Para sempre, primeiro amor escrita por Flor de Konoha


Capítulo 8
Capítulo 8 - Sentimentos ligados


Notas iniciais do capítulo

Capítulo com foco no Naruto. Espero que gostem!



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Os dois já sabiam que as coisas não seriam mais como antes desde o que acontecerá na festa. Naruto não poderia passar mais tanto tempo com Hinata. Aquele beijo mudara tudo. Ele também sabia que precisava procurá-la para falar sobre isso, afinal não queria que a amizade que tinham fosse abalada por uma brincadeira. Mas teve medo do que sentiu, do que aquilo significava e por isso não a procurou de imediato. Havia sentido coisas que não sabia explicar e não sabia como encará-la. 

O que ele não esperava era que ela também estava evitando-o a todo custo. Hinata faltou por uma semana sem dar explicações, e nas semanas seguintes sempre estava distante. Sempre dava um jeito de cortá-lo ou de ir embora, antes mesmo que ele pudesse dizer outra coisa além de oi. Aquilo estava frustrando-o. Deveria seguir sua vida e deixar aquilo de lado. Deveria respeitar a vontade dela e evitá-la também. Mas ele simplesmente não conseguia. Queria de volta aquela dinâmica que conseguiram em tão pouco tempo. 

ㅡ Está de novo encarando a Hinata.

Encarou Sakura que nem havia desviado os olhos das suas anotações.

ㅡ Eu er…

ㅡ O que aconteceu entre vocês naquele armário, Naruto? Você a forçou a fazer algo que ela não queria?

ㅡ Claro que não! Jamais faria isso com ela.

ㅡ E o que aconteceu? Ela tem evitado até a mim, ultimamente. 

Sua prima já estava farta de ver aquele papelão. O olhar de cachorro perdido sempre a procura de Hinata. Naruto não queria contar nada. Sentia que era algo muito particular para ser dividido até com a prima.

ㅡ Não aconteceu nada.

ㅡ Até parece ㅡ ela voltou a olhar suas anotações.

ㅡ Na verdade, e você e Sasuke? ㅡ Inverteu as posições, a fim de mudar o foco da conversa. ㅡ  Parece que andam se evitando também. 

Sakura o olhou surpresa. Estava farta daquele assunto também. Não queria ouvir nem o nome daquele garoto. Idiota, egoísta.

一 Não nos damos bem, decidimos nos afastar.

ㅡ Como assim? ㅡ gritou, atraindo vários olhares. ㅡ Nós somos melhores amigos. E às vezes vocês eram até mais próximos que eu. Se quer saber, dizem por aí que vocês são até mais que isso.

ㅡ Fale baixo, idiota. ㅡ Ela olhou ao redor para se certificar que ninguém o escutou ㅡ Eu não quero saber disso, o Sasuke morreu pra mim. Melhor se acostumar. Não vai mais ter os dois. 

ㅡ Mas… não pode simplesmente decidir isso sozinha. Duvido que o Teme tenha concordado com essa idiotice.

Sakura suspirou parou de escrever e o olhou novamente. Por um momento, ela parecia ter envelhecido uns dez anos, emanava uma aura mais madura.

ㅡ Será a última vez que falarei sobre isso. Não foi só isso, Naruto. Temos uma longa história e Sasuke fez a escolha dele e… eu a minha. Não estou pedindo para escolher um lado, só que entenda o meu.

ㅡ Então me diga o que aconteceu. Não posso simplesmente aceitar isso.

ㅡ Eu gosto dele, Naruto. E ele me… rejeitou. Não posso acompanhá-lo e fingir que nada aconteceu, isso me machuca. Tenho que pensar em mim em primeiro lugar. E se me quer ver bem, não ouse comentar ou tirar satisfações, ou ele será tudo que lhe restou ㅡ disse, encarando o olhar raivoso de Naruto. Com certeza ele pretendia esfolar Sasuke.

Assentiu lentamente ainda assimilando as palavras e ela voltou sua atenção às anotações. Nas últimas semanas, Sakura inventou que queria estudar medicina fora do país e desde então tem se dedicado dia e noite. Agora a motivação estava bem clara.

Encarou novamente Hinata, precisava fazer algo. Quando ela se levantou para guardar o livro, ele decidiu segui-la. Não queria terminar como Sakura e Sasuke.

ㅡ Hina ㅡ chamou, enquanto ela devolvia um livro para a estante. Ela não o olhou de imediato. ㅡ Preciso falar com você e só vou te deixar em paz quando me ouvir.

