Transferência escrita por nukke


Capítulo 3
Capítulo 03


Notas iniciais do capítulo

oi hihi =) já tava triste pq pensei que ngm ia ler mais a continuação de intercambio UHAUHAUHA mas como tenho uma leitora (brigada por ler florr) continuarei a postar hihi



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Isa acordou com o sol que entrava brilhante pela janela. Chace ainda dormia com o braço em cima dos olhos, tapando a luminosidade. Ainda era cedo, seis da manhã. Isa procurou algum livro para ler no meio das caixas.

Pegou “A Lei de Murphy e outros motivos porque tudo dá errado". Embaixo dele haviam mais dois livros " A Lei de Murphy segunda parte, mais motivos porque tudo dá errado" e " A Lei de Murphy livro três. Mais errado porque tudo dá motivos". É, porque tudo dá errado?, ela pensou e olhou involuntariamente Chace dormir. Olhou novamente a capa laranja do livro e o abriu em qualquer página. "Toda vez que se menciona alguma coisa: se é bom, acaba; se é ruim, acontece."
Isa suspirou e riu consigo mesma. Se é bom, acaba, ela repetiu em pensamento. Passou a página e leu o primeiro que viu.
"Você sempre encontra aquilo que não está procurando."
 Eu encontrei o que estava procurando e joguei fora. Isa comprimiu os lábios e passou mais algumas páginas.
"Quase tudo é mais fácil de enfiar do que de tirar."
 Ela gargalhou alto ao ler. Estava tão concentrada em frases “tudo dá errado”, que não se conteve ao ler aquela. Chace acordou com a risada dela. Virou a cara amassada na direção de Isa, os olhos semicerrados por conta da luminosidade.
-O que você ta fazendo aí? – ele perguntou, a voz ainda sonolenta e falhando.
-Lendo. Desculpa se te acordei.
-Ta tudo bem – ele ficou de pé e se sentou perto dela. Virou a capa do livro para ver o que ela estava lendo – Leis de Murphy? Isso faz sua autoconfiança ir por água abaixo.
-É engraçado.
-O que é tão engraçado? – Chace olhou as frases na página aberta.
-Nada – ela passou a página, lendo outras.
"Assim que tiver esgotado todas as suas possibilidades e confessado seu fracasso, haverá uma solução simples e óbvia, claramente visível a qualquer outro idiota."
-Nem todas as soluções ficam claras pra qualquer idiota – contestou Chace.
-Ahn? – Isa perguntou sem entender.
-O número oitenta e três.
-Ah – ela disse e começou a ler – Talvez fiquem, mas a solução seja tão obvia que nem esse idiota se toca.
-Que complexo.
-Não é complexo, é bem simples na verdade. Você fica se perguntando o dia todo uma coisa, e quando consegue finalmente achar a resposta, era a primeira que você tinha pensando, ou seja a mais óbvia.
Chace enrugou a testa tentando entender.
-Quer dizer que eu to esse tempo todo quebrando minha cabeça pra entender algo, e a resposta é a que acho que é desde o começo?
-Ah, não sei ao que você se refere.
-Me refiro à certas atitudes de uma pessoa. Eu não entendo porque ela faz isso, e ao mesmo tempo tenho uma conspiração que eu acho muito óbvia por isso não acredito nela. É esse o motivo pra essa pessoa estar agindo assim?
-Deve ser, o que parece mais óbvio.
-O mais óbvio – repetiu Chace.
Ouviu-se um barulho vindo da porta. Os dois ficaram prontamente de pé e correram até a porta. Ouviram alguém encaixando a chave e depois girando-a. A porta se abriu em um estrondo, e um homem muito magro e alto sorriu para eles. -Desculpem ter deixado vocês aqui. Não sabia que tinha gente. Não vai se repetir.
-Não foi tão ruim – disse Chace educadamente.
-Não foi? É claro que foi. Tem ratos aí dentro, manda dedetizar pelo bem dos ouvidos da humanidade. Eu gritei tanto que não sei como não ligaram para o nove um um! – ela disse impaciente saindo da biblioteca.
Chace foi atrás dela tentando acompanhar o ritmo rápido da garota.
-Ah qual é. Não foi tão ruim assim.
-Foi repugnante.
-Só a parte dos ratos.
-Não, desde que eu pisei os pés naquela biblioteca, antes mesmo de ficarmos presos.
-Eu sei que você gostou. É o único motivo para não admitir, ter gostado tanto. É o mais óbvio – ele disse a ultima frase compassadamente, provocando uma onda de dèja vu em Isa que a fez parar de andar e encará-lo.
-O único motivo para eu ter odiado tanto, foi ter ficado presa com você.
-Está mentindo – ele disse olhando Isa nos olhos. Andou em sua direção, enquanto Isa recuava passo a passo para trás.
-Não estou não – ele retrucou ainda andando para trás.
-Eu sei que está – ele rebateu.
-Você sabe demais, vou ter que te matar – ela disse sem humor nenhum. Isa sentiu algo batendo em suas costas e percebeu que era parede. Chace continuou andando em sua direção.
-Não é o que parece aqui. A situação está invertida, não acha? – ele disse apoiando cada mão em um lado de Isa, prendendo-a.
-Se falasse isso com mais fúria, chegaria a me assustar – ela disse sem desviar os olhos dos de Chace.
-Então admite que gostou de ficar presa comigo?
-Nunca – a palavra ficou perdida no ar por um tempo.
-Não acredito.
-Acredite no que quiser.
Chace se aproximou mais de Isa, ficando a centímetros de seu rosto.
-Me deixa em paz, Chace – pediu Isa passando por baixo do braço dele e indo embora.
Chace a observou ir embora com as mãos ainda na parede, imóvel. Só se moveu quando não era mais possível ver a silhueta dela.
-ISAAAAA! – ela ouviu alguém gritar, virou pra trás e reconheceu Mallu vindo em sua direção correndo. Bec logo atrás dela.
-O que é?
-Ai calma. Me conta como foi.
-Horrível. Tinha ratos lá e muito obrigada por me ajudarem – ela se virou e continuou andando.
-Isaaaa! Me conta, você e o Chace...?
-Eu e o Chace o quê? Não tem, nunca teve e nunca vai ter nada entre a gente, ok?
-Não teve? – repetiu Bec.
-É não teve, eu fiquei com ele como fiquei com um monte de caras, e daí?
-Ah Isa, não foi como qualquer um.
-É, tem razão. Eu tava na Inglaterra. Satisfeitas? Essa foi a diferença. Agora eu quero ir pra casa dormir e comer descontroladamente.
Isa marchou para fora do campus em direção ao seu carro que havia dormido no estacionamento. Havia um papel balançando ao ritmo do vento no pára-brisa do seu carro. Não pode ser multa, ela olhou para os lados buscando algum placa que dissesse que ali era proibido estacionar. Pegou o papel e leu. Não era multa, era algum bilhete.
Se quiser ter seu casaco de volta, me encontre na sala número vinte e sete. Fica no segundo andar do primeiro bloco. Venha sozinha.
 
