Destinados escrita por SouumPanda


Capítulo 12
Hotel Edimburgo




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Era realmente estranho todos acontecimentos recentes, apesar de minha mãe insistir muito para que eu e Joseph jantasse após algumas semanas da festa ela não entendia minha reluta, meu coração se comprimia em cada recusa, pois era cada vez mais visível a todos que o relacionamento dele com a modelo estava mais que assumido. Todos a chamava de prometida e eu queria seguir trabalhando no novo escritório, mas não conseguia me focar em mais nada. Tomávamos café em silencio Tomás ria para o celular me fazendo revirar os olhos, Luigi pigarrou chamando a atenção a ele.

— Então nossa Bambina, essa noite nossos amigos Abraham vêm jantar conosco. – Eu apenas afirmei com a cabeça e sorri cordialmente, não podia fazer desfeita, eu não estava morando com eles, passei para tomar o café antes de ir para o escritório e suspirei terminando minha xicara.

— Que bom a vocês, sei o quanto são amigos. – Falei olhando Tomás que ria. – Mas não vou poder participar do jantar, mas mande um abraço a todos eles. – Falei e Gianne espreitou seu olhar em mim curiosa.

— Você foge do Bartolomeu? – Ela questionou me fazendo a encarar e negar com a cabeça.

— Jamais, ele é um homem de fato curioso.  Suspirei já que Tomás sem delicadeza alguma começou a gargalhar - Eu já o conhecia. -  Me encolhi vendo os olhos de Gianne brilharem. – Ele é o cara que namorei após romper com Zachary, eu não quero se indelicada, mas não faço questão de estar perto dele. – Falei baixo com os olhos atento de todos em mim, era notável minha decepção, assim como eu fazia sim questão de estar perto de Joseph, mas sentia em mim que não deveria, por mais que nesse momento estaríamos ao mesmo nível eu não sentia isso, não podia perder tudo que batalhei para ser e me render a essa vida. – Não queria abusar de vocês, mas preciso de um favor, um enorme favor.

— Claro minha querida. – Gianne falava baixo decepcionada com tudo e todas expectativas criadas. – Primeiramente, me desculpe não queria te forçar a nada com Bat, Joseph, não sei como o chama. Se soubesse jamais insistiria. – Ela disse com sensibilidade e amor em sua voz.

— Sei que meu emprego é recente, mas queria sair do pais por um tempo, queria esfriar a cabeça de tudo isso, superar alguns traumas, gostaria de ir para Itália, ou até mesmo Inglaterra, Escócia, qualquer lugar, sei que vocês tem contatos e prometo arrumar emprego assim que chegar lá. – Eu estava eufórica e eles riram, Tomás afirmando, Gianne sorria encantada com as palavras.

— Se quiser é só pedir, temos um hotel em Edimburgo, assim como uma casa em Glasgow, se quiser ambos estão te esperando, claro que se você quiser estar na Inglaterra tem a facilidade do trem. – Luigi disse sorrindo colocando sua mão sobre a minha, senti todo seu amor e preocupação.

— Fico muito agradecida, sem ajuda de vocês não conseguiria, quando eu posso ir? – Perguntei a todos os pegando de surpresa. – Quero ir o mais rápido possível e claro. – Suspirei olhando todos. – Não quero que contem onde estarei. – Engoli seco sentindo a garganta seca sobre o olhar cauteloso de todos que consentia e sorri animada. – Obrigada, assim que puder ir me avisem, vou deixar tudo arrumado.

Aconteceu o jantar, mas não estive presente, sim Tomás disse que acabaram soltando que iria viajar, mas não falaram o local, alegando não saberem exatamente que seria um mochilão, por toda Europa, estava posando no meu antigo apartamento com Christian quando Tomás chegou, eles estavam namorando o que aquecia meu coração, Christian dizia estar vivendo um conto de fadas, pelo menos para um de nós as coisas tinham que ter dado certo. Margot estava saindo com um dos amigos de Tomás, que não me lembrava o nome, já que tinha me privado da maioria das saídas com eles em qualquer lugar.

Quando chegou o dia da viagem minha mãe estava com olhos lacrimejados e como se nunca mais fosse me ver o que não aconteceria, se possível acho que ela instalou um GPS em mim para que não pudesse mais me perder de vista, seu abraço me sufocava enquanto Tomás carregava minha bolsa de mão para dentro do jato.

— Vamos voltar para Itália logo e quero muito te encontrar lá. – Ela dizia com a voz chorosa e eu apenas afirmei sem voz sufocada em seu abraço.

