Para sempre, primeiro amor escrita por Flor de Konoha


Capítulo 21
Capítulo 21 - Sem memória


Notas iniciais do capítulo

Oi, gente! Fiz o possível para concluir esse capítulo logo, mas faltou inspiração. Ainda não saiu do jeito que queria, mas decidi não mais adiar. Então... boa leitura!



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Seus olhos se abriram para a penumbra, iluminada apenas pelas luzes eletrônicas que piscavam ritmadamente com o bip dos aparelhos ligados a ela. Quando se adaptaram à pouca luz do quarto, percebeu que não estava em um ambiente conhecido. Um lapso em sua memória a fez esquecer do motivo que a levara até ali.

Quase virou-se para sair da cama, mas sentia uma dormência latente em seus braços e pernas, achou por bem continuar imóvel.

Tentou chegar a uma conclusão de como chegara ali, mas por algum motivo não conseguia se lembrar. Lembrava-se apenas de ter saído ao supermercado com seu filho.

SEU FILHO, alarmou-se. Olhou de um lado para outro e não percebeu nenhuma movimentação, ela estava sozinha naquele quarto de hospital. Tentou pronunciar alguma palavra e saíram apenas balbucios. As lágrimas escorreram pelo seu rosto e ela tentou gritar ou se mexer como pode.

Algumas máquinas apitaram por um tempo, mas ninguém veio. Ficou encarando o teto até se acalmar novamente, se estava ali, então alguém viria vê-la.

Ela estava sentindo como se tivesse dormido por algumas horas e acordado naquele lugar, mas sonhou com tantas vozes que agora estava confusa.

O que realmente havia acontecido?

Não sabia dizer quantas horas teriam passado quando avistou a enfermeira. Ela entrou distraidamente com seu prontuário, verificando os sinais vitais nas máquinas.

ㅡ Está tudo bem com você ㅡ conferiu cuidadosamente. Logo foi conferir seu rosto e sentiu sua alma sair do corpo quando percebeu os olhos cinzentos lhe analisando. ㅡ Oh, meu Deus! ㅡ gritou. 

Os olhos de cores fascinantes poderiam ser aterrorizantes.

Ela teria falado algo, se pudesse. Quanto tentou, sentiu sua garganta arranhar e tossiu violentamente. A enfermeira despertou do choque e se deu conta de que era real. Ela realmente estava acordada.

Rapidamente encheu um copo com água com a jarra que ficava ali para os visitantes e a fez beber. Acionou o botão de emergência e o médico de plantão logo apareceu. Após isso, começou uma confusão de vozes tentando entender o que havia acontecido.

Sua irmã chegou com cerca de uma hora depois. Sua expressão era tão chocada quanto a dos médicos que entraram para vê-la. Ela não passou muito tempo lá, ficou com ela por cerca de 30 minutos e teve que ir embora rapidamente. Ela não recebeu nenhuma visita mais, somente era sondada e analisada o tempo inteiro pelos médicos, o que a fez sentir-se como um rato de laboratório.

Suas memórias ainda eram muito vagas, havia algumas coisas que ela não tinha certeza se era real ou sonho. Um nome gritava em sua mente, e aquilo estava a assustando, pois já fazia algum tempo que havia soterrado os sentimentos por aquela pessoa. Agora estava se sentindo estranha, como se algo pulsasse dentro dela, uma intuição, um aviso.

 

 

Passaram alguns dias para que ela voltasse a falar, ela não saberia dizer quantos. As horas pareciam se arrastar entre um exame ou outro. Hanabi voltou várias vezes e chegou até a dormir com ela. A expressão sempre melancólica da irmã mais nova estava causando-lhe certa angústia. Sabia que ela estava escondendo algo para lhe poupar. Perguntou várias vezes por seu filho e o que mais queria era vê-lo, mas não conseguiu uma autorização para que o filho viesse.

Com mais alguns dias de fisioterapia, voltou a dar os primeiros passos. Era difícil sustentar o próprio corpo após tanto tempo sem acordar. Mas manteve a melhora em sua mente para que pudesse ver seu filho. 

Ela ainda não se lembrava do que aconteceu antes do acidente. Tudo ainda parecia muito confuso. A cada vez que sua irmã aparecia, ela parecia estar mais cansada e sempre fugia das perguntas. 

