Centauros escrita por KaguraWay, HarunooMalika
Notas iniciais do capítulo
Queridos Leitores
Estamos de volta com Oitavo Capítulo dessa história original
do Universo da Ficção e Fantasia com Seres Mitológicos.
Boa Leitura
Uruha *POV*
Abro os olhos atordoado me sentando lentamente, suspiro, me encolho ao sentir mãos nos meus ombros.
— Você 'tá bem?_ Olho pro Aoi e suspiro de novo.
Ele está todo adornado em jóias, um manto e uma tiara sobre a cabeça, extremamente limpo e imponente.
— Quem... é você?_ Murmuro e ele se afasta um pouco e depois respira fundo.
— Kou, eu posso explicar._ Ele fala calmamente.
— Explicar? Explicar o que? Quando me pediu pra confiar em você eu pensei que realmente poderia confiar em você!_ O acuso com uma raiva e mágoa repentina.
— Você pode confiar em mim, Kouyou!_
— Em você quem? Eu nem sabia seu nome, nem me falou o seu maldito nome!_ Me levanto irritado e ele se levanta também. _ E eu deveria confiar em você? Que droga, Aoi, atravessamos o Reino inteiro e eu nem sabia seu nome! Como pôde?! Eu não sabia nada sobre você e fui idiota o suficiente pra te contar toda a minha vida!_ O meu tom de voz aumenta.
— Me deixa explicar, por favor, me desculpe._ Ele tenta chegar perto e eu me afasto mais ainda.
— E depois, por que não me disse que é um príncipe, idiota?! Foi um teste pra ver se eu era interesseiro? É isso?! Por que escondeu tanta coisa de mim? Você não confia em mim?!_ Enxugo as lágrimas que caem com força. _ Eu não menti pra você ou te escondi nada em nenhum momento, então por quê?_
— Se eu te contasse, quando nos conhecemos, quem eu era, você acreditaria? Não, Kouyou, você não iria nem olhar na minha cara! E eu tenho certeza que mesmo se acreditasse você não estaria aqui agora comigo! Se você soubesse de tudo eu estaria aqui sozinho!_ Ele se exalta também.
— Você não entende. . ._ Eu começo, mas ele me corta.
— Não, Kou, eu entendo, entendo mesmo. . . Mas você tem que abandonar esse medo, você tem que confiar em mim, a única coisa que te pedi foi para confiar em mim!_
— Confiar em quem?!_ Meu tom de voz se exalta de novo. _ No meu Aoi, ou no príncipe Yuu? Vou confiar em quem?_
— Somos a mesma pessoa!_
— Não, o meu Aoi nunca mentiria pra mim, ele era doce e verdadeiro, honrava a confiança que eu colocava nele. . . Mas você, não sei quem é você agora!_ Murmuro no final com a voz embargada e extremamente magoado.
— Todas as pessoas que conheço ficariam extremamente felizes de serem parceiros de um príncipe!_ Ele argumenta.
— Eu pouco me importo com a sua coroa! _ Respiro fundo. _ Eu não me importo com sua coroa, eu nunca quis dinheiro ou fama. . . Eu só queria o meu Aoi. Era o suficiente pra mim, e você sabe disso. Nunca vivi no luxo, e não faço questão disso, seria bom ter um conforto a mais do que eu tinha, mas claramente eu não estou com você por dinheiro. Isso nunca foi importante pra mim, nem será!_
Ele me olha e eu olho pro lado.
— Me perdoa. . . _ Ele chega de mansinho e me abraça pela cintura. _ Me perdoa._ Ele murmura afundando o rosto no meu pescoço. _ Eu tive medo, medo de você não vir, e eu ficar sem você. . . Por favor, não fica com raiva de mim, por favor, demoramos tanto para nos encontrar. . . Eu abandonaria isso tudo por você._
— Aoi._ Murmuro surpreso e a raiva vai embora rapidamente, o olho me sentindo extremamente feliz e amolecido.
Ahhh, esse homem. . .