— Claro mãe. – Eu disse sem folego a vendo me liberar e sendo abraçada por Luigi. – Vocês vão saber onde vou estar, sabe disso. – Eu falei com a voz chorosa vendo a emoção dos dois em me deixar viajar. – Só aparecer, quero me estabelecer por lá, deixar vocês orgulhosos.

— Já somos orgulhosos de você bambina. – Luigi disse emocionado e sorri beijando seu rosto. – Vá logo e nos avise assim que chegar por lá.

— Claramente. – Abracei Tomás que disse que em semanas estaria comigo, e entrei no jato, quando os vi saindo da pista e o mesmo virando para a decolar, um frio na espinha percorreu meu corpo sabendo que agora era hora de uma vida nova, em novo continente, não quero mais saber de nada que aconteceu comigo nesse último ano, agora poderiam esquecer a Katlyn Miller, podendo me chamar de Martina.

Após quase 11 horas de viagem podia ver a cidade embaixo de nós, me acomodei sentindo uma dor imensurável no corpo, meu coração saltava do peito em excitação, quando o tranco do pouso tomou conta e logo a aeronave parou e suspirei esticando o corpo. Tomás pediu para um dos carros do hotel viesse me buscar, o que facilitou a vida, ao descer com todas as bagagens, quando entrei no grande carro preto, me sentia como alguém importante sendo guiada por um motorista, quando ele direcionou para a área de casas independentes em Glasgow, grandes casas era obvio que a deles seria uma dessas. Era uma casa clássica com grandes balaústre nas entradas em frente a um jardim enorme com uma rotatória que fazia com que os carros já parassem prontos a saírem, com portas duplas de carvalho vernizado uma das empregadas veio me receber com brilho nos olhos, pisquei algumas vezes a vendo, uma senhora que me olhava com amor.

— Senhorita Martina, que felicidade em te receber. – Ela dizia com amor e eu sorri cordialmente. – Vamos entre precisa descansar da longa viagem e se adaptar ao nosso fuso horário. – Ela dizia me conduzindo para dentro enquanto o motorista carregava as bagagens.

— Obrigada pela recepção e espero não atrapalhar vocês ficando aqui. – Disse com o rosto vermelho de vergonha com toda recepção e ela deu um riso educado com o que ouvirá.

— Estamos aqui para você minha querida, agora suba o seu quarto é a última porta a esquerda, quando precisar estaremos aqui, vamos preparar algo para você comer. – Ela dizia com sua voz rouca e baixa me conduzindo pela escadaria enquanto sumia em direção a cozinha.

Após aquela bela refeição caseira que eu sempre sinto falta, recebi um e-mail de Tomás pedindo ajuda em uma auditoria no hotel de Edimburgo me tremi toda pensando que teria que me envolver nos negócios da família que tanto relutei, mas era muito abuso da minha parte pedir favores e não conceder ajuda quando me pedem, confirmei que iria sim para lá assim que me acomodasse, terminava o suco quando a senhora adentrou a cozinha e sorri cordialmente.

— Qual seu nome? Perdoe a indiscrição. – Falei me encolhendo e ela sorrindo negando com a cabeça.

— Não é indiscrição alguma, meu nome de Isla, Isla Fletcher. – Seus cabelos quase todo branco reluzia com o fundo ruivo tradicional escocês, seu corpo curvado mostrada a idade avançada apesar de muito folego. – Me avisaram que a senhorita vai para Edimburgo.

— Sim, vou resolver algumas coisas do Hotel, a gente tenta sair do negócio da família, mas não se consegue falar não para a família. - Limpei a boca a vendo sorrir cordialmente e ficar rígida em me dizer algo. – Algum problema?

— Não senhorita, é que ... – A pausa dela me fez enrugar a testa e endireitar na cadeira. – Meu neto trabalha no hotel como administrador. – Sua voz era saudosa. – Quando o ver, diga que sinto saudades.

— E porque não fazemos assim Isla. – Suspirei vendo o sentimento que transbordava de sua boca ao falar do neto. – Venha comigo para Edimburgo, vamos visitar seu neto, espero que seja breve meu trabalho, depois voltamos para Glasgow. – Vi o brilho em seu olhar e logo a recusa.

— Não quero abusar da senhorita, e não sei como ele reagiria me recebendo em serviço. – Isla me parecia simples, como se nunca tivesse saído de Glasgow ou dessa casa e neguei veemente ao que ela dizia.

