É um caso de amor, ódio e deuses gregos escrita por darthfangirl


Capítulo 1
1


Notas iniciais do capítulo

Essa história se passa no universo de Percy Jackson e os Olimpianos, anos depois dos acontecimentos retratados em Heróis do Olimpo (e ignorando As Provações de Apolo). Eu tomei várias liberdades sobre esse mundo durante a escrita (ops) e espero que vocês não se importem muito. Caso você não esteja familiarizado com a saga mas queira ler a fanfic: nós ainda estamos no séc. XXI e o Acampamento Meio-Sangue é um lugar perto de Nova Iorque onde semideuses- filhos de deuses gregos com mortais- treinam, durante o verão ou o ano todo, para sobreviver em um mundo influenciado pelos antigos mitos gregos. Eles dividem chalés com seus meios-irmãos por parte do progenitor divino. Também existe o Acampamento Júpiter, que segue o mesmo princípio mas para semideuses romanos. Os dois tiveram uma rixa muito longa, que foi maioritariamente superada com o tempo. Monstros (como a empousa mencionada nesse capítulo) são um problema recorrente- e, quando eles morrem, deixam um pó para trás.

Espero que isso tire eventuais dúvidas mas qualquer coisa sintam-se livres para perguntar!

Boa leitura!



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James Potter estava de saco cheio de monstros. Eles eram irritantes, inconvenientes e tinham feito ele perder seu sorvete de creme. Ele não estava surpreso, realmente, passear por Nova Iorque no verão era como carregar uma placa de "Ei, coisas do Tártaro, carne semideusa fresquinha aqui, venham me pegar!". Mas ele esperava que a conduta moral das criaturas respeitasse o fato de que fazia muito calor e ele estava salivando com a ideia daquele sorvete em específico há semanas. Os outros do Acampamento Meio Sangue podiam dizer o que quisessem, mas os picolés da lojinha eram totalmente sem graça.

James andou pelas ruas movimentadas pensando em como teria que voltar para lá logo- era quarta feira, ele não estava em missão e ele sinceramente não sabia como tinha pego Quíron, o diretor de atividades, distraído o suficiente para nem ligar quando ele avisara que estava indo dar uma volta na cidade. O Sol ainda torrava um pouco sua cabeça e refletia em sua camiseta os restos de pó da empousa que ele tinha encontrado. Ele mesmo não tinha se machucado muito: seus ferimentos mais impressionantes eram na verdade resultado da parede de escalada com lava do Acampamento (dois anos treinando e ele ainda era horrível naquilo, pelos deuses). E para um garoto de treze anos com não-tanta-prática-assim e só uma adaga em vez do seu arco estava ótimo. James era um semideus de sorte, tinha que admitir. Ao contrário de muitos dos seus meio irmãos e amigos, sua infância tinha sido tranquila. Sua mãe, dona Euphemia, fora dona de uma locadora de filmes por muitos anos, e as imagens de monstros e criaturas de outra época o observando tinham sido misturadas com as fantasias do mundo do cinema- quase nenhuma cena o traumatizara. Remus, conselheiro do chalé de Atena e um de seus melhores amigos, gostava de dizer que isso era porque ele não prestava atenção o suficiente, o mundo da lua sempre mais tentador. Mas isso não era verdade, claro, porque James tinha percebido a figura que o seguia há duas quadras, por exemplo.

Ele pensou em Hermes, o seu pai, que para ser o deus das viagens (dentre outras coisas) não estava abençoando muito sua excursão até agora. Ele seguiu pelas ruas em passos rápidos, tentando despistar o novo problema sem sucesso. "Bem," James pensou "vamos acabar logo com isso". Ele desviou para dentro de um beco, usando o peso do seu corpo para deixar o monstro entre a parede e sua adaga de bronze celestial. Exceto que... aquilo não parecia um monstro. Parecia na verdade uma menina da sua idade (ela estava usando manga comprida nesse calor? James estava horrorizado), que o olhava como se ele tivesse estragado seus planos e ela estivesse um tanto decepcionada. Ele não soube o que dizer ou fazer, tendo noção de que seus impulsos de batalha estavam um pouco congelados. Mas se ela fosse um monstro já teria atacado... certo?

