Geisterfahrer - a Menina do Tempo escrita por seethehalo
Notas iniciais do capítulo
LONGE DE CASA... Há mais de uma semana... Milhas e milhas distante... nãoseioresto /meignorem
Aaah, enfim amanhã eu volto pra Sampa. Saudades da minha casinha *--*
Bom, primeiro leiam o capítulo de hoje e depois eu devo muuuuuita explicação nas notinhas finais.
Enjoy
Vamos reorganizar
Eu queria que você fosse um estranho em quem eu pudesse me desprender
Apenas diga que concordamos e então nunca mudamos
Suavizados um pouco até nós todos apenas no darmos bem
Mas isso é descaso
Arranje um novo amigo e você descarta
Enquanto você perde o argumento num teleférico
Pendurados no alto enquanto o precipício passa entre nós
Over My Head - The Fray
*-*-*-*-*
- Bill? – ouvi alguém chamar. – O que tá fazendo aí?
Olhei pra cima. Não era bem quem eu estava esperando ver.
- Sabine. O que foi?
- Tá aqui sozinho... excluído. O que você tem?
- Não é nada, tá tudo bem.
- Não é o que tá parecendo – ela disse sentando-se ao meu lado.
- Sério, não é nada. Vai lá pra dentro, se divertir. Não se preocupe comigo.
- E deixar você aqui nesse estado? Nah, quê isso.
Fez-se um breve silêncio e ela tornou a falar:
- Bom... Você veio com o seu irmão, né. Eu tô sozinha, Ines ficou doente e da Nicole, não sei. Pra mim isso tá sendo tão legal quanto ver tevê.
- Hm.
- Sabe de uma coisa? Vou encher você com um papo de menina, mas nem eu nem você temos o que fazer, mesmo... Bom... Se eu quisesse eu entrava lá dentro e pegava geral...
- Que nem o Tom.
- Tom? Er... é... ham... É. Acho que é. Mas isso não tem graça. – ela se aproximou um pouco. – Nenhum garoto com quem eu já tenha ficado teve graça. Não foi difícil conseguir. E nenhum deles me encanta como você. Você é diferente – ela se aproximou mais. Estávamos a cinco centímetros um do outro. – Não acha que é melhor quando você conquista alguém com seu próprio mérito?
Balancei a cabeça afirmativamente e nossos lábios se tocaram. Ela me beijou. Eu correspondi involuntariamente.
De repente...
- Biiiiill!! – ouvi Tom berrando o meu nome.
O susto foi tanto que eu dei um leve violento empurrão em Sabine, afastando-a de mim.
- Seu idiota, filho da... Aaaah, desgraçado! – Tom continuou berrando e entrou de volta no salão, puxando a Maria, que estava junto.
O quê... que me deu na cabeça? Levantei e saí correndo, tinha que sair dali. Só não sabia pra onde ir, fui pro banheiro.
BILL OFF
Saí do ginásio pra tomar um ar e pensar num modo de consertar a burrada que fizera. Nenhuma ideia me veio à cabeça. Eu só sabia que me sentia uma idiota. E que a teoria de que as palavras ferem é verdadeira: Bill deve ter se sentido apunhalado pelas costas, enquanto eu ainda sinto que enfiei uma faca no meu próprio estômago. E tá doendo.
Dali a pouco Tom apareceu e perguntou o que houve que Bill saiu correndo. Contei o que acontecera e ele disse:
- Mas também olha o jeito que você falou. Tá certo, às vezes o Bill é precipitado e não quer nem saber de ouvir uma segunda versão dos fatos, mas eu não vou tirar a razão dele só por causa disso. Motivo pra se enfezar ele teve; ele te viu e ouviu dizendo tal coisa.
- Isso não foi minha intenção. Eu só me descontrolei diante do comentário imbecil da Anne.
- O que ela disse?
Eu corei. Tom fez um gesto esperando resposta.
