Abrigo escrita por Manoo


Capítulo 1
Primeiro Dia


Notas iniciais do capítulo

Oh, céus. Finalmente decidi escrever uma fanfiction de Bungou Stray Dogs. Sei nem o que sentir. Sinto que me ferrei um monte, pois já tenho outra longfic de Boku no Hero para atualizar...Mas precisava botar esta ideia que tive em prática.
Ainda não me decidi se a fanfic terá casais, mas, se for ocorrer, vai ser mais pra frente, pois agora os personagens principais são crianças. E para os impacientes, se for ter, provavelmente será Shin Soukoku.
Espero que gostem dessa humilde história que lhes apresento! Leiam as notas para algumas explicações!



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— Dazai, quanto tempo mais você vai ficar dormindo?!

Osamu resmungou, virando-se de lado. Em menos de um segundo, sentiu o calor de suas cobertas sumirem, sentando-se lentamente na cama com um olhar de poucos amigos. Encarou a fonte de seu aborrecimento com raiva.

— Café. Da. Manhã. Todos já estão de pé, menos você! -Kunikida ralhou, as mãos pousadas em sua cintura- Essa é a última vez que vou te chamar, então trate de levantar logo ou vai ficar sem comida!

O loiro deixou o quarto batendo a porta, e Dazai suspirou pesadamente. Sabia que era uma ameaça vazia, pois, se não aparecesse para comer, Kunikida o arrastaria até a cozinha e o alimentaria a força. Aprendera isso da pior forma.

Mas, mesmo assim, ergueu-se da cama, esticando as costas no processo. Por mais que soubesse que não ficaria sem comida mesmo se não aparecesse, não queria receber o olhar decepcionado de Fukuzawa. E também tinha outro motivo. Mas esse era menos importante.

Não se importou em botar sapatos ou trocar-se de seu pijama, sabendo que todos ainda estariam com caras sonolentas e cabelos bagunçados. Com exceção de Kunikida, é claro. E talvez Fukuzawa. Talvez.

Desceu as escadas lentamente, ignorando a tentação de deslizar pelo corrimão. Fizera isso apenas uma vez na residência de Ougai, e fora o suficiente para passar o dia inteiro trancado no quarto negro. Sabia que Fukuzawa sequer pensaria em fazer algo semelhante, mas, mesmo assim, não se arriscava.

— Bom dia, Osamu! -Kenji o cumprimentou, um sorriso gigante no rosto do garoto- Dormiu bem?

— Uhum- Murmurou, forçando um sorriso em seu rosto. Esse hábito estava se mostrando cada vez mais corriqueiro desde que chegara à residência de Fukuzawa.

— E tinha como não? -Kunikida resmungou, servindo uma porção de panquecas nos pratos de Naomi e Kirako, que sorriam amavelmente- Você acorda tarde todos os dias, não arruma sua cama, e eu duvido que você tenha arrumado seus materiais escolares. Sinceramente, você tem que começar a ser mais responsável! -Ele terminou seu sermão, apontando a espátula na direção do garoto.

— Heeeein- Osamu resmungou, sua voz saindo em um tom mais agudo- Mas pra quê fazer isso se tem você aqui, Kunikida-kun? -Piscou inocentemente, um sorriso se formando em seu rosto ao ver a face do adolescente envermelhar-se.

— Irresponsável!

— Bobão.

— Mal-educado!

— Ranzinza.

— Ora, seu-

— Kunikida, Dazai. Chega.

Fukuzawa entrou no cômodo, uma expressão cansada em seu rosto e Ranpo grudado ao seu lado, o costumeiro sorriso travesso em seu rosto. Kunikida se recompôs rapidamente, curvando-se rapidamente na direção do homem, que ergueu uma mão para que ele se erguesse. Seus olhos azuis foram na direção de Dazai, que o cumprimentou com um aceno de cabeça, seu rosto ainda infantil sendo tomado por uma expressão séria.

O homem suspirou, parecendo um pouco decepcionado, e voltou os olhos para a mesa de café da manhã.

— Só faltam o Jun’ichiro¹ e o Atsushi? E a Akiko? -O homem perguntou, e Kunikida assentiu.

— Estão lavando as mãos, logo estão aí- O adolescente disse, servindo panquecas nos pratos de Dazai e Kenji- Akiko está tomando banho, disse que vai comer depois.

Encarou a sua porção de panquecas quase que impressionado. Perturbava o loiro diariamente, sempre planejando uma nova pegadinha ou uma nova piada sobre o rapaz, mas nunca era tratado diferente dos outros, recebendo a mesma quantidade de comida- e a mesma quantidade de sermões- que as demais crianças.

Fukuzawa tomou seu lugar na ponta da mesa, agradecendo à Kunikida quando este depositou algumas panquecas em seu prato. Osamu observou a mesa, ainda desacostumado com os hábitos de seus novos “colegas”.