O coração de Hinata estava acelerado, tamanho o susto e a surpresa em vê-lo ali. Ela suspirou audivelmente.

ㅡ Então diga. ㅡ disse, finalmente encarando profundamente os olhos azuis determinados. Naruto procurou encará-la também, tinha que ser firme. A cor dos olhos dela era uma coisa de família. O que em seu primo eram assustadores, nela pareciam verdadeiras joias.

ㅡ Não entendo porque me afastou. Se foi por causa daquela noite, não faz sentido e já se passaram semanas, então…

ㅡ Tá, tudo bem. ㅡ Ela o cortou. Sabia mesmo que ele não a deixaria em paz. Viu a mesma determinação quando ele precisava melhorar as notas.

ㅡ O que? ㅡ disse, sem entender.

ㅡ Desculpe por isso. ㅡ começou. Não queria ouvir explicações de como fora um erro e ela não fazia seu tipo. Não precisava escutar aquilo para se sentir mais miserável.

ㅡ Como assim? Você quer dizer que não vai mais me evitar?

ㅡ Não.

ㅡ Simples assim?

ㅡ Tá tudo bem. Só não quero falar disso.

 Naruto assentiu, mas em seu coração sentiu uma tristeza. Deu um sorriso e se afastou, sem entender porque sentiu aquilo.

Ele pensou que as coisas melhorariam, mas não foi isso que aconteceu. Elas se desenrolaram da pior forma possível. Como se não bastasse Sakura e Sasuke estarem se evitando, ainda tinha que aturar o novo aluno, Toneri Otsutsuki. 

Ele veio transferido no meio do ano e precisava de um monitor para se adaptar a escola e as matérias que já estavam bem avançadas. A monitora indicada fora ninguém mais, ninguém menos que Hinata, o que a fez dedicar todo o seu tempo livre para auxiliar e conseguir mais pontos para a faculdade. O problema maior, era que não estava conseguindo conciliar com Naruto e o deixava de lado.

Ele nada podia fazer, só ficar revoltado pela má sorte de ter um rival. Toneri não precisava de ninguém, era muito bom em tudo. Ele só fazia questão de tomar o tempo de Hinata e afastá-la ainda mais do amigo.

ㅡ Achei que vocês tivessem se resolvido ㅡ Sakura disse, enquanto ele encarava os dois de longe. A biblioteca tornou-se o lugar em que o garoto mais frequentava.

ㅡ Não estamos brigados.

ㅡ E por que você a está encarando em vez de ir falar com ela de uma vez?

ㅡ Porque… ㅡ ele não tinha uma desculpa. Sakura levantou as sobrancelhas em desafio. 

Levantou e contornou a mesa, indo até ela.

ㅡ Oi, Hina ㅡ falou, com as mãos no pescoço. ㅡ Você está livre mais tarde?

Hinata o olhou sorridente. 

ㅡ Bom, acho que hoje estou totalmente livre. Precisa de ajuda com alguma matéria?

ㅡ Não. Graças a você eu estou indo muito bem. Eu queria saber se você quer sair comigo. Para tomar um sorvete ou sei lá.

Corou vergonhosamente diante de Hinata.

ㅡ Ah, que legal. Ainda não conheço a cidade. Poderíamos nos encontrar. O que acha, Hina?

Hina? Que merda é essa?

ㅡ E-eu

ㅡ Acontece que o convite não se estende a outras pessoas.

ㅡ Naruto!

Deu de ombros.

ㅡ Então é um encontro entre vocês?

Ficou mudo. Queria dizer que sim, mas sabia que Hinata o afastaria. Toneri estava claramente competindo e estragando os planos dele.

ㅡ Não. Não é. Se a Hina quiser, tudo bem.

ㅡ Por mim, tudo bem.

ㅡ Ótimo, então. Combinamos por mensagem ㅡ falou com desânimo e ela assentiu. Afastou-se rapidamente antes que seu punho batesse acidentalmente na cara de Toneri.

Ele não era de briga, mas definitivamente estava prestes a socar Toneri. Haviam decidido ir ao cinema e, ao chegar lá, Toneri sentou no meio dos dois e colocou o braço por cima da cadeira de Hinata. O que deixou Naruto espumando.

Como se não bastasse, ficava o tempo inteiro fazendo gracinhas e se inclinando para falar no ouvido dela. E ela não fazer nada para evitar estava quase o enfartando.

ㅡ O que acham de prestar atenção no filme? ㅡ falou, irritado. Hinata se encolheu em seu assento. Ótimo!