— Você gostou daquela cidade que a gente passou, não é? Poderíamos ir morar lá se quiser, ou voltar pra vila que você estava, eu te ajudo no plantio, construo uma casa melhor pra gente, faço o que quiser. Só fica comigo, Kou, você é minha maior riqueza, eu não preciso de nada disso se eu tiver você. . ._ O abraço pelos ombros e beijo embaixo da sua orelha. _ Não preciso dessa coroa Kou, só de você e do nosso filhote._
— Nunca pediria para você deixar sua casa, Aoi. _ Ele beija meu ombro e depois levanta o rosto, acaricio seu queixo e beijo levemente seus lábios.
— Hummm, vamos comer alguma coisa?_ Ele sorri e eu olho para os lábios cheios, passo o dedo em cima e pressiono um pouco o inferior, faço o contorno do superior e depois dou leves beijinhos no conjunto dos deuses. _ Hummmm Kouyou._ Ele me puxa pela cintura e eu sorrio um pouco colocando minhas mãos em suas bochechas, mordo de leve os lábios cheinhos e depois beijo a testa dele.
— Me desculpe por esse chilique. . . _ Murmuro baixinho. _ Eu sei e entendo os seus motivos, mas é que me senti tão traído com todo o acontecido. . . Eu me senti humilhado por toda essa riqueza, todo esse luxo. . . Me senti acuado._ O olho nos olhos e ele está com um olhar manso. _ Com medo, porque do nada o meu moreno estava chamando o Rei e a Rainha de pai e mãe e isso foi assustador._ Coloco uma mecha de cabelo dele para trás da orelha. _ Penso se. . . Eu sou o suficiente._ O olho receoso.
— O que? Como assim? Acha que não é o suficiente? Kou, você é mais que suficiente, você transborda, não importa se você não tinha dinheiro antes, não estamos aqui por causa do dinheiro. Você é uma pessoa tão boa, tão doce, e se alguém não gostar que se ferre, eu estou feliz, você é minha família agora. _ Sorrio e o beijo um pouco mais demoradamente.
Me arrepio ao sentir a língua quente dele encostar em meus lábios, minhas mãos no cabelo negro enquanto aprecio o toque do beijo mais intenso.
.:.:.:.:.:.:.:.
— Nee, Aoi, quem era aquela mulher que vi antes de desmaiar?_ Perguntei pra ele, agora estamos andando de mãos dadas indo tomar café da manhã.
— A Rainha de Kanagawa. _ Ele fala contido e eu o encaro curioso.
E como ela sabia meu nome? Olho de novo para mim.
Estou limpo e tão cheiroso quanto as flores do campo, meu cabelo está penteado e brilhando com as correntinhas de ouro adornadas de pedrinhas preciosas, em meu braço tem braceletes de ouro e uso anéis com pedras preciosas. Um cordão lindo de ouro, um manto bordado em cobre e seda sob minha parte equina, nos meus cascos correntinhas douradas os enfeitando, no meu rabo tem enfeites de pedras em forma de flores. . .
Eu nunca estive tão bem vestido.
Aoi me guia por entre os corredores magníficos do enorme castelo, até que pára em frente a uma porta dupla e me olha enigmático, e então a abre com leveza, as duas de uma vez, causando barulho. Pega minha mão e me guia para dentro, é um salão pequeno com uma mesa grande com diversas comidas e bebidas, vejo o Rei e a Rainha juntos comendo algo junto com um outro casal.
Entramos e as atenções se voltam para nós e eu olho para o chão me sentindo constrangido ao máximo.
O silêncio é grande, porém subitamente ouço o som de cascos no chão e arregalo os olhos quando Aoi se afasta de mim, tento segurar em seu braço, mas ele se desvencilha e ao olhar para frente de novo vejo o casal que estava com o Rei e a Rainha.
O homem tem o cabelo loiro, é da minha altura, as roupas tão adornadas quanto as do casal real, com diferença que as cores predominantes são vermelho e âmbar, a mulher é loira num tom mais escuro, com os olhos cor de mel e tem a pele clara, não tanto quanto a minha. A coroa que ela usa é delicada e simplesmente linda, com as pedrinhas verdes e branquinhas que julgo ser diamantes, ela é linda apesar de parecer estar envelhecendo rápido.
— Kouyou?_ O homem pergunta e eu olho para os olhos laranja dele.
— Sim?_ Franzo a testa. Quem são?
— Takashima Kouyou?_ Ele repete e eu o olho assustado.