Embora ainda faltassem dois integrantes na mesa, e Kunikida ainda não tivesse se sentado, todas as crianças já comiam de forma bagunçada e animada, vez ou outra sendo corrigidas por Doppo ou pelo próprio Fukuzawa. Naomi e Kirako comiam seu café da manhã enquanto conversavam e riam, suas risadas infantis ecoando pelo cômodo. Kenji estava focado demais em suas panquecas, mastigando-as vorazmente. Ranpo derramara uma quantidade absurda de mel sobre suas panquecas, comendo-as com um sorrisinho no rosto e vez ou outra oferecendo um pedaço para o diretor, que recusava calmamente.

Osamu começou a comer sua própria pilha de panquecas, abaixando o olhar. De repente, passos leves e rápidos se aproximaram da sala, fazendo com que Osamu voltasse a erguer a cabeça, o olhar grudado na porta.

Jun’ichiro entrou no cômodo de mãos dadas com Atsushi, apressando-o a tomar seu lugar na mesa. Embora tivessem a mesma idade, Atsushi poderia passar por mais novo do que já era, devido ao seu tamanho e magreza. Mesmo assim, ambos os garotos eram fofos, e Dazai tinha certeza de que pelo menos Tanizaki não teria dificuldade em ser adotado.

O ruivo sentou-se ao lado de sua irmã, que o envolveu em um abraço apertado. Soltou-o apenas quando Kunikida ralhou com ela, um beicinho se formando em seus lábios.

Atsushi caminhou lentamente em sua direção, uma expressão constrangida e hesitante em seu rostinho. Lançou um sorriso amigável em sua direção, tentando acalmá-lo, e o garotinho sentou-se ao seu lado, pegando em seus talheres com mãos trêmulas. Kunikida não demorou em servir uma pilha de panquecas no prato do garoto, que se encolheu com a aproximação repentina.

Fazia apenas um mês que Atsushi se mudara para a residência, então seu nervosismo não era de se estranhar. Porém, pelo que ouvira Yukichi e Kunikida cochicharem no escritório do adulto, a vida do garoto antes de ser acolhido não fora fácil ou agradável. Ele mesmo havia visto algumas marcas no corpo do garoto, e ouvira uma história aterrorizante deixar os lábios do diretor. Uma história que ele não gostaria de ouvir novamente.

Seja bom com ele, Osamu. Fukuzawa havia lhe dito, uma expressão sombria em seu rosto. Os dois encaravam o menino se encolher em suas cobertas, claramente chorando na calada da noite, sem perceber a presença dos dois à porta. Ele vai precisar que alguém cuide dele.

— Atsushi-kun, coloque um pouco de mel nas suas panquecas- Kenji sugeriu, sua face coberta de farelos e lambuzada de mel- Fica muito gostoso!

O garoto encarou o loirinho com olhos trêmulos, rapidamente voltando seu olhar para Dazai e seu prato. O mais velho soltou uma risadinha, pegando o vidro de mel e despejando um pouquinho sobre sua pilha. Não gostava quando ficava muito doce, mas sabia que Atsushi só comeria o que ele visse que Osamu também estava comendo.

Despejou um pouquinho sobre as panquecas do garoto, e os rostos de todos que estavam sentados à mesa se iluminou ao verem um sorrisinho contente se formar no rostinho de Atsushi. Vê-lo sorrindo era algo raro, então esses momentos eram apreciados principalmente por Dazai, Fukuzawa e Doppo, que se preocupavam cada vez mais com a criança.

Continuaram a refeição sem pressa, e Yosano logo se juntou a eles, brigando com Kunikida quando esse ralhou com ela. Quando terminou sua refeição, Fukuzawa lembrou-o de que já estava na hora de se arrumar para a escola, uma expressão séria em seu rosto. Ainda não parecia ter se esquecido da vez que o garoto havia matado aula para ficar passeando pela cidade. E parecia fazer questão de mostrar para o garoto que não havia esquecido.

— Atsushi, não vai comer mais um pouco? -Fukuzawa perguntou, seu tom de voz baixo e gentil. Atsushi abaixou o olhar, balançando a cabeça. O homem segurou um suspiro, afagando suavemente a cabeça da criança- Tudo bem. Não tem problema se não quiser comer mais. Consegue se arrumar sozinho? Ou quer ajuda?

O garoto voltou a balançar a cabeça, erguendo-se (ou descendo?) da cadeira e deixando o cômodo, não sem antes se curvar na direção de Yukichi, que voltou a acariciar sua cabeça.

— Ele quase não comeu- Kunikida murmurou, retirando o prato quase intocado da mesa, uma expressão preocupada em seu rosto- Ele está absurdamente abaixo do peso...

— Talvez ele não goste do sabor- Dazai provocou, um sorrisinho maligno se formando em seu rosto ao ver as sobrancelhas do loiro tremerem.

— Eu gosto! – Kenji exclamou, erguendo as duas mãos no ar. Fukuzawa acariciou-lhe os cabelos loiros, recebendo um sorrisão em retorno.

— O médico disse que temos que acostumá-lo com lanches pequenos durante o dia. Provavelmente só depois que ele se acostumar ele vai comer mais das refeições- O diretor disse, e Kunikida concordou, embora não parecesse menos preocupado.

