Destinados escrita por SouumPanda


Capítulo 10
A Quase Martina




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 Após uma semana em Aspen voltamos a realidade, quando adentrei meu apartamento quis sair correndo, era quase inevitável não pensar em Joseph estando ali, abri as janelas e a grande porta de vidro que dava para a varanda compartilhada para ventilar o ambiente, entrei para o banho deixando a água purificar meu corpo que já estava melancólico com meu regresso. Meu celular estava uma loucura, Gianne, Tomás vivia atrás de mim querendo saber sobre a festa, onde seria, temas, buffet, coisas que não queria e nem estava disposta a discutir, coloquei um pijama indo para a sala junto de uma manta, deitei no sofá colocando um programa aleatório esperando o sono chegar. Pude sentir o celular vibrando e o peguei na mesma hora.

Bartolomeu: - Então é muita ansiedade pedir para colocar seu evento em minha agenda?

Não consegui não rir com a mensagem, até parecia que ele estava ansioso assim para me conhecer, porque eu não estava nenhum pouco, mas dessa vez respondi.

“ Se soubesse que eu era aguardada e esperada assim, tinha me revelado antes. “

Bartolomeu: - Se eu não estivesse apaixonado por outra, juro que ia no intuito de casar com você, se for tão educada e charmosa quando a tia Gianne, seu futuro marido terá sorte. Até mais ver Martina.

Era estranho me chamarem pelo nome que havia sido batizada pela primeira vez, mas dei risada pela simpatia que ele veio conversando hoje, será bom ter alguém como ele para me acompanhar durante a festa, já que querem isso, será importante que a gente se dê bem e construa uma grande amizade.

Bartolomeu: - Se incomoda se eu levar uma amiga?

“ Vai levar sua namorada na festa da sua noiva? Não acha moderno demais? “

Bartolomeu: - Só não quero me sentir deslocado, é uma pessoa que estou saindo, mas infelizmente não é minha namorada.

“ ORA ORA, temos um caso de galinhagem nas mãos. Mas leva só uma das suas amigas, lembrasse tenho que gostar de você, odeio caras que acham que só porque tem dinheiro devem sair com metade do pais. .”

Bartolomeu: - É o que dizem sobre a fama, mas no meu caso foi apenas um terço.

E assim adormeci, não queria prolongar nada e minha vista pesou vendo o filme que passava.

“ Eu corria por um extenso jardim, tinha alguém ali me esperando, mas eu corria de alguém que vinha atrás. Meu coração estava em arritmia, sentia o suor escorrer pelo meu pescoço, adrenalina pelas minhas veias faziam as mesmas saltarem. Uma voz grossa, nada familiar me pedia para esperar, mas eu tinha que ver, eu tinha que falar o que precisava. Parei diante de um grande arco de flores quando o vi, ele a beijava, estavam se casando, meu coração parou de bater por instante sentindo que ele o arrancou, ele a olhava apaixonado.

— Joseph Abraham aceita essa mulher como sua esposa? – O juiz falava sobre o suspiro dos convidados. E eu queria gritar para não aceitar, mas ele sorrindo apaixonado disse.

— Aceito, claro que aceito. – Meus joelhos cederam, gemi baixo em angustia sentindo alguém me levantar, era um homem bem penteado, seu rosto era desfocado e me abraçou.

— Temos que aceitar o que nos foi destinado. – Ele dizia abafando meu choro. – Ele não é seu, eu sou. Sempre fui e sempre será. – Quando ele se afastou vi Zachery ali e franzi a testa.

— Katlyn? O que faz aqui? Cadê nosso bebê? – Joseph me olhava com indignação. – Com esse cara? – Ele apontava para Zachery, passei a mão sobre minha barriga e olhei as mãos vazias e cobertas de sangue, entrei em choque, senti minha vista embaçar e me coloquei a gritar. ”

Senti meu cóccix doer pelo baque ao cair no chão e acordar assustada, estava na sala com a mão na barriga, olhei em volta um silencio assustador, suspirei me recompondo, meu coração estava acelerado e suava como se estivesse correndo, me levantei e fui para a cozinha tomar água, quando a porta de vidro se abriu batendo e pulei deixando o copo cair e se partir em pedaços.

— Ouvi você gritar. – Joseph estava com o rosto de quem dormiu a poucas horas, com sua calça de malha fina e sem camiseta, porque sempre sem camiseta? Nos encaramos eu não conseguia encontrar voz olhando ele diante de mim, assim como não conseguia se mexer. – Calma que vou pegar esses cacos. – E ele se abaixou diante de mim e me apoiei no balcão. Sua mão apoiou sobre minhas panturrilhas pegando os cacos e senti meu corpo se eletrificar, respirei fundo querendo conter qualquer reação na presença dele.

