Unique Love escrita por Gabriel Lucena
Notas iniciais do capítulo
A partir desse capítulo, decidi mudar o formato, o casal principal vai narrar uma parte do capítulo ok? Espero que melhore assim...
Algum tempo se passou depois da festa do João, eu decidi que era hora de esquecer o passado e começar a pensar no meu futuro, focar na minha vida profissional. Meu pai e eu começamos a procurar um lugar para eu poder exercer minha função.
Foram muitos dias procurando, pesquisando lugares bons e baratos, mas mesmo não encontrando, nunca desistíamos, até o dia que ele chegou em casa e entrou no meu quarto bem animado.
— Filho, parece que encontrei o lugar certo. - disse ele.
— Sério? Aonde? - perguntei empolgado.
Ele se sentou ao meu lado e logo me mostrou um lugar enorme, com mais de dois mil metros quadrados, era uma agência de publicidade que havia crescido tanto que precisou de mais espaço, por isso, o dono da empresa deixou aquela filial e construiu uma maior em outro lugar.
Você deve estar se perguntando no que eu fiz faculdade né? Eu ