Save Me escrita por Lilium Longiflorum


Capítulo 11
Verdades doloridas




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Bruce tenta processar em sua mente o que Floyd acabara de dizer, ainda não acreditava que Nuclear tinha morrido. "Como foi isso? Eu concordei? Eu estava lá quando ele morreu?" Essas indagações pairavam em suas mentes junto com imagens de quando ele conheceu Jax Jackson e Martin Stein. 

Alguém bateu na porta fazendo Floyd levantar rapidamente e abri-la. Ao abrir Estelar logo colocou a cabeça para dentro  do quarto e dando um largo sorriso disse:

— Que bom que acordou Bruce!

Wayne estava de cabeça baixa fazendo com que Estelar se sentisse incomodada com o seu comportamento. 

— O que houve? — perguntou Kory sentando ao lado de Bruce.

— O que aconteceu com o Nuclear? — perguntou Bruce num tom pesaroso.

Kory engoliu seco fazendo ficar sem palavras por alguns instantes. Depois disso ela se virou para Lawton e perguntou:

— Por que você falou para ele?

— Ele me perguntou sobre o Nuclear! — rebateu Floyd cruzando os braços — O que eu queria que eu dissesse?

Estelar se levantou, respirou fundo e disse para Bruce:

— Vamos para o andar de cima. Temos algo a te mostrar.

Floyd foi à frente e Estelar ficou esperando Bruce se levantar. Os dois subiram a escada até o andar superior a passos lentos. A coragem sempre fora um ponto forte de Wayne, mas naquele momento ele sentia o seu coração titubear, um temor tomou conta de seu coração como se estivesse prestes a ver algo que nunca desejaria ver. Ele pensou em perguntar para a Kory o que era que ele veria, mas preferiu ficar calado e esperar.

Os dois chegaram logo no térreo e todos já haviam sido notificados de que Bruce havia acordado. A luz do sol batia forte naquele cômodo, fazendo-se desnecessária a luz artificial. Os que estavam ali bateram palmas ao verem Bruce, eram palmas fracas para não chamar a atenção de um possível viajante que estivesse passando por ali. Harley se aproximou de Bruce e disse:

— Floyd disse que você queria ver uma coisa, mas não prefere tomar um café primeiro?

Bruce deu um sorriso franco a Harley e respondeu:

— O que mais quero saber é o que aconteceu com Nuclear.

Eles se entreolharam. Barry estava com o pendrive na mão, colocou-o em um laptop que estava em uma mesa. Habilmente ele abriu o arquivo do vídeo, que muitos queriam que não existissem.

O vídeo começou mostrando um discurso de Adão Negro contra os acusados: Jax Jackson e Martin Stein, que compunham o Nuclear. Atrás dele estavam Diana e Batman, entre eles todo majestoso estava Superman que ouvia o discurso com deleite. Jax e Martin estavam vestidos com macacões laranja, próprios dos prisioneiros. Eles estavam algemados de joelhos e cabeça enterrada no peito.

Bruce estava prestando atenção em como os condenados estavam. O discurso de Adão Negro não importava naquele instante, mas lhe chamou a atenção quando Adão gritou:

— E faço questão que a morte desses dois traidores seja realizada pelo mais novo membro do Novo Regime: Batman.

Era ele, com um rosto sem nenhuma expressão, aproximou-se dos dois homens, estudou cada um e foi em direção a Stein, tirou uma arma de abate de seu coldre que estava carregada, colocou no meio da testa de Martin que murmurava:

— Tenha piedade!

Sem compaixão Batman puxou o gatilho fazendo Stein cair no chão com o sangue escorrendo pelo rosto. Jax estava de olhos fechados e cabeça baixa, logo Batman já estava a sua frente, ergueu a cabeça do jovem que disse com firmeza:

— Eu sei que não é você Bruce. Você fez o que pode.

Batman executou Jax da mesma forma que Martin. Uma enorme poça de sangue se formou em volta dos corpos sujando os sapatos de Batman. Superman estava extasiado com tal cena e esquecera-se de dar a ordem de comando ao algoz de Nuclear se afastar dos corpos.

O vídeo terminou e Bruce estava com o rosto enterrado na palma de suas mãos. Ele começou a chorar compulsivamente fazendo com que alguns que estavam ali também se comovessem, Bruce murmurava:

— Eu os matei... A culpa foi minha...

Selina logo sentou ao seu lado e disse com voz embargada:

— Não foi culpa sua. Superman te controlava. Não se culpe.

Bruce se levantou e foi para fora em silêncio. Queria ficar só.

