Save Me escrita por Lilium Longiflorum


Capítulo 12
Preocupações




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Desde aquela manhã, Bruce tem se mantido recluso dos demais insurgentes. A vergonha e a culpa assolavam o seu coração. O que ele mais temia era ser controlado pelo seu pior inimigo e isso aconteceu fazendo-o realizar por suas próprias mãos coisas inimagináveis. Depois da conversa que teve com Selina ele começou a refletir se continuaria sendo o Batman ou simplesmente ajudaria a insurgência com seu vasto conhecimento e capacidade de planejamento. Tinha uma dívida com eles visto que salvaram sua vida.

Era uma tarde com várias nuvens no céu, Kara estava com Harley lendo a última mensagem que Cyborg mandara sobre o movimento dos “heróis do regime”.

— Lembra aquela conversa que tivemos sobre a Carol Ferris naquele dia? – perguntou Harley sem tirar os olhos do computador.

— Sim – respondeu Kara – o que tem ela?

— Hoje de manhã eu estava assistindo a ela de novo dando outra entrevista. – Harley se virou para Kara – Ela defende o regime com unhas e dentes. É a garota propaganda do regime.

— Com certeza deve estar sendo paga por isso – murmurou Kara sentando numa cadeira próxima.

— Ela garante que não. E o jeito que ela fala do Superman é tão...

— Tão?

— Sei lá estranho.

— Não vai me dizer que você acha mesmo que Kal e ela estão tendo um caso?

— Vai saber – supôs Quinn se levantando e indo até a janela. – O seu priminho mudou muito, não é mais aquele cara certinho que todo mundo vê como exemplo. Ele se desmoralizou de vez e não duvido que ele esteja colocando chifre naquela amazona sem graça.

Kara respirou fundo, foi à janela e fixou seu olhar num buriti carregado. Se realmente Kal estiver com Carol Hal vai ficar muito mal com isso. Algo a mais veio na mente da kryptoniana: Superman pode estar a usando como isca para atrair Hal Jordan e captura-lo. Sentiu que tinha que pedir ajuda a alguém que conhecia bem ao Jordan.

(...)

Cyborg começou a se preocupar com a fama repentina de Carol. Ele notou que a aproximação dela com Superman estava muito forte não dava para negar que Diana estava com ciúmes, o que o preocupava ainda mais.

Desde que Ferris começou a namorar Hal, Victor sempre teve uma simpatia por ela e às vezes conversavam por horas sobre coisas bobas. Depois que ela foi salva por Superman, ela mudou totalmente seu comportamento devotando toda a sua vida a senhor do regime. Pensou na possibilidade de Clark usá-la como isca para capturar Hal, mas sabia que se comentasse isso com o Lanterna seria ignorado. O que Stone podia fazer agora era sondar o que realmente estava acontecendo e não comentar com a insurgência sobre esse assunto, por hora.

Vendo uma folga em seu serviço, Victor foi até a sala de Carol, bateu na porta levemente e esperou alguma resposta do interior na sala, mas nada ouviu. Morosamente abriu a porta fazendo um pequeno range nas dobradiças e chamando a atenção de Ferris. Ela olhou em direção a porta e sorriu dizendo:

— É você Victor? Pode entrar!

Ele entrou e fechou à porta atrás de si, Carol levantou-se de onde estava e foi em direção a ele cumprimentando-o e perguntou:

— Por que veio até aqui no modo convencional?

Victor coçou a cabeça e respondeu:

— Não gosto de invadir o espaço alheio.

Carol soltou uma risada e disse sentando em um sofá próximo:

— Você é um fofo, sabia?

Stone riu e percebeu que ela estava com um brilho diferente nos olhos, queria saber o que se passava na cabeça dela, desejava saber a verdade, mas se conteve. Ela pediu para que ele se sentasse e Cyborg o fez. Carol perguntou:

— A que devo a honra dessa visita.

Stone respirou fundo, apoiou a sua mão na sua perna metálica e perguntou:

— Seja sincera. O que rola entre você e o Superman?

Carol levantou nervosa de onde estava e ficou de pé frente a janela da sala, o sol batia forte em seu rosto destacando sua pele clara e cabelos castanhos. A testa franzida dava a ideia de que não ficou nem um pouco contente com a pergunta que acabou de ouvir. Olhou para Victor e respondeu com outra pergunta:

— Até você, Victor?

Victor deu um sorriso matreiro e disse:

— Ora, eu estou perguntando justamente para você para saber a verdade sobre isso. Melhor eu fazer isso do que pensar que você está dando mole para o grande.

Ferris deixou o ar sair de seus pulmões e fixou o seu olhar no chão. Seus sentimentos estavam confusos com relação a Clark, não queria começar nenhum relacionamento amoroso com ele, pois sabia da situação dele com Diana. Queria evitar o máximo de atrito com a amazona, mas as circunstâncias não estavam colaborando para isso. De vez em quando Hal Jordan surgia em suas lembranças, mas ao mesmo tempo lembrava de que ele a abandonara na hora que mais precisava e que Superman estava no lugar dele. Isso a fez com que seus sentimentos fossem além de uma simples admiração.