— Só tive um pesadelo, desculpe. – Não queria lembrar de nenhuma cena do que tinha sonhado, nem dele se casando com a noiva, nem de me ver ali com a mão cheia de sangue com a perca do bebê.

— Pelo grito parecia que alguém tinha morrido aqui. – Ele tentou falar em bom humor e logo se calou e fechou o rosto. Quando se levantou me encarando por instantes e pressionei os lábios. – Desculpe invadir seu apartamento, estava ...

— Tudo bem. – Eu respondi baixo sentindo o perfume dele junto com suor e com os feromônios que dele saiam.

— Tem certeza que vai ficar bem? – Ele questionou e apenas concordei saindo de perto dele e indo para a sala pegando a manta e o celular. – Bom então vou indo.

— Obrigada por vir ao meu socorro. – Estava sem jeito, meu coração parecia que batia tão forte que era capaz de ver sobre a pele, ele não se moveu. Apenas me olhou ali com o olhar assustado, abraçada com o cobertor.

— Katlyn. – Ele disse baixo olhando o chão e logo cruzando seu olhar com o meu. – Porque? – Franzi a testa não entendendo a pergunta. – Porque não damos certo? Porque não me retornou?

— Porque algumas coisas por mais lindas e pura que seja não foram feitas para dar certo. – Me encolhi e apertei fortemente aquela manta em meu corpo. – Somos uma dessas coisas. – Enquanto falava ele se aproximou passando seus longos dedos pelo meu rosto, e logo ajeitando meu cabelo atrás da orelha, sua respiração era pesada, ele me olhava com ternura e dor, ficamos assim por instante até a testa dele se encontrar com a minha, fechei os olhos sentindo seu toque, podia sentir seu olhar em mim, pressionei os lábios abrindo os olhos e o vendo ali, com seus olhos azul piscina me ler. – Joseph ... – A minha voz era um sussurro quando os lábios dele suavemente juntaram aos meus, ele fez uma pausa como se quisesse aprovação para continuar, nos olhamos por segundos, então nossos lábios entraram em um beijo em sincronia e devoção, ele me devorava com seu beijo cheio de paixão e ternura, suas mãos iam apertando meu corpo ao dele, enquanto meus dedos deslizavam pelos cabelos e nuca dele. Como sentia falta do sabor dele, do beijo, do calor do seu corpo, com um impulso ele me pegou no colo, entrelacei minhas pernas em seu quadril e ele me guiou para o quarto, ainda com nossos lábios colados e com suas mãos apertando minha bunda me mantendo em seu colo. Quando me colocou na cama, admirei ele sobre a luz vinda da rua por instantes até se debruçar sobre mim, seus beijos eram ternos, beijando meu pescoço, enquanto sua mão explorava meu corpo, senti seus dedos percorrer minha costela e logo contornar meu peito, o ajudei a tirar a parte superior do pijama, quando seus lábios quentes beijaram meus peitos, sua língua contornava meu mamilo assim como sua boca logo abocanhava o mesmo. Meu corpo tremia em sua presença, era inegável a forma que ele me deixava excitada, meu quadril dançava com seu toque, tinha toda a descarga elétrica que estar com ele trazia. Seus dedos abaixaram o short do pijama com certa agilidade, deslizando o mesmo dentro de mim, pude ouvir um rosnado ao sentir minha lubrificação, céus ele me enlouquecia. Descendo para o meio das minhas pernas, suas grandes mãos apertavam tão forte minha coxa que sentia certo ardor o que me deixava mais louca por ele. – Quero você. – Falei baixo e rouco ele cruzou nossos olhares debruçando seu corpo sobre o meu e colocando seu pau duramente em mim, me preenchendo por dentro enquanto me olhava, era um sexo saudoso, seus movimentos eram gentis, seus lábios logo se encontraram com os meus novamente me fazendo sentir meu gosto, quando o beijo se tornou mais intenso assim como os movimentos, me perdi nele. Eu estava onde deveria estar, estava com Joseph, meu corpo sabia a quem pertencer, assim como meu coração, e não importava o que quisessem dizer, naquele momento a gente se pertenceu.

Acordei, sentia meu corpo estava pesado, os braços de Joseph me envolviam em um abraço que me encaixava em seu corpo, sua respiração pesada em minha nuca me dava arrepios, parecia que ele não dormia a dias, quando tentei desvincular do abraço ele me puxou me encaixando nele, olhei sobre o ombro e ele sorria abobado.

— Bom dia. – Ele sorria e falava sonolento e sorri sem graça.

