Unique Love escrita por Gabriel Lucena


Capítulo 6
Capítulo 6


Notas iniciais do capítulo

Capítulo postado rapidinho, pois não poderei postar no fim de semana...



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No dia seguinte, durante o café, não contei para meus pais sobre Maria Alice, porque eu havia acabado de "perder" Marina e então eles podiam ficar me enchendo falando que ainda era muito cedo para pensar em outro relacionamento. Eu sei que pode ser exagero, mas vocês não conhecem meus pais. Até meus irmãos poderiam fazer brincadeiras como essas comigo também. Claro, eu não ia comer pilha deles, mas não tinha mais paciência pra ficar aturando essas brincadeiras.

No final do dia, estava caminhando para o ponto de ônibus que me levaria pra casa e percebi que ela estava na esquina da rua onde o ponto ficava. Apressei o passo e fui até ela tocando em seu ombro.

— Parece que o destino quis que a gente se encontrasse de novo hein? - sorri.

— É, parece que sim. - riu ela, sem graça.

Tão logo chegamos no ponto, o ônibus chegou e entramos no mesmo. Ele não estava tão cheio como da outra vez, mas estava com bastante passageiros. E o trânsito, como sempre, bem cheio.

— E como tá indo o livro? - perguntei estranhando ela não estar com ele.

— Ah, esqueci ele... - ela riu - Mas tá muito bom, a história é ótima.

— Que bom, quando você acabar de ler me empresta? Aí a gente faz uma troca de livros.

— Pode ser... me passa seu número pra eu te avisar quando terminar.

Assenti e ela pegou o celular me entregando. Anotei meu telefone e devolvi para ela. Maria Alice sorriu e colocou o celular na bolsa novamente. O resto do caminho fomos puxando um assunto de vez em quando, era algo estranho, tínhamos conversado tanto na tarde anterior e não conversamos quase nada daquela vez. Talvez a gente tenha conversado sobre quase todos os assuntos que a gente gostava de conversar e agora estávamos ficando sem nenhum, mas eu precisava dar um jeito nisso.

Assim que nos despedimos pois o ponto dela chegou, desci do ônibus logo depois e caminhei pra casa. Cheguei e só havia meu pai no sofá.

— Oi pai. - falei entrando.

— Oi Artur, como foi o trabalho? - perguntou ele, me olhando.

— Legal, de boas.

Então subi pro meu quarto e tomei um banho para relaxar. Troquei de roupas e desci mais uma vez para o jantar.

— Filho, como foi no trabalho? - disse minha mãe, se servindo.

— Foi bem. - falei me sentando e me servindo.

— Papai ainda não te ajudou a comprar um carro? - perguntou Júlia.

— Calma, é só o segundo dia. - falei.

— Mas mesmo assim, você já devia ter seu carro, todo dia indo e vindo de ônibus. 

— Você anda de ônibus todo dia para ir à escola. - rebateu Lucas.

— Mas é um ônibus escolar com minhas amigas, o que ele anda é diferente! 

— Tá bom crianças, não briguem! - meu pai quase gritou. - Eu sempre fui um pai de palavra com vocês. Eu prometi que ia ajudar ele a comprar um carro. Quando eu puder, vou lá ajudar ele, ponto. - disse ele.

— Aí você nos leva para dar uma volta? - perguntou Lucas.

— Pra onde? - o olhei, confuso.

— Para onde eu quiser. Já pensou no final da tarde a gente chegando no shopping de carro, só nós três? 

Entendi o que ele queria e assenti sorrindo.

— Sim, tudo bem. Eu levo quando tiver o carro. - finalizei e eles comemoraram.

O que acontece é que Lucas e Júlia queriam que quando eu tivesse um carro, nós três tivéssemos um momento de irmãos, já que eles quase nunca tinham tempo de ir comigo, pois eu sempre tava ocupado com algo, seja estudando, seja fora de casa com amigos... E como o pai nunca tinha tempo para levá-los, pois quando chegava em casa estava cansado demais ou o shopping já estava quase fechando. Então aquela seria a oportunidade perfeita para eles dois aproveitarem ao máximo o que eles quisessem no shopping.

Depois do jantar, fui para o meu quarto e quando me sentei, mandei mensagem pra Maria Alice.

Oi, chegou bem?

Ela demorou alguns segundos pra responder.

Oi, cheguei sim. E você?

Cheguei também, acabei de jantar e agora tô sem nada pra fazer.

Eu estou indo jantar agora.

Ah, então bom apetite rs (emoji dando tchau)

Obrigada (o mesmo emoji)

Deixei o celular de lado e entrei na Netflix para tentar achar algo pra ver e me distrair. Fui brigando com o controle quando meu celular tocou. Era João. 

— Espero que não seja outra festa. - pensei enquanto atendia.

— Artur? 

— Fala João!

— Mano, não sei o que está fazendo mas vem pra cá rápido! 

— O que aconteceu? 

— Não dá tempo de explicar, vem logo pra casa e eu te explico tudo.

— Tá bom, até depois!