Lembrava-se de há pouco tempo ter visitado o pai. Ele esteve internado? sim, esteve. Ela voltou para sua casa, pois sua última lembrança era ter levado Boruto ao supermercado. E onde estavam Kurenai, Asuma e Mirai? Nem Neji veio vê-la. Tudo bem que eles não eram tão próximos, mas ela poderia ter morrido e eles eram família.

Foi arrancada de seus pensamentos quando a porta foi aberta e uma Hanabi tensa entrou.

ㅡ Oi, irmã ㅡ Hinata falou baixo, expressando a felicidade em vê-la. Era sempre preenchida pelo conforto que a presença de sua irmã trazia, mas logo após sentia um peso no estômago ao analisar seu rosto e ver seus ombros tensos.

ㅡ Hina, como pode estar tão linda mesmo em uma cama de hospital? ㅡ Hanabi tentou brincar, mas dessa vez Hinata não conseguiu sorrir. A tez de sua irmã estava tensionada e quando ela iniciava com uma piada, sabia que tinha que falar algo que não queria.

ㅡ O que houve? ㅡ perguntou, espelhando a expressão de tensão.

ㅡ Você deveria pelo menos não me analisar dessa forma.

ㅡ Desculpe, não tenho muito o que fazer aqui.

Hanabi suspirou.

ㅡ Tudo bem, nós realmente temos pouco tempo. ㅡ Hanabi se aproximou e sentou-se na cama analisando como sua irmã estava. Levemente pálida e magra. ㅡ A polícia está aí fora, eles querem te fazer umas perguntas, nada demais. 

Tentou parecer despropositada, mas falhou.

ㅡ Hana, o que aconteceu, tem algo que você não está me contando?

Hanabi hesitou por um segundo antes de negar. Mas foi o suficiente para Hinata ter certeza.

ㅡ Não, claro que não. Como você sofreu um acidente, é necessário fechar o inquérito com o seu depoimento.

Hinata segurou suas mãos e olhou em seus olhos.

ㅡ Hanabi, por favor, conta o que está acontecendo, não me deixa no escuro. ㅡ Implorou.

ㅡ Hina, tá tudo bem, de verdade. Eles só precisam pegar seu depoimento. Não se esforce demais, faça o que está ao seu alcance. 

Hinata preferiu não insistir, viu que algo estava perturbando-a.

ㅡ Tudo bem.

Hanabi parecia estranhamente nervosa. Desamassou a saia com as mãos e levantou-se indo até a porta e chamando os policiais.

O primeiro a entrar foi um momento alto, de óculos escuros e redondos. Os cabelos cortados no estilo militar ficavam espetados para cima.

ㅡ Boa tarde, eu sou o detetive Shino Aburame e estou acompanhando o seu caso. 

Hinata nada falou, apenas assentiu. O homem não parecia nada amistoso e falava de um jeito quase robótico.

ㅡ Seu amigo não vai vir? ㅡ Hanabi alfinetou, indicando uma certa tensão entre eles.

ㅡ Eu vou começar, ele já deve se juntar a nós.

Hanabi gesticulou para que ele começasse, quase fazendo uma mesura em deboche.

ㅡ Bem, senhorita Hyuuga, estamos investigando as condições que ocorreram o seu acidente. Precisamos confirmar alguns fatos. Você está bem em responder?

ㅡ Sim, estou.

ㅡ A senhorita poderia me descrever o que estava fazendo antes de decidir vir até Konoha?

ㅡ Eu-eer-não consigo me lembrar.

O homem digitou rapidamente em seu celular.

ㅡ E o motivo? Lembra-se?

ㅡ Qual é o ponto dessas perguntas? ㅡ Hanabi interveio pela irmã.

ㅡ São perguntas padrões, senhorita Hyuuga, eu preciso fazer meu trabalho.

ㅡ Acho que está óbvio que ela não se lembra das últimas horas.

Shino respirou fundo.

ㅡ Tudo bem, vou pular essa parte… a senhorita possuía algum relacionamento?

ㅡ Não… éramos só eu e meu filho.

ㅡ Tinha amigos? Parentes próximos?

ㅡ Sim, apenas meus vizinhos e minha irmã.

Shino digitava freneticamente.

ㅡ Algum desafeto?

ㅡ Desafeto? Isso está parecendo uma novela ㅡ Hanabi interveio novamente, ficando nervosa.

