Geisterfahrer - a Menina do Tempo escrita por seethehalo


Capítulo 33
Turn It Off


Notas iniciais do capítulo

Aeee o capítulo mais esperado da fic - e ainda com uma surpresinha de brinde :B
Ficou enorme.
Galëre, tomei vergonha na cara e separei a fic um capítulo por documento! Ainda não terminei de arrumar tudo, porque haja tempo (e paciência ;z).
Ouçam essa música, é limds º3º
Bom, não vou enrolar pq eu quero ver minha amiga cantando Demi na Twitcam.



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E a pior parte é

Antes que fique um pouco melhor

Nós somos dirigidos a um penhasco

E na queda livre

Eu perceberei que estou melhor

Ao atingir o fundo

Turn It Off - Paramore  

*-*-*-*-*

 

     Mari parecia nervosa e o seu tom de voz me deixou um pouco apreensivo. Custei a dormir pensando no que de tão urgente ela tinha pra falar.

     Acordei na terça ainda com isso na cabeça, e a ansiedade fez com que a manhã passasse irritantemente devagar.

     BILL OFF

     Eu ando meio com um nó na cabeça desde aquele dia no parque. Não sei, eu me sinto tão próxima e tão distante do Bill ao mesmo tempo... Ultimamente temos andado juntos um pouco mais do que o normal – e sem o Tom, o que torna as coisas ainda mais confusas.

     Ontem à noite estava bem pensando nisso quando me veio à cabeça a ideia de que eu posso estar gostando do Bill. Ou não? Fiquei apreensiva, o pensamento me corroeu. Se eu realmente gosto dele, diferentemente do sentimento de amizade, ele precisa ficar sabendo. Mesmo que eu me negue a admitir que isso está mesmo acontecendo, o que eu acho completamente improvável. Liguei pra ele dizendo que precisava falá-lo urgentemente, e combinamos que eu iria à sua casa hoje. Bom, estou indo. E estou aflita. Não acho que isso podia estar acontecendo; eu estou nervosa, inquieta e ofegando.

     Bill me esperava sentado na soleira da porta e veio logo ao meu encontro, abrir o portão.

     - O que aconteceu? – ele perguntou, mas eu adentrei a casa sem dizer nada. – Mari... tudo bem? – disse fechando a porta.

     - Bill – comecei. Estava visivelmente nervosa andando de um lado pro outro -, eu não sei nem como te dizer isso. Eu me sinto uma idiota por estar tendo que fazer isso. Mas... eu preciso.

     - Diga. Eu não vou te degolar, seja lá qual for o motivo desse nervosismo.

     - É que eu... – suspirei profundamente. – Bom, sem enrolação. Bill, eu... esses dias eu tava pensando, e depois de uma certa reflexão, eu meio que fiquei achando que eu gosto de você. No outro sentido, você entende... Entende?

     Ele balançou a cabeça afirmativamente, notei que o leve sorriso que ele tinha se desfez.

     - Então. Eu queria te falar isso porque bom, nós somos amigos, e isso entre amigos... não dá certo. Só pra você saber, eu achei que gostava de você... mas depois... eu fiquei confusa...

     - E aí?

     - E aí... eu não sei... Não sei.

     - Você chegou a alguma conclusão?

     - Não. Mas... mas eu...

     A essa altura estávamos muito perto. Talvez eu diria perto demais.

     - Você quer me beijar pra ter certeza dos seus sentimentos?

     Ele me abraçou e encostou os lábios nos meus, dando-me um selinho.

     - De onde você tirou isso? – perguntei desviando o rosto dos olhos safados dele.

     - Sei lá. E aí?

     Olhei bem para ele. O olhar fazia da oferta tentadora. O sorriso em sua boca não ajudava. Nunca tive tanta vontade de ceder aos meus impulsos sem pensar em nada como tive de beijá-lo. O esforço que fiz para poder dizer que não foi desmentido pelo meu corpo, que se empurrava contra o dele involuntariamente.

     - Você quer – ele disse roçando os lábios nos meus novamente -, não minta pra mim.

     Dizendo isso, Bill me beijou. Não, eu não pude contrariar. Ele me tocou de uma forma suave e irresistível que me fez pensar “Deus, e se eu tivesse recuado?”. Se eu não já estivesse, Bill conseguiria fazer com que eu me apaixonasse ali mesmo.

     - E agora? Já sabe o que quer da vida? – ele perguntou ao terminar.

     - Sei. – mas não tive coragem de admitir. – Paranoiei. Amigos. Como sempre fomos.

     - Ok. – ele disse e continuou sussurrando: - Mas esteja ciente desde já que o seu beijo é uma delícia. E eu costumo me viciar nesse tipo de coisa, cuidado.

     - Você tem sido pervertido demais de um tempo pra cá, sabia?

     - Você acha?

     - Aham.

     - Talvez você me deixe assim.

     - Então a culpa é minha?

     - Toda sua.

