Some Kind Of Disaster escrita por Mavelle


Capítulo 40
Epílogo


Notas iniciais do capítulo

Chegamos ao fim.
Obrigada por terem me aguentado e acreditado na história até aqui. Nem eu imaginava que podia escrever TANTO. Sério, o meu arquivo tem 275 páginas, o que é tipo o dobro de qualquer outra história que eu já tenha escrito até hoje.
Muito, mas muito obrigada por me acompanharem até aqui, pelos surtos e teorias de vocês rsrs
Enfim, se alguém quiser acompanhar, eu já postei o prólogo da fic Benophie! Vou me dar uns diaszinhos de folga (porque tô postando pelo menos uma vez por semana desde maio do ano passado e pra poder dar tempo de vocês descansarem de mim), então vai demorar um tempinho até postar o primeiro capítulo real oficial, mas vem aí!
Link da fic Benophie: https://fanfiction.com.br/historia/800262/She/

Beijos,
Mavelle



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5 anos depois...

Era um dia lindo de verão e os quatro estavam em Aubrey Hall. Na semana anterior, tinham levado Charlotte para a última consulta com a dra. Dawson e ela estava oficialmente liberada, então resolveram comemorar indo passar uma semana na casa de campo. É estranho pensar que, quando passamos por isso, a Lottie era menor do que o Ed é hoje, Kate pensava enquanto observava os filhos apostando corrida com o pai. Ela se sentia grata por ter sido escolhida como a juíza, já que, apesar de não ter nada contra exercícios ou brincadeiras com os filhos, estava com muito mais vontade de ficar sentada debaixo da sombra de uma árvore só os observando e sentindo gratidão pela sua família.

E então não pôde deixar de lembrar da primeira vez em que os quatro estiveram juntos.

Tinha sido pouco mais de uma hora depois de Edmund nascer e, depois de quase 12 horas de trabalho de parto, ela estava extremamente cansada, mas queria apresentá-lo logo a Charlotte, antes que toda a família viesse. Assim, Violet tinha vindo e trazido ela e, apesar de querer conhecer o neto, sabia que eles precisavam daquele momento. Ela estava na sala de espera com Gregory, Hyacinth, Colin, Penelope e Benedict, esperando até que Charlotte estivesse devidamente apresentada ao irmão mais novo.

— Oi, meu amor. - Kate disse quando a viu passar pela porta, segurando firme a mão do pai. Ela estava na cama segurando Edmund, que estava adormecido. Ela não conseguia parar de olhá-lo. Até o momento, só o tinha achado parecido com Anthony, que achava que ele parecia com ela. A verdade é que ele parecia mesmo com Charlotte, como eles sempre suspeitaram que seria.

— Oi. - ela falou, baixinho. Parecia quase tímida.

— Você se divertiu com a vovó hoje?

— Sim! - ela falou, um pouco mais animada, mas ainda falando baixo. - Ela brincou comigo no balanço e depois a gente almoçou e montou quebra-cabeça com o tio Greg. Aí ela disse que o Edmund tinha nascido e que a gente vinha pra cá.

— Que dia legal! - Anthony disse, tentando incluir ela. Sabia que ela estava nervosa para conhecer o irmão e que estava se sentindo meio excluída porque tinham deixado ela na casa de Violet enquanto iam para o hospital.

— Muito mais divertido que o meu, pode ter certeza. - Kate disse, o que não deixava de ser verdade. Depois, lembraria daquele como um dia feliz, mas todo o processo de ter uma pessoa (não importa quão pequena e fofa e amável pareça quando chega do lado de fora) saindo de dentro do seu corpo estava longe de ser divertido. - Quer conhecer seu irmãozinho? - ela perguntou e Charlotte assentiu. Então se afastou um pouco na cama, abrindo espaço para que Anthony a colocasse ao seu lado, o que ele logo arranjou. Tirou as sandálias dela e depois ficou ao seu lado enquanto Kate apresentava os dois. - Lottie, esse é o Edmund. - ela disse, colocando o bebê na frente da filha.

— Ele é tão pequeno! - ela disse, olhando para a mãe. - Tem certeza que eu vou conseguir brincar com ele?

Os pais quase riram.

— Bom, talvez não logo de cara. - Anthony disse. - E ele provavelmente não vai conseguir te acompanhar em brincadeiras mais... interessantes por um tempo. Mas você vai descobrir que irmãos mais novos são muito divertidos.

— Ele tá dormindo. - ela disse, baixinho. - Não parece muito divertido. - ela olhou de novo para o irmão. - Mas ele é fofinho. Ok, eu gosto dele.

Nesse momento, o menino abriu os olhos e começou um chorinho fraco. Antes que Kate pudesse começar a balançá-lo para parar o choro, Charlotte agiu.

— Calma, Ed. - ela disse, colocando a mãozinha de leve na barriga dele, que parou e olhou para ela. - Eu sei que hospital dá medo e tá tudo bem você ter medo, mas é só por uns dias e daqui a pouco nós vamos pra casa e aí vai ficar tudo bem. E enquanto a gente estiver assim pertinho, nada de mal vai acontecer com você porque a gente te ama.

