Geisterfahrer - a Menina do Tempo escrita por seethehalo


Capítulo 31
Fearless


Notas iniciais do capítulo

Aaah, nota rápida porque eu tô com pressa [a]
Então, na primeira vez que eu vi o clipe dessa música no MultiShow (sou multishowmaníaca, q), sabia que ela teria que estar na fic. E aí está ela õ/
É uma coisa contraditória, porque o trecho que eu coloquei (descobri que tinha feito a imagem em português AGORA, tive que refazer - e fiz errado duas vezes - com pressa e aqui estou eu) se refere à Mari, mas o título em si faz completa menção ao Bill.
O próprio capítulo explica por quê... O circo tá pegando fogo :B Eu me diverti PACAS escrevendo.
E quero ver neguinho reclamar do tamanho!



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Estamos dirigindo rua abaixo

Pergunto-me se você sabe que

Estou tentando tanto não me prender agora

Mas você é tão legal

Colocar as mãos em seus cabelos

Inconscientemente, faz eu te querer

Fearless - Taylor Swift  

*-*-*-*-*

 

     - Acho que você tem duas opções: ou você fala na lata... ou... parte pro ataque.

     Tá, não entendi.

     - Como assim, Tom?

     - Óh. O “falar na lata” é você chamá-la de canto, pra conversar, aí você fala tudo pra ela. Por exemplo... “Er, Maria, você é bem legal, eu sei que somos amigos, mas... é que tem mais de um ano que eu pago o maior pau pra você... sacomé?”

     - Que coisa mais seca, Tom.

     - É, pois é... Romantismo não é o meu forte, se você quiser deixe mais sensível o texto. Já a outra opção se divide em duas subclasses.

     - Que seriam...?

     - O ataque direto e o indireto. O direto é assim: vocês tão conversando, aí você puxa um assunto que tenha a ver e quando ela fizer uma pergunta qualquer, em vez de responder, você tasca um beijo na boca dela e depois você “traduz” o tique.

     Fiz uma careta.

     - O indireto – continuou ele -, que aliás eu acho que combina bem mais com a sua cara, é você ir jogando papo, dando umas indiretas, até ela perceber sozinha... Mas pelo amor, Bill. Indireta de santinho não cola. Então eu sugiro que, desde já, se quiser fazer isso, você tem que ser um pouco mais, digamos... selvagem.

     Já devia ser de madrugada quando voltei ao meu quarto a fim de tentar dormir. Estava decidido, eu irei adotar a estratégia do Tom e fazer com que a Mari perceba que eu não me contento mais em ser só o amigo cuti-cuti dela.

     E que tal ser um pouquinho mais sem-vergonha pra começar? Não sei por que devo me preocupar em dormir de roupa só porque a Maria tá aqui em casa. É a minha casa e tá um puto dum calor! Me despi e deitei na cama, refrescado, só de boxer, como há muito não fazia; e finalmente consegui pegar no sono.

     E só pra constar, essa ideia foi do Tom.

     BILL OFF

     Acordei relativamente cedo no sábado. Levantei, tomei café com a D. Simone e ela avisou que ia sair; me recomendando que se os gêmeos não levantassem em no máximo meia hora, era para eu acordá-los, senão se atrasariam para a última sessão de fotos antes do fim das gravações do CD.

     Pois não deu outra, passou meia hora e nada de Bill nem de Tom saírem dos quartos. Fui chamá-los. Primeiro bati na porta do Tom. Bati, chamei e depois de cinco minutos ele respondeu de lá de dentro que já levantava, aproveitei para lembrá-lo que tinham que sair. Depois foi o Bill. Bati, chamei e nada. Mais uns cinco minutos e Tom saiu do quarto. Passou por mim e disse:

     - A ideia é acordar o Bill? Esquece, não vai conseguir desse jeito. Tem que entrar lá e puxar o travesseiro dele. Pode entrar.