- Ela disse que... que parece que eu tenho... ciúme do Bill.
- Quer a minha sincera opinião sobre isso?
Dei de ombros.
- Eu acho que isso é problema seu. Se você tiver ciúme dele, e não estou dizendo que tem; o que a Anne tem a ver com isso?
- Nada.
- Então. Por que não vai lá explicar seus motivos pra ele?
- Tá brincando? Ele não deve estar querendo me ver nem pintada de ouro!
- Dane-se, a mim ele vai ter que ver nem que eu esteja pintado de latão enferrujado. Vamos sim, levanta daí.
Me levantei e fomos os dois para a frente do ginásio; onde Bill tinha ido.
Tom foi um pouco à frente, e quando saímos, olhamos pros lados procurando por Bill. O gêmeo de dreads avistou o irmão ao primeiro lado para o qual olhou, e berrou-lhe o nome de uma forma colérica que eu nunca tinha visto:
- Biiiiill!!
Descobri o motivo da cólera olhando naquela direção e vendo Bill aos beijos com Sabine, e logo depois do grito de Tom, afastou-a de si.
Senti outro soco no estômago quando Tom correu de volta pra dentro do salão e me puxou junto. Voltamos para o lugar onde eu estava sentada e ele começou a praguejar:
- Bill é um idiota! Onde ele tem a cabeça? Cara, que merda, ele me paga. E todo aquele papo de operação tapa buraco? Não foi bem isso, eu acho. Eu servi de entrada e aquele imbecil o prato principal. Quem ela vai querer de sobremesa? Olha, se eu não fosse homem eu ia lá e dava na cara da Sabine, quem ela pensa que é pra querer pegar nós dois na mesma noite e ainda um na frente do outro?!
- Eu posso bater nela por você.
- Não adianta, você não tá entendendo a minha raiva.
- Eu tenho outro tipo de raiva. E acredite: é equivalente à sua.
Ele pensou um pouco e disse:
- Não. Eu te deixaria bater nela por três motivos. Eu mesmo queria fazer isso por dois motivos. Mas outros dois pedem que fiquemos na nossa.
- E quais são eles?
- Vou ser curto e grosso: tudo isso é parte de uma única armação. Te explico por quê. Sabine Putz persegue o Bill tem um longo tempo, mas ele pouco se licha pra ela. Aí você chegou, defendeu ele naquele dia, se tornou amiga para nós e pra ela uma ameaça. Eis a razão de ela te olhar torto. Aí veja bem, ela chegou em você querendo que você arranjasse o Bill pra ela pra provocar ciúme. No mínimo ela deve achar que você gosta do Bill.
- Mas eu não gosto dele. Quer dizer, não nesse sentido. Mas continua.
- Vendo que você reagiu tão naturalmente ao negar a ajuda, supondo que você tenha feito isso, ela resolveu vir em cima de mim com o mesmo motivo.
- Repito o que disse. Mas claro, faz sentido. Ela me disse que se o Bill não quisesse você topava, lembra? Sabe o que eu disse quando ela falou isso? Que o fato de eu andar com vocês não quer dizer que eu esteja disposta a pagar o cupido. Eu fui meio ríspida, ela deve ter achado que eu fiquei com ciúme de você.
- E isso não tem nada a ver, certo?
- Certo.
- Continuando, por isso ela veio em mim.
- Ela deve ter ficado fula da vida porque eu não dei a mínima depois.
- Sim! E por isso ela aproveitou que você discutiu com o Bill pra cair nele.
- Quer apostar que ela foi lá consolá-lo?
- É uma probabilidade. A discussão de vocês veio completamente a calhar.
- No fim das contas ela conseguiu o que queria: ficar com o Bill e ainda me ver brigada com ele. Piranha. Me sinto uma idiota por ter caído como um patinho nessa cilada barata.