O homem passou a mão por seus cabelos brancos, cansaço evidente em seu rosto. Não era fácil cuidar de oito crianças, e embora tivesse a ajuda de Kunikida, que já era quase um adulto, ainda tinham coisas que apenas ele podia fazer. Dazai tinha quase certeza de que seus cabelos não eram naturalmente brancos, que ficaram daquela forma por causa do estresse.

— Certo, todos se arrumando para a escola- Kunikida disse, recebendo resmungos de Naomi, Ranpo e Akiko, que foram espantados do cômodo pelo adolescente.

Ergueu-se de sua cadeira, pronto em ir para seu quarto. Porém, antes que tivesse a chance, sentiu uma mão quente em seu ombro. Olhou por cima do ombro, encontrando os olhos azuis de Fukuzawa.

— Osamu, se arrume e venha para o meu escritório. Preciso conversar com você.

Na residência de Ougai, esse tipo de frase normalmente o colocaria em guarda. Mas seis meses de convívio lhe convenceram de que Fukuzawa era, de fato, uma boa pessoa. O dia que ele levantasse a mão contra uma criança seria o dia em que ele cometeria suicídio.

Assentiu, indo para seu quarto e se arrumando roboticamente. Foi na direção do escritório de Yukichi, passando pelo quarto de Atsushi no caminho, deparando-se com Kunikida ajudando o garoto a se vestir.

Atsushi estava calado e pálido, como sempre, e Kunikida amarrava os cadarços dos pequenos sapatos. Nenhum dos dois parecia ter notado a presença do moreno, que se retirou quietamente.

Bateu na porta aberta, anunciando sua presença, e entrou no escritório, sentando-se em frente à Fukuzawa. O homem tinha algumas pilhas de papéis espalhadas sobre sua mesa, e Dazai esticou o pescoço para a frente para que pudesse ter uma visão melhor.

Não demorou para perceber que se tratava das fichas das crianças que moravam naquele orfanato, reconhecendo as fichas de Yosano, Kunikida e até mesmo a sua. Suspeitou que os papéis nas mãos de Fukuzawa diziam respeito a Atsushi, principalmente pela forma como as sobrancelhas do homem se franziam.

— Osamu, você e o Atsushi se dão bem, sim? -O homem perguntou, pousando os papéis na mesa. Conseguiu ver a foto do garoto, mas sua visão não era boa o suficiente para decifrar as pequenas letras.

— Acho que sim- Murmurou, o rostinho pálido, fofo e assustado de Atsushi em sua mente- Não entendi até agora por que ele se grudou em mim.

— Você é gentil com ele, é por isso.

— Os outros também são gentis com ele, e ele não age assim com Yosano ou Kunikida.

— Realmente, ainda não- O homem suspirou, levando uma mão à sua testa- Ele passou por muita coisa em sua moradia anterior. Arrisco falar que vai demorar muito tempo para ele conseguir superar. Mas eu não acho que ele vá demorar para se abrir com as outras crianças...Afinal, ele já consegue conversar com você e Jun’ichiro.

— Mesmo assim, ele só abre a boca para falar com nós. E com você. Nem com o Kunikida ele conversa- Cruzou seus braços, um olhar sombrio em seu rosto. Um olhar que não combinava com o rosto de um garoto de 12 anos- Fukuzawa-san, você não pode estar falando sério sobre mandá-lo para a escola tão cedo.

Observou a feição cansada de Yukichi se tornar ainda mais cansada. O homem suspirou pesadamente, quase não conseguindo esconder sua frustração.

— Eu também não concordo- O homem começou- Não acho que Atsushi esteja pronto para ir para a escola. Ele não confia em crianças de sua idade, e muito menos em adultos. Mas, não tem jeito, o Natsume-sensei insistiu. Disse para tentarmos, e se não der certo, vamos tentar a educação domiciliar. Infelizmente, eu não tenho como contestá-lo.

Osamu estalou a língua, uma expressão insatisfeita em seu rosto. Detestava Natsume Souseki e sua insensibilidade e sua falta de imposição e a forma como era incompetente com todas as suas forças. Vira o homem apenas uma vez, uma vez, e fora o suficiente para culpar todos os seus problemas em cima do velho.

— As crianças da escola não vão ser gentis ou compreensivas que nem as que vivem aqui, Fukuzawa- comentou, esperando do fundo de seu coração convencer o homem- Elas não vão gostar dele. Você sabe disso.

— Eu estou ciente- Ele levou uma mão a seus cabelos brancos, uma expressão vazia em seu rosto- Mesmo assim, vamos ter que tentar. Eu conversei com ele sobre isso ontem de noite e, mesmo que parecesse hesitante, o Atsushi concordou em ir à escola. Talvez...Talvez ajude ele um pouco.

— É... Talvez- Dazai disse, um sorrisinho sarcástico em seu rosto.

Fukuzawa ergueu os dois braços sobre a mesa, interlaçando os dedos. Seu olhar se grudou no do garoto, ambos se encarando seriamente.

— Osamu...Posso te pedir para cuidar dele? -Osamu arregalou os olhos, sendo interrompido pelo homem antes que pudesse protestar- Vocês vão estar em classes e séries diferentes, então não estou pedindo para você invadir a sala de aula dele. Apenas...Poderia ficar de olho nele? Para que ninguém o incomode ou o machuque?