     Hesitei, mas acabei abrindo a porta e adentrei o quarto. Chegando mais perto da cama, vi que ele estava descoberto – e quase do jeito que veio ao mundo. Saí do quarto.

     - Ôh Tom... – chamei chegando na cozinha.

     - Hm? O Bill não acordou?

     - Não, eu não fiz nada. É que ele...

     - Tá de boxer. É assim que ele dorme.

     - Toda noite? Nunca vi o Bill dormir só de boxer.

     - É claro que não viu. Queria que ele ficasse andando assim pela casa? Vai dizer que não adorou a paisagem, o Bill dormindo quase peladão!

     Santa ironia.

     - Pelo amor de Deus, Tom. Cale a boca.

     - Ah vá que você não gostou. É só puxar o travesseiro. Vai lá.

     Fui. Morrendo de vergonha, mas fui. Entrei no quarto e chamei-o baixinho. Sem resposta, puxei o travesseiro.

     - Mãe! Dá meu travesseiro!

     - Não é a mãe. Levanta, Bill, vocês têm que sair.

     - Não é... – boceja – Ah... é mesmo, hoje a gente tem uma sessão de fotos. – senta na cama e esfrega os olhos.

     - E se você não levantar logo, vão se atrasar.

     - Pois é, né... – boceja e finalmente abre os olhos. – Bom dia, Mari.

     - Bom dia. Vá se vestir – mandei jogando  travesseiro na cara dele.

     - Tô confortável assim. Algum problema?

     - Vai sair de casa seminu?

     - É claro que não. Mas eu ainda estou aqui dentro.

     - Bill, se toca, cadê a tua educação? Vista-se e vá tomar café antes que se atrasem.

     - Ai, tá falando que nem a minha mãe...

     - Pra ver se você acorda.

     Silêncio.

     - Anda, Bill! – falei com tom de impaciência e saí do quarto.

     Eu hein. O que deu nele esta manhã?

     D. Simone disse que, essa semana, eu não preciso fazer as coisas em casa. E como era de se esperar, Bill foi completamente a favor. Aliás o Bill anda com um fogo que só vendo. Hoje, mesmo, resolveu acatar a ideia do Tom e sair andando pela casa de boxer.

     - Bom dia, Mari! – ele disse entrando na cozinha. – Primeira segunda-feira de julho. Oficialmente férias!

     - Que bom, né – falei com a boca cheia fazendo esforço para parecer indiferente à (falta de) vestimenta.

     - E aí, dormiu bem?

     - Er, sim? Desde quando você se importa com isso?

     Ele deu a volta na mesa, me abraçou por trás e disse no meu ouvido:

     - Sempre me importei. Você que nunca me deu atenção.

     Inútil dizer que eu me arrepiei toda.

     - Bill, vai se vestir.

     - Mas afe – ele mordeu uma torrada -, por que ultimamente você anda tão neurótica com o que eu visto?

     - Porque ultimamente você tem andado seminu pela casa – disse em tom sarcástico medindo-o de cima a baixo.

     - Me medindo? – morde a torrada – Mari, quê que há com você?

     Limpei a boca no guardanapo e levantei da mesa, saindo as cozinha sem dizer nada. Bill anda me irritando.

     Foi a mesma coisa pelo resto da semana. Passei a ignorá-lo quando ele dizia alguma coisa que me desagradasse.

     Na quinta à noite (tarde da noite), ele entrou no meu quarto.

     - Mari... tá dormindo? – sussurrou.

     - Eu tava.

     - Er... posso falar uma coisinha com você?

     Virei-me na cama para responder que sim e prestar atenção, mas o que disse foi uma bronca.

     - Bill, puta que pariu, o que você tá fazendo aqui a essa hora quase sem roupa?!

     - Ai... peraí. – ele saiu do quarto e em meio minuto voltou de robe. – Satisfeita?

     - Sim. O que você queria?