— Eu insisto, amanhã vamos para Edimburgo de manhã e como não conheço nada por aqui, seria uma honra ter sua companhia. – Ao me escutar tinha um brilho em seu olhar cansado, mesmo não querendo transparecer, me levantei subindo para o quarto desfazer a mala e descansar, meu corpo doía da longa viagem e toda a excitação em estar em terra desconhecida, sentia falta um pouco do conhecido, dos meus amigos principalmente, mas sabia que era exatamente isso que eu precisava, e mais cedo ou mais tarde eles poderiam vir me visitar.

Era estranho escutar pássaros cantando ao amanhecer, não estava acostumada, muito menos em uma noite tão silenciosa. Glasgow apesar de ser cidade turística onde se localizava a casa era quase uma zona rural, comparado a New York, suspirei relutante em pular da cama, o clima pedia uma cama, chá e filme, mas precisava ir para Edimburgo, quase uma hora dirigindo, meu corpo pesado se arrastou até o banho que poderia durar para sempre.

Após me trocar, colocar uma saia envelope social preta, com uma camisa, e um longo casaco estava pronta, peguei meus documentos e desci, Isla estava uma graça arrumada, com um chapéu sobre seu coque, um terninho xadrez e um casaco que combinava com o mesmo, sorri para ela que me esperava.

— Sabe onde fica a chave dos carros? – Questionei e a vi apontar para um molho de chaves sobre o aparador e pisquei observando as marcas dos carros, peguei a chave do Range Rover e fomos em direção a garagem. Além da Range Rover continha uma Ferrari California 1960 vermelha, um Audi TT e Audi A8, pisquei e ela soltou um riso impressionada.

— Seus pais têm bom gosto. – Ela dizia entrando no carro que tinha destravado e fiz o mesmo, indo em direção a Edimburgo seguindo Isla e o GPS. – Poderia me deixar nessa floricultura? – Ela questionou a duas quadras de onde localizava o Hotel. – Quero comprar Flores para decorar o escritório de Cameron e te encontro lá. – Ela dizia emocionada com o encontro com o neto, encostei o carro e a deixei no local indicado, seguindo para o hotel. Assim que parei o carro o manobrista abriu a porta e desci deixando a chave e entrando no grande saguão, respirei fundo vendo o movimento ali contido e parei no balcão.

— Oi. – Minha voz era falha e suspirei me recompondo. – Preciso falar com o gerente. – Disse vendo a recepcionista me olhar dos pés a cabeça e pressionar os lábios em reluta.

— Ele não vai poder te atender querida, se for reclamação pode deixar na nossa caixinha de sugestão que respondemos com um e-mail. – Ela era rude e mal mantinha contato visual comigo, engoli seco não sabia exatamente como fazer isso e suspirei ficando ali parada.

— Pode dizer a ele que é sobre a auditoria? – Disse com mais firmeza em minha voz e ela ergueu o olhar para mim pegando o telefone e falando em gaélico apenas para me estressar ainda mais. Cruzei meus braços como se fosse me proteger de algum golpe, quando uma hospede veio falando exaltada no telefone e trombou comigo derrubando café pela minha camisa. O quente da bebida logo sobrepôs minha pele que institivamente puxei o tecido para frente, mas a mesma continuou a brigar me ignorando e me coloquei a xingar em pensamento. Vi um jovem loiro, um pouco mais velho que eu com seu terno alinhado se aproximar e me entregar uma toalha e agradeci mirando seus olhos verdes, sua barba mal feita e seu olhar cansado. – Obrigada. – Falei afobada vendo que continha um emblema do hotel em seu paletó.

— No que posso te ajudar? – Ele era educado e suspirei prendendo meu olhar ao dele.

— Preciso falar com o gerente, sobre a auditoria. – Falei bufando mostrando minha insatisfação enquanto ele arqueou sua sobrancelha me direcionando ao elevador. Fomos em silencio enquanto eu tentava secar minha camisa branca já manchada e cheirando café, quando adentrei a um corredor de escritório e ele abriu a primeira porta que ali continha me direcionando a sala. – Não sabia que você era o gerente, desculpe os modos. – Suspirei e logo sorri. – Aqui é um hotel né?

— Bem observado. – Ele disse rindo da minha pergunta.

— Poderia por favor mandar lavar essa camisa? Eu não quero transparecer por ai com café. – Ele voltou seu olhar para minha camisa branca que deixou transparecer o sutiã preto por baixo e arregalou os olhos e dei risada. – Por favor é vergonha demais para uma pessoa.