Fechou os olhos, uma expressão pensativa percorrendo seu rosto. Sabia que seguir Atsushi como uma sombra só faria com que as outras crianças pegassem ainda mais em seu pé, mas também sabia que sua presença faria o garoto se sentir mais confortável.

Suspirou, derrotado. No fim das contas, já era óbvio que ele ia cuidar do garoto, Fukuzawa pedindo ou não.

— Certo, sem problemas- Uma expressão aliviada percorreu o rosto de Fukuzawa, e Dazai abriu um de seus cada vez mais comuns sorrisos zombeteiros- Mas eu quero sobremesa extra todas as noites!

— Feito.

Apertaram as mãos, selando seu contrato. Embora esperasse do homem, Yukichi não sorria amavelmente para Dazai. Gostava disso nele. Gostava de não ser tratado como criança, como alguém que fosse chorar com o menor dos comentários.

Despediu-se do homem e deixou o escritório, voltando para seu quarto. Não demorou para que Kunikida os chamasse, para levá-los até a escola. Pegou sua mochila (que costumava pertencer ao próprio Kunikida) e desceu as escadas, juntando-se às outras crianças.

Separaram-se em dois grupos: o primeiro guiado por Doppo Kunikida, que levaria Ranpo, Yosano, Dazai e Kenji em um dos carros. Sim, o adolescente já tinha sua carteira de motorista, e Osamu se recusava a admitir que tinha inveja do mais velho. O segundo era liderado pelo próprio Fukuzawa Yukichi, que levaria Jun’ichiro, Atsushi, Naomi e Kirako no outro carro.

Doppo havia terminado de colocar Kenji na cadeirinha quando o carro de Fukuzawa partiu. Dazai viu Atsushi encarando-o através da janela, balançando lentamente sua mãozinha. Balançou de volta, um sorrisinho tomando seu rosto. Atsushi realmente era muito fofo.

O adolescente entrou no carro e, depois de conferir que todos estavam de cinto, deu partida.

— Ei, por que eu não pude ir no outro carro com o Yukichi? -Ranpo perguntou, sendo retribuído pelo silêncio de Kunikida- Eeeeiiii-

— Amanhã você vai com ele, Ranpo- Kunikida disse, tentando se manter paciente- Agora fique quieto. Preciso me concentrar no trânsito.

— Hein, você não consegue dirigir com barulho, Kunikida-kun? -Dazai perguntou, uma falsa expressão inocente em seu rosto- Sabia que pessoas que não conseguem se concentrar com barulho à sua volta são consideradas incompetentes?

— Isso não é verdade! - O loiro ralhou, sua face ficando vermelha.

— É simmm...-Cantarolou, divertindo-se com a expressão surtada do mais velho.

— Não é nada.

— É sim! Eu li num dos livros do Fukuzawa que é verdade sim- Ranpo apoiou-o na provocação, um sorriso de raposa em seu rosto.

— Chega os dois!

— Incompetente! Incompetente! -Kenji exclamou aos risos, um sorriso angelical em seu rosto. De repente, sua expressão mudou para uma curiosa- O que é incompetente?

— O que o Kunikida é- Yosano disse, juntando-se à brincadeira.

— Ugh, chega! Vocês são insuportáveis!

As crianças riram histericamente, divertindo-se às custas do mais velho. Eram momentos assim que faziam Osamu agradecer Fukuzawa todos os dias por tirá-lo da residência de Ougai.

Alguns minutos depois, Kunikida estacionou o carro em frente à escola. Os três pré-adolescentes desceram do carro e o adolescente foi ajudar Kenji a descer da cadeirinha. Fukuzawa aproximou-se de mãos dadas com Atsushi e Naomi, que seguravam as mãos de Jun’ichiro e Kirako.

— Tudo certo durante a viagem? -Yukichi perguntou.

— Sem problemas- Kunikida respondeu, colocando Kenji no chão.

— O Kunikida é incompetente, in-com-pe-ten-te! -O garotinho cantarolou, correndo em volta do adolescente.

As crianças voltaram a rir, dessa vez junto do outro grupo. Até Atsushi parecia se divertir com a situação, por mais que não parecesse entender muito o que estava acontecendo. Afinal, sorrisos e risadas são contagiosos.

— Eu nem sei se quero saber- Fukuzawa comentou, afagando a cabeça de Kunikida, tentando consolá-lo. Voltou a segurar a mão de Naomi, que sorriu amavelmente para o homem- Bem, vamos indo?

— Sim! -As crianças exclamaram, sendo guiadas pelos mais velhos para dentro do prédio.

A primeira parada foi a sala do primário, onde Kenji, Kirako e Naomi tinham suas aulas. Foram recebidos pela professora, que cumprimentou os três amavelmente e trocou algumas palavras com Fukuzawa.

— Ei, por que eu não posso ir sozinha para a minha sala? -Akiko perguntou, uma expressão frustrada em seu rosto- Eu já tenho 13 anos!

— Vamos primeiro levar os mais novos para as salas deles- Fukuzawa explicou calmamente, pegando na mão de Jun’ichiro, que se despedia da irmã- Depois eu lhe poupo da vergonha de ser vista com um adulto.