—Dá pra abaixar isso aí? Você pode acabar machucando nós dois, pelos deuses.

—Quem é você e por que tá me seguindo? -se ele se sentiu tentado a guardar sua arma não demonstrou. A garota revirou os olhos.

—Eu tô falando sério, abaixa isso. Eu não vou te atacar e você não quer que algum mortal veja isso e chame a polícia porque você está ameaçando alguém com uma adaga, quer?

—Um mortal não vai ver isso, tá bom? A Névoa vai me encobrir. -ele abriu um sorriso sarcástico- A menos que você me diga que sabe manipular...

Ela levantou uma sobrancelha, deixando ele tirar as próprias conclusões.

—Ah meus deuses, você sabe manipular a Névoa? O que é você? -ele baixou o braço, aparentemente atônito demais para pensar que ela ainda podia ser perigosa. A garota desencostou da parede, ajeitando as roupas empoeiradas antes de estender a mão para ele.

—Lily Evans, semideusa filha de... Hécate. Ou algo assim. E você, garoto sem nome, é meu guia para o Acampamento Meio-Sangue.

—James Potter, de Hermes -ele apertou a mão dela, ainda parecendo um pouco confuso- Quando você diz que eu sou seu guia...

—Eu estou tentando chegar no Acampamento pela primeira vez. Nunca estive em Nova Iorque. Você claramente é campista, provavelmente voltando pra lá agora e eu estou te seguindo.

—E você sabe que eu sou de lá por...?

—Seu colar de contas. Eu sei que todos vocês tem um, Quíron me contou.

—Espera, Quíron? Ele está te esperando?

A garota, Lily, cruzara os braços, claramente ficando impaciente.

—Obviamente. Será que nós podemos ir agora? Eu estou viajando há séculos e quero chegar logo.

James acenou com a cabeça, ainda tentando processar o que estava acontecendo. Eles saíram do beco lado a lado, voltando a caminhar pela avenida.

—De onde você tá vindo, afinal? -ele perguntou, alguns minutos depois.

—Califórnia.

—Espera. Você viajou até aqui provavelmente sozinha da Califórnia mas não sabe como chegar até o Acampamento?

Ela deu de ombros mas não respondeu. James suspirou, apressando o passo. Ele pensou no que Quíron e o Sr D, o diretor que não perderia a oportunidade de transformá-lo num golfinho, diriam quando soubessem que ele tinha simplesmente aceitado levar uma completa estranha com ele. James não sabia explicar mas seus instintos diziam que ela era confiável. Ele a olhou de canto, os cabelos ruivos presos num rabo de cavalo, a mochila na qual ele só reparara agora nas costas, os passos decididos mas definitivamente cansados. Bem, se tudo desse errado ele improvisaria. Era bom nisso afinal.

James só voltou a lembrar do sorvete que tinha iniciado toda essa confusão e ele no fim não tomara quando os dois cruzaram os limites do Acampamento. 

 


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Notas finais do capítulo

Essa é a primeira de três partes de "É um caso de amor, ódio e deuses gregos" e eu espero que vocês tenham gostado! As outras duas saem logo logo.

Essa fanfic faz parte do Jilytober 2020 e eu recomendo que vocês deem uma olhada nas outras obras porque todas estão incríveis (todos os links estão no twitter, jilytoberbr).

E, por último mas definitivamente não menos importante, essa fanfic é um presente de aniversário muito atrasado pra Fernanda, uma das minhas melhores amigas. Ela se empolgou com o plot inicial e me pediu pra transformar em enemies to lovers (é minha primeira vez explorando essa trope então peço paciência, por favor). E ela é incrível e eu não digo não pra ela. Então Fer, feliz aniversário! Tomara que você- e todos vocês que estão lendo gostem.

Até a próxima!



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