Cedrico resolveu não pensar muito foi até Sarah, que mantinha a expressão confusa no rosto.

“Oi Sarah”

Ela se sobressaltou, não tinha visto Cedrico se aproximando, mas o que ele tinha dito mesmo? Ele realmente estava falando com ela?! 

“Eu disse, oi Sarah...”  Cedrico disse se inclinando na direção de Sarah e olhando divertido para a menina, ela não precisava ficar tão constrangida na presença dele.

“Ah... eh... desculpa, oi” 

Sarah não era burra, muito pelo contrário,  mas se sentia completamente estúpida perto de Cedrico, era como se ele sugasse toda sua confiança, os joelhos tremiam, o coração acelerava e ela ficava completamente incapaz de formular sentenças coerentes. Cedrico era uma espécie de celebridade em Hogwarts, o menino de ouro, o motivo dos suspiros de 9 entre 10 garotas da escola, porque ele perdia tempo falando com ela.

“Então, eu estive pensando” começou Cedrico, era impressão de Sarah ou ele realmente estava meio constrangido? “Bom, a gente tem morado a maior parte do ano, durante os últimos três, no mesmo lugar e bom, eu não sei nada sobre você.” ele terminou olhando para os próprios pés. E se amaldiçoou por isso, onde estava toda aquela confiança de dois minutos atrás? 

Foi a vez de Sarah ficar encantada com o constrangimento de Cedrico, então ele realmente estava interessado em saber mais sobre ela e estava tão constrangido quanto. “ Acredito que você esteja em desvantagem, eu sei mais sobre você, bom, sei o que todo mundo sabe. Eu não sou nem de longe tão comentada pelos corredores” ela respondeu com um sorriso que se não devolveu toda a confiança de Cedrico deu a ele no mínimo uma nova injeção de ânimo.

“Bom, acho que deveríamos corrigir esse terrível engano e equiparar um pouco as coisas, além de muito provavelmente corrigir as informações que você já tem, garanto que metade do que você já escutou ao meu respeito ou é mentira ou exagero. Então o que me diz? Já que as suas amigas te abandonaram, posso acompanhar você?”

“Claro que pode!” Ela respondeu rápido de mais, Cedrico sorriu e ela o acompanhou. 

“Você devia pensar melhor o caminho é longo e pode ser que você descubra que eu sou um chato e não tenha pra onde fugir”  disse ele com um pesar fingido. 

“ Sr. Diggory, uma das coisas que vai descobrir sobre mim é que eu tenho o maior talento do mundo para aturar chatos” Sarah respondeu fingindo seriedade.  

      “Eu meio que desconfiava disso, afinal você anda com o Córmaco por ai...” disse ele ainda brincando.

“ Na verdade ele é o melhor amigo que você pode ter quando o conhece melhor” Ela sentiu a necessidade de defender o amigo, mesmo sabendo que Cedrico estava brincando.

“Eu tenho certeza disso... eu só estava brincando eu...” Cedrico ficou desconfortável novamente, onde ele estava com a cabeça, a primeira conversa de verdade que ele tinha com ela e estava caçoando do melhor amigo. Isso ai, muito esperto Cedrico! 

“Não se preocupe, eu sei!”  Sarah tocou seu braço tentando consola-lo. Quando sentiu o toque voluntário de Sarah, Cedric sentiu algo totalmente novo, algo como um arrepio que começava exatamente no ponto onde ela tocava e se espalhava por todo o corpo. Falando assim parece uma coisa ruim, mas ele nunca se sentiu tão bem em toda a sua vida.

Ela estava segurando seu braço a uns 7 segundos agora, ele não resistiu e olhou para ela, seu rosto tinha um ar de preocupação, algo que que definitivamente não combinava com olhos tão bonitos. Cedrico sorriu e observou com alívio a preocupação sair do rosto da menina e dar lugar àquele sorriso que tanto o agradava. 

“Então vamos?”  Ela disse tirando sua mão do braço dele e Cedrico de uma onda desconexa de pensamentos.

“Ah... claro, vamos” Ele queria tanto que ela continuasse tocando nele. Será que ela se importaria se ele pegasse sua mão? Não, cedo de mais, ela ficaria assustada e ele ainda não sabia quase nada sobre ela. 