— Não é vergonha, pai! -Ranpo exclamou, bajulando o homem. Não deixou de perceber a forma como o homem tensionou ao ouvir a palavra “pai” - Na verdade, ficaríamos encantados se você nos levasse até a sala de aula, né, Akiko? – Ele disse, fuzilando a garota com o olhar.

— Sim, sim! -Yosano cantarolou, fazendo uma expressão angelical que não combinava consigo. Parecia já ter esquecido sua frustração anterior- Por favor, nos leve até nossa sala!

— Ei, parem com isso! -Kunikida repreendeu-os, sussurrando.

— Não vou levá-los. E não me chamem de pai.

Os dois trocaram olhares frustrados, decepcionados.

Dazai ficara sabendo do plano de Ranpo e Yosano logo quando chegou no orfanato. O plano de convencer Fukuzawa a adotá-los. Diziam que já estavam velhos e a possibilidade de serem adotados era pequena, mas Osamu desconfiava que o principal motivo para desejarem o diretor como pai era o apreço que tinham pelo homem.

Dobraram o corredor, indo em direção à sala de aula das demais crianças. Jun’ichiro despediu-se de Fukuzawa e lançou um olhar hesitante na direção de Atsushi, entrando lentamente na sala. O professor, um homem grisalho e barbudo, aproximou-se, cumprimentando Yukichi e Atsushi. Agachou-se para falar com o garoto, porém este se escondeu atrás das pernas do diretor, agarrando-se a elas como se dependesse delas para viver.

O homem afastou-se um pouco, dando espaço para que o garoto se acalmasse. Fukuzawa suspirou, sentando-se no chão para ficar na altura de Atsushi.

— Ei, tudo bem? -Atsushi concordou, embora estivesse tudo menos bem- Não tem problema estar nervoso, é o seu primeiro dia. Todo mundo fica nervoso no primeiro dia, né, crianças? -Voltou um olhar de súplica para Osamu, Akiko e Ranpo.

— Sim, Atsushi-kun- Yosano disse, seu tom de voz gentil. Até o capeta sabia ser gentil às vezes- Eu fiquei super nervosa no meu primeiro dia! Não conseguia parar de tremer.

— Eu não fiquei nem um pouquinho nervoso- Ranpo se exibiu, recebendo uma cotovelada de Yosano.

— Eu não tô nervoso...- O garotinho murmurou, encarando o chão com olhos trêmulos.

Hesitantemente, ergueu a cabeça, encarando Fukuzawa. Depois voltou o olhar na direção do professor, que sorriu gentilmente, e passou os olhos rapidamente na direção de Akiko e Ranpo. Seus olhos heterocromáticos² pararam um tempo sobre Dazai, analisando-o de cima a baixo, até encontrarem sua mochila. Lentamente, voltou seu olhar para Fukuzawa, aproximando-se do ouvido do homem e cochichando algo em seu ouvido.

A expressão séria do homem vacilou, e ele envolveu o garoto em um abraço fraco, que possibilitaria a criança se desvencilhar caso quisesse.

— Sim, eu vou voltar para buscá-lo, Atsushi. Todos os dias.

O silêncio circulou o pequeno grupo. Os três pré-adolescentes conheciam bem o sentimento de abandono, tenha sido ele intencional ou não. Mantiveram-se calados em respeito ao garotinho. Kunikida desviou o olhar, não sabendo como consolar a criança.

Fukuzawa afastou-se um pouco, olhando no rosto do garoto e lhe secando as lágrimas que havia derramado durante o abraço.

— Eu não vou estar aqui, mas Kunikida e os outros vão- Atsushi afastou-se por completo dos braços do homem, limpando seu rosto com a manga do uniforme- Se você se sentir mais confortável, pode ficar com o Osamu e os outros durante o recreio. Certo? -Lançou um olhar para o professor, que assentiu.

— É claro, não vejo problema algum nisso. Mas eu tenho certeza de que você vai se dar muito bem com seus colegas, Atsushi-kun, então não precisa ter medo- Atsushi olhou hesitantemente para o professor, que sorriu e lhe estendeu a mão.

— Depois eu passo aqui pra te dar um oi, Atsushi-kun- Dazai disse, tentando ajudar os adultos a botar o garoto para dentro da sala.

Os olhinhos dele se iluminaram, mas não muito, e hesitantemente deu a mão para o professor. Quase que instantaneamente, voltou um olhar assustado para Fukuzawa e as crianças, implorando silenciosamente para que não fossem embora.

— Eu vou estar aqui no final da manhã- Fukuzawa disse, tentando acalmá-lo.

— E a gente se vê no recreio, Atsushi-kun! -Ranpo disse, abanando os braços no ar. Todos presentes agradeceram pelo garoto ter decidido agir com gentileza rara naquele momento.

— Ok- Atsushi murmurou baixinho, abanando para os cinco com sua outra mão.

Retribuíram, observando ele ser guiado para dentro da sala. O homem trocou algumas palavras com Fukuzawa antes de fechar a porta, lançando um olhar gentil para os cinco, que continuaram plantados em frente a porta, esperando o garotinho começar a chorar e a berrar para sair de lá.

