Capítulo III

Envergonhada

Motivo

— Não acredito nisso, Minato! — A ruiva bateu a mão na própria testa   — Naruto ainda não entendeu porque da Hinata-chan se cora perto dele — disse, olhando o loiro deitado na cama de hospital, um lençol fino branco cobria até a altura do seu pescoço. O loiro dormia um sono leve.

— Kushina-san e Minato-san — o casal de shinobi, fitou a tímida Hyuuga, ao lado da cama, com o olhar tristonho e segurando a mão de Naruto —, desculpem-me.  

— Hinata-chan não foi sua culpa, meu filho tentou forçar você a falar, isso não é certo. — Continuou diminuindo a distância entre as duas, colocando uma mão em seu ombro, com um sorriso tranquilizador nos lábios — Porém, na próxima vez tente se controlar, você deu um golpe pesado no meu Naruto  — falou divertida, procurando diminuir a culpa da estudante da academia.

— Hokage-sama, Kushina-sama e Hyuuga-sama — uma enfermeira devidamente uniformizada surgiu na porta do quarto —, o horário de visita acabou.

— Posso ficar um pouco mais? — pediu Hinata, ainda olhando Naruto, desejando não sair de seu lado.

— Você poderia abrir uma exceção enfermeira? — perguntou Yondaime, se virando para a funcionária do hospital. — Apenas mais alguns minutos para ela.

— Tudo bem Hokage-sama — respondeu. — Cinco minutos apenas.

Hinata olhou brevemente Minato e Kushina saindo pela porta, deixando os dois sozinhos. A tristeza corroía cada parte do seu ser, jamais o loiro havia se aproximando dela, a timidez fez não conseguir explicar o motivo de sua vergonha perto dele. Porque gaguejava, porquê corava cada vez que seus lindos olhos azuis se dirigiam a si.

Desejou voltar ao tempo, confessar a verdadeira causa de ficar envergonhada perto dele. Com as pontas dos dedos, tocou suavemente a bochecha, fazendo um carinho leve em seu rosto.

Entretanto, a Hyuuga não estava preparada para que aconteceria.

  — Hinata, os meus pais já saíram, dattebayo? — o loiro perguntou, os orbes mantinham-se fechados.

A perolada abriu a boca, sem saber o que dizer diante daquela situação.

— Quanto tempo você está acordado? — questionou, tirando sua mão de perto do loiro, colocando-a na frente de seu peito.

— Não faz muito tempo. — Abriu apenas um olho, observando atentamente o lugar, soltando um suspiro de alívio ao confirmar que estava sozinho com Hinata.

— Quer que chame uma enfermeira para ver se está tudo bem? — a Hyuuga pediu, batendo os dedos indicadores, fitando o chão.

— Hinata-chan, eu me recupero rápido, dattebayo — agradeceu, se sentando na cama. — Ainda quero a resposta da minha pergunta, porém, não estou preparando para receber um segundo golpe seu — disse, soltando uma gargalhada, então sentiu uma fisgada de dor no peito, soltou um leve gemido de dor.

— Naruto-kun — a estudante sentiu seus orbes lacrimejarem, tentou em vão segurar as lágrimas. O sentimento de culpa a atingiu mais uma vez naquele dia, Hinata ficou sem reação, sentiu os dedos do loiro, limpando suavemente as lágrimas que insistiam em escorrer de seus olhos perolados.

— Hinata, por favor, não precisa chorar. Estou melhor, daqui alguns dias, estarei cem por cento.

— Naruto-kun, finalmente tenho coragem para falar do porquê fico vermelha perto de você.

Um silêncio se apossou do quarto do hospital de Konoha.

— Naruto-kun, você é igual ao sol para mim, seu sorriso aquece meu coração triste, sua alegria me contagia e me faz querer sempre melhorar, seus cabelos parecem raios de sol, quentes e acolhedores, sempre quis tocá-los — deu uma risadinha ao falar disso —; seus olhos parecem o céu límpido, é impossível não gostar de você. Para mim, você é menino mais bonito de toda a academia  — confessou a última parte, com seu rosto adquirindo tons adoráveis de vermelho.  — Fico envergonhada porque não sei como agir perto de você.

— Hinata — chamou sua atenção, surpreso —, tudo que você disse é verdade?

— Hai  — concordou com a cabeça, sentindo os braços do loiro rodearem os seus ombros, o gesto fez que a Hyuuga travasse.

— Não se preocupe Hinata-chan, vai ficar tão perto de mim que você vai se acostumar comigo, dattebayo — comentou sorridente, abraçando a perolada, que aproveitou cada instante daquele momento. A timidez começou a diminuir, finalmente conseguiu retribuir o toque do loiro.

— Você me promete Naruto-kun? — pediu docemente perto de seu ouvido.

— Hai, ainda vou incomodar muito você na academia.

A partir desse dia em diante Uzumaki Naruto entendeu o porquê Hinata fica envergonhada perto dele, e muitos anos depois de amizade, sentimentos dos dois evoluiu para algo maior... o amor.