— Claro, mas como faríamos isso? – Ele questionou e vi seu rosto branco ficar vermelho ao notar que não conseguia direcionar seu olhar além dos meus peitos. Seus olhos se arregalaram ao me ver tirar o casaco e desabotoar a blusa ficando ali de sutiã em sua frente e passando a camisa e logo fechei o casaco ficando formalmente vestida. – Pratico, vou pedir para cuidarem da sua camisa.

— Agradecida. – Falei suspirando e encarando ele, nossos olhares se cruzaram por instantes senti um breve frio na barriga, era como se ele quisesse me ler, então percebi que não tinha me apresentado. – Desculpe, acabei não me apresentando, falei de auditoria que não é algo legal e fiquei seminua e não me apresentei. – Percebi que estava nervosa, que falava demais, engoli seco fazendo uma pausa e ele sorriu torto me vendo ali tensa em sua frente. – Meu nome é Martina. – Quando escutou meu nome ele espreitou o olhar e suspirei. – Cornell D’ Fiori. – Ao escutar o sobrenome ele ficou rígido e apertou minha mão fortemente, senti uma eletricidade correr pelo meu corpo, era como se ele sentisse o mesmo, ficamos nos olhando por segundo que parecia horas, engoli seco.

— Eu sou Cameron Fletcher. – Ele disse baixo e rouco, era estranho o silencio, era ele o neto da Isla, obviamente, era estranho eu ter achado ele atraente? O sotaque escocês talvez? Ou notavelmente seu rosto simétrico, seus olhos verdes, seu cabelo penteado para trás e sua barba malfeita, droga, porque sempre faço isso? Mordi a boca e era notável já que ele sorriu, quando me afastei quando a porta se abriu e Isla estava ali com um jarro de flores Daffodil amarelas, nos olhamos e ela sorria ao ver o neto. – Vovó?

— Cameron, vejo que conheceu a jovem Martina, ela veio te ajudar com as questões do hotel que é dela. – Ela dizia se aproximando e beijando o rosto dele que o deixava vermelho. – Trouxe essas flores para alegrar seu escritório, e ela me trouxe para te ver já que nunca me visita. – Ela dizia com um tom bravo, mas cheio de amor.

— Você sabe que estou cheio de trabalho e acabei que sozinho aqui na administração de tudo, fico feliz que a Martina veio ajudar. – Nossos olhares se cruzaram e acabei me encolhendo sentindo o rosto queimar. – Mas quem sabe agora não vá te visitar com mais frequência. – Ele a abraçou ainda com seu olhar fixo em mim e engoli seco me sentando ao pequeno divã que ali continha.

— Meu Deus menina Martina, sua camisa, vou pedir para lavarem. – Ela pegou a camisa da mesa de Cameron, nos olhando. – Podem começar a trabalhar, não se preocupe comigo querida, vou ir lavar sua camisa, andar pelo hotel e ver o centro da cidade. – Ela dizia empolgada. – Volto no final do expediente. – Ela passou por mim como um raio com seu corpo curvado e passos rápidos, olhei para Cameron e logo cai na risada, suspirando e me recompondo.

— Olha sei que é desconfortável, mas é apenas para ver se está tudo bem, espero que tudo se revolva logo para sair do meio de vocês, não estou aqui a trabalho. – Falei me encolhendo vendo seu olhar agora frio em mim. – Posso? – Me levantei passando por ele e sentando diante do computador, ele veio por trás, e de cima do ombro digitou a senha me dando acesso a tudo do hotel.

Ficamos ali preso por horas, era tanta coisa que meus olhos ardiam, Cameron pegava mais e mais folhas de inventários e auditorias antigas para comparação, mas tudo parecia impecável assim como ele, quando notei estava anoitecendo, meu estomago roncava e ele deu risada do barulho quebrando toda tensão de ler papeis.

— Quer que eu peça algo para comer? – Ele ofereceu educadamente e neguei, estava acostumada a ficar sem comer no escritório e ele pressionou os lábios. – Obrigado por trazer minha avó é importante para ela saber que estou bem.

— Deveria ir ver ela mais vezes. – Minha voz era cansada, então nos olhamos em silencio. – Ela te ama. – Me voltei novamente para as planilhas e ele ficou em silencio com seus pensamentos. – Se quiser ir comer, dormir. – O olhei sobre o computador e ele me encarou carrancudo.

— Pareço tão cansado assim? – Ele dizia com certo humor em sua voz.

