Unique Love escrita por Gabriel Lucena


Capítulo 9
Capítulo 9


Notas iniciais do capítulo

Demorei, mas voltei!



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Após algum tempo tentando, não consegui de novo quaisquer informações sobre o paradeiro de Roger, então chamei Artur.

 

— E aí, conseguiu? - perguntou ele, se aproximando.

 

 

— Bom, consegui ligar para um deles e perguntar sobre o que precisávamos, mas ele disse que não sabia de nada. - suspirei.

— Mas e se o cara estiver mentindo? Vai que ele sabe de tudo mas está sendo obrigado a fingir que não sabe de nada? - sugeriu João.

— Bom, aí a coisa fica complicada, porque assim nunca nenhum deles vai nos dar uma pista da verdade. - suspirou Miriam.

— Realmente, estamos sendo completos inúteis nessa busca, tanto quanto a polícia. - bufou Artur.

— E o que a gente faz então? Desistimos? - perguntei.

— Não, melhor... Vamos dar um tempo e fingir que desistimos, depois a gente entra em contato de novo. Porque se eles acharem que desistimos, quando retornarmos a entrar em contato podemos pegá-los desprevenidos, eles não vão conseguir esconder da gente. - sugeriu Artur.

— Faz sentido, se eles realmente não querem nos atingir e sim sequestraram o Roger apenas por alguma coisa envolvendo eles, então é bem capaz sim de isso dar certo. - sorriu João - Só precisaremos usar um telefone público ou que eles desconhecem, sei lá.

— Ótimo, combinado. Agora, deixem-me apresentar à vocês Maria Alice, ela trabalha em um escritório na esquina de onde trabalho. Maria Alice, elas são Marina e Miriam e ele é o João. - apresentou Artur.

— Muito prazer pessoal! - sorriu ela, cumprimentando a gente com um sorriso.

— Prazer é nosso! - sorriu João.

Mesmo depois de cumprimentá-la, senti que alguma coisa estava errada comigo, pois ao mesmo tempo que eu fiquei feliz por Artur ter achado uma pessoa para fazer companhia durante o trabalho e até nas folgas, também fiquei meio incomodada. Será que aquilo significava que Artur realmente estava disposto a me esquecer?

— Licença que eu vou no banheiro rápido. - disse ela, depois de um tempo conversando.

— Toda. - sorriram os meninos, educadamente, mas logo João foi até Artur.

— Ela é sua namorada? 

— Tu é surdo ou se faz hein guri? Acabei de falar que é só minha colega de trabalho. - bufou Artur.

— É, conheço essa história... aí depois passa de colega de profissão para "amiga colorida" e depois para "namorada"... 

Artur o interrompeu.

— Qual o problema com isso? - ele o olhou, sério.

— Calma meninos, não precisam brigar! - interviu Miriam - É amor, o Artur tá certo. Ele é solteiro e se quiser encontrar outra menina para namorar ele tem direito. 

— Viu? A não ser que você tenha se apaixonado à primeira vista por ela. - riu Artur fazendo Miriam o olhar.

— Claro que não, só fiquei espantado, pensando que você tinha superado a Marina bem rápido. - completou João.

A verdade era que até a volta de Artur, eu realmente amava ele e estava disposta a terminar tudo com Roger assim que aquela festa onde nos reencontramos, terminasse. Mas as palavras ditas por ele naquela noite me fez mudar de ideia, pode ter adormecido os sentimentos, mas se ele quisesse voltar, eu estaria lá. E provavelmente foi por isso que fiquei meio enciumada dele ter aparecido cheio de marra para a Maria Alice, talvez fosse ciúmes porque eu ainda gosto dele. Será? Talvez.

Algum tempo depois, Maria Alice saiu do banheiro e se despediu da gente, pois tinha que ir embora para um compromisso que ela tinha com o trabalho.

— Qualquer dia desses toma um café da tarde conosco. - convidou Artur.