Antes que pudessem perceber, tanto Kate quanto Anthony estavam se debulhando em lágrimas. Os dois estavam cansados, o que poderiam usar como desculpa para o choro, mas aquilo tinha muito mais a ver com o que Charlotte tinha dito. Era basicamente o mesmo que Kate tinha dito para acalmá-la quando tinha feito o transplante de medula, quase um ano antes.

— Eu te amo tanto. - Kate disse, abraçando a filha com um dos braços e lhe dando um beijo na testa.

— Só porque ele parou de chorar? E por que você tá chorando?

— Eu não te amo só porque você fez seu irmão parar de chorar, mas acho que já arrumei uma ótima assistente pra me ajudar a cuidar dele quando estivermos em casa. E a gente não chora só quando está triste ou com dor. Também podemos chorar quando estamos felizes e eu acho que nunca estive tão feliz quanto estou agora, com as três pessoas que eu mais amo no mundo aqui comigo.

— E são as três pessoas que mais te amam também, disso pode ter certeza. - Anthony disse, afagando o ombro de Kate. 

Kate saiu de seu devaneio e voltou a prestar atenção no marido e nos filhos, já que ela era a juíza daquela corrida. Então olhou rapidamente para a aliança de noivado, que usava agora há quase 6 anos.

As três pedrinhas passaram a representar as três pessoas que mais amava: Anthony, Charlotte e Edmund, sem uma ordem particular. Desde o momento em que Anthony tinha lhe dito que as pedras representavam os três (ele, ela e Lottie), Kate sentia-se estranha por estar “representada” no próprio anel. Entretanto, desde o momento em que descobriu que estava grávida de Edmund, aquela terceira pedrinha tinha ganhado um significado diferente.

Voltando a prestar atenção no mundo real, Kate viu os três indo quase correndo até onde ela estava. Charlotte tinha ganhado a corrida, mas Edmund achava que poderia ganhar alguma coisa por se jogar no colo da mãe e a abraçar, então foi isso que fez.

— Quem ganhou? - ele perguntou, com os bracinhos ainda ao redor do pescoço dela.

— Bom, pelo que eu vi, a Lottie ganhou, você chegou em segundo e o seu pai ficou em terceiro. - Kate disse, afastando alguns fios de cabelo que estavam colados na testa dele por causa do suor.

— Eba! - Charlotte comemorou e começou a fazer uma dancinha.

— Não é justo, ela sempre ganha. - Edmund reclamou, fazendo um biquinho.

— É porque ela é mais alta que você. - Anthony disse, já se sentando ao lado de Kate.

— Mas você é mais alto que eu e eu geralmente ganho de você. - Charlotte disse.

— Porque crianças tem mais energia que adultos e energia vence tamanho às vezes.

— É por isso que vocês fecham a porta pra dormir de tarde no sábado de vez em quando?

— Sim. - Kate respondeu muito rapidamente. Anthony apenas olhou para ela, prensando os lábios um contra o outro para conter um sorriso. - Por que vocês dois não vão brincar e deixam seu pai descansar um pouquinho? É só não sair do nosso campo de visão.

— Vem, Ed! - Charlotte disse, estendendo a mão, que o irmão logo pegou. - Vou lhe mostrar um jogo novo que aprendi na escola.

Assim, as duas crianças se afastaram um pouco dos pais e foram brincar. Anthony simplesmente se deitou na grama e soltou um gemido baixo quando as costas encostaram por completo no chão.

— Você tá muito velho. - Kate disse, já deitando do seu lado, e percebeu ele abrindo a boca para falar alguma coisa. - E nem venha com a coisa do vinho, porque é verdade sim, mas essa fala é minha.

Ele sorriu.

— Me perdoe se eu não tenho energia o suficiente pra competir com duas crianças de 4 e 8 anos.

— Pelo menos eles te chamam para apostar corrida. Eu só sirvo para juíza nessa categoria.

— É, mas eles pediram para você ensiná-los a jogar críquete.

— Você ainda está magoado com isso? Foi nas férias do ano passado.

Eu que te ensinei.

— Ensinar é uma palavra muito forte. Você me disse que tinha que passar a bola pelos aros e é isso. Não me explicou que críquete com os Bridgertons envolvia trapaça.

— Isso é mais que eu expliquei para qualquer dos meus irmãos.

— É, mas você devia ter explicado melhor para a sua futura esposa.

— Eu tinha 15 anos. Você era só minha vizinha e a amiga irritante dos meus irmãos mais novos. E não é como se você não tivesse nos visto jogar alguma coisa antes.

— Sim, mas com críquete é pior. A Kate de 12 anos merecia um aviso.

— Você se tornou pior do que o Benedict e o Colin antes do fim do jogo.

— Detalhes.

— Você afundou minha bola no lago.

— E ganhei por isso. Até onde eles sabem, eu ganhei de você da primeira vez que jogamos e na maior parte das vezes depois disso.