— Parece péssimo. – Dei risada quebrando o clima e me afastando do computador. – Jurava que acabava hoje, mas não aguento mais ver seu computador e tudo isso em minha frente. – Dei risada me levantando e espreguiçando. – Preciso dirigir pra Glasgow ainda, continuemos amanhã? – No mesmo instante ele concordou e bocejei pegando minha bolsa. – Obrigada por me explicar e ficar comigo, quero acabar isso logo, acho que mais uns dois dias. – Falei rindo entrando no elevador e ele me acompanhando. Isla estava sentada na recepção assim que a porta se abriu e sorriu ao nos ver.

— Vovó prometo ir assim que a senhorita Martina me der uma folga. – Ele disse em bom humor mas podia ouvir o deboche em sua voz. – Por hora foi um prazer ver a senhora. – Ele se virou para mim. – E conhecer a senhorita.

— Obrigada por ser tão educado. – Falei rindo e indo embora com Isla.

Nunca notei que dirigir era tão exaustivo, até que tive que fazer isso estando em Glasgow e ajudando no hotel em Edimburgo, fazia quase uma semana que estava passando quase 2 horas por dia no carro, quando terminei o último relatório gemi em excitação, Cameron arqueou a sobrancelha me olhando se espreguiçar em sua cadeira e abriu um sorriso, era leve a sua companhia, apesar de ser recluso como todos de Reino Unido e extremamente educado, ele ainda tinha algo selvagem e escocês que percorria ele, seu perfume era suave, porém marcante, quando grampeei a última folha e entreguei para ele arquivar nos encaramos em silencio.

— Acho que por acabamos. – Falei sem conter a animação em minha voz. – Finalmente vou poder descasar e ver o que a Escócia tem de bom. – Meu pensamento alto o fez me encarar com curiosidade.

— Não viu nada ainda daqui? – Ele questionou e neguei. – Temos o melhor whisky e nem precisamos sair do hotel para isso. – Ele disse fechando a gaveta e me encarando. – Vamos tomar uma bebida em comemoração. – Ele sorria cordialmente e afirmei, o acompanhando em direção ao bar do hotel. A recepcionista nos olhava de longe sentia seu olhar em minha nuca, quando Cameron sentou ao meu lado no balcão e pediu dois duplos do Malte Escocês, seu olhar em mim quando dei o primeiro gole foi esperando alguma reação. – Então?

— O gosto não é ruim não. – Disse em bom humor e ele arregalou os olhos em indignação. – Só perde para meu Bourbon. – Falei rindo e ele negou em deboche. – É maravilhoso o whisky mesmo. – Disse concordando e brindando com ele. – A minha primeira auditoria e a vida selvagem na Escócia.

— Que seja uma bela passagem por aqui. – Ele disse sem desprender seu olhar do meu e virando a dose.

Quando notei tinha se passado horas que estávamos ali rindo e contando sobre a vida um do outro, como a vida me sacaneou com Joseph, como ele pegou a ex com outra mulher, quando suspirei após uma longa crise de riso, Cameron e sua companhia era leve, sem complicação, apenas nós dois conversando e rindo de um passado recente.

— Preciso ir para Glasgow. – Falei mordendo o lábio e ele negando com a cabeça.

— Bebemos demais, você tem que dormir em Edimburgo. – Ele falava com autoridade. – Já não dirige bem sã, após quase uma garrafa de Whisky não vai sair do lugar. – Ele disse em bom humor e revirei os olhos. – Esse hotel é seu, dorme em uma das suítes, amanhã você vai para Glasgow e planeja sua viagem. – Ele falava com uma voz autoritária e eu apenas concordei suspirando. – Vem vou te levar para seu quarto e vou para casa que logo tenho que estar aqui de novo. – Demos risada, era notável nossa alteração pelo álcool, após ele pegar a chave da suíte subiu para mesma comigo.

A porta se abriu dando espaço a um grande apartamento duplex, pisquei algumas vezes antes de me virar para ele que me olhava paralisado, sorri torto o vendo ali, o álcool e toda sua falta de inibição, pressionei os lábios vendo aquele homem parado em minha porta.

— Obrigada, por ... – Cameron não esperou eu dizer, sua boca invadiu a minha e eu me rendi, meu corpo se rendeu, porque eu queria isso, como nossas bocas se encaixavam, ele adentrou o quarto sem desgrudar nossas bocas, fechando a porta com o pé, finalmente eu ia explorar terras Escocesas.


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