ㅡ Senhorita Hyuuga, é uma investigação padrão, todas elas são necessárias. 

ㅡ Está insinuando que o acidente é criminal? ㅡ levantou a sobrancelha em desafio.

ㅡ Senhorita, não posso passar nenhuma informação sobre o curso das investigações no momento.

ㅡ Então acho que vou precisar de um advogado presente.

ㅡ Senhorita, não estou aqui para pressioná-las, só quero elucidar alguns questionamentos.

Antes que Hanabi pudesse abrir a boca para rebater, ouviu-se duas batidas na porta. Ela engoliu as palavras com raiva e bufou, indo até a porta.

ㅡ Ora, se não é o outro da dupla dinâmica.

ㅡ Desculpem o atraso, senhoritas. Eu precisei ir a outro local ㅡ Um homem de paletó que ostentava seu distintivo no pescoço entrou. Ele tinha um sorriso brilhante e seus olhos lembravam um felino. O homem também era mais forte que o outro.

ㅡ Eu sou o detetive Kiba Inuzuka, muito prazer.

Hanabi ia retomar a discussão quando percebeu que sua irmã e o policial se encaravam. Kiba ostentava um sorriso de orelha a orelha e Hinata estava vermelha como um pimentão.

ㅡ Como eu estava dizendo, acho que preciso de um advogado para essa sessão de interrogatório. ㅡ Olhou de um para outro.

Kiba finalmente desviou o olhar para a mais nova.

ㅡ Desculpe, senhorita. Meu colega às vezes não tem muito tato com as perguntas. Peço desculpas. No momento não há necessidade para envolvermos advogados. É só uma conversa amigável. 

Kiba com certeza tinha um carisma inegável. Ele sabia muito bem como conduzir um interrogatório de maneira leve e descontraída. Hanabi logo percebeu que deveria tomar cuidado com ele.

ㅡ O seu amigo já anulou qualquer chance dessa ser uma conversa amigável. Acho melhor pararmos por aqui.

Kiba apertou os olhos como se sentisse uma dor de cabeça forte, Shino sempre era técnico demais. Ele era um bom policial, mas esquecia o lado humano das coisas. Pensou rápido e o melhor seria fazer outra tentativa depois, ou desperdiçaria a melhor chance deles.

ㅡ Tudo bem ㅡ concordou. ㅡ É melhor marcarmos um outro dia.

Aproximou-se lentamente do leito, sendo observado por todos.

ㅡ É bom ver que está bem, Hina. Se cuida! ㅡ Encarou intensamente o rosto da mulher, como se quisesse decorar cada traço e afagou seu rosto suavemente. Saindo logo em seguida e levando Shino junto.

ㅡ Hina? O que foi isso? ㅡ Hanabi perguntou. ㅡ Você o conhece?

Hinata assentiu, não era capaz de dizer uma palavra.

ㅡ Ele foi um colega de turma na época da escola ㅡ tentou explicar.

ㅡ E por que você está tão corada?

ㅡ Não é nada ㅡ Preferiu não contar a história toda. ㅡ Eu apenas fiquei surpresa. E v-você, essa conversa foi bem estranha. O que está acontecendo?

Hanabi mordeu os lábios, ponderando se era o melhor momento de contar. Hinata não lembrava o que havia ocorrido para ela sair às pressas de Suna e não sabia de nada que seu pai havia feito.

Suspirou. Não podia subestimar a inteligência da irmã e fingir que não estava acontecendo nada.

ㅡ Prometo te contar em breve. Mas não se preocupe com isso, você deve focar na sua recuperação. ㅡ Apertou as mãos da irmã para transmitir conforto. ㅡ Preciso ir agora, mas volto em breve.

Hinata não quis contestar, podia ver o cansaço estampado na face da irmã.

ㅡ Tudo bem ㅡ disse fracamente. Hanabi se despediu com um beijo em sua testa.

Hinata virou para o lado tentando processar tudo e encaixar algumas peças, mas a maior com certeza era o motivo do acidente e por que sua mente lhe perturbava com um nome.

Afogou a cabeça no travesseiro quando se lembrou do encontro com Kiba.

ㅡ Tinha que ser assim? ㅡ gritou contra o travesseiro.