     - Er... outra coisa primeiro. Caiu a minha ficha de que eu ando sendo um chato de galocha com você. Me desculpa. Não faço mais – primeira vez que eu vejo um sorriso amarelo sincero. Não resisti e deixei a zanga e o embaraço pra lá.

     - Deixa quieto. Tá bom, Bill.

     - Então... o que eu queria falar com você é que eu queria te perguntar, quer ir na gravação com a gente amanhã?

     - Ah...

     - Vamos... Vai ficar aí, curtindo seu último dia com a gente fazendo nada?

     - Er... Ah, então tá bom. Vamos.

     - Ok. – me deu um beijo na bochecha. – Boa noite.

     - Dorme bem.

     - Pode ter certeza. – ele disse já saindo do quarto.

     Acompanhar um dia de gravação foi uma coisa ao mesmo tempo monótona e divertida. Hoje eu entendi por que um CD demora tanto pra ser gravado: é muita coisa a ser feita; eu não entendo nada, só sei que durante o trabalho de um dia inteiro tudo o que pode ser aproveitado foi um refrão.

     Voltamos para casa já eram mais de cinco horas. Passamos o resto do tempo vendo televisão, Tom num sofá e Bill e eu no outro. O tempo todo em silêncio. Durante o jantar, mais silêncio.

     POV TOM

     Passaram quinze minutos do fim da janta até a campainha tocar. Não havia necessidade de anunciar quem batia à nossa porta àquela hora; só podia ser a D. Silvíe vindo buscar a Maria.

     Bill estivera inquieto e silencioso desde quando saímos da gravadora, e eu sabia que era porque a Maria vai embora hoje.

     D. Silvíe levou a mala da Maria para o carro enquanto esta se despedia de nós. Primeiro me deu um abraço, dizendo “tchau, Tom”. Depois a minha mãe, agradecendo por tudo. E depois o Bill, que estava no meio; ela deu um abraço e um selinho Peraí... eu perdi alguma coisa?! Os dois se abraçaram mais forte ainda e ela foi correndo pro carro. Bill fechou a porta e adentrou a casa nervoso.

     Minha mãe e eu ficamos em pé parados boiando na cena. Ela me lançou um olhar de acusação, e eu disse:

     - Não me olhe com essa cara, mãe. Tô tão surpreso quanto você.

     TOM OFF

     POV BILL

     Entrei no quarto, deitei na cama e fiquei olhando pro teto. Ela foi embora. E aí? Fique pensando em nada até cair no sono. Quando achei que não conseguiria mais segurar as pálpebras abertas, arrumei a cama, me despi e dormi.

     Acordei tendo uma ideia. Uma ideia legal. Pra me redimir. A manhã passou tranquilinha. Depois do almoço, fui pra casa da Mari. Cheguei na portaria do prédio e pedi pra interfonar pro 62.

     - É quem? – Mari atendeu.

     - Oi, Mari. Sou eu, o Bill. ‘Cê tá ocupada agora à tarde?

     - Er, não. Por quê?

     - ‘Bora lá no parque?

     - Vamos. Vai subir?

     - Não precisa, te espero aqui embaixo.

     - Ok, não demoro.

     Não passaram cinco minutos e ela desceu. Dali fomos para o Parque Municipal.

     BILL OFF

     Passei a tarde com Bill no parque, correndo pra lá e pra cá, comendo doces e jogando papo fora.

     - Eu vou sentir a sua falta lá em casa. Me acostumei com você. – ele disse quando nos sentamos num banquinho.

     - Você desacostuma rápido.

     - Ou não.

     Breve silêncio.

     - Tudo bem, Bill?

     - Ahn, tudo. Não deveria estar bem?

     - Claro. Mas você parece ansioso.

     - É que, Mari... Eu queria te falar uma coisa... – falou se aproximando.

     Virei o rosto para ouvi-lo, mas ele não disse nada. Me deu um selinho um pouco prolongado demais e saiu correndo.

     - Ôh Bill, seu besta!! – gritei saindo correndo atrás.

