Para sempre, primeiro amor escrita por Flor de Konoha


Capítulo 6
Capítulo 6 - Confrontando os sentimentos


Notas iniciais do capítulo

Oiiii, gente! Queria agradecer de novo os comentários. Muito obrigada! Como falei da última vez, minha intenção é demorar menos nos intervalos das postagens, então aqui vai mais um cap essa semana. Boa leitura!



Este capítulo também está disponível no +Fiction: plusfiction.com/book/796566/chapter/6

Uma chamada recebida e ela parou diante da porta que ostentava uma placa metálica com o nome Sakura Uchiha. Buscou o celular na bolsa rapidamente e verificou a tela de identificação.

Hanabi. 

ㅡ Finalmente… ㅡ disse para a irmã.

ㅡ Isso é verdade? ㅡ foi direta. Ela sabia do que se tratava.

ㅡ Sim, é.

ㅡ Vou acabar com a raça desse bastardo ㅡ vociferou. Ela falava de Neiji. Em sua teoria, era ele que manipulava o pai, e não o contrário.

Naruto escutou a voz inconfundível de Hinata por trás da porta e saltou da cadeira indo até a porta, mas parou sem abri-la. Já tinha roído todas as unhas e agora apertava os dedos. 

ㅡ Não se preocupe, já estou tomando as providências. Eles não vão conseguir, não têm o direito. 

ㅡ Se não fosse essa droga de empresa eu iria matá-lo pessoalmente ㅡ ignorou a irmã, desabafando sua raiva. ㅡ Não faça nada estúpido. Devo voltar em dois dias. Eu quero ver esse advogado que você arrumou.

Hinata riu. Hanabi não estava exatamente escutando-a. 

ㅡ Tudo bem.

ㅡ Preciso ir. Se cuida, mana. ㅡ E desligou sem aguardar uma resposta. Hanabi nem sabia da história completa e já tinha toda essa revolta contra Neiji e seu pai. Ela sempre assumiu o lado da irmã. 

Hinata girou a maçaneta distraidamente, abrindo a bolsa e guardando o celular enquanto entrava na sala. Naruto precisou de forças para manter-se firme sobre as pernas. Vê-la ali, diante dele, ainda era impactante. Seu nervosismo elevou-se ao inimaginável. Ele quase agiu como uma donzela e desmaiou de ansiedade.

Já para Hinata, não era bem assim. Seu sorriso morreu assim que o encarou e um lampejo de dor passou por seu rosto, mas a surpresa era maior. Ela estava lívida e só não correu porque não encontrou as pernas. Seria assim sempre que o visse novamente?

ㅡ Eu sei que não esperava me encontrar aqui, mas é que eu vim ver a Sakura e acabou acontecendo… quer dizer, ela não tem nada a ver com isso. Foi uma coincidência mesmo... ㅡ disparou a tagarelar e se atrapalhar nas palavras. 

Hinata apenas deu as costas, virando-se para a porta. Mas Naruto foi mais rápido e a segurou pelo braço, batendo a porta com força.

ㅡ Espera ㅡ falou. Respirou fundo. Tinha que se manter são. Não poderia perder a oportunidade de falar com ela. ㅡ Eu só quero conversar com você.

Hinata se retesou e puxou seu braço. Não poderia fugir como um gatinho assustado.

ㅡ Não temos nada para conversar ㅡ disse, irritada. A surpresa dando lugar à raiva.

ㅡ Eu só preciso esclarecer umas coisas.

Hinata passou a mãos pelos cabelos. Era inacreditável. A cena era ridícula. Um homem grande, adulto, prestando-se a esse papel.

ㅡ Então diga ㅡ respondeu quase entredentes. Na verdade ela tinha umas coisas para falar mesmo. Como ele e a sua covardia acabaram com a vida dela. E graças a isso, agora o pai queria tomar seu filho.