Porém não aconteceu, e Dazai quase suspirou aliviado. Chorar no primeiro dia só tornava as coisas piores.  

O diretor lançou um último olhar preocupado na direção da porta antes de voltar seu olhar para os outros, certificando-se de que tinham tudo de que precisavam.

— Sabem o caminho da sala de aula, certo? -Perguntou para os três mais novos, que lhe lançaram olhares indignados.

— Já temos 13 anos, poxa! -Yosano reclamou.

— É que não dá pra esperar muito de quem bota a blusa do avesso- Kunikida provocou, recebendo um soco no braço.

— Eu tinha acabado de acordar!

— Você já tinha tomado banho e café da manhã! Já estava bem acordada e-

— Chega, chega- Fukuzawa interrompeu-os, um sorrisinho em seu rosto- Direto para a sala de aula. Kunikida, eu volto assim que as aulas acabarem. Qualquer problema que acontecer, por favor, me chame imediatamente.

— Sim, diretor!

Afagou os cabelos loiros do adolescente, que corou e desviou o olhar. Os quatro se afastaram, com as três pestes infernizando o adolescente com comentários e cutucadas. Dazai olhou para trás uma última vez, antes de subirem as escadas, e observou com curiosidade o homem encarar a porta da sala de aula de Atsushi com cansaço e preocupação.

Os cabelos de Fukuzawa com certeza não eram brancos naturalmente.

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O sinal tocou, fazendo com que as crianças se erguessem e saíssem correndo da sala de aula, ignorando os protestos fracos da professora de literatura. Por mais que Osamu sentisse pena da mulher, precisava admitir que faltava autoridade em Louisa May Alcott.

— Ugh, que porre de aula- Ranpo murmurou, a cabeça deitada sobre a classe.

— Nem me fale- Akiko concordou, a cabeça encostada na parede.

— Realmente- Dazai disse, erguendo a cabeça da mochila, que decidira usar como travesseiro há dois períodos atrás- Insuportável.

— Vocês três não tem jeito- Ango disse, aproximando-se dos três no canto da sala- Vão fazer a professora chorar qualquer dia desses.

— Ugh, qualquer coisa faz essa doida chorar- Yosano disse, recebendo resmungos de concordância dos outros dois.

— Não tá mentindo- Ango concordou, erguendo seu punho³ para olhar para o relógio- Vocês vão passar na lancheria? Se não formos logo, vai ficar lotada.

— Não, o Kunikida fez os nossos lanches hoje- Dazai tirou a tupperware da mochila, mostrando-a para Ango, que assentiu. Ergueu-se da cadeira, esticando-se- Mas eu posso ir lá com você, quero comprar alguma coisa doce para o Atsushi.

— Oh, isso vai acalmá-lo um pouco- Yosano comentou, um sorrisinho em seu rosto- Compre algo de chocolate! Ele adorou o chocolate que as meninas deram para ele na outra semana.

— Compre pra mim também- Ranpo suplicou, piscando inocentemente para Dazai.

— Nem pensar.

— Quem é Atsushi-kun? -Ango perguntou, confuso.

— É a nova criança que veio morar no orfanato- Dazai explicou, tirando dinheiro de sua carteira- Ele estava bem nervoso hoje de manhã, já que é o primeiro dia dele.

— Bem, é normal ficar nervoso no primeiro dia- Ango disse, e os três seguiram o rapaz em direção à porta em silêncio. O colega não sabia sobre as condições em que Atsushi ou eles viveram anteriormente, então era de se esperar que não compreendesse a situação.

Desceram até a cafeteria, onde Ango comprou seu lanche e Osamu comprou uma bomba de chocolate para Atsushi, ignorando as súplicas desesperadas de Ranpo para que ele comprasse duas. Caminharam até a sala do garoto, encontrando-a vazia, com exceção do professor.

— Oh, vieram procurar o Atsushi-kun? -O velho lhes lançou um olhar gentil, divertindo-se com a confusão dos três ao não encontrarem o garoto encolhido em algum canto da sala- Ele está no pátio com as outras crianças. Ele conseguiu fazer uma amiguinha!

Osamu, Ranpo e Akiko se olharam com olhos arregalados. Não esperavam que o garoto que mal conseguia falar com eles fosse fazer amigos no seu primeiro dia. Honestamente, estavam até um pouco enciumados com aquilo.

Despediram-se do homem, indo em direção ao pátio com passos rápidos.

— Isso não é algo bom? -Ango perguntou, fazendo o seu melhor para acompanhar o trio.

— Bem, é- Yosano disse- Mas é estranho.

— Bem estranho- Ranpo concordou.

— Estranho demais- Osamu disse, não se importando em esconder o olhar sombrio em seu rosto.

Aproximaram-se do pátio, pausando um pouco ao ouvirem a comoção. Trocaram olhares assustados, esperando o pior. Osamu e Akiko entraram na frente, sendo seguidos por Ranpo e Ango, e arregalaram os olhos ao se depararem com a cena à sua frente.

