Centauros escrita por KaguraWay, HarunooMalika


Capítulo 4
Má Fama


Notas iniciais do capítulo

Olá nossos queridos leitores!

Estamos de volta com o Quarto Capítulo dessa história original
do Universo da Ficção e Fantasia com Seres Mitológicos.

Aproveitem
Boa Leitura



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Uruha *POV*

Eu tô fugindo com um estranho lunático, para um lugar que eu não sei aonde é, de pessoas que não tenho certeza de estarem atrás de mim. 

A ficha disso só cai quando entramos em outra vilazinha bem humilde e quase sem ninguém.

Parabéns Takashima, vai confiar na aura boa do rapaz e se ferra depois. 

— Hummmmmmm._ Resmungo pra mim mesmo e depois respiro fundo. _ Ahn. . . Aoi, certo? Bem. . . Parece que estamos fora de perigo e tal. . . _ Com isso eu chamo a atenção dele que estava escaneado com cuidado todas as casas com o olhar. Ele me olha com aqueles olhos pretos e profundos com uma preocupação genuína que me faz olhar para baixo e abraçar meu corpo. 

— Uhn?_ Ele me incentiva a continuar a falar, pego fôlego e paro de andar vendo-o parar também um pouco mais a frente.

— Bem . . . Eu estava pensando que, já que não tem mais perigo eu posso ir para casa agora e parar de te atrapalhar e não se preocupe eu sei o caminho e vou ficar bem._ Por conta do nervosismo eu falo tudo num fôlego só, olho para cara dele revendo o que falei e quando tenho a certeza de que falei tudo, me viro as costas saindo andando rápido. 

Respiro fundo e continuo andando vendo a estrada para fora da vila e que leva a minha casa. Estávamos viajando a um dia mais ou menos, completou um dia noite passada, agora de manhã com esse céu nublado e brisa fria eu só quero dormir. 

Suspiro.

— Ei! Espera. _ E então num trote manso o moreno para a minha frente de lado me tapando todo o caminho. 

— Sim?_ Me faço de desentendido. 

Oh, sim? O que deseja? Ah, sinto senhor está em falta hoje, amanhã chega o carregamento, mas temos aquilo ali em promoção!

— Eu não posso deixar que vá embora._ Respira fundo estufando o peito e arrumando a coluna, ficando consideravelmente maior que eu. Franzo a testa e estufo o peito ajeitando a coluna também, cruzo os braços para o olhar. 

— E por quê? _ 

— Já lhe disse o porquê!_ Ele fala erguendo uma sobrancelha.

— Acha que vou acreditar?!_ Zombo dele e ele franze a testa. 

— Não vai?_ Me olha magoado. 

E esse olhar me desarma. Ele está magoado? Por que ele está magoado? Por que eu disse que não acredito nele? Mas ele está mentindo! Eu que deveria estar magoado!

— Bem. . . _ Os olhos negros brilham e eu olho pro chão e abraço meu próprio corpo._ Não._ Murmuro quase sem abrir os lábios. 

Abaixo a cabeça e o olho disfarçadamente, quando nossos olhares se encontraram eu olho para o chão me sentindo totalmente constrangido. 

— Desculpe, eu não ouvi. _ O olho incrédulo, ele está com uma carinha de confusão e um mínimo sorriso de divertimento. 

Respiro fundo pegando fôlego e coragem para falar olhando para ele e em alta voz. 

— Aoi!_ Ouço alguém chamando e automaticamente olho na direção da voz. 

Era um centauro bem. . . Uhn. . . Peculiar. . . 

Era bonito, não há dúvidas quanto a isso, mas uma beleza meio exótica, levando em conta todos os desenhos em seu corpo. 

Pisco várias vezes ao vê-lo sorrir aberto e me analisar com os olhos, logo ele olha o moreno e o chama levemente com a cabeça. 

— Vem, os outros estão esperando!_ 

Sinceramente eu pensei que essa vila estivesse abandonada. Quer dizer, as casas vazias, nem uma alma viva aqui, a quietude, as construções abandonadas e em decomposição. . . 

O moreno sai da minha frente, segura meu pulso e começa a andar me puxando na direção do tatuado. E eu tenho a ideia de me desvencilhar dele e voltar pra casa, mas, simplesmente me deixo levar. 

— Olá, gracinha, sou Miyavi!_ Pisco várias vezes encarando o ser agora perto de nós. 

Ele me chamou de gracinha?!

— Hummmm. . . Miyavi, sou Uruha. _ O olho receoso e envergonhado. 