Era ridículo que ele não soubesse se portar diante dela. Mas ele não conseguiu evitar se derreter quando ela passou a mão nervosa pelos cabelos. O desgraçado era ridiculamente apaixonado por ela. Não conseguia evitar sentir aquilo. Nem gaguejar, ou fazer suas mãos pararem de suar. Ele estava todo atrapalhado.

Foi preparado para implorar para ela escutá-lo, ajoelhar-se se necessário. Mas não foi preciso, foi simples assim. Ela aceitou conversar e ele não sabia mais o que falar.

ㅡ Perdeu a língua? ㅡ debochou. Definitivamente aquela não era a mesma Hinata que o deixou, ou era? Será que ela já era altiva e grossa? Parecia que sua presença não tinha o mesmo efeito para ela, nada a abalava.  Mantinha-se firme, com a cabeça erguida, como se ele fosse apenas um ser insignificante.

Mas isso não podia estar mais longe da verdade. Ela não suportava estar diante dele e queria parecer a mais indiferente possível. Estar diante dele e sentir tudo aquilo, era admitir para si mesma como era fraca e burra, por não ter conseguido superar nada e por ainda ousar sentir algo.

Se não houvessem terminado daquele jeito. Se ela não tivesse precisado fugir. Talvez pudessem ser amigos ou ter uma boa relação, de respeito, com o coração tranquilo. Mas eles não podiam. Não com toda aquela mágoa. E mais que isso, ela tinha um bom motivo para eles não se falarem e não se verem nunca mais.

ㅡ Desculpe ㅡ tentou se recompor, frustrado. Coçou a nuca. ㅡ Eu não deveria ter te abordado assim. Mas… Hina… Eu sei que faz tempo, mas eu preciso saber… preciso saber porque me disse aquilo e foi embora. 

A máscara indiferente de Hinata caiu. Sabia que não seria fácil ouvir qualquer coisa que ele tivesse para falar, mas não esperava ouvir aquilo. Não esperava tanto cinismo. Engoliu em seco, tentando desfazer o bolo que ameaçava subir pela garganta, assim que sentiu a sensação de reviver tudo aquilo.

ㅡ O que? ㅡ saiu como um sussurro. ㅡ Como tem coragem de me abordar para me dizer isso? ㅡ Seus olhos já estavam marejando. Ela tentou se virar para sair, mas ele a agarrou pelos braços, fazendo-a manter o contato visual. A expressão dele espelhando a sua.

ㅡ Eu fui atrás de você, Hinata. Fui até sua casa. E seu pai me enxotou de lá inúmeras vezes e tratou de reforçar o que me disse. Mas não faz sentido. Você não é igual a ele. Por que não quis manter contato, ou sei lá, uma amizade. Por que me privou de vê-la?

ㅡ Porque não adiantava mais ㅡ uma lágrima escorreu pelo seu rosto e ela se sentiu humilhada por não ter controle emocional diante dele. ㅡ Eu não podia mais ter você na minha vida. Eu fui embora porque não podia conviver com você.

Naruto ficou tão chocado com o que ouvira que não soube o que dizer. Encarou-a em choque por alguns segundos enquanto as lágrimas caíam copiosamente no rosto dela.

ㅡ Me solte ㅡ sua voz saiu num fio.

Ele soltou e se afastou de costas.

ㅡ Isso não é verdade. Você está mentindo. Foi algo que eu fiz? Ou falei? Eu preciso saber a verdade e te deixo em paz.

Hinata balançou a cabeça negativamente. Querendo que aquilo fosse um pesadelo e não precisasse confrontar todos aqueles sentimentos. Sabia muito bem o quanto era grave ter omitido o filho dele. Ele parecia tão sincero em sua angústia que se ela mesma não tivesse visto com os próprios olhos a traição, teria acreditado nele.

Estava cansada de ser um saco de pancadas. Como mãe, aguentaria tudo por seu filho sem pestanejar. Mas às vezes se sentia esgotada. Queria que não tivesse que ter escondido isso dele, mesmo sem saber o que fariam ou como ele reagiria. 

Ela não fazia ideia de como estava no limite. Que estivesse tão despreparada para aquele encontro, mesmo depois de anos. 