     - E onde as paralelas se cruzam?

     - Isso cabe a você descobrir.

     - É nessas horas que eu tenho vontade de dizer  que você não vale nada. Mas eu não posso fazer isso, porque você tem um valor inestimável.

     - Você... Aah, eu não sei nem o que dizer. Quero te beijar de novo.

     - Para, Bill.

     - Eu tô brincando.

     - Que bom.

     - Mas eu avisei que posso viciar.

     - Você não presta!

     - Aah, presto sim. Você é que tá fazendo esforço pra não se apaixonar por mim.

     - Seu egocêntrico sem vergonha. Ai, Bill. O Tom tá colorindo a sua mente.

     - Hahahahaha! Não... Ele não tá. Você é que tá se fazendo de santinha demais.

     - E ainda é desaforado! Seu filho da mãe!

     - Tsc. Tá bom, parei.

     - Acho bom mesmo. E mais uma coisa... O que aconteceu aqui foi tosco, ninguém vai ficar sabendo e não vai voltar a acontecer. Certo?

     - Vamos ver.

     - Essa sua cara safada ta começando a me irritar profundamente.

     - Não quer brincar, sai do parquinho.

     - Palhaço. Só não te dou um tapa nessa cara deslavada porque você é meu amigo!

     - TPM?

     - Eu não tenho TPM!

     - Então tá, né... Eu pretendia relevar se fosse esse o caso, mas já que você disse que não é...

     - Oh! Desaforado, egocêntrico, sem vergonha! – gritei dando socos em seu peito. – Ai, tchau!

     Desvencilhei-me dele e saí, minhas próprias palavras ecoando na minha cabeça. Desaforado, egocêntrico, sem vergonha, lindo, palhaço que fez com que eu me apaixonasse... É, não adianta negar, eu amo o Bill. Não como amigo ou como primo, como lhe disse uma vez; eu o ano como homem e minhas lágrimas são a prova. Eu sei que ele se faz de pervertido por brincadeira, mas foi essa brincadeira estúpida que resultou num sentimento que não podia existir!

     Bill... Por quê? O que eu faço agora? Eu fui atrás dele pra tirar um peso da cabeça e acabei pondo um ainda maior! Merda, isso não podia estar acontecendo!

     Antes de chegar aqui prometi a mim mesma que não acabaria me apaixonando por nenhum dos dois. No decorrer do tempo, acabei achando que seria mais perigoso se acontecesse em relação ao Tom, porque o Tom... Ele é outra coisa. Tirando o fato de que é mulherengo, mas no começo essa “qualidade” eu sinceramente não contei. Agora é que eu estou percebendo (que a merda já tá feita) que o perigo real morava no Bill: o sensível, fofo, reservado, que se preocupa, é lindo, tem um sorriso matador e tudo o mais que faz dele o amigo perfeito pra se apaixonar. Merda, Bill! Mil vezes merda! Por que é que você tinha que fazer isso comigo?

     Não queria ir pra casa. Queria andar, ir para algum lugar longínquo e desconhecido onde fosse impossível encontrar alguém que eu conhecia. Então eu me deixei guiar pelo não-senso até uma parte da cidade onde eu nunca tinha ido.

     Com um pouco de fome, entrei num mercado a fim de comprar alguma tranqueira pra comer e encontrei... o Georg.

     - Maria? – ele me chamou – O que faz deste lado da cidade?

     - Er, oi Georg. Eu... tava andando e cheguei aqui.

     - Sozinha? Andando? Há quanto tempo está andando?

     - Eu nem sei. Eu saí da casa do Bill e do Tom e vim andando pra cá sem nem saber aonde exatamente chegaria.

     - Se perdeu?

     - Acho que sim, né. Não prestei atenção no caminho.

     - Já pegou tudo o que quer comprar?

     - Aham.

     - Então vam’bora. Eu te levo de volta.

     Sorri em agradecimento e passamos pelo caixa. Eu não estava muito a fim de conversa, mas ele puxou assunto:

     - O que você veio fazer aqui mesmo?

     - Esvaziar a cabeça, eu... tô estressada, queria andar um pouco pra espairecer.

     - E acabou se perdendo.

     - Aham.

     Andamos em silêncio por duas quadras.

     - E as gravações? – perguntei.

     - Tranquilo. Já tá tudo quase pronto.

     - Quando vão lançar?

     - O CD, início de setembro. Durch den Monsun no meio do mês que vem.

     - E o clipe?

     - Nossa, tá incrível. Em processo de edição. Quase pronto também! O pessoal da gravadora tá contatando uma emissora pra transmitir o clipe. Mas eu duvido que passe uma segunda vez, isso se passarem a primeira...

     - Vai passar.

     - Duvido! Por que acha?

     - Intuição.

     - Tsc. Esse negócio de banda não é brincadeirinha, Maria. É difícil. Complicado, trabalhoso. Você viu que tínhamos conseguido a gravadora e cancelaram por causa da gripe do Bill.