ㅡ Calma aí, nervosinho. Só estávamos compartilhando uma piada interna.

Naruto não acreditou na cara de pau de Toneri.

ㅡ Então continuem sozinhos! ㅡ Disse, antes de se levantar e subir as escadas para a saída. Aquilo havia sido a gota d'água. Sentia-se um idiota, segurando vela do casal vinte. Se tivesse que ficar mais um minuto ali, enfiaria um soco em Toneri e nem teria uma justificativa.

ㅡ Na-naruto? ㅡ Hinata o chamou, mas ele não olhou para trás, não queria descontar sua raiva nela.

Antes que pudesse sair do cinema, Hinata o alcançou.

ㅡ Naruto! ㅡ falou e ele quase a imitou, em um ataque de infantilidade ㅡ O que aconteceu?

Ela o encarou com aqueles olhos violetas que o tiravam de órbita e ele quase se esqueceu da raiva.

ㅡ Aquele cara estava dando em cima de você na maior cara dura! ㅡ disse, indignado.

Sua expressão ficou surpresa e depois raivosa.

ㅡ E qual o problema com isso?

ㅡ Não! É que… é que… ㅡ Puxou os próprios cabelos para não agir por impulso e dizer o que estava pensando.

ㅡ O que, Naruto? Não sou uma pessoa interessante pra você, tudo bem. Não significa que todos pensem assim ㅡ irritou-se.

ㅡ Não é isso! Eu só estava preocupado, mas parece que foi à toa.

ㅡ Eu sei me cuidar, não precisa se preocupar.

ㅡ Você realmente não vê?

ㅡ Pra mim, ele é só alguém legal, inteligente, interessante...

ㅡ Então você não acha isso de mim? Acha que não estou no seu nível?

ㅡ Do que você está falando?

Olhei para os lados. A discussão já estava alta o suficiente para atrair olhares. Peguei em seu pulso e a puxei para o corredor dos banheiros.

ㅡ Porque se esquivou de mim, Hinata? Eu quero saber. Quero saber porque você não quis me ouvir ou lidar com o que aconteceu.

Ela o encarou fixamente antes de confessar. Não adiantava mais esconder. Poderiam encerrar o assunto ali.

ㅡ Porque fui eu que te beijei. Talvez tenha passado dos limites, compreendi que só me queria como amiga.

Ela o deixou mudo por alguns segundos. Queria?

ㅡ E eu quero! Quer dizer, eu fiquei confuso com aquilo tudo. Eu não te via daquela forma, mas desde aquele dia… ㅡ segurou as mãos dela e se fixou em seus olhos.

ㅡ Naruto...

ㅡ Aquele beijo despertou coisas em mim que eu nunca havia sentido. Não sabia como te dizer, e você estava fugindo de mim… Eu não quero mais esconder o que sinto.

Hinata emudeceu diante do que ouviu. Era surreal demais ouvir aquilo do garoto que gostava em segredo.

Naruto a olhou encantado. Talvez estivesse errado. Todos aqueles sentimentos estavam ali desde o começo, ele só não havia notado.

ㅡ Hinata, se você não quer me beijar, essa é a hora de me impedir.

Hinata não reagiu, apenas esperou que ele se aproximasse e tocasse seus lábios.

Acordou sobressaltado mais uma vez. Aquele era o terceiro dia seguido que tinha aqueles sonhos. Parecia que estava vivendo de novo, de tão vívidos e tão reais que eram.

Dez anos já haviam se passado e ele se sentia da mesma forma. Mas não era mais um adolescente descobrindo o amor. Já o conhecia muito bem e agora amargava a solidão daquele sentimento.

Levantou-se e olhou o relógio de cabeceira, 5h da manhã e ele já estava desperto. Precisava de um café.

Ele não havia se dado conta, mas já vivia miseravelmente nos últimos 5 anos. Três deles passara no automático, trabalhando ao extremo para se manter ocupado. Depois disso, reconheceu que deveria tentar viver e não ser a sombra de alguém que um dia foi. Ele achou que tinha conseguido, até engatara um relacionamento com Shion, com quem manteve os laços mesmo depois que Hinata foi embora. Mas não poderia estar mais enganado.

Ter se relacionado com ela nos últimos três meses só o fez se sentir culpado. Ninguém poderia estar no lugar que foi dela. Era loucura pensar dessa forma, ele sabia que era. Mas era assim que se sentia e já perdera a sanidade há muito tempo.