Sentia-se presa, atada, ligada a ele e sabia o porquê. Talvez só a morte poderia dar um jeito. Mas o pensamento de deixar seu filho sozinho e desamparado deixava-a desesperada. Ela era tudo que ele tinha e poderia contar. Ela era tudo que ele conhecia de amor e proteção. E ela tentava suprir de todas as formas as suas necessidades, mesmo sabendo que ele precisava do pai, e isso a dilacerava.

Não tinha pretensões de contar a ele que ficou grávida e tinham um filho. Que o menino era loiro e tinha os olhos azuis idênticos aos dele, e não lhe restaria dúvidas mesmo que não acreditasse de imediato na paternidade. Ela pretendia não contar nunca, até que seu filho tivesse idade e quisesse procurar o pai.

Sua vida estava bem. Tinha seu trabalho, seus amigos e sua casa. Vivia em paz e era feliz na medida do possível. Estava satisfeita com tudo que tinha antes de ter voltado para Konoha e dado de cara com Naruto. Não poderia atribuir a culpa ao pai, pois não ele não planejara infartar. Era só o carma cobrando sua dívida. 

ㅡ Só me deixa ir, por favor ㅡ sussurrou. Não tinha forças para discutir, muito menos para sair dali sozinha. Desejou estar em casa abraçada ao filho, longe de toda essa confusão.

Naruto avançou em sua direção e segurou seu rosto entre suas mãos.

ㅡ Por que não pode me dizer o motivo, Hinata? 

ㅡ Você sabe ㅡ disse em agonia, implorando com o olhar. Não suportava estar ali, no calor de suas mãos. Uma sensação conflitante a encheu. A sensação de conforto, de estar em casa e ela lutava com todas as forças para que aquilo não a dominasse. Por um segundo quase cedeu. Apenas um milésimo de segundo.

ㅡ Eu não faço ideia ㅡ ele disse, sua angústia palpável. Os olhos azuis tão límpidos, tão brilhantes. Pareciam sinceros. ㅡ Se não pode me dizer. Então diga-me que não sente mais nada quando me vê. Diga-me que sou um fracassado e que não me vê mais no seu futuro.

Apenas assentiu, como se confirmasse tudo.

ㅡ Fale, eu quero ouvir. Por favor… ㅡ implorou num fio de voz. As lágrimas já rolando sem parar.

O pranto que tanto segurou irrompeu por sua garganta e Hinata soltou um soluço alto. Não conseguia encará-lo e dizer aquilo de novo. Era fraca e estúpida. Suas feridas não haviam cicatrizado, como imaginou.

Naruto a puxou para si e a envolveu num abraço. Não iria mais insistir, mas não conseguia entender o porquê de tanta dor. De tanta mágoa… 

ㅡ Desculpe… ㅡ falou, sentindo-se culpado de alguma forma. 

Ambos ficaram na mesma posição por algum tempo. Naruto deu graças a Deus por ter combinado com Sakura para que ela não voltasse antes de um aviso. Era uma cena muito íntima para uma terceira pessoa.

Hinata parou de soluçar e foi se acalmando aos poucos. Não sabia o que fazer nem o que falar. Após se afastarem lentamente Naruto a conduziu para uma das poltronas em frente a mesa de Sakura, pegou um copo de água em bandeja no criado mudo e a entregou. Ela bebeu num gole só.

O silêncio era mortal. Não tinha mais clima algum para conversar. Ele não queria ir embora, mas sabia o que tinha que fazer. Não podia mais pressioná-la. Ela estava extremamente frágil, não podia se aproveitar disso.

Após alguns minutos, Naruto se abaixou na frente dela que encarava o nada.

ㅡ Desculpe. Não era minha intenção causar essa explosão ㅡ Ele sorriu com os olhos em fendas, para amenizar o clima. Era tão nostálgico que o coração de Hinata palpitou, mas ela não esboçou qualquer reação. ㅡ Vou avisar a Sakura que você não está em condições de levar seu pai. Fique o tempo que quiser.