“Então Cedrico, o que você quer saber?” Sarah disse começando a andar em direção a Hogsmeade  

“Bom eu quero saber muitas coisas sobre você, mas acho que podemos começar com as informações básicas” 

“Ok, Sarah Joanne Bingley, mas nunca comente isso com ninguém por favor, moro com meu pai em Londres, na parte trouxa, e sim, papai é trouxa. Meus avós por parte de mãe são bruxos e moram em Exeter. Eu gosto de quadribol, feijões de todos os sabores e quarteirão de queijo”

“Então, Jo. Você mora como trouxa em Londres, com seu pai trouxa mas tem referencias mágicas... isso deve ser um pouco confuso, não? e o que é um quarteirão de queijo?!” 

“ Não, não é mais, como sempre foi assim acabei me acostumando a estar entre os dois mundos. Sempre vou ser meio bruxa, meio trouxa. Quarteirão de Queijo é um sanduíche nada saudável de uma lanchonete muito famosa dos trouxas. E se me chamar de Jo de novo, ou comentar isso com alguém eu nunca mais falo com você”

“ Ok, me desculpe eu não resisti, se depender de mim ninguém nunca vai saber seu nome completo. Então é minha vez, Cedrico Diggory, só Cedrico mesmo, moro com meus pais em Ottry St. Catchpole, ambos bruxos. Tive uma experiência ruim com um feijão de todos os sabores e desde então eu os tenho evitado e preferido sapos de chocolate, e não conte para ninguém mas eu ainda coleciono as figurinhas.” Cedrico sussurrou a última parte. 

“Isso é muito bonitinho, Cedrico só Cedrico!”  Sarah disse rindo e Cedrico ficou mais constrangido do que nunca, as bochechas se tingiram de um tom escuro de vermelho. “Então é assim, temos nosso primeiro segredo. Você guarda a minha verdadeira identidade e eu não conto pra ninguém sobre as suas figurinhas”

A essa altura eles já estavam na entrada do vilarejo e nenhum dos dois queria se separar e encontrar com os amigos. “Então, tem alguma coisa planejada com os seus amigos ou nós podemos continuar com as revelações constrangedoras?” Cedrico perguntou cheio de expectativa.

“Na verdade eu tenho sim, mas acho que vou preferir encarar a fúria da Kátia mais tarde.” Sarah respondeu rindo.

“Tem certeza? A Bell pode ser terrivelmente assustadora!” Cedrico simulou um arrepio de medo.

“Como você é bobo Cedrico” Sarah disse rindo da brincadeira  “Eu tenho certeza sim, ela parece assustadora mas não vai fazer nada terrível comigo, no fundo, no fundo ela  é bem mansinha e muito provavelmente vai canalizar toda a raiva pra você.”

“É muito tranquilizador saber disso, acho que vou ter que prestar do dobro da atenção nos balaços no próximo jogo”

“Eu faria isso. Mas o que vamos fazer enquanto incitamos s raiva da minha melhor amiga?”

“Ah não sei, é sua primeira vez aqui não é? Então você decide”

“Ótimo, eu quero ver tudo  comprar alguamas coisas... você vai achar besteira, bom, a Kátia acha, mas eu quero ir a casa dos gritos, dizem que é arrepiante mesmo de dia.”

“Não é besteira... você quer ir nós vamos, mas por favor me diga que a parte das compras vai ser rápida.” com genuíno pesar na voz. Cedrico odiava compras. 

“Vai ser rápido e prometo que vai ser divertido!”

“Ok. Você quem manda”

Depois de um tempo, maior o que Cedrico esperava ou gostaria, as compras acabaram e os dois estavam seguindo para a Casa dos Gritos, estavam passando pela Dedosdemel e conversando banalidades quando Sarah derrepente pegou a mão de Cedrico. 

“Você se importa com mais uma loja? Eu já notei que você odeia compras mas essa vai ser rápida prometo.” 

“E eu te nego alguma coisa?” Ele ainda estava meio aturdido com o fato dela estar segurando sua mão, exatamente do mesmo jeito que ele tinha fantasiado mais cedo. 

Ele entraram na Dedosdemel, todas as garotas da escola que estavam dentro da loja suspiraram patéticamente quando viram Cedrico e depois mediram Sarah da cabeça aos pés, Cedrico ficou incomodado com a situação, ele podia sentir a tensão de Sarah apenas segurando sua mão. 

“Acho que entendi por que você não gosta de compras...” Sarah sussurrou pra Cedric e ele riu. 

“Pegue o que você quer e vamos sair daqui...” Disse ele ainda rindo ao sentir ela relaxar um pouco. 