     - Pois é.

     - A gente toca junto desde que éramos quatro pirralhos. 2001. E agora a gente tá conseguindo alguma coisa concreta. O Bill entrou no Star Search por causa da banda, também.

     - Ah, é. Eu não entendo nada disso. E também tenho os meus problemas...

     - O que você tem?

     - Ain... Um nó na cabeça. E outro na garganta.

     - O que aconteceu?

     - Um monte de coisa e nada ao mesmo tempo. Uma confusão. Não estou sabendo o que eu quero, pra onde vou, o que eu penso e sinto. Eu preciso descarregar toda essa zona que tá na minha cabeça, e foi por isso que eu andei até o outro lado da cidade. Agora, eu vou chegar em casa morta de cansada, vou apagar num sono de pedra e fluir toda essa agonia enquanto durmo. Ou não. Ou eu acordo tão angustiada como quando eu fui dormir.

     A essa altura já estávamos relativamente perto de onde eu moro.

     - Eu acho que você precisa canalizar isso... Mas não penso que esquecer as aflições enquanto dorme vá resolver alguma coisa. Você tem que expressar isso, por pra fora, sei lá, ou que alguém faça isso por você.

     - Como assim?

     - Bom, uma das formas seria rir até doer, mas acho que esse não é o caso.

     - Chorar?

     - Pode ser também, mas isso não é pra tanto...

     - E a terceira opção?

     - Que alguém faça isso por você?

     - Aham.

     - É isso. – Georg me puxou mais pra perto e, quando dei por mim, no segundo seguinte, nos beijávamos.

     O conforto do gesto inesperado fez com que eu sucumbisse à fragilidade e correspondesse instantaneamente. Georg me beijou com competência, sem pressa nem fogo, suavemente; me acalmando, me alentando, fazendo sumir todo aquele peso que eu carregava na cabeça dois minutos antes.

     - Melhor? – ele perguntou ao meu ouvido.

     Balancei a cabeça afirmativamente, afastamos nossos corpos.

     - Que bom... Eu acho que daqui em diante você sabe o caminho, né? Então... Até qualquer dia, Maria. E fico feliz em ter te ajudado de alguma forma.

     - Obrigada, Georg.

     Nós dois nos viramos e cada um seguiu para um lado.

     Fui me dar conta da proporção do que tinha feito no momento em que fechei a porta do apartamento. Lutei contra mim mesma tentando me convencer de que eu não o correspondera apenas para esquecer o Bill. Que fora Georg quem me puxou e eu apenas me deixei levar. Que a minha confusão de sentimentos em relação ao Bill não teve nada a ver com isso.

     POV BILL

     Estava na cozinha me servindo de um copo de coca quando Tom chegou falando ao telefone:

     - Puta, Georg, se a Maria não te matou, o Bill te mata!

     Agucei o ouvido ao saber que era o assunto da conversa.

     - Como é que isso aconteceu? – ele dizia. Pausa. – Se encontraram no mercado? – pausa. – Eita! E o que ela foi fazer do outro lado da cidade? – Tom falava enquanto andava pela cozinha abrindo e fechando portas – E você quer que EU fale pra ele? Ah não, mané, fala você, ele tá aqui do meu lado, vou passar o telefone. – meu irmão me entregou o telefone dizendo: - Cuidado com o que vai fazer, Bill. – pegou uma maçã na bancada e saiu pulando da cozinha, mordendo a fruta sem nem lavar.

     Hesitei um pouco, pus o telefone no ouvido e disse alô.

     - Bill? É o Georg. Você vai querer me matar pelo que aconteceu.


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Notas finais do capítulo

Quetal a surpresa? :FF
Tomlete super discreto :B
Sim, tinha parte escrita no celular õ/

Notinha: Bill anda lendo Nora Roberts. A parte em que ele pergunta pra Mari se ela queria beijá-lo foi inspirada numa parte de Resgatado Pelo Amor, volume 4 da Trilogia da Gratidão (não, eu não digitei errado, volume 4 da trilogia, Q). Quem puder leia, depois dessa trilogia virei Noraholic forever *o*
Eu tenho notado que às vezes o povo que lê entende melhor a fic do que eu, que escrevo. Às vezes eu recebo reviews onde o povo percebe coisas que eu nem tinha me tocado, Q.
Mas gente, ces tão entendendo? A Mari gosta do Bill, mas sente certa atração física pelo Georg... (Inclusive quem me fez cair a ficha disso foi a Páh - já que ela tá sem pc, eu leio partes da fic pra ela :D)

Bom, galëre, estou adorando os reviews que estou recebendo! Muito obrigada! Quando eu clicar em "salvar a história" aqui embaixo vai aparecer que 12 pessoas foram notificadas. Cadê os reviews? Amiguinhos transparentes, manifestem-se. Quero ler as vossas opiniões :D

Bíblia das notas finais #off
Tchau povo, até sexta!



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