Ele se levantou para ir embora, mas parou com a mão na maçaneta da porta.

ㅡ Mas Hina… ㅡ ela se virou para encarar suas costas. ㅡ Eu não vou desistir.

Naruto saiu sem olhar para trás, pois sua vontade era de continuar ali com ela, e se olhasse, não teria coragem de deixá-la ali.

Sakura mal pode acreditar quando viu seu primo com os olhos inchados. Naruto estava totalmente transtornado e pediu para ela não incomodar Hinata no consultório. 

Ela quis reclamar com ele e dizer que sabia que sobraria para ela, mas não o fez. O ânimo dele estava totalmente avesso e assim como ele entrou na copa, saiu. Como um foguete. 

Não imaginava como ele havia se metido naquela situação. Tinha esquecido das péssimas relações que tinham com os Hyuugas. O pai de Hinata era simplesmente intragável. Na escola, ele já tinha uma fama de abusar psicologicamente das filhas e do sobrinho. Ele não considerava os laços, nem o que era preciso em um lar. As más línguas dizem que a mulher morreu de desgosto por ter se casado com um homem tão cruel e ambicioso.

A porta dupla bateu e Ino passou por ela.

ㅡ Neiji estava aguardando a Hinata voltar para o quarto. Ele que levou o velho, mas ficou me infernizando para saber o que aconteceu com ela ㅡ ela revirou os olhos. ㅡ Fui bem grossa com ele. Não sei como a pobre da Hinata aguenta os homens dessa família.

Sakura riu. 

ㅡ Não deveria ficar chamando ele de velho, porca. Se você acaba falando isso na frente dele, ele processa o hospital inteiro. 

Ino deu de ombros.

ㅡ Eu é que devia processá-lo, testuda. Esse homem é um atentado à sociedade. Deveria ser preso ㅡ disse enquanto servia o café para si. ㅡ Eu vi como seu primo saiu daqui. Ele estava arrasado. As enfermeiras do segundo andar estavam comentando que a Hinata saiu voando logo depois. 

Sakura se afundou na cadeira e gemeu, deitando a cabeça na mesa.

ㅡ Foi uma péssima ideia arrumar esse encontro aqui.

ㅡ Foi.

ㅡ A Hinata deve estar me odiando.

ㅡ Deve mesmo.

ㅡ Ino!

ㅡ O que foi? Prefere que eu minta? ㅡ perguntou com a boca cheia de bolacha. ㅡ Sakura, já foi. Eles são adultos, vão se resolver. Não sei o que aconteceu, mas parece que rolou algo bem pesado entre eles. E o que você pode fazer para ajudar é torcer. Já dizia o ditado… Em briga de marido e mulher…

A amiga bufou.

ㅡ Acho que devo desculpas para ela, ou ao menos uma explicação ㅡ choramingou. ㅡ Vou esperar as coisas se acalmarem e procuro ela.

ㅡ É melhor ㅡ a loira respondeu. ㅡ Vamos, Sakura. O nosso intervalo acabou. Se a Tsunade nos pega aqui, vai nos estripar.

Ela assentiu e voltou para a ronda. 


Não quer ver anúncios?

Com uma contribuição de R$29,90 você deixa de ver anúncios no Nyah e em seu sucessor, o +Fiction, durante 1 ano!

Seu apoio é fundamental. Torne-se um herói!


Notas finais do capítulo

Só eu que amo a Ino? kkkkk fico pensando em cenas engraçadas para ela. Tomara que ela consiga aparecer mais vezes. Primeiro confronto de Naruhina, vissshe. O plot está chegando meu povo hahaha Vai ser bomba em cima de bomba.
Até a próxima!



Hey! Que tal deixar um comentário na história?
Por não receberem novos comentários em suas histórias, muitos autores desanimam e param de postar. Não deixe a história "Para sempre, primeiro amor" morrer!
Para comentar e incentivar o autor, cadastre-se ou entre em sua conta.