Geisterfahrer - a Menina do Tempo escrita por seethehalo


Capítulo 34
Bésame Sin Miedo


Notas iniciais do capítulo

Geeeeente
O que são as reações de vocês nos reviews? Povo super ansioso, se morrendo, [aaaa]
Calma, ninguém vai morrer, não vai ter barraco nem chororô nem carnificina G.G
Cadê a paz e o amor dos vossos corações, perdi até a conta de quantas já agouraram a morte da Sabine.
Obrigada pelo ótimo retorno, galëre. *--*



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Não me importa o que pensem os demais

Você é toda minha verdade

Não me importa quem te teve antes de mim

Eu te quero ver feliz (e você está aqui)

E jamais te deixarei partir para poder viver... yeah

Vem, beija-me sem medo, com o coração

Um beijo que me leve até o sol

Beija-me sem medo, sem explicação

Um beijo que me encha do seu amor

Beija-me sem medo, como se fosse o último

Bésame Sin Miedo - RBD  

*-*-*-*-*

 

     - Bill? É o Georg. Você vai querer me matar pelo que aconteceu.

     Engoli em seco e perguntei:

     - O que está havendo?

     - Anteontem... eu encontrei a Maria no mercado lá perto da casa da minha tia... Bom, pra encurtar a história, voltamos pra cá. – pulga coçando muito a minha orelha. – Aí... Quando estávamos ali perto da padaria... Nós... er... A gente se beijou.

     - QUÊ?! Georg, o que...? como...? – eu simplesmente fiquei sem reação. O que aquilo queria dizer? – Georg, porra!

     - Olha... Não pense que eu me aproveitei da situação porque ela tava fragilizada e pra baixo... Porque quem se fragilizou com o que ela disse fui eu. Foi impulsivo, naquela hora me deu uma descarga e eu tive uma sensação de que precisava fazer alguma coisa...

     - E... e ela? – inútil dizer que eu não sentia o chão debaixo dos meus pés.

     - Dela eu sinceramente não sei, Bill. Ela apenas balançou a cabeça afirmativamente quando lhe perguntei se estava melhor. Depois disso, nos despedimos e cada um foi para um lado. Aí eu virei a esquina e me toquei do que eu tinha feito... e não achei certo esconder isso de você, porque você gosta dela e eu sabia disso.

     - É...

     - Foi mal... Foi impensado. Não foi por querer. Bom, você sabe que eu era a fim dela desde que você nos apresentou, mas juro que eu não me aproveitei.

     - Tá bom, Georg... Já entendi. Eu não vou te xingar até a morte porque eu não tô na menor condição de fazer isso... E também porque a gente tem... Bom, pra mim a Mari é tão importante quanto a banda, mas no momento Tokio Hotel é a minha prioridade. Tchau.

     - Tchau.

     Tom voltou à cozinha e eu ainda estava olhando para o telefone na minha mão.

     - Bill... você não vai tacar esse telefone na parede.

     - Então eu taco em você! – joguei o telefone nele e saí bufando da cozinha.

     Dois minutos depois ele entrou no meu quarto cantando os pneus.

     - Eu acho bom você parar de birra. Se tu fez alguma besteira, Bill, eu...

     - Eu não fiz porra nenhuma. Se você me deixar em paz eu agradeço.

     - Você não fez nada?...

     - Não. Agora sai daqui.

     Ele suspirou aliviado.

     - Escuta... Já entendi que você tá assim porque... bom. Você tem tentado, isso é um fato.

     - Tom, não me enche o saco, eu tô falando sério. ‘Cê não tá entendendo.

     - Ok, no mínimo deve ter um pouco mais dessa história que eu não tô sabendo.

     - Eu beijei a Mari anteontem, Tom.

     - QUÊ?!

     - E pelos meus cálculos, o Georg fez a mesma coisa logo depois.

     - Bill, faça o favor, como o Georg ia saber que você agarrou a Maria?

     - O Georg é o de menos. O que tem a ver agora é ela.

     - Entendi. Escuta, a única forma que eu vejo de você resolver essa situação é ir falar com ela logo de uma vez.

     - E com que cara eu chego pra falar uma coisa dessas, animal? É só dizer “Maria, eu tô morrendo de raiva por você ter ficado com o Georg porque faz mais de um ano que eu sou apaixonado por você mas nunca tive coragem de contar”? Faça o favor!

     - Ah, Bill, você também não é besta! Dá seu jeito! Agora eu vou te deixar em paz. – Tom fez uma cara de deboche e saiu do quarto.