 Isa riu sem humor, era só o que me faltava. Percebeu que tinha esquecido o casaco em algum lugar naquele dia.
Andou com raiva até o local indicado e procurou a sala. O corredor estava todo vazio e o som do seu sapato batendo ruidosamente no assoalho era o único que Isa ouvia. Vinte e cinco...Vinte e seis...Vinte e sete, é aqui. Isa entrou na sala, a porta já estava aberta. Viu alguém olhando para a janela, de costas para ela.
-Dá pra me devolver o casaco? – Isa falou friamente cruzando os braços e se encostando no vão da porta.
Chace se virou sobressaltado. Sorriu ao ver Isa ali e começou a andar em sua direção com o casaco dela na mão.
-Tem que pagar o resgate do seu casaco – ele disse soprando seu hálito fresco na pele de Isa.
-Ah, por deus. Fica com essa porcaria, foi super barato e ta velho – ela disse se virando. Algo agarrou sua mão e ela se virou sem vontade.
-Não é dinheiro que eu quero, e eu sei que esse casaco foi caro.
-Que bom que você sabe, já pode vendê-lo. Ou você vai usar? Vai ficar uma gracinha em você – Isa bufou impaciente.
-Posso falar? – Isa abriu a boca para dar-lhe um maravilhoso “não” com todo gosto, mas Chace tapou-lhe a boca com a mão – Quero que vá a um lugar comigo.
-Ah agora sim. Por que não se explicou antes? Minha resposta é claro – ela sorriu simpaticamente – é não! Tchau.
-Isa! Não custa nada, por favor.
-Na verdade custa. Tempo, dinheiro e paciência.
-Vai ser rápido, e eu vou pagar tudo.
-Me deixa ver... Não.
-Você nem sabe pra onde é – Chace contestou cruzando os braços.
-E nem quero saber, não vou.
-Você vai querer ir.
-Não vou, não quero.
-A agencia que meu pai trabalha vai abrir uma nova sede aqui, e vai ter uma festa de inauguração. Vai ter uma banda tocando lá e... -Que legal hein, parabéns para seu pai e para a agencia dele. -Keane vai ser a abertura pra o show de Coldplay.
-QUÊ?! KEANE E COLDPLAY, NUM DIA SÓ? – Isa ouviu sua voz fazendo eco no corredor.
-Shiiiu! É, que ir?
-N-não – Isa mentiu abaixando a cabeça.
-Passo na sua casa sábado nove horas pra te pegar. Traje esporte fino, esteja pronta – ele disse e entregou o casaco a Isa, logo depois saiu da sala.
-COLDPLAY E KEANE?! E VOCÊ DISSE NÃO?! SÃO SUAS BANDAS FAVORITAS! – Mallu gritou ao telefone.
-Eu disse não, mas ele me ignorou e disse que passava aqui em casa sábado nove horas. Ele nem sabe onde moro.
-Sabe sim... Eu... dei seu endereço a ele...
-QUÊ? POR QUE SUA VÍBORA?
-Ai, desculpa. Ele me pediu ontem, e eu dei...
-E agora que faço?
-Vai, e se diverte muito.
-Sua chata. Sábado já é depois de amanhã!
-E daí? Cara, é Coldplay e Keane, você não pode perder. Seria um crime sabia?
-O que você vai fazer amanhã?
-Um garoto me chamou pra sair.
-E você nem me conta, puta desgraçada. Quem? Quando? Como? Pra onde?
-Bailey, o conheci na aula de calculo. Vamos para alguma boate...
-Como ele é?
-Lindo, parece um lord. Um príncipe todo educadinho. Ahh não é sexta não, é sábado que vamos sair. Eu acho... Ah sei lá.
-Ownn!
-Vou estudar, tchau. Depois te conto tudo e quero que você me conte também. Beijo.
 

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