Não a procurou nos últimos dias, sabia que ela ainda estava na cidade, mas estava perturbado demais para conversar qualquer coisa. Ele não tinha qualquer orgulho quando se tratava dela. Mas as circunstâncias e a forma que ela agia, deixavam-no profundamente magoado. E a mágoa era um sentimento traiçoeiro.

Tomou o café e se aprontou para o trabalho, não queria ter que ficar pensando muito. Queria ocupar sua mente.

Foi o primeiro a chegar e tratou de se ocupar com a papelada. Ele nem viu as pessoas chegando de tão concentrado que estava.

Escutou batidas antes de seu amigo entrar na sala.

ㅡ Teme, o que faz aqui?

ㅡ Você não tem me ligado, então vim ver se estava vivo.

ㅡ Que sensível! ㅡ Debochou.

Sasuke se aproximou e sentou-se. Ficaram em silêncio por minutos.

ㅡ Sakura me contou da Hinata.

Naruto o encarou.

ㅡ Se veio me desencorajar…

ㅡ Sabe que não. Só que você se afunda nisso e isso não é bom. Se tiver que fazer algo, faça logo e acabe com esse assunto de vez.

ㅡ Não é tão simples. Se eu soubesse o que fazer já teria feito. Ou acha que tenho a mesma sorte que você? De ser aceito depois das merdas que fez.

Naruto socou a mesa em frustração. Sasuke não se importou, sabia que não era uma ofensa e nem que o amigo estava mentindo.

ㅡ Use a cabeça, dobe. Acha que vai ficar tudo bem depois que contar que namorou a Shion? Eu sinto muito, mas essa história já deveria ter acabado.

Naruto o encarou, como se uma luz acendesse em sua cabeça.

ㅡ A Shion. Puta merda, como não pensei nela antes? ㅡ pensou alto. Ela deveria saber o que aconteceu.

ㅡ Naruto! ㅡ Sasuke o chamou quando o viu vestir o terno.

ㅡ Eu tenho que ir, Sasuke. Preciso tirar essa história a limpo.

Sasuke não acreditava no que ouvia. Seguiu o amigo para fora da sala, tentando fazê-lo mudar de ideia.

ㅡ Está de saída? ㅡ Konohamaru surgiu, perguntando. ㅡ Mano, você não sabe de quem é o caso que meu tio me passou.

ㅡ Agora não dá Konohamaru, preciso ir. Depois falamos ㅡ cortou, sem abrir espaço para questionamentos, entrando rapidamente no elevador.

 

 

ㅡ Tem certeza que esse cara é bom?

ㅡ O Asuma nunca me indicaria se ele não fosse ㅡ rebateu.

ㅡ Porque você sabe… estou do seu lado, mas os advogados do papai são ferozes.

ㅡ Eu sei. Mas, sinceramente, não estou preocupada. Só quero o meu direito de cuidar do meu filho e voltar para minha vida.

ㅡ Eu sei, mas temos que pensar em tudo. Se o papai decide procurar o Naruto…

ㅡ Ele não vai! ㅡ Hinata a cortou. 

Estavam em um café aguardando a chegada do advogado indicado por Asuma. Hanabi fez questão de estar presente. 

ㅡ Lá vem o advogado.

Hanabi olhou para a porta do café e um homem alto e elegante havia acabado de entrar. Ele caminhou diretamente para elas, os olhos dos Hyuuga eram inconfundíveis.

ㅡ Bom dia, senhoritas. Com licença ㅡ colocou a pasta em cima da mesa e puxou a cadeira. Ambas responderam ao bom dia.

Konohamaru foi objetivo. Explicou como iria se suceder, caso tivessem que brigar pela guarda e o que o pai de Hinata teria direito.

ㅡ As chances são poucas de algum juiz favorecê-lo. Sabemos que o seu pai é bem influente, mas a justiça costuma funcionar por aqui.

ㅡ E se o pai estiver do lado dele? ㅡ Hanabi soltou, recebendo um olhar repreensivo de Hinata. Ela ignorou, tinha que tentar todos os ângulos.

ㅡ O pai da criança? Bom… teremos um problema. Qual a relação de vocês dois?

ㅡ Eu-eu e o pai? 

Ele assentiu.

ㅡ Nenhuma. Isso é bobagem da minha irmã, o pai de Boruto nunca assumiu a paternidade. Então sou só eu.

ㅡ Então temos tudo ao seu favor ㅡ afirmou. ㅡ Vai dar tudo certo.

Assim ela esperava. 


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Notas finais do capítulo

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