     O pior é que ele tem razão. Agora, ou eu faço alguma coisa ou eu fico de mãos abanando. E eu definitivamente não estou a fim de optar pelo caminho mais fácil.

     Praticamente não falei com a Mari depois daquele dia. Na primeira semana de agosto, nos dedicamos integralmente aos últimos detalhes do lançamento do single, mal nos preocupando em comer.

     Inventei que tínhamos que gravar outra música... Bem aquela que eu escrevi pra ela, tem um tempo. Tom, Gustav e até o Georg entenderam o motivo do tique de urgência e conseguimos gravar bem rápido até. Thema Nr. 1. Não vai pro CD, óbvio, mas quem sabe mais pra frente não damos uma encaixada... em algum single. Enfim.

     Chegou o dia 11 de agosto, pelo qual eu vinha esperando. Esse dia não só é o aniversário da Mari como também o dia em que nos conhecemos, e enfim. Como falta pouco pra ela ir embora, gastei toda a minha mesada no presente (e um pouco das dos meses que vêm).

     Então, lá fomos nós, Tom e eu, dar-lhe os parabéns e entregar-lhe o presente. Talvez adivinhando o que eu estava pretendendo fazer, meu irmão deu suas congratulações e se mandou. Era a hora. Entreguei-lhe o embrulho de papel dourado e dei-lhe um selinho de feliz aniversário.

     Ela desembrulhou o pacotinho e quase não acreditou no que viu:

     - Bill, que linda! Adoro pulseira.

     - Achei a sua cara. Mandei gravar o meu nome, pra você nunca se esquecer de mim. Já que você vai embora...

     - Que lindo... Obrigada, Bill.

     - É folheada.

     - Folheada? – ela procurou informação na caixinha – Folheada a ouro trinta e cinco quilates? Bill, você bebeu?

     - Não. Por quê?

     - O que você tem na cabeça pra comprar um folheado pra mim? Isso deve ter custado uma nota, eu não posso aceitar. – ela disse me devolvendo a caixa.

     - Não esquenta.

     - Como não? Você roubou um banco ou ganhou na loteria pra comprar essa joia?

     - Usei a mesada mesmo.

     - Por Deus, Bill, eu não posso aceitar.

     - Se você não quiser aceitar – falei sério aproximando o rosto do dela -, eu jogo no lixo agora mesmo.

     - Não faria isso. Você não é louco.

     - Se quiser pagar pra ver, você é quem sabe. Eu comprei isso pra você. Mas se você não quiser, bom...

     - Nesse caso... eu aceito. Oh, Bill, o que você tem na cabeça?

     - Você. – disse dando-lhe a caixinha outra vez.

     - Obrigada, Bill. Eu amo você.

     - Hm. – sorri.

     Ela sorriu de volta.

     - Mais uma coisa, Mari. – pus minha mãe em volta de sua nuca e a puxei para perto de mim.

     Beijei-a com desejo e urgência; ela cambaleou e segurou nos meus ombros para não perder o equilíbrio. Tentou resistir, mas se entregou. Passei tudo o que eu sentia naquele beijo, tornando-o apaixonado e desesperado por um retorno. Não sei onde estou errando, já era pra ela ter percebido há tempo.

     Quando a soltei, ela emoldurou meu rosto com uma mão e perguntou:

     - O que você quer de mim?

     - Você é que devia saber. – soltei-me dela e fui embora.

     BILL OFF

     O que era pra eu ter feito depois de ganhar um beijo matador como aquele? Falar “puta que pariu, eu to tentando te tirar da cabeça, mas você não ajuda”? Ele faz isso pra me provocar, pra me testar os nervos ou o quê? Só se... se eu dei bandeira demais e ele tá tirando uma com a minha cara. Se ele enxergasse o quanto esses tiques me fazem sofrer... Eu tive que me entregar; Bill é tão lindo, tão atencioso; mas de um tempo pra cá tem parecido outra pessoa. Não é bem aqueeele Bill que eu conheci, agora é até... melhor. Com a versão fofolete eu sentia uma paixão mais infantil, ingênua. Agora, sinto desejo; quando ele me beija, a vontade que eu tenho é de não parar nunca. O que significa que eu tenho me fissurado cada vez mais nele. Mas depois que eu disse a ele que paranoiei em relação aos meus sentimentos, acho improvável que ele venha a nutrir alguma coisa por mim.