— Certo, vamos._ E então começa a nos guiar pelas ruas lamacentas e as casas abandonadas. Até que as casas vão acabando e eu vejo somente uma enorme mais afastada, vamos chegando perto com calma e sem assunto entre nós. 

Mas então um grito raivoso e um loiro corre pela porta da frente. 

— REITAAAAA!_ Paro de andar junto aos outros ao ouvir a voz potente e grossa vir de dentro da casa. 

Arrepiei até a quinta geração, parece o capeta gritando com alguém.

E, ao invés de sair um centauro másculo, gigante igual a um armário de tantos músculos, com o dobro do meu tamanho, com cicatrizes e todo feio de alguma guerra, o que saiu da casa marchando foi um ser pequeno e delicado, o cabelo castanho-loiro até o ombro, que refletia o Sol poente, parecia tão macio quanto nuvens, a pele branquinha parecia um tipo de seda e ele em si parecia um filhote de algum Deus centauro. Ou um pônei. 

— Ele é de arrepiar, né?_ O tal Miyavi murmura sorrindo e olhando o baixinho escanear a sua volta raivoso como um cão. 

— Uhum. . . _ Ouço o resmungar rouco do moreno ao meu lado.

Observamos o baixinho correr até uma casa abandonada e quando ele entra vejo outro alguém saltar pela janela quebrada. 

Loiro, também, esse sim tem marcas de alguma guerra pelo tórax e um físico bom, cabelos espetados como um porco espinho, ele pula a janela e como um raio corre para longe, não demora muito para o baixinho correr em alta velocidade também até ele.

Ele parece aproveitar que é esguio e baixo e alcança facilmente o outro, que só agora percebo que está com um sorriso divertido e uma pose despreocupada. 

O baixinho chega perto, empina as duas dianteiras e as bate contra o outro loiro, o empurrando para o lado, que faz cara de mal e avança contra o baixinho, mas este já tinha virado as costas e foi pego de surpresa fazendo a única coisa que poderia para se defender do "ataque" do outro loiro. 

— Ai Chibi!_ O loiro reclama em alto e bom som esfregando o peitoral com rapidez. 

— Chibi é tua mãe!_ O outro resmunga e cruza os braços, franze a testa e olha preocupado para as duas marcas vermelhas e sobressaltadas de ferraduras no peito do maior. 

Ao contrário do que eu pensei, mesmo tendo escutado o grito, a voz do Chibi é grossa, ou rouca não sei dizer a esta distância. 

O loiro olha para o baixinho com cara de coitado que me faz erguer as sobrancelhas, mas parece funcionar com o outro já que ele vai até o maior e beija seu queixo passando os braços por seus ombros, depois beija o ombro e murmura alguma coisa que faz o maior o abraçar pela cintura. 

— É, realmente, de arrepiar._ Finalmente alguém fala algo, o moreno fala alto chamando a atenção dos dois para nós. Cruzo os braços olhando a cena em si. 

Não tem como ficar mais confusa. 

— MIV!_ Um terceiro centauro sai de dentro da casa e corre até o esquisito desenhado, o sorriso tem duas covinhas extremamente fofas, o cabelo longo e extremamente lisos preso em um rabo de burro, o marrom brilhante de seu pelo. . . 

Mas só tem gente linda aqui, meus Deuses, nada que se compare ao meu moreno delicia, mas ainda sim sinto minha auto estima cavando o fim do poço. 

O Sr.covinhas abraça o colorido que o aperta também em seus braços.

Quanto tempo eles estão sem se ver? Suspiro. 

Olho para o chão e fecho os olhos por um momento, não estou nem um pouco confortável aqui. 

De repente sinto um braço me circulando, num meio abraço, a mão para na minha cintura e me puxa de leve para o beijo estalado na bochecha que vem logo depois. 

Pisco atordoado e olho para o moreno alto ao meu lado, ele me devolve o olhar com um sorriso fechado e os olhos negros brilhando, franzo a testa e quando vou abrir a boca para, sei lá, reclamar, recebo outro beijinho entre as sobrancelhas, o que desfaz as rugas no meu rosto e me faz relaxar, voltando a ter uma expressão facial calma. 

O olho ainda mais intensamente sentindo meu coração martelando minha caixa torácica e a vermelhidão em minhas bochechas, ele devolve o olhar quase transbordando, e eu fico sem rumo e inexplicavelmente feliz. 