     Persegui o filho-da-mãe pelo parque. Não demorou muito e ele tropeçou e caiu no chão. E eu, atrás, tropecei e caí em cima dele. Há tempos nós não nos importamos com a proximidade, mas do jeito que estávamos era realmente embaraçoso. Levantamos meio sem jeito e, vendo que ia chover, decidimos voltar.

     Deixamos o parque rindo muito do incidente que acabara de acontecer. Já caía uma fina garoa, que só servia para apressar-nos ainda mais.

     Quando chegamos ao portão do meu prédio, dei-lhe um abraço, beijei-lhe a bochecha e agradeci o passeio.

     - Hey – ele chamou -, lá no parque foi sacanagem minha porque eu roubei, mas agora se você negar vai ser sacanagem sua porque eu tô pedindo.

     Ergui uma sobrancelha, mostrando que não entendi. Ele deu duas batidinhas nos lábios com o indicador e disse:

     - Selinho.

     - Ah. – falei meio hesitante, descendo os dois degraus da entrada.

     Olhei nos olhos safados dele. Desci pra boca, e voltei aos olhos numa fração de segundo; observei que nunca tinha notado como a boca do Bill era... sei lá. Não tinha nada de especial nela, mas com certeza fazia qualquer uma se pegar imaginando coisas. E eu me peguei olhando pra boca dele de novo. E ali estava eu, sendo solicitada pelo próprio para fazer coisas.

     Tomei coragem, me aproximei... me ergui na ponta dos pés e dei-lhe um suave beijo em algum ponto entre o meio e o canto da boca.

     Ele pegou a minha mão e a entrelaçou com a sua, puxando-me para perto. Mas eu me afastei, disse tchau baixinho e entrei no prédio.

     POV BILL

     Voltei pra casa tão feliz que só faltou sair pulando no meio da rua. Eu estava decidido a fazê-la ver de uma vez por todas o que há muito eu sentia. Respira, Bill; eu dizia a mim mesmo. Se for olhar, isso é um passo insignificante, mas o primeiro já representa metade de toda a ação.

     E vou fazer isso, já me convenci. E se ela não perceber por ela mesma, vai notar por livre e espontânea pressão. Serei mau se for preciso, mas estou farto de guardar esse amor na gaveta sabendo que posso muito bem ser correspondido.

     Até esqueci de dar uns cascudos no Tom pela primeira ideia dele não ter dado certo. Não sei o que me deu na cabeça quando fui escutar o meu irmão.

     BILL OFF

     Aquilo, de certa forma, me atordoou. Por que eu fiquei nervosa tão de repente? Por que... meu coração tá batendo tão rápido? Eu... não sei o que está havendo. Foi só um selinho, já fizemos isso outras vezes e nunca teve nada de mais. Mas agora... Talvez o jeito, que ele pediu, tenha me surpreendido, porque sempre acontece espontaneamente, nenhum de nós nunca pediu pra dar um selinho, a gente simplesmente deu. Mas isso lá é motivo pra ficar nervosa?

     - Qual é... Eu tô paranoiando – disse a mi mesma. – Somos bons amigos e isso não tem nada de mais. É...

     Bill é um anjo. Mesmo quando eu pus ele e o mundo contra mim, lá estava ele, como uma última corda a que eu pudesse me agarrar. Se não fosse por ele, não sei onde estaria agora.


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Notas finais do capítulo

Biu revelando seu lado dumal :B (66'
Eu ri horrores escrevendo.
O negócio vai ficar bom a partir de agora [a]
No próximo, o circo vai pegar fogo MESMO, aguardem (:

Ah
Nesse capítulo também tinha um pedaço que eu escrevi no celular õ/
Dessa vez foi a parte onde começa em "Deixamos o parque [...]" até o finzinho.
Ok... Deixa eu cair forinha antes que a minha mãe ameace marretar o meu pczinho...
Até sexta, galere :D