(...)

Alguns dias se passaram e Carol Ferris tem ganhado um grande destaque na mídia mundial. Depois de Coast City e outras cidades serem salvas da nave de Brainiac, ela tem sido uma das pessoas que mais tem defendido o governo de Superman. Vários programas de entrevista não só dos Estados Unidos, mas de outros países a tem convidado para falar mais sobre o novo Regime, suas mudanças, comparações quanto ao Regime anterior e suas vantagens. Isso agradou Clark que começou a tratá-la como a pupila de seus olhos fazendo que ele e Carol ficassem mais próximos.

— Por que me chamou aqui, Superman? – perguntou Carol que havia realizado um pedido vindo de Superman para uma reunião entre os dois.

— Você pode me chamar apenas de Kal – respondeu ele com um sorriso nos lábios.

— Isso é muito difícil para mim – disse Carol com uma voz tímida – prefiro ser mais formal.

— E se eu te der uma ordem?

— Oh não! Será como quiser, Kal.

Superman aproximou—se dela e disse:

— Estou feliz em ver seu desempenho em favor do Regime. Gostaria de saber se não quer jantar um dia para conversarmos mais, sobre seus anseios profissionais e... Outras coisas.

— Eu adoraria – respondeu Ferris empolgada – sempre quis conversar com Diana também sobre essas coisas e...

— Minha cara – interrompeu Superman com um olhar sedutor – seremos apenas nós dois.

— Mas por quê? – perguntou Ferris atônita...

— Bem... Diana é uma mulher ocupada e não tem tempo para jantares executivos.

— Ah sim – disse Carol um pouco nervosa – Mas se puder fazer um esforço para chama-la eu ficaria muito feliz.

— Farei o que puder – respondeu Superman disfarçando o seu olhar de insatisfeito.

Ouviram duas batidas na porta, à porta se abriu e Diana entrou na sala e com um sorriso fingido perguntou:

— Interrompo algo?

Superman ia responder quando Carol disse com uma voz que denunciava um pouco de nervosismo:

— Claro que não, princesa! Eu já estava de saída.

Carol pediu licença para os dois e se retirou da sala deixando Diana e Clark sozinhos. A amazona cruzou os braços e disse desconfiada:

— Vocês andam muito próximos.

— Diana, não vai me dizer que está com ciúmes?

A amazona sabia ler o olhar de Clark, já percebia desde o começo a aproximação dele a Carol, o que ela temia é de os dois terem algo além do profissional. Estava ciente de que sua relação com Superman não estava um mar de rosas, muita coisa mudou entre eles depois do retorno do Regime. Diana queria recuperar aquela relação e estava disposta a tudo para não perder Clark.

— Vai me dizer o que veio fazer aqui? – perguntou Clark colocando uma pequena pilha de papéis sobre a mesa.

— Vim falar sobre o progresso da megaoperação em busca do Batman.

— Diga.

— Estamos com uma busca mais acirrada entre os grupos cristãos clandestinos que sabemos que existem. É provável que alguns deles tenham ligação com a insurgência.

— Belo progresso, Diana. Já localizou algum grupo?

— Estamos à procura ainda.

— Certo. Avise-me assim que localizar o primeiro grupo.

— Como quiser.

Diana se aproximou de Clark e perguntou:

— Queria conversar com você sobre outro assunto.

— Se é sobre o que estou pensando... Eu não estou com cabeça.

— Você nunca está disposto, não é?

— Minha prima e o meu melhor servo não estão ao meu alcance. Temos um suposto espião entre nós. Como você quer que eu fique?

Diana respirou fundo e perguntou:

— Você não sente mais falta de mim?

— Vai começar Diana? – perguntou Clark irritado.

A amazona olhou para a janela tentando disfarçar a sua vontade de chorar de raiva. A sua desconfiança estava confirmando que ele e Carol poderiam estar juntos, mas não quis falar nada, saiu da sala deixando-o só.

(...)

Bruce deixava que a brisa da manhã batesse em seu rosto enquanto vinha a lembrança do vídeo da morte de Nuclear. Olhava para o céu inconformado e não acreditava que fora capaz de tamanha infâmia. Selina se aproximou dele, acariciou seu ombro e disse:

— Não quero vê-lo assim... Meu Batman.

— Não sei se sou digno de ser um herói.

Kyle olhou atônita para Bruce e perguntou:

— O que quer dizer com isso?

— Acho que depois disso as pessoas também ficaram com medo do Batman. Acho que vou abandonar esse manto.


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