— Claro, se eu puder venho sim. - sorriu ela, indo embora.

Quando ela desapareceu, João se levantou.

— Bom, acho que agora podemos ir né? - disse.

— Sim, vamos nessa. - concordou Artur e Miriam e eu concordamos.

Então pagamos o estacionamento e saímos do shopping indo para o carro. Durante cinco minutos de trajeto, ouvimos o celular de Miriam tocando.

— Oi mãe. Sim, estamos saindo. Calma, fala direito. - ela disse, me deixando preocupada. - Poxa mãe, que droga! Calma, estamos indo aí! 

— O que houve amiga? - perguntei, preocupada.

— O Benjamin, parece que foi para o Pronto Baby, ele caiu da escada enquanto brincava pelo corredor. - ela disse, nervosa - Artur, dirija pro Pronto Baby do nosso bairro! 

— Pode deixar! - respondeu Artur, visivelmente preocupado.

Demorou cinco minutos para chegarmos lá, tão logo o carro parou, João e Miriam saíram igual dois foguetes. 

— Esperem aqui, a gente já volta! - falou João, fechando a porta sem deixar a gente falar ou descer.

— Espero que ele fique bem. - falou Artur.

— Ele vai ficar sim. - encorajei.

— Tá pouco movimentado lá né?

— Também, quase seis horas...

— Até que ficamos bastante tempo no shopping, pra mim tinham se passado só dez minutos. - riu ele.

— Para mim também, que engraçado. - eu ri sem graça.

Logo os dois voltaram e pareciam preocupados.

— Como ele tá? - perguntei.

— Artur, o Benjamin vai ter que ficar em observação durante a noite e nós precisamos ficar com ele! - disse João.

— É tão grave assim? - perguntou Artur.

— Não, mas é por precaução, sabe como são os médicos. - falou Miriam.

— Sim sim, muito cuidadosos. 

— Espera, quer dizer que vocês terão que dormir no hospital? - perguntei, chocada.

— Sim, por quê? - quis saber Miriam.

— Artur, me leva pra sua casa, eu prometo que vou embora amanhã cedinho. - pedi, o olhando.

— Ué, por quê? Os dois já disseram que não tem problema você dormir lá na casa deles.

— Não Artur, eu... - o olhei e suspirei, tinha vergonha de contar isso pra ele - Eu... tenho medo de dormir sozinha.

Artur soltou uma risada.

— Qual é Marina? Você sempre dormiu sozinha, desaprendeu como é depois que casou? - zombou ele.

— Não Artur, eu dormia sozinha no meu quarto mas tinha os meus pais lá na casa. Agora, dormir sozinha numa casa totalmente vazia eu não tenho coragem, entendeu? - ralhei.

Artur olhou o casal de fora do carro.

— Espero que o filho de vocês melhore e volte pra casa logo. - disse ele.

— Obrigado irmão, pela força. - sorriu João, apertando a mão dele.

— Vem pra frente Marina.

Obedeci e fui para o banco do carona, colocando o cinto, nos despedimos de nossos amigos e ele começou a dirigir pra casa dele.

                                              ***

Depois de sair do Pronto-Baby com Marina, fiquei o resto do caminho calado, pensando se talvez aquilo não tenha sido uma armação do casal, uma desculpa para eu levar Marina pra minha casa e passar a noite lá, ou até mais de uma. Porque isso foi a primeira coisa que eles me sugeriram quando a Marina decidiu sair da casa do Roger e eles eram contra eu estar tratando Marina com indiferença, como se eu fosse um cara rancoroso.

E devo dizer que, eles estavam certos.

Depois que conheci Maria Alice, contei para ela toda a nossa história, desde que éramos crianças, na adolescência quando aconteceu a confusão de casais, o nosso namoro... tudo, até chegar nos dias de hoje, quando voltei. E ela simplesmente me deu todo o apoio do mundo, me deu razões para ficar frustrado, mas não apoiou muito eu estar tratando ela daquela forma. Ela me deu uns conselhos que meio que eu não tive muito tempo para refletir, mas ali, naquele momento, foi a hora certa para pensar e ver que realmente, quem estava contra as minhas atitudes para com Marina, estavam certos, eu estava mesmo sendo muito duro com ela.