- Calma, Maria. Sabine conseguiu o que queria, mas levou um belo brinde: a minha raiva. Enfim; os motivos pelos quais eu te deixaria bater nela são: por mim, por essa armação toda e pela cachorrada que ela fez se aproveitando da discussão pra chegar no Bill. Os que me dão vontade de bater nela são por ela ter me usado pra te provocar e ter tido a empáfia de ficar com o Bill depois de mim. E os dois que pedem que fiquemos quietos são preservar nossa ficha na escola, não ir parar na delegacia e dar uma doce vingança. Garanto que o brinde dela não vai ser barato.
- Sabe que você tem razão? A vingança é como pudim: servida fria, mas tão doce que chega a enjoar. Você tem um plano ou eu posso arrebentar a cara daquela vagabunda qualquer hora que eu quiser?
- Nossa! Quanta delicadeza.
- Quê, achou que eu ia só puxar o cabelo e dar uns tapinhas na cara? Claro que não!
- Ok, me lembra de nunca querer brigar com você... Mas respondendo a sua pergunta, eu até tenho um plano, mas não sei se você vai gostar muito.
- Fala.
- Ainda não. Ele tá mal bolado. Vamos fazer o seguinte: amanhã à tarde eu vou te ajudar a levar suas coisas lá pra casa. E antes que você reclame, não vai passar Natal nem Ano Novo dormindo só porque brigou com o Bill. Fui eu quem te convidou, lembra? Enfim, continuando, lá em casa a gente conversa e acerta isso direito. Pode ser?
- Pode ser.
- A gente não vai sentir a menor falta do Bill. Mas por enquanto, acho melhor irmos embora, está ficando tarde e a gente tem horário. No fim das contas, eu é que acabo tendo que ver o Bill nem que ele se pinte de latão enferrujado! Que tenso!
- Hahahaha! Tenso! Bom, então vamos.
POV BILL
Entrei no banheiro. Molhei a testa, o pescoço e as bochechas.
“O quê que me deu na cabeça?”, pensei. “Como que a Sabine consegui me seduzir tão rápido? Seduzir?! Eu pensei isso mesmo?” olhei-me no espelho e suspirei. “Eu não tô me sentindo bem.”
Fiquei ali encarando o meu reflexo com os pensamentos avoados. Passei a mão na pia, na blusa, no cabelo e não entendia ainda o que aconteceu. Foi tudo muito rápido; a discussão com a Maria, Sabine me levando com aquele papo ridículo, depois me beijando; e depois o Tom apareceu do nada, berrou o meu nome e saiu correndo. E agora eu estava ali. Tentando analisar as circunstâncias.
- O que tá acontecendo comigo?
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O negócio é o seguinte: esqueci de avisar no começo da fic alguns fatos implícitos que não alteram em nada na compreensão da história em si, mas que deixam algumas partes sem sentido.
1: Como a Maria vai pra Alemanha, chega lá e já sabe falar alemão?
Foi citado que ela passava as férias, no Brasil, numa cidade repleta de emigrantes alemães. Seria Blumenau (SC), já que ela é catarinense (nota-se isso pelo modo que ela fala, cheio de pronomes como "tu", "teu/teus", "ti") de Florianópolis (que de quebra, é um dos melhores lugares do país para se viver). Enfim, durante as férias em Blumenau ela aprendeu a falar alemão.
2: Sobre as "paixõezinhas".
Esse é um fato que deveria começar a ser comentado maaais pra frente na fic, mas como o povo já tá fazendo suposições precipitadas *suspira*, vamos lá.
*pensa uns minutinhos*
Argh, isso precisava MESMO ser abordado só mais pra frente, mas tá, né; eu esclareço agora.
Galëre, o Bill não está apaixonadinho pela Maria. Nem ela por ele. PORÉM, ela tava SIM com ciúme dele no capítulo passado. Mais pra frente, como eu disse, vão acontecer coisas, realmente; mas por enquanto é muito cedo.
Well, agora estão acertadas as coisas.