Sua mão quente aperta minha cintura de leve e eu seguro sua mão, sem fazer menção de tirá-la de lá, e com a outra mão eu encosto levemente em seu queixo quando ele vem se aproximando, mas ainda não consigo raciocinar direito com o olhar do moreno me prendendo a atenção. 

Seu olhar se desvia para minha boca e eu inevitavelmente olho para aqueles lábios esculpidos pelos Deuses. 

Zeus, ele é muito lindo. 

Pisco várias vezes sentindo seu nariz acariciar minha bochecha quando ele chega mais perto, e então sentindo a respiração quente em minha boca, eu arrepio segundos antes de um simples selar entre nosso lábios. 

E parece que meu interior explode em faíscas, o beijo dele é como um raio que passa brilhante, rasgando as barreiras meu coração e depois fazendo barulho. Como se anunciasse que agora ele mora ali dentro, tão eletrizante, tão bom, tão macios, tão delicado. 

Mas, tão rápido!

Esse moreno não cansa de ser perfeito, acabei de perceber isso. 

Quando ele se afasta eu sinto como se tivesse corrido mil milhas, meu coração está descontrolado como nunca esteve antes, meu rosto corado e minha respiração desregulada. 

Tudo isso por causa de um simples selinho. 

Olho dos lábios cheios aos olhos e concluo: Esse moreno vai me levar a loucura. 

Comprimo meus lábios e olho em volta para, sei lá, disfarçar meu constrangimento mas ele só aumenta quando vejo todos os olhos em nós. 

.:.:.:.:.:.

— Isso está muito bom, obrigado.  _ Agradeço de novo ao covinhas pelo bolo de milho que ele me entregou. Realmente está muito bom, esse cara cozinha muito, de uma forma que eu achei impossível.

Quer dizer, eu que vivia de verduras e maçãs, não sabia nem que tinha como fazer maçãs ou bolos e mais. . . Como ele conseguiu esquentar essa maçã? Como cortou o milho? Como. . . Fez isso tudo? 

— Está me deixando constrangido. _ Ele murmura sorrindo.

— Desculpe, mas é que está é a melhor comida que já provei._ Murmuro dando mais uma mordida no bolo. 

— Até parece, comida de mãe sempre tem um gosto muito melhor que todas as outras, minha mãe fala que é por que mães cozinham com carinho. _ 

— Bem. . . Eu não tenho mãe então. . ._ Dou de ombros e dou outra mordida no bolo, percebendo a mesa ficar quieta, o que é estranho já que estamos em 6. 

Depois de nosso encontro lá fora o covinhas nem nos deixou conhecermo-nos e disse que faríamos isso enquanto comemos, então nós arrastou para dentro. 

— Mas. . . Vale para pai também. _ Ele tentou consertar a situação e eu sorrio compadecido com ele, mas balançando a cabeça em negação.

— Também não tenho pai. _ 

— Sabe que pode ser de criação também, né?_ A voz grossa do baixinho me chama atenção. 

— Não eu. . . Realmente, realmente, não tenho pai nem mãe, desde sempre, minhas memórias mais antigas, era só eu. Sei que tenho pais, se não, não teria nascido, mas. . . Ninguém me criou, ninguém cozinhou pra mim, ninguém me ensinou nada. . . _ Fico melancólico. 

Eu já aceitei esse assunto, mas é que ainda dói. Já sou conformado com isso, nem tudo é como a gente quer e também já passei anos me remoendo por causa disso, mas ainda sim. . . 

— Impossível. Você comia o que então quando criança? Pedra?_ O baixinho murmura. 

— Ruki!_ O loiro maior o repreende e eu suspiro. 

— Não, eu pedia comida nas casas, sabe? No começo eles até que me davam, por eu ser pequeno e novo, mas depois fui crescendo e a comida foi acabando, tive que aprender a plantar. _ Deixo o resto do meu pedaço de bolo na mesa em que estamos em volta. _ Foi difícil no começo e eu quase não. . . _ Franzo a testa. Teve uma época que eu era tão magro que dava para ver meus ossos, todos eles, eu era só a carcaça. _ Enfim. Eu tive sorte, achei um pomar de maçãs e consegui me virar por um bom tempo. _ Sorrio. 

— Que horrível, eu lamento muito. _ O Sr. Covinhas segura minha mão e aperta e eu me surpreendo. Muito.

— Mas então, se não tinha nem comida, onde morava?_ O baixinho perguntou de novo. 