— Mas eu ganhei da primeira vez que jogamos com eles.

— Porque nós tentamos ser bons pais e não trapaceamos quando jogamos com eles, já que trapacear teoricamente é errado.

— Só teoricamente?

— Por isso que eu digo que nós tentamos. É difícil dizer que trapaça é errado quando trapaça é a essência dos jogos de críquete nessa família.

— Quando eles forem mais velhos um pouco e conseguirem entender que pode trapacear jogando com a família, mas não com qualquer outro grupo de pessoas ou em qualquer outra situação, nós mostramos que existe um jeito divertido e um jeito incrível de jogar.

— Meu Deus, até eu me perdi agora. - Kate disse. - Quando você acha que isso pode acontecer?

— Acho que mais uns 3 ou—

Todos os seus pensamentos foram interrompidos por um grito de Charlotte. Ambos levantaram a cabeça rapidamente, encontrando a mão de Edmund ao redor do cabelo dela.

— Edmund! - Kate reclamou. - Nada de puxar o cabelo da sua irmã!

— Mas mãe... - o menino começou a reclamar.

— Viu? Eu disse que não podia puxar meu cabelo. - Charlotte disse.

— Você desafiou ele a puxar seu cabelo só pra sua mãe reclamar? - Anthony perguntou. O silêncio que se seguiu foi ensurdecedor.

— Charlotte? - Kate questionou.

— Um pouquinho, talvez. - ela admitiu.

— Venham aqui, por favor. - Anthony disse e os dois se aproximaram de onde os pais estavam. - Primeiro, Charlotte, por que você pediu que ele puxasse seu cabelo?

— Eu queria ver se ele fazia isso mesmo, já que não pode. - ela disse.

— Mas você pediu por favor. - Edmund respondeu. - E se pede por favor tem que fazer, né, papai?

— Não se for uma coisa errada. - Anthony logo disse.

— E o combinado permanece: não pode puxar o cabelo da sua irmã nem de ninguém. - Kate disse, depois virou para Charlotte. - Nem se a Lottie pedir.

— Não vou mais pedir. - ela disse, já entendendo a mensagem.

— Pronto.

— Vamos brincar? - Edmund chamou.

— Vão na frente que nós já chegamos. - Anthony disse e, mais uma vez, os dois se afastaram. - Meu Deus, parece que eu estou vendo Hyacinth e Gregory de novo.

— Mas dessa vez piorado, já que ela tem 4 anos de vantagem nele. - Kate disse.

— Com sorte, isso quer dizer que eles vão ser tão unidos quanto.

— Claro que sim. Eles não tem escolha, pra falar a verdade, já que são só eles dois. - Kate respirou fundo. - Acho que eles só querem um pouquinho de atenção.

— Também acho. - ele se preparou para se levantar. - Vamos?

— Eu tenho outra ideia. - ela sorriu.

— Uma que não envolva nos levantarmos da sombra e irmos correr no sol do meio da tarde?

— Exatamente.

Ele apenas a encarou por um momento.

— Eu já disse que te amo hoje?

Kate sorriu.

— Acho que hoje não.

— Que erro horrível. Eu te amo.

— Não mais do que eu te amo. - ele a beijou.

— Eu tenho que discordar de você, mas isso começaria uma discussão besta que levaria mais um minuto e a essa altura, as crianças já vão ter voltado.

— Você está certo. A Lottie fica estressada quando vê a gente discutindo, não importa quão boba seja a briga.

Ele fingiu surpresa.

— Você acabou de me atribuir razão pela primeira vez nos últimos 5 anos ou foi impressão minha?

Kate riu e lhe deu uma cotovelada de leve.

— Besta.

E então, ela o beijou de novo, só porque podia. Só porque aquele homem era seu, assim como ela era dele.

Quando finalmente se separou dele, olhou ao redor, encontrando os dois brincando de pular carniça. Era a vez de Edmund, que caiu enquanto passava por cima da irmã e saiu rolando pela grama. Kate estava para se levantar, mas viu que os dois estavam rindo. Ela própria sorriu, vendo que estavam bem, e então fez um sinal com a mão, chamando os dois.

— O que vocês acham de ouvir uma história agora? - ela perguntou quando os dois tinham chegado mais perto.

— Eu quero! - Edmund disse, já sentando do lado do pai, que bagunçou seus cabelos.

— Posso contar dessa vez? - Charlotte pediu.

— É claro. - Kate disse.

Então os quatro deitaram na grama e ouviram a história de Charlotte, que era uma mistura de provavelmente todas as histórias que já tinham contado para ela enquanto era mais nova. Era algo improvável, mas que, de alguma forma, fazia sentido.

Aproveitando aquele final de tarde perfeito junto com a família, Kate não podia deixar de lembrar que um dos seus primeiros pensamentos quando aceitou a proposta de Anthony foi que aquilo nunca seria mais do que um tipo de desastre. E, no fim das contas, não só não tinha sido um desastre, como tinha se tornado sua vida.

E ela não podia ser mais grata pela decisão que tinha tomado.


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