     Se bem que... hoje... e do jeito que ele vem se comportando... Bill... será? Eu vou... tentar falar com ele. Não. Eu vou falar. Eu podia ir embora com o meu amor escondido, sem que ninguém nunca ficasse sabendo dele, mas não posso deixar o Bill aqui desse jeito, suspeitando que ele possa sentir algo por mim.

     Usei os dois sentidos quando disse que o amava, e ele me beijou daquele jeito depois... Não. Só pode ser. Eu tenho que falar com ele. Mas eu vou esperar a poeira baixar um pouco.

     Ou não. Dois dias depois, Tom me ligou frenético pedindo que eu fosse à sua casa. Tá, né. Lá fui eu.

     Ao chegar, fui recebida com o mesmo frenesi do telefone, e Tom disse que tinha o meu presente.

     - Pronto, Tom. Tá aqui – Bill chegou. – Oi, Mari. E aí?

     - Oi, Bill.

     - Hey, olha – Tom pegou o objeto que o irmão trazia nas mãos e me deu – Nosso primeiro single. Vai ser lançado depois de amanhã. E a gente conseguiu uma cópia pra você ter antes de todo mundo. Eee... caham... – pigarreou – autografado!

     - Cara, vocês não existem!

     - E claro... Quem deu jeito de conseguir a cópia antecipada foi o Tomi aqui.

     - Continuo achando que vocês não existem. Ai, onde que eu ia pensar numa coisa dessas? – falei já me emocionando – Ah, Tom, Bill, amo tanto vocês!...

     - Hey – Bill falou -, e se a gente não te amasse, acha que faríamos isso?

     Dei um abraço conjunto nos dois.

     POV BILL

     15 de agosto de 2005. O dia mais esperado da minha vida. O dia pelo qual Tom e eu nascemos finalmente chegou.

     Hoje voltamos à escola. A Mari nem se matriculou, porque vai embora logo. Mas eu e o meu irmão tivemos que ir. Quase apanhamos. Nossas folhas de horário não têm mais nenhuma aula coincidente. Professores e funcionários continuam olhando torto para a gente. Mas a frase do dia foi “que se dane”. À tarde as lojas abririam e as pessoas encontrariam o single de uma banda de garotos de Magdeburg. Logo mais à noite o clipe dessa mesma banda estrearia e seria transmitida em rede nacional pelo Viva.

     Não, eu ainda não tô acreditando. Estou custando muito a crer que isso seja verdade. Tom e eu vamos passar em uma loja qualquer depois da escola só pra ver se o nosso CD-single, Durch den Monsun, realmente está lá.

     E amanhã todo mundo vai calar a boca.

     Georg, Gustav e a Mari vêm aqui em casa no fim da tarde. Mamãe tirou folga e vai fazer nossas comidas favoritas. Tudo para a apresentação do nosso clipe.

     Mari, ansiosa como sempre, chegou às 16h30 e ficou na cozinha conversando com a mamis e comendo pipocas com Tom. Eu queria falar com ela, mas achei que não era um bom momento.

     Às 17h15, Gustav e Georg tocaram a campainha. Depois da euforia inicial, Georg e a Mari se puseram a conversar longamente, Tom foi encher o saco da nossa mãe e Gustav e eu ficamos discorrendo sobre como seria de hoje em diante. Conforme o dia foi passando, comecei a aceitar a ideia de que Durch den Monsun vai mesmo passar na televisão, mas ainda duvidava de que passasse disso.

     Mamãe nos fez comer às 19h, para que estivéssemos atentos, dispostos e alimentados para nos vermos na tevê. Não era a minha primeira vez na telinha, mas era muito mais emocionante e eu estava dez vezes mais nervoso. Às 20h, estávamos todos os 7 encolhidos no sofá; nosso pai deixou o DVD prontinho para eu gravar o programa, e todo mundo vidrado na televisão.


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Notas finais do capítulo

Parte que estava escrita o celular: começa em "Chegou o dia 11 de agosto..." e termina em "...abraço conjunto nos dois."
É, cabe bastante texto no bloquinho de notas do meu celular (usei duas notas :B).
Todo mundo que deu palpite errou a música que o Biu tinha escrito pra Mari. Me disseram que era GeisterFahrer, Phantomrider, e acho que até Rette Mich se eu não me engano. Rá! Era Thema Nr. 1, que aliás na minha humilde opinião é uma das músicas mais [aaaa] do TH *3*
Agora, só esperar terça que vem pra ver o que vai acontecer depois que DDM passar na tevê.
Até mais, povinho! o/