Cyborg continuou a estuda-la e percebeu um nervosismo quando deu sua colocação. Realmente está acontecendo algo, ele pensou. Mas não quis se aprofundar muito, pois o que menos queria naquele momento é deixar Carol mais embaraçada do que já estava. Victor se levantou, caminhou até onde Carol estava, pousou uma de suas mãos no ombro dela e disse com um tom de ternura na voz:

— Carol, eu não quero te obrigar a falar nada sobre sua vida pessoal. Mas me preocupa muito se você tiver algo com Superman.

— Por que diz isso? – perguntou Ferris lançando o seu olhar para Cyborg.

Victor respirou fundo e respondeu:

— Pode ter certeza que se você se envolver com ele, despertará a ira de Diana.

— Eu não sei o que está acontecendo entre ela e Clark, mas eu torço para que os dois fiquem bem. O que não posso é controlar o que sinto.

Carol se deu conta do que acabara de falar ao amigo, que não se surpreendeu. Cyborg  simplesmente olhou para um quadro antigo que estava na parede para não constranger mais Ferris, que já não sabia mais o que dizer. Depois de alguns instantes olhou para ela e disse:

— Eu sei que você pode me achar invasivo, mas eu te peço que tenha apenas um relacionamento profissional com Superman. Assim não trará problemas nem para você nem para as pessoas ao redor.

Cyborg foi saindo da sala e concluiu:

— Espero que você não conheça o outro lado da Diana. Fuja antes que seja tarde.

Em seguida ele saiu deixando a porta da sala aberta.

(...)

Depois do que Clark chama de “sequestro do Batman”, muitas coisas mudaram no Regime de uma hora para outra. A invasão no sistema de Brainiac foi decisiva para comprometer todo o poder que Superman havia adquirido após a morte do alienígena devorador de mundos. Ele voltara a ser um kryptoniano com seus poderes padrões, em sua mente engendrava um plano para descobrir de quem era a mente do hacker.

Mas agora a prioridade do homem de aço era capturar Batman. Sabia que Wayne poderia incitar novamente a insurgência, que agora estava com muito mais membros do que os do Regime, inclusive Kara. Não restava outra forma, se fosse pego Superman teria que matar Bruce. As oportunidades foram muitas de executá-lo, mas sempre quis dar uma chance ao Morcego para se redimir, o que nunca ocorreu de forma consciente da parte de Bruce.

De última hora, Clark resolveu reunir seus três aliados para falar sobre a megaoperação para a captura do Batman, batizada de “Caça ao Morcego”. Todos os membros restantes do Regime estavam sentados em volta de uma pequena mesa redonda, Superman se levantou de seu lugar, olhou para cada um, deu um sorriso e disse com uma satisfação na voz:

— Fico feliz que tenha ficado apenas nós para comandar o Regime. Vocês são leais a mim e isso me deixa muito bem, pois agora sei quem são meus verdadeiros amigos.

Clark pigarreou um pouco e continuou:

— Reuni vocês aqui como caráter emergencial. Além de perdermos a Supergirl, perdemos também o Batman. Quero deixar nas mãos de Adão o comando dessa megaoperação chamada Caça ao Morcego, mas será algo muito sútil. Não será necessário alertar a população, por ora, para que ninguém saiba e possa alertar a insurgência. Assim como eles nos pegaram desprevenidos, também o pegaremos.

— Mas e quanto a Kara? – perguntou Diana incisivamente.

— Tenho a plena certeza que ela está envolvida nesse sequestro do Batman. Mesmo que você não a tenha visto, ela está nos bastidores. Pegando o Batman também pegaremos Kara e ela irá se arrepender de não ter se aliado a mim.

— Irá mata—la, Kal? – perguntou Robin receoso.

— Ainda não pensei no que fazer com ela. Por Kara ser o meu último parente vivo, estou pensando em alternativa. Mas quanto ao Bruce terei que mata-lo.

Damian sentiu seu estomago embrulhar e um amargar na boca, uma angustia tomou conta de seu peito ao ouvir aquelas palavras vindas de Superman. Por mais magoado que estivesse com seu pai, não desejava a morte dele e isso fez com que sua confiança no Superman criasse uma fissura. Mas não quis demonstrar isso aos demais, iniciou uma espera de alguém para ele poder contar esse segredo, pois não poderia guarda-lo para sempre. Sentiu que aquilo um dia poderia ser útil.

Superman continuou falando sobre os pormenores de como seria essa megaoperação. Cyborg percebeu logo que Kal desconfiava de que um deles fosse espião da insurgência, pela tática que ele usaria de não alertar a população, mas Victor sentia que devia alertá-los. Gravou toda a reunião em um pen-drive e a criptografou. Também não deixou de perceber a expressão de Damian quando Bruce fora citado. Talvez ele queira se juntar a insurgência assim como eu, mas preciso ser cauteloso e sonda-lo para saber realmente como se sente com relação ao Regime.


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