em algum deus ou algo do tipo.

Sasuke sentia-se cansado, abraçou Hinata que colocara a cabeça em seu ombro e havia adormecido, tinha medo de ela morrer, estavam famintos e feridos, até ele estava faminto, naquele momento com certeza Itachi estaria num banquete nos aposentos dele com mulheres e soldados. 

—Ela não parece ser só sua concubina... 

Disse Iruka. Sasuke corou levemente, era a única forma de estar perto de Hinata. Suspirou fazendo um afago nos longos cabelos dela. 

—Ela é especial demais... 

—Não sei muito sobre vocês dois, mas acho que combinam muito... São como arroz e carne... Se são diferentes, se encaixam. 

Sasuke suspirou, aquilo lhe dava esperança, mas que tipo de esperança? 

—Os pais dela foram mortos bem na frente dela... Na hora que eu pedi que todos fossem para longe e só ela e sua família ficasse.... Eu sou o culpado de tudo, de ela estar assim... Do que fizeram com ela... 

Iruka suspirou, o sono começara a aparecer, bocejou sem pôr a mão na frente da boca, não precisaria de etiqueta naquele lugar. 

—Você é imaturo, ainda vai sofrer muito pra amadurecer, criança. 

Sasuke abaixou a cabeça, depois olhou para Hinata adormecida, por sorte ela não estaria ouvindo aquilo e se escutasse iria concordar com Iruka e aquilo partiria seu coração. Iruka fez silencio por alguns segundos e depois ergueu uma das pernas a colocando a frente do corpo e descansou um cotovelo sobre ela. 

—Eu ainda era pequeno quando minha única irmã foi escolhida para ser amante de um homem muito rico, minha família a vendeu como se ela fosse um objeto, sabe por que? Humanos são loucos por dinheiro, sempre buscando os prazeres da carne e deixando de lado o que realmente é importante, o amor. Minha irmã era tão linda, tinha cabelos negros e enrolados, algo raro... Era alva como leite e tinha um sorriso grande e limpo, eu amava quando ela sorria pra mim e levaram ela para morar numa grande casa, quando ela viu que seria rica e bem sucedida... Estufou o peito, sem saber o preço a ser pago. Ser tratada como uma prostituta, ser chamada somente quando seu corpo era desejado... No fim, ela contraiu uma doença, a sacrificaram... 

Iruka suspirou erguendo a cabeça e tocando-a na parede suja do local e fechou os olhos, 

—Eu estava carregando troncos de árvores para um fazendeiro que me pagaria muito bem... Me afastei para aliviar a urina e entrei no mato... Tinha dois homens maltratando Kurenai e tentando tirar Mirai dela... Eles diziam: ‘’ O mestre a quer’’... Kurenai havia tido um caso com um homem rico e naquele momento queria tomar sua filha e descartar ela... Eu não me segurei, tive que fazer algo... Eu arranquei os corações daqueles dois homens... 

Sasuke engoliu o seco da garganta, tinha um assassino na sua frente, Iruka abriu os olhos, o fitou profundamente e cerrou os punhos. 

—Nós sairemos daqui... Mas, se você abandonar essa garota e fazê-la sofrer... Eu mesmo matarei você. 

Os olhos de Sasuke arregalaram-se, era uma ameaça de morte, sentiu o medo percorrer por seu corpo como se fosse o sujo que tinha nele. Aquilo fora assustador e uma alerta, uma frase daquela para um imperador era sinal de morte. Iruka beliscou Kakashi que já se babava no chão e este acordou quase em um pulo e por sorte não gritou, pois isso acordaria Hinata. 

—Asuma! 

Iruka o chamou num tom um pouco alto, Asuma voltou-se para ele e sentaram-se os três um ao lado do outro. 

—Como prisioneiros, com certeza vão nos colocar para trabalharmos nas minas ou nas rocas logo bem cedo, escravos. Façamos o seguinte... 

Disse Asuma. E uniram-se mais próximos enquanto bolavam um plano para o dia seguinte.


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