As crianças gritavam enlouquecidas, circulando dois garotos que estavam atirados ao chão. Algumas incentivavam os dois a continuarem, e outras tentavam fazê-los parar. Os olhos de Osamu circularam o pátio, procurando o garotinho de cabelos brancos e olhos violetas e amarelos, falhando em encontrá-lo.

Porém, seus olhos se focaram em algo, não muito longe de onde as crianças estavam reunidas. Uma tupperware atirada ao chão, seu conteúdo espalhado pela terra e grama.

Fechou as mãos em punhos, aproximando-se das crianças. Afastou uma ou outra com empurrões, ignorando os protestos indignados. Quando finalmente chegou ao final da multidão, sentiu seu coração parar, ódio puro escalando sua espinha.

Atsushi estava por baixo, seus cabelos brancos espalhados na grama. Suas mãos estavam nos ombros do outro, tentando empurrá-lo para longe, um olhar aterrorizado, porém zangado, em sua face. De seu nariz, um líquido vermelho familiar escorria, descendo por seu queixo e manchando seu uniforme.

Osamu arrancou o outro garoto sem esforço, jogando-o para longe.

— Atsushi-kun! -Yosano correu até os dois, ajoelhando-se ao lado do mais novo.

O garoto ofegava, os olhos arregalados. Olhou para Yosano, para Dazai, para as crianças e para seu agressor, não parecendo entender nada. Por fim, agarrou-se à Akiko, que pressionava um lencinho contra seu nariz.

Osamu voltou o olhar para o garoto, que não parecia mais tão corajoso. Na verdade, parecia amedrontado. Não demorou muito para reconhecer os olhos cinzentos e os cabelos negros com fios brancos, sua raiva apenas aumentando.

Não importava quanto tempo já tivesse deixado aquele inferno, a residência Ougai parecia persegui-lo para onde quer que fosse.

— D-dazai-san! -Akutagawa gaguejou, encolhendo-se.

— Que porra você tá fazendo, Ryuunosuke? -Questionou, sentindo seus punhos tremerem. Ignorou as exclamações das crianças ao ouvirem o palavrão, os olhos grudados no garoto- Eu perguntei que porra você tá fazendo!

— E-eu...Eu...!

Sabia que não devia. Sabia que no passado Odasaku viria e o acalmaria, colocando alguma razão em sua cabeça. Sabia que bater em crianças era errado. Crescera a sua vida inteira apanhando. Ele devia saber isso melhor do que ninguém.

Mas, mesmo assim, partiu pra cima.

Um tapa. Ouviu os soluços de Atsushi e os protestos de Yosano para que parasse. Dois tapas. As crianças à sua volta voltaram a gritar, enlouquecidas. Três tapas. Sentiu Ango e Ranpo tentarem puxá-lo para longe, mas, naquele momento, estava insanamente forte para que as mãos infantis e fracas dos garotos conseguissem fazer algo. Quatro tapas. Viu lágrimas descerem os olhos de Ryuunosuke, que aguentava tudo calado.

Sentiu seu estômago se revirar.

Agarrou o garoto pelos ombros, balançando-o para a frente a para trás.

— Você nunca mais faz isso, tá entendendo?!- Balançou-o novamente, olhando nos olhos amedrontados da criança- Nunca mais!

De repente, sentiu uma dor forte em sua orelha, perdendo seu equilíbrio. Um “pi” ensurdecedor encheu sua cabeça, e demorou para conseguir se orientar. Quando voltou a si, ergueu a cabeça, seus olhos enraivecidos grudados nos olhos azuis do garoto que lhe atacou.

— Qual é o seu problema, porra? -O ruivo perguntou, colocando-se em frente a Akutagawa. O garoto ergueu-se do chão, a expressão aterrorizada ainda em seu rosto- Por que caralhos você tá batendo numa criança?!

— Hah? Por que eu estou batendo nele?!

Ergueu-se do chão, mas dessa vez Ranpo e Akiko se grudaram em seus braços, segurando-o. Ango não estava mais ali, e suspeitava que ele havia ido chamar os professores ou até mesmo o diretor.

— Tem mais alguém aqui batendo em criança?! -O garoto retrucou, sua expressão ficando cada vez mais tomada pela raiva- Só tem você fazendo isso, seu cuzão.

— Acontece que a sua criança— disse a palavra com nojo, fazendo com que Ryuunosuke se encolhesse ainda mais- estava batendo no meu amigo! -Apontou para Atsushi, que encarava a situação com olhos arregalados. Estava abraçado à uma menina de cabelos rosas, que também tinha algumas marcas em seu rosto.

— E você precisava bater nele?!

— Ele precisava bater no meu amigo?!

— Você nem sabe o quê aconteceu- O ruivo cruzou os braços, recusando-se a perder aquela discussão- Talvez esse pirralho tenha feito ou falado alguma merda. Aliás, todos esses pirralhos de merda nos tratam mal! Só porque viemos do orfanato não quer dizer que somos merdas, seus lixos! -Berrou, fazendo com que as crianças se afastassem um pouco, assustadas.

Dazai piscou, arregalando os olhos.

Como é que é?