— Bom dia. – Me virei olhando para ele, ele encostou nossas testas, soltei um breve sorrindo o vendo ali. – Joseph ... – Seu polegar passou pelos meus lábios em protesto em me calar.

— Eu sei o que vai falar, por favor. Não fale. – Ele me encarava e seus olhos brilhavam. – Deixa eu aproveitar esse momento, antes que você me chute da sua cama.

— Eu não ia te chutar da minha cama. – O bom humor em minha voz o fez sorrir, pressionei os lábios e suspirei. – Mas sabemos que isso é um erro, você está namorando. – Me encolhi e senti ele me apertar nele sorrindo e selando nossos lábios.

— Você também namorava quando começamos a se encontrar. – Ele falava em bom humor. – E meu relacionamento não é nada sério.

— Por isso nunca deu certo, sempre fazemos as coisas erradas. – Ele afrouxou o abraço e me sentei na cama e logo levantei. – Precisa ir embora, nosso erro custou coisas importantes para ambos, não posso suportar a culpa mais. – Joguei a calça dele para ele que sentou na cama me olhando com indignação.

— O que aconteceu com a gente não foi nossa culpa, a gente se amava. Sua irmã que é uma psicopata. – O seu tom era agressivo, mas não olhei para ele, olhava a cidade ao longe pela janela quando percebi o seu movimento pelo quarto. – O bebê não morreu porque era um erro, entenda isso. – Senti sua grande mão em meu ombro me virando para nos olharmos, ele percebeu meu olhar perdido. – Katlyn, por favor.

— Não insiste nisso, não torne tudo pior o que já é. – Nossos olhos tentavam se lerem, os dele demonstrava o quão perdido ele estava e o meu apenas o arrependimento, quando engoli seco e suspirei – Vá embora. – Pedi duramente e ele pressionou seus dentes marcando o maxilar e se virou saindo me deixando ali sem sua presença e com o coração partido novamente.

 

As semanas que se antecederam, Tomás me convidou para ficar no apartamento deles uma cobertura em Upper East Side, um tanto distante de Joseph o que acalmou meu coração e me ocupou sobre a festa que se aproximava. O apartamento dava vista para quase toda New York, tinha vista panorâmica do andar inferior, tinha três andares fora o terraço que pertencia a eles, o meu quarto no apartamento era maior que meu próprio apartamento em Manhattan, eu estava com dificuldade em entender minha vida agora, mas aceitando aos poucos. O apartamento estava cheio, com decoradores, estilistas, o buffet a ser degustado, todos pareciam falar ao mesmo tempo e minha cabeça doía com tanta informação.

— O que acha querida? – Minha mãe me mostrava dois tipos de tecidos para os panos de prato e franzi a testa tentando me concentrar. – Está tudo bem?

— Esta sim, só que não entendo disso. Se você quiser fazer tudo isso, eu confio em você. – Eu disse com a voz falha e ela sorriu vindo em minha direção. – Posso ir para o quarto?

— Claro meu amor, vou fazer meu melhor por você. Daqui a cinco dias vai ser a festa e você voltara a ser Martina D’Fiori. – Me encolhi ao escutar meu nome alto pela primeira vez e forjei meu sorriso.

— Tenho certeza que tudo ficará lindo. – Minha voz era baixa e um tanto sem estima, sentia o cansaço pelo meu corpo então fui para o quarto e dormi.

Acordei com Margot e Christian adentrando o quarto conversando sentei rapidamente na cama me localizando e eles pularam sobre mim em animação.

— Quando a gente acha que não pode melhorar, você vem para uma cobertura em Upper East Side. – Margot falava já tirando o celular da bolsa e eu revirando os olhos abraçando o travesseiro.

— Agradeço por me alugar seu apartamento, queria sair do Bronx a um tempo, só odeio morar tão próximo ao chefe. – Christian disse em agonia. – Ele acha que eu devo levar trabalho para casa agora. – Ignorei o comentário sobre Joseph, cada vez que pensava nele me sentia ainda mais triste.

— Tem falado com seu prometido? – Margot questionou em bom humor pegando meu celular e lendo as mensagens. – Ele parece ter senso de humor, mas está com outra?

— Minha vida amorosa poderia ser uma comédia romântica. – Falei suspirando e vendo a cidade ao longe pela janela. – Então vocês vêm se arrumar aqui no final de semana da festa?

— Claro, jamais que deixaríamos de usufruir da sua mordomia e cabeleireiros. – Christian disse em bom humor. – Você pode sair ou é uma donzela preza na torre até o Bartolomeu aparecer e te salvar?