Passamos na casa do casal vinte para pegar as coisas dela, já que eles haviam feito uma cópia da chave deles para Marina poder entrar durante o tempo em que ficasse fora da casa de Roger e só então, seguimos para minha casa, já eram quase oito da noite, estávamos famintos. E o principal incômodo era a reação dos meus pais quando a vissem.

Mas, como não tínhamos outra escolha, decidi encarar. Portanto, assim que entramos, os procurei.

— Caramba Artur, você demorou, estava preocupado com você! - bronqueou meu pai.

— Desculpa pai, passei quase todo o tempo dirigindo. - falei.

— Sei... Olá Marina. - ele a olhou sem sorrir.

— Olá seu Antônio. - Marina respondeu.

— Por quê não avisou que ela viria filho? Eu teria avisado sua mãe para colocar mais um lugar na mesa. 

— Eu não sabia que ia precisar, decidimos agora. - respondi.

— O que tem eu? - falou minha mãe, surgindo da cozinha. Ao ver Marina, olhou-a chocada.

— Oi mãe. Sim, eu trouxe a Marina para jantar com a gente. - confessei.

— Tá louco filho? Depois de todo o sofrimento que ela te causou? - ralhou minha mãe.

— Calma, não é o que a senhora tá pensando, o Roger e os pais dele desapareceram, só que a Marina não quer ficar sozinha esperando notícias, ela precisa de apoio agora. - suspirei, a reação dela foi pior do que eu esperava.

— Desapareceu? Como assim? - perguntou meu pai, chocado.

— Ela não tem mais pais não? Pedisse ajuda para eles. minha mãe o interrompeu.

— Tenho, mas eles disseram que por enquanto não me querem lá. - Marina disse, cabisbaixa.

— E o João e a Miriam? 

— O filho deles tá de observação pro pronto-socorro e eles terão que ficar com ele até amanhã. - anunciei prontamente.

— Ah que ótimo, sobrou para nós agora! Antônio, faz alguma coisa! 

— Vou fazer sim! Artur, já vamos servir o jantar, estávamos só te esperando. Ponha mais uma cadeira na mesa enquanto eu falo com a sua mãe. 

— Pode deixar. 

Então, subi para o meu quarto, onde tinha um colchão que eu sempre usava quando visitas iam dormir em casa e Marina me ajudou a arrumá-lo.

— Viu porquê eu não queria que você viesse ficar aqui em casa durante esse tempo? O papai e o Lucas nem tanto, mas a mamãe e a Júlia estão muito pistola com você por não ter me esperado. - lamentei.

— Eu entendo... realmente pisei na bola, desculpa. - ela tinha lágrimas nos olhos.

— Ei, não precisa se lamentar, não foi culpa sua. - falei segurando seu queixo.

— Você... não está mais bravo comigo? - ela tinha um brilho nos olhos.

— Estou apenas decepcionado com você, tantos sonhos, tantos planos que fiz para nós quando eu voltasse fui obrigado a jogar no lixo por essa situação, mas eu não tenho que guardar mágoas de você. Maria Alice me deu uns conselhos e eu percebi que estava sendo injusto com você. - confessei, a olhando.

— Ela é realmente uma garota especial então. 

— Sim, eu acho... Ela me disse para não ser rancoroso, principalmente agora que você está praticamente sozinha nessa situação. Só estou te ajudando até a gente encontrar o Roger e tudo se resolver, ok?

— Ok.

Sorrimos um para o outro e então, terminei de arrumar a cama dela e enquanto ela descia para o jantar, fui tomar banho e depois desci, só esperando que Júlia e minha mãe tratassem Marina ao menos com respeito. 

 


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Notas finais do capítulo

É isso, até mais!