— Como é que é?!- Tentou avançar contra o garoto novamente, Yosano e Ranpo mal conseguindo segurá-lo.

— Dazai, já chega! -Yosano chiou. Voltou seus olhos magenta para o ruivo, encarando-o com raiva- E o Atsushi-kun não faria nada disso. Para de falar bosta!

— Isso mesmo! -Ranpo concordou, igualmente indignando.

 - Chu-Chuuya-san, esse é o Dazai-san- Akutagawa disse, balançando o ombro do rapaz, que lhe lançou um olhar confuso- O meu colega de quarto. O que eu tinha antes de você.

— Ah.

— Ah.

Os dois se encararam, finalmente entendendo a existência um do outro. Para Chuuya, Osamu era uma pessoa como ele, um órfão. E para Osamu, Chuuya era apenas mais um boneco de Ougai.

— Ah, então você que é o meu substituto- Comentou, uma risadinha deixando seus lábios- Já entendi.

Endireitou-se, e Akiko e Ranpo hesitantemente deixaram seus braços, prontos para agarrá-lo caso necessário. O rapaz, Chuuya, ergueu uma sobrancelha, encarando Osamu e tentando fazer sentido de suas palavras.

— O quê?

— Não, nada- Ergueu as mãos em sinal de paz- Faz sentido você defender essa peste.

O quê?!

O rapaz avançou para a frente, mas não se jogou contra Dazai. Akutagawa segurava sua mão tremulamente, uma expressão desesperada em seu rosto.

Sorriu maldosamente, encarando os dois.

— O Ougai conseguiu colocar uma coleira direitinho em você- Provocou, cruzando os braços- Ninguém aguentou esse aí por mais de um ano. Nem mesmo eu- Observou a expressão do garoto se tornar uma triste, humilhada, seu corpinho se encolhendo.

Chuuya olhou para Akutagawa e depois para Dazai, indignado.

— Você...Não fale isso de novo!

— Senão o quê?

— Senão eu quebro a sua cara!

— Oh, eu adoraria ver isso.

Seu sorriso maldoso aumentou. Esquecera-se completamente de onde estava, de quem estava à sua volta. Naquele momento, havia voltado a ser o garoto de seis meses atrás.

— Peste. Insuportável. Psicopata. Grudento. Ridículo. Fraco. Mijão. Retardado.

Observou com satisfação as lágrimas descerem pelo rosto de Akutagawa Ryuunosuke. O garoto apertava as mangas de seu uniforme com força, o rosto abaixado. Não demorou para que Chuuya partisse para cima, os dois rolando pela grama aos socos.

Os gritos das crianças ficaram mais fortes, torcendo para que os dois garotos se matassem aos socos.


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Notas finais do capítulo

¹ Fiquei em dúvida sobre como escrever o nome do Tanizaki mais velho, não sabia se usava Junichiro ou Junnichirou, então optei usar como está na wikia: Jun'ichiro. Se alguém ai quiser me dar uma luz de como se escreve, serei eternamente grata kkkkkkkkkkk
² Aqui no Brasil, crianças acima de 4 anos usam o assento de elevação ao invés da cadeirinha. Mas optei por usar a cadeirinha nessa fanfic pois é mais conhecida e também porque as crianças são bem pequenas em animes KKKKKKKKK Então acho que fica melhor assim.
³ Não sabia direito como descrever os olhos do Atsushi, que são lindos, por sinal. Acabei por pesquisar, e me deparei com o termo "heterocromia setorial", que é quando ocorrem duas cores em um único olho, que é o caso de nosso menino-tigre, que tem olhos violetas e amarelos!

Sim, Kunikida já sabe dirigir! Optei por usar o sistema dos EUA, onde as pessoas já podem tirar suas licenças aos 16 anos. Que inveja, não?
Para quem está curioso, as idades das crianças do Fukuzawa são essas aqui:
-Kunikida: 17 anos;
-Ranpo: 12 anos;
-Akiko: 12 anos;
-Osamu: 12 anos;
-Jun'ichiro: 6 anos;
- Atsushi: 6 anos;
- Naomi: 5 anos;
- Kirako: 5 anos;
- Kenji: 5 anos;

Como podem ter visto, algumas crianças são chamadas apenas por seus nomes enquanto para outras são usados tanto seus nomes quanto sobrenomes, como Doppo Kunikida, Yosano Akiko e Dazai Osamu. Isso acontece pois eles tinham uma família antes de ir para o orfanato, por isso mantiveram o sobrenome! Os Tanizaki também mantiveram seu sobrenome, mas crianças como Atsushi, Kenji, Kirako e Ranpo (este último será explicado!!!!) não têm sobrenomes!

Caso tenha ficado confuso, eis aqui uma explicação: os dois orfanatos (o de Fukuzawa e o Ougai) fazem parte de uma mesma associação, dirigida pelo Natsume Souseki. Porém, como se divide em duas, o homem apontou duas pessoas para administrar cada uma: Fukuzawa e Ougai. Mas, no fim das contas, o chefão mesmo é ele hahahhaah

Espero que tenham gostado da história! Se quiserem comentar e favoritar, vão deixar a autora felicíssima!
Até o próximo capítulo. ~



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