Tudo bem que Kiba era seu… ex? Fez uma careta. Não era um termo muito agradável para ela. Precisava reencontrá-lo daquela forma?

Havia acordado de um coma e sua aparência não era das melhores, um pouco fútil pensar assim, talvez. Mas ele havia sido alguém importante, mesmo que por pouco tempo.

Mas o que ele estava fazendo ali? Não deveria estar em Suna?

Aquele cenário de incertezas não estava agradando-a. Sabia que essa calmaria não era um bom sinal.

 

 

Hanabi colocou a mão na testa. As coisas estavam ficando cada vez mais difíceis de ser conduzidas. Já haviam se passado 3 semanas desde que Hinata acordou, mas ela ainda não se lembrava de nada, e poderia nunca se lembrar. O médico dissera que poderia ser uma forma de defesa ela não recordar dos últimos acontecimentos que a levaram ali.

Logo poderia receber alta e ela teria que lidar com a verdade, lembrando-se dela ou não.

ㅡ Alguma evolução? ㅡ Konohamaru perguntou assim que ela entrou no carro. Ele também se sentia ansioso por uma evolução não só por Hanabi, mas por Naruto também.

ㅡ Nada. Os policiais do caso estiveram aqui hoje, eu tive que vim correndo, ou teriam interrogado-na sem mim.

ㅡ Isso é ilegal. Eu deveria estar presente.

ㅡ Eu sei, não foi oficial. Então não achei que fosse necessário. Quando vi o rumo da conversa, logo dei por encerrada.

ㅡ Algo me diz que isso não é bom. Vou passar para verificar essas investigações, o inquérito do acidente já deveria ter sido encerrado. 

ㅡ Isso também não está me cheirando bem. E o Naruto?

ㅡ Ele está lidando como pode, pelo Boruto. Mas está cada vez mais louco, estou preocupado.

ㅡ Sinto-me péssima por te-lo julgado mal por todo esse tempo. Não sei como podemos resolver essa situação se a minha irmã não lembrar o que aconteceu, ele pode ser o que mais sairá machucado.

ㅡ Você tem razão.

Nenhum dos dois falou mais, cada um pesando a situação em seus próprios pensamentos.

 

 

A brisa do mar soprava gelada em seu rosto. Ela sentia seus dedos afundarem na areia macia enquanto ela encarava o mar a sua frente. O sol já estava se pondo, o que dava um contraste incrível no céu, fazendo-o parecer uma pintura hiperrealista.

Sentiu alguém sentar-se ao seu lado e apoiar o braço em seu ombro.

Ela não se assustou, olhou para o lado para verificar quem era.

ㅡ Que bom que acordou ㅡ disse o homem sorrindo, mas ela não podia ver seu rosto, apenas seu sorriso brilhante. Seu coração palpitou, traindo-lhe. Ela reconhecia aquela voz, e seu corpo inteiro respondeu. Por que ela estava ali? Por que ele estaria ali?

Viu um menino correr em sua direção. Era seu filho. Que saudade.

Levantou-se para pegar-lhe no braço mas logo se deu conta, aquele homem não poderia vê-lo ou saberia imediatamente. Olhou para o homem, ainda não conseguia ver seu rosto, apenas seu sorriso, que morria cada vez mais que o menino se aproximava.

ㅡ Não, não, não ㅡ correu em direção ao menino, aquele homem não pode conhecer seu filho. Quando finalmente o alcançou, o menino se virou para acenar para o homem.

ㅡ Papai! ㅡ gritou.

Em seu íntimo ela já sabia quem era, mas agora conseguia vê-lo. 

ㅡ Naruto! ㅡ gritou para o quarto escuro. Os sinais vitais estavam disparando, seu coração estava acelerado, parecia que havia corrido uma maratona. Uma lágrima escorreu por seu rosto.


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Notas finais do capítulo

Hummm... Já planejava introduzir o Kiba há um tempo. Então, não. Não foi um erro de roteiro, eles realmente tiveram algo, mais a frente vou explicar melhor. Como será que Naruto vai lidar com isso? Vamos descobrir logo. Não aguento mais ver Naruhina sofrer kkkkkk Logo veremos a dinâmica deles com o filho, ou a falta dela. Bom, pretendo voltar assim que terminar de escrever o próximo :D Kd vcs, meus leitores? Me digam como estão. Beijos!



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