Então desligamos e eu comecei a me aprontar rapidamente. O tom sério e aflito do João ao telefone me deixou um pouco preocupado. Primeiro, me levantei da cama e depois fui escovar os dentes, não podia ir pra casa do João com hálito de comida. Olhei no meu celular eram 19:30 o que significava que ainda era cedo, mas não podia demorar. Me arrumei em cinco minutos e saí de casa pedindo um uber, já que meu pai ficou bolado quando usei o carro dele para ir à festa onde reencontrei Marina. Ele me pegou em dois minutos e eu entrei. 

                                           ***

Já havia amanhecido e os pais de Roger não haviam voltado pra casa. No começo, não estranhei, talvez eles já tivessem saído de casa, afinal, o filho deles estava desaparecido e eles precisavam correr atrás de pistas, então talvez eles tenham o encontrado e por isso eles saíram mais cedo. Rezei com todas as forças para que tivesse sido isso.

Durante o café da manhã, nenhuma mensagem. Suspirei. Era estranho, se o Roger realmente tinha desaparecido e não me mandou mensagem, talvez tenha sido sequestrado ou assaltado... Era possível.

Na hora do almoço, eu mesma cozinhei e deixei ainda mais comida de sobra para caso eles chegassem, mesmo que sozinhos, para comerem, mas nem assim eles apareceram. Eu já estava começando a ficar preocupada de verdade e resolvi ligar para eles. Se o telefone do Roger nem sequer chamava, apenas caía na caixa postal, os deles chegavam a chamar, mas nunca atendiam. O que era muito suspeito e preocupante, eles haviam sumido do nada e eu precisava encontrá-los, mas eu não iria conseguir sozinha. Depois de passar o dia todo ligando para eles sem receber respostas, resolvi ligar para Miriam.

Ela atendeu no quarto toque.

— Oi Marina, desculpa a demora, tava amamentando o Benjamin. 

Benjamin era o nome do filho dela, o que me deixou aliviada.

— Olha, eu sei que não parece uma boa hora mas... será que posso ir aí? Aconteceu algo que tá me deixando preocupada e preciso de sua ajuda.

— Claro, mas o que aconteceu?

— Me dá seu endereço, eu vou aí e te conto tudo.

Um pouco assustada, ela me passou o endereço da casa dela e logo que desligamos, me arrumei rapidamente e saí de casa, entrando no primeiro táxi que vi na rua. Dei o endereço e ele levou alguns minutos para chegar. Quando parou, paguei pela corrida e desci do mesmo, tentando conter o nervosismo. Toquei a campainha e esperei ela atender.

— Oi, pode entrar. - ela disse ao abrir a porta com Benjamin no colo.

Entrei rapidamente e ao olhar aquela casa, de paredes cor de pele, com uma sala pequena mas ao mesmo tempo aconchegante, me surpreendi com tudo, pois antes de se casar com João após a gravidez, Miriam morava no centro da cidade, em uma mansão com seus pais. Nós duas, João e Artur éramos os mais ricos da turma, mesmo que não fôssemos esnobes e metidos, mas agora estávamos todos morando em casas pequenas.

— Marina? Que surpresa! - ouvi a voz de João atrás de mim.

— Oi João. - sorri o cumprimentando com um beijo no rosto e Miriam me indicou a poltrona para sentar. Eles se sentaram no sofá à minha frente.

— Que bela família. - sorri olhando os dois sentados lado a lado com Benjamin no colo.

— Obrigado. - sorriu João. 

— O que foi que aconteceu? Fiquei preocupada com o seu telefonema. - disse Miriam.

— Bom... pra dizer bem a verdade, não sei o que rolou. Depois daquela festa que vocês fizeram pela volta do Artur, eu fiquei meio triste com as palavras dele. E o Roger percebeu isso, tanto que me chamou para ir numa festa na casa de um amigo dele, só que não voltou mais. - expliquei.

— E ninguém foi na delegacia pedir ajuda? - perguntou ela.

— Sim, os pais dele foram, desde ontem à tarde. Mas não voltaram até agora.

— O quê? Eles também sumiram? - falou João, chocado.

— Sim, também sumiram. Já liguei várias vezes para o telefone deles e ninguém atende. O celular do Roger então, nem se fala, só dá na caixa postal... Ai amiga, me ajuda. 

Mesmo aflita, pude perceber que Miriam ficou meio sem jeito ao me ouvir chamá-la de "amiga", pois desde a nossa briga depois que Artur e eu dormimos juntos eu não a chamava assim, mesmo após termos feito as pazes não a chamei mais assim. 

— Mas no que a gente pode te ajudar? Não temos pista nenhuma! - lamentou Miriam.

— Verdade Marina, não temos por onde começar a procurar. Você tem alguma pista? - perguntou João.

— Bom, eu sei onde ia ser a festa, mas não sei quem estaria lá. - indaguei.

— Isso, já é alguma coisa, só precisamos ir até lá. - disse João, se levantando.

— Ótimo, chama o Artur, ele pode nos levar de carro. - falou Miriam.

— Pode deixar.

Enquanto João telefonava para Artur, Miriam me conduziu até a cozinha e me serviu um copo de água, já era de noite, seria perigoso andarmos na rua sem carro. Depois que tomei a água, voltamos pra sala e sentei no sofá. Demorou um longo tempo e logo Artur chegou, ao entrar na sala, parou de choque ao me encontrar. 

 


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Notas finais do capítulo

Até mais!