Unique Love escrita por Gabriel Lucena


Capítulo 4
Capítulo 4


Notas iniciais do capítulo

A partir desse capítulo, decidi mudar o formato, o casal principal vai narrar uma parte do capítulo ok? Espero que melhore assim...



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Algum tempo se passou depois da festa do João, eu decidi que era hora de esquecer o passado e começar a pensar no meu futuro, focar na minha vida profissional. Meu pai e eu começamos a procurar um lugar para eu poder exercer minha função.

Foram muitos dias procurando, pesquisando lugares bons e baratos, mas mesmo não encontrando, nunca desistíamos, até o dia que ele chegou em casa e entrou no meu quarto bem animado.

— Filho, parece que encontrei o lugar certo. - disse ele.

— Sério? Aonde? - perguntei empolgado.

Ele se sentou ao meu lado e logo me mostrou um lugar enorme, com mais de dois mil metros quadrados, era uma agência de publicidade que havia crescido tanto que precisou de mais espaço, por isso, o dono da empresa deixou aquela filial e construiu uma maior em outro lugar.

Você deve estar se perguntando no que eu fiz faculdade né? Eu ainda não havia dito, era de letras. E estava agora procurando algum lugar para trabalhar e aquela agência seria ótima para mim. Decidi que iria lá mesmo no dia seguinte, agendei a entrevista e foi só esperar o dia seguinte.

                                        ***

Apesar de ter entendido a frustração de Artur, eu não esperava que ele fosse tomar aquela decisão de se afastar de mim pra sempre e me deixar de lado, todos aqueles anos que passamos juntos agora teriam um ponto final deixado por ele por causa de mim, que o abandonei quando ele mais precisou. Mas, eu não tive culpa, a gente não manda no coração e ele também sabia disso, ele sabe que a gente não escolhe por quem se apaixonar, eu não queria ter deixado ele assim, mas não tive controle do meu coração. Eu o magoei, agora teria que lidar com isso para o resto da minha vida.

 Estava no quarto assistindo televisão, não estava animada com mais nada depois do que havia acontecido na festa. Eu até poderia terminar com o Roger e ir correndo de volta para o Artur, mas ele tá tão bravo comigo que com certeza não me aceitaria de volta, depois de tudo o que eu disse pra ele na casa do João, aí mesmo que não. Só que eu não tive muito tempo pra pensar nisso, pois logo Roger chegou até mim.

— Ei amor, o que tá acontecendo com você? Tem dias que não saímos de casa. - ele disse.

— Eu já disse que não precisa deixar de sair de casa só porque eu não quero ir. - falei.

— Mas não tem graça sair de casa sem você.

Dei uma risadinha baixa.

— Desaprendeu a viver sem mim é? - brinquei.

— Mais ou menos. - ele sorriu.

— Mas agora não tem o que fazer mais.

— Ah, o Sérgio, filho do meu patrão, vai dar uma resenha hoje à noite e chamou a gente.

Fiquei surpresa e ao mesmo tempo triste.

— Poxa vida, acabei de sair de uma festa que foi nada boa... - suspirei.

— Não é uma festa meu bem, é uma resenha. - retrucou ele - Não é uma festa igual à do seu amigo, é parecido, mas não é uma festa.

— E vamos fazer o quê lá?

— Não sei, vou saber na hora.

E então ele saiu do quarto indo para o banheiro, provavelmente ia se arrumar. Depois de uns cinco minutos, ele voltou ao quarto.

— Não vai mesmo não? - perguntou ele.

— Não, pode se divertir. Deixa pra próxima. - falei o olhando.

Ele me deu um selinho e saiu do quarto e de casa. Eu não estava muito animada para festas e nem resenhas e não queria chegar lá e causar má impressão pelo jeito eu ia chegar, toda desanimada, xoxa, não podia chegar lá assim, então era melhor que ele curtisse a festa sozinho. 

Alguns minutos depois, quando saí do banheiro, encontrei Emília, minha sogra, que morava comigo e Roger, suspirando.

— O que foi Dona Emília? - perguntei.

— Estava fazendo o jantar, mas acabei de lembrar que tá faltando sal. - disse ela.

— Ah, se quiser eu vou comprar. 

— Tem certeza querida? Acho que você não tá em condições de sair de casa. 

— Não se preocupe, estou melhor. 

— Se você diz, tudo bem. 

Assenti e voltei pro quarto para me arrumar. Roger tinha razão, eu não podia ficar assim, me entregando à tristeza pelo que aconteceu. O Artur que quis assim, ele que sai perdendo, vida que segue.

Depois de uns dez minutos, estava pronta, com um vestido azul e saltos, então peguei um Uber rumo ao mercado. Estava indo para o setor onde o sal ficava quando quase esbarro num carrinho, distraída.

— Ai, desculpa. - disse parando o carrinho.

— Tudo bem. - respondeu a outra voz, era uma moça.

Só então reparei que era Miriam.

— Você por aqui? - perguntei, surpresa.

— Coincidência não? - ela falou, um pouco sem graça.

— Pois é.

Peguei o sal e fui saindo do corredor quando ouvi a voz dela de novo.

— Olha Mari, desculpa mesmo... pela festa. - ela disse - Não achei que o Artur fosse ter aquela atitude.

— Tudo bem, você não teve culpa. Eu até entendo ele, eu o magoei. - confessei.

— Mas ele não devia ter falado tudo o que falou, achei muito exagero da parte dele. 

— Já passou amiga, agora é vida que segue para nós dois. 

— Bom, se você diz que está tudo bem, fico feliz. 

Sorrimos uma para outra. Comecei a caminhar para o caixa.

— E o bebê? - perguntei.

— Tá bem, o João tá cuidando dele agora enquanto eu vim para cá. - respondeu ela, sorrindo.

— Não era pra ser o contrário?

— Sim, mas o João precisa aprender a cuidar dele, aí estamos revezando.

— Assim que puder o visito.

— Ok, só me falar.

Sorri e logo passei pelo caixa pagando pelo sal e outras coisas também. Quando cheguei na porta, entrei em um táxi, não queria esperar por um uber porque senão ficaria muito tarde e ele não demorou muito pra chegar em casa. Paguei a corrida e saí dele com um sorriso no rosto, pois foi bom ter saído de casa pra espairecer, distrair e ainda reencontrei uma amiga. Tudo bem que não éramos mais tão amigas como antes, mas ao menos estávamos nos dando bem.

— Aqui está o sal Emília. - sorri lhe entregando o saquinho de sal.

— Muito obrigada. - ela sorriu e voltou a cozinhar.

E logo eu fui tomar banho e colocar uma outra roupa, saindo do quarto e voltei à cozinha, indo ajudá-la a fazer a janta.


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