— Não quero saber de nenhum Bartolomeu. – Disse rindo e afirmei. – Posso sair sim, onde querem ir?

— Faz tempo que a gente não se diverte, vamos a algum bar. – Christian disse e concordei. – Te espero lá fora, vou chamar o Tomás. – Christian disse saindo enquanto Margot me ajudou a escolher algo para sairmos.

Chegamos ao Bailey’s Pub, Tomás se encarregou para que tivéssemos onde sentar, logo trouxe uma rodada de cerveja para todos, olhava em volta era diferente essa visão noturna de New York, tinha uma atmosfera de pessoas importante o ambiente, todos conversavam no pequeno ambiente, do jeito que queríamos algo caseiro e privativo. Olhei ao redor, a maioria das pessoas eram homens sentados imersos no jogo que passava, Margot estava caçando alguém, mas logo desviou o olhar ao ver ao longe alguém conhecido, quando mirei ao mesmo lugar por instante poderia jurar que era Joseph, mas não era apenas um caso dela do escritório. Christian e Tomás estavam próximos, até demais. Porém eu gostava de pensar que eles pudessem estar se envolvendo, mas triste por não terem me contado sobre isso.

— Então, entre amanhã ou depois nossos avós chegam. – Tomás me fez engasgar ao noticiar sobre isso, o encarei apavorada. – Não se assuste, era óbvio que eles viriam para a festa.

— Eu nem sabia que eles ainda estavam ... – Engoli seco e a palavra saiu falha. – Vivos. – Tomás riu da minha reação e não era para menos.

— Óbvio que estão, e lamentavelmente mais dispostos que nós dois juntos. – Ele bufou. – Não sei de onde vem tanta energia. – Ele disse em tom de humor e dei uma risada baixa, mais uma coisa a se preocupar, agradar meus avós que nunca conheci, senti um nó no estômago. – Odeio aquele cara. – Tomás disse mirando para a porta seu olhar que se fosse de laser perfuraria um, após entrar a moça morena já conhecida, Joseph entrou com suas mãos na cintura da mesma a direcionando para o balcão e sentando no mesmo, me encolhi, o que ele fazia aqui? Tantos lugares e até o Pub da esquina ele estava. - Se a mãe dele não fosse amiga da nossa mãe, eu tinha matado ele quando criança.

— As nossas mães se conhecem? – Questionei virando a garrafa e metade de outra.

— E como. – Tomás rosnou vendo que Joseph já nos olhava, Christian estava petrificado, Margot amortecida.

— Podemos ir para casa? – O desconforto que sentia era inegável, não estava mais com clima para ficar aqui. – Podemos beber em casa mesmo, pelo menos lá sei que não vamos ter nenhum desprazer. – Todos consentiram, quando pagamos a conta e saímos sobre o olhar gélido de Joseph.

Era de noite quando acordei com uma baita dor de cabeça, Margot dormia que chegava a roncar ao meu lado, mas Christian não estava na cama, sonolenta fui andando pelo corredor e desci as escadas para a cozinha, petrifiquei vendo Christian debruçado sobre o balcão enquanto Tomás estava engatado nele, era lindo de se ver, já que eram dois lindos homens, mas estranho ao mesmo tempo, engoli seco e me escondi atrás da pilastra que ali continha, subindo novamente para o quarto e bebendo água no banheiro mesmo. Deitei petrificada com riso de satisfação no rosto, após quase 1 hora Christian deitou e fingi estar dormindo, até adormecer de verdade.

Estava tomando café quando Tomás se juntou a nós com um riso satisfeito no rosto, era óbvio o motivo, assim como era óbvio os olhares que Christian lançava para ele. Pigarrei ambos me olharam, assim como o restante que estava na mesa.

— Então Christian, já sabe quem vai levar na festa? – Perguntei o pegando de surpresa.

— Bom, não tenho ninguém em mente. – Ele disse um tanto desnorteado.

— E você Tomás? Vai levar alguém? Patrick? – Tomás ficou branco com a pergunta, coloquei uma amora na boca vendo a cara de espanto de ambos. – Porque se não for, poderia ir com o Chris. – Falei e eles se olharam e sorri.

— Claro, porque não. Seria legal. – Tomás disse olhando Christian e me olhando. – Claro se ele quiser.

— Claro que ele quer. – Falei intercedendo por Christian, quando todos riam da situação e Luigi se levantou.

— Bom vou buscar meus pais. – E selou seus lábios com de Gianne. – E os seus no aeroporto. – Ela apenas concordou o olhando apaixonada, e o viu sair da nossa vista.

— Eu tenho uma entrevista de emprego. – Eu disse e todos me olharam com espanto. – O que foi?