— Ahm. . . Como sabe meu nome?_ Procuro Aoi com os olhos, mas não tenho tempo já que olho para o cara de novo quando ele dá um passo à frente.
— Da onde veio, Kouyou?_ Ele pergunta de novo e a mulher parece petrificada.
— É uma vilazinha. . . Não tem nome, mas é bem longe. . . É pequenininha. . ._ Murmuro sentindo minhas bochechas coradas.
— Onde nasceu?_ O olho confuso por causa das perguntas que mais parecem interrogatório e espremo os meus lábios repuxando um pouco dos lados, mas logo volto ao normal.
— Não sei._ Respondo na sinceridade.
— Como não?_ Ele pergunta de novo.
— Eu não sei, minha primeira lembrança é naquela vila, mas o povo diz que não nasci lá._
— E seus pais?_ Olho e entre os dois e suspiro.
— Não os conheci._ O homem olha pra baixo e depois ergue o olhar marejados.
— Não sabe quem eu sou? _ Murmura e eu nego com a cabeça, ele olha pra baixo tristemente.
Mal tenho tempo de pensar pois a mulher voa em mim num abraço. Me assusto ao sentir os braços finos ao meu redor, ela abaixa a cabeça e chora no meu ombro, um choro tão sofrido, tão sofrido que me aperta o peito. Ela aperta minha pele por entre os dedos e me puxa para si, repetindo isso várias vezes.
— Meu Kou. . ._ Ela soluça._ Finalmente. . . Me desculpa filhote, desculpa a mamãe. . ._ Ela me aperta com mais força e suas palavras me enchem os olhos d'água. _ Graças a Zeus. . . Graças. . . Eu pensei que. . . Você estava morto. . . Meu bebê, meu filhote. . . _ Ela chorava com tanto afinco se agarrando em mim como se eu fosse evaporar a qualquer segundo. _ Meu Kou-chan. . . Me desculpa. . . Desculpa. . . Finalmente. . ._ E eu não entendo mais nada o que acontece, mas me parece extremamente certo passar as mãos por seu cabelo e costas, acariciando, para acalmá-la.
O homem que estava só observando e chorando silenciosamente me olha com tanto significado que eu sinto uma agonia enorme no peito.
— Está tudo bem. . . Está tudo bem._ Falo enquanto a mulher tenta se acalmar, ainda chorando e agarrada a mim. A abraço apertado e acaricio suas costas, se eu entendi certo. . . Se. . . Se o que eu entendi for real. . . Não, eu não posso acreditar. . . Não depois de tanto tempo.
O homem se aproxima e coloca a mão na minha nuca, encostamos nossas testas, a mulher chorando no meu ombro não atrapalha. Ele encosta nossas testas e seus dedos entram levemente no meu cabelo, e quando nossos olhares se conectam, sinto uma conexão forte com ele.
— Filhote, quanto tempo. . ._ Ele murmura e eu arregalo os olhos sentindo meu coração palpitar, é como se todo meu corpo e alma o reconhecesse como meu pai. Minha parte racional me faz relutar e eu fico em choque, meu coração acelera e minha cabeça dói muito quando inesperadamente eu reconheço a voz da mulher chorosa em meus braços.
— E-Eu. . ._ Olho choroso para o homem diante de mim e depois fecho os olhos com força, quando os abro ele me encara como se esperasse alguma coisa de mim. _ Pai? Vo-você é. . . O meu p-pai?_ Pergunto duvidoso e ele fecha os olhos com força chorando silencioso.
— Finalmente filhote, finalmente._ Ele resmunga e funga, e eu sinto lágrimas escorrerem pelo meu rosto. Isso é emocionante, mas inacreditável também. Como assim?
Meus pais? Eu os encontrei? Isso. . . É sério? Minha cabeça está latejando de dor, mas eu não consigo me mexer, até que o homem se afasta um pouco e acaricia minha bochecha, ele limpa meus rastros de lágrimas e beija minha testa. Fecho os olhos suspirando, é maravilhoso, totalmente inacreditável.
É incrível. Eu nem acredito parece bom demais. Isso é um sonho?
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Meus pais? Eu os encontrei? Isso. . . É sério?
Um Parceria de MalikaHarunoo , Kagura Way e Elisha_Sky