Ela pegou feijões de todos os sabores, sapos de chocolate e alguns caramelos. Cedrico ignorou os feijões como de costume. Saíram da loja e Sarah quase perdeu um dos sapos o que arrancou gargalhadas nada discretas de Cedrico. 

“Há há, muito engraçado Sr. Diggory”  Sarah não gostava que ele risse dela, fazia com que se sentisse mais inadequada para estar com ele do que os olhares de desdém  que ela recebeu das outras garotas o dia todo. 

“Me desculpe mas foi hilário.” Cedrico tentava limpar as lágrimas que brotavam nos seus olhos de tanto rir. “ Só não me chame de Sr. Diggory, eu prefiro que você me chame de Cedrico, Sr. Diggory  parece que você está com raiva de mim!” Ele disse quando recuperou o fôlego.

“Tudo bem, mas não ria de mim!!” Disse ela ainda irritada, fazendo um bico que fez Cedrico escondesse um sorriso e fizesse uma nota mental, devia irrita-la com mais frequência ela ficava linda. 

“Ok, desculpe!” disse sinceramente dessa vez.

“Está desculpado, quer a figurinha?” Ela estendeu para ele uma com a figura de Newt Scamander.

“Obrigado.” Ele pegou a figurinha com um sorriso. “Chagamos, a Casa dos Gritos, o lugar mais mal-assombrado da Grã-Bretanha” ele disse solene olhando a reação de Sarah. 

“Wow, é diferente do que eu imaginava.” Nesse momento um vento frio passou pelos dois. Sarah, segurou o braço de Cedrico assustada, ele a abraçou, foi completamente involuntário mas completamente natural, ela não saiu do abraço.

“Está tudo bem, foi só o vento, aqui é mais alto do que o resto do vilarejo” Ele disse sussurrando próximo ao ouvido da menina em seus braços, ela se arrepiou e ele sorriu. 

“Ai estão vocês!!! Eu procurei a senhorita por todo o vilarejo, achei que você tinha se perdido, morrido sei lá” Kátia se aproximou deles gesticulando freneticamente mas Sarah não saiu do abraço de Cedrico, era tão quente, confortável e seguro e ele não parecia querer solta-la. Só se virou de modo que ficasse de frente para Kátia “Eu posso saber porque você não foi me encontrar...”

“Vocês me abandonaram e o Cedrico me fez companhia, no fundo você sabe que  a culpa é sua”  Sarah respondeu tranquila. 

“Bom, a gente resolve isso depois, você vem com a gente ou vai ficar com o príncipe encantado?” 

Sarah olhou para Cedrico e depois pra Kátia. “Acho que vou ficar mais um pouco por aqui, você se importa?” Ela fez uma pequena careta.

“Claro que não... vejo você no jantar, divirta-se mas não muito, ok?! Quanto a você lufano, leve minha amiga pra casa em segurança e inteira” Kátia disse séria. Era óbvio que ela não estava nada feliz por ter sido abandonada.

“Pode deixar Bell.” Cedrico disse fazendo uma pequena careta cómica para Sarah.

Ainda não tinha acontecido nada entre os dois mas ninguém seria capaz de negar que alguma coisa iria acontecer e em breve, eles já tinham se encontrado e o clima estava todo ali, era apenas uma questão de tempo. 

Pouco tempo depois  Cedrico e Sarah seguiram ainda conversando de volta para o castelo. Ele tinha tinha um treino marcado com o resto do time de quadribol da Lufa-lufa. 

“Então quer assistir o treino?” Cedrico propôs sorrindo enquanto entravam novamente na escola. 

“Não acho que seja uma boa ideia dar à casa rival alguma noção do que vocês estão armando para o próximo jogo, além do mais se alguém na Grifinória descobrisse iam ficar me enchendo para entregar o jogo.” Ela disse se divertindo com a imagem mental que fazia de Kátia, Córmaco e os Weasley tentando faze-la falar. 

“Bom, tudo bem então” Cedrico disse meio desapontado. 

“Vejo você no São Principal mais tarde Cedrico.” Ela disse tentando anima-lo um pouco.

“Mais tarde”  ele ficou olhando enquanto ela ia embora pelo longo corredor. Que provavelmente levaria a menina para a Sala Comunal da Grifinória, seria tão mais fácil que eles simplesmente fossem da mesma casa. Cadwallader e Smith passaram por ele tirando-o dos seus pensamentos e arrastando o amigo para o treino.