— Nem sabia que estava procurando emprego. – Gianne estava espantada. – Se soubesse ...

— Não quero que me ajude nisso também, é algo que tenho que fazer por mérito. – Falei sorrindo e ela beijou minha testa carinhosamente.

— Não tem como eu não me orgulhar mais de você. – Ela disse toda babona e sorri me levantando da mesa.

— Chris, Margot até depois. – Olhei para Tomás em suplica. – Me empresta?

— A chave está próximo a porta. – Ele sabia que queria o carro, dirigir por New York era um caos, quando consegui uma vaga estava atrasada para a entrevista. Entrei no grande prédio espelhado próximo ao meu antigo trabalho, suspirei apertando meu currículo nas mãos e fui direcionada a sala de reuniões.

Após a breve reunião com a administradora, veio o sócio do escritório ao meu encontro, James Fitzgerald, um homem de meia idade, com sorriso amarelado e corpulento, fedia charuto e perfume talcado, apertei sua mão e ele me analisou como pedaço de carne.

— Então deve ser minha nova assistente. – Ele disse com a voz escarrada misturado a tosse.

— Sim, sou Katlyn senhor Fitzgerald. – Falei baixo o vendo dar a volta em mim e se sentar a minha frente.

— Eu preciso de uma assistente que consiga suprir minhas necessidades, ágil e empenhada em tudo que lhe for pedido. – Ele dizia analisando meu currículo. – Seu currículo é impecável, ficou bastante tempo na Meyers-Abraham Adv  Assoc – Porque saiu? – Me encolhi com seu olhar curioso.

— Queria mais experiência, lá eu era assistente da senhora Meyers, mas ainda me faltava pratica de toda a coisa. – Falei sentindo meu coração saltar do peito vendo a imagem de Joseph em mente.

— Claramente, e espero que consiga aqui. – Ele deu um sorriso despretensioso. – Pode começar segunda-feira?

— Para mim é perfeito. – Falei sorrindo animada e o vi estender a mão que apertei na mesma hora.

 

Ao abrir a porta do apartamento, uma senhora me abraçou me afogando em seus braços arregalei os olhos, quando mais três senhores se envolveram no abraço, sentia o ar esvair da minha volta do meu pulmão, quando se afastaram para me observar e pude ver todos ali me analisando, com os olhos brilhando e sorriso nos rostos e lembrei da energia que Tomás disse na noite passada. 

— Díos Mio, que Bambina mais linda. – Um senhor robusto, branco e olhos verde me olhava quando Gianne apareceu me puxando.

— Ela é linda não é pàpa? – Ela questionou desvinculando me desvinculando deles. – Seus avós não quiseram nem esperar você fechar a porta, lamento por isso. – Ela disse me arrastando para a sala, onde no sofá uma jovem senhora estava sentada com uma xícara de chá, ela olhou sobre os ombros com um sorriso terno nos lábios, tinha seus cabelos loiros muito bem penteados, assim como os olhos azul delineados, vestia um terno preto demonstrando a seriedade de toda ocasião. – Querida essa é minha melhor amiga Lidya. – A mulher se levantou me abraçando carinhosamente e me analisando em seguida.

— Ela é tão linda quanto você Gi. – Ela disse carinhosamente com os olhos brilhando. – Meu Barth vai amar ela. – Ela falava como se eu quisesse a aprovação de alguém. – E vai desistir dessa história de se deserdar.

— Oi? – Questionei colocando a bolsa sobre o sofá. – Eu não concordei em casar com ninguém, apenas em conhecer seu filho.

— Claramente querida, mas quando ver o homem lindo que ele é, o olhar penetrante que tem, tenho certeza que mudará de ideia, ele queria ter vindo a nossa pequena reunião hoje, mas estava atolado no trabalho. – Ela disse em lamento. – Mesmo quando estou na cidade, ele não tem tempo para mim.

— E porque vou querer um homem assim para minha vida? – A ironia nas minhas palavras fez todos me analisarem, um silencio constrangedor tomou conta do ambiente dado a circunstância que todas as mulheres presentes casaram com homens exatamente assim, me encolhi vendo o tom que tinha respondido. Queria cavar um buraco e sair dali, queria que essa semana acabasse logo e eu pudesse voltar para minha rotina, eu ser Martina ou Katlyn já nem me importava mais, não queria se perder de mim, não queria decepcionar essas pessoas que me olhavam como se eu fosse salvar a humanidade de alguma catástrofe global, respirei fundo abrindo um sorriso constrangedor e tentando acompanhar todos, fazendo a contagem regressiva para o fim de tudo.


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