— Quando novo, eu dormia no beco das casas no inverno, eles acendiam fogo dentro das casas e as paredes ficavam quentinhas. _ Sorrio ao me lembrar de mim agarrado com uma parede com a neve caindo aos montes. _ Mas depois, tive que furtar um machado, e aprendi a cortar madeira. . . Não exatamente já que a maioria das madeiras que eu achava já estavam em pedaços por que eram podres e tinham caído das árvores. _ Dou de ombros. _ Eu peguei bastante madeira, mas descobriram que fui eu que peguei o machado. . ._ Murmuro sentindo-me ficar sombrio com as lembranças e meus dedos vagando pela cicatriz que tenho na junção de meus corpos. 

Um silêncio incômodo se faz no ambiente enquanto eu fico atônito olhando para a mesa. O povo daquela vila nunca foi bom, eram maldosos e violentos, muito conservadores. E quando me pegaram com o machado. . . Nunca tive tanto medo de morrer na minha vida. 

— Bem. _ Murmuro depois de pigarrear. _ Construí uma casinha com a ajuda de um amigo que fiz, ele me ajudou com pregos e martelos. _ Sorrio lembrando de Kazuo. 

— Não é querendo ser intrometido. . . Mas conhecendo o clima desse nosso reino, uma casa de madeira podre não pode com o clima. _ Fala o loiro maior e eu concordo com ele. 

— Não, não pode. Quando chovia, nem parecia ter teto, algumas madeiras das paredes caíam, a casa parecia que ia desabar em cima de mim, entrava água facilmente por todos os lugares. O chão se transformava em uma poça de água, e quando nevava, o chão ficava branco, não tanto quanto do lado de fora, mas mesmo assim todo dia tinha que acordar junto com o Sol para colocar a neve para fora da casa, as paredes congelavam, o fogo que meu amigo me ajudava a fazer todo dia, apagava toda noite. . . Eu passei muito frio, e quando era verão, se tornava um lugar tão abafado e quente, que dormir era impossível, trabalhar era impossível. _ O loiro franze as sobrancelhas. _ Mas eu não podia ficar sem trabalhar, eu tinha que comer, então eu subia e descia morro com água para a plantação, inúmeras vezes desmaiando de calor. .  _ Entorto a boca. _ Mas valia a pena. _ 

— Pera, pera. _ O baixinho acena com as mãos. _ O que você comia?_ Me pergunta.

— Maçãs, às vezes a plantação de alface dava coisa boas o suficiente, às vezes os trocava por alguma outra coisa. . . Mas, maçãs e verduras, basicamente, por quê?_ O olho confuso. 

— Nunca tinha comido um bolo na vida. _ Ele constata e eu sinto todos os olhares em mim enquanto nego levemente. 

— Não. Mas esse tá muito bom!_ Sorrio animado. Isso deve ser a coisa mais gostosa que eu já comi. 

— Não, esse bolo tá horrível. _ O baixinho fala e eu o encaro surpreso. _ Não temos recurso nenhum aqui pra fazer bolo, Kai não teve nada pra fazer isso, que está seco pra caralho, com gosto de farinha, com pedaços colossais de milho, totalmente sem gosto de sal ou doce, com textura de areia. _ Ele suspira. _ E ainda sim você come como se fosse o melhor bolo do mundo. Primeiro pensei que fosse porque você tava faminto da viagem, mas não, você nem sabe o gosto de um bolo. _ Me sinto extremamente envergonhado e a mesa cai em um silêncio profundo por mais alguns minutos enquanto eu acabo de comer meu pedaço de bolo. 

— Bem. . . Como Ruki disse, meu apelido é Kai, mas me chamo Tanabe Yutaka. _ O covinhas sorri pra mim, tentando quebrar o clima e mudar de assunto.

— Teu nome é Uke Yutaka!_ O baixinho reclama. _ Meu apelido é Ruki, mas me chamo Matsumoto Takanori. _

— Meu nome é Suzuki Akira, mas me chame de Reita. _ O loiro mais alto fala.

— Meu nome é Ishihara Takamasa._ Sorri o colorido. _ Mas pode me chamar de Miyavi. _ E então pisca pra mim.

— Bem, eu . . . _ Suspiro, não queria falar isso, mas eles foram gentis e me falaram os deles. _ Sou Takashima Kouyou, mas. . .  Me chamam de Uruha._ 

— Uruha? . . . Oh meu Deus! Uruha O Infértil?!_ E de novo aquela alcunha.


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Notas finais do capítulo

A Fama do Uruha já se espalhou....

Até sábado que vem...

Um Parceria de MalikaHarunoo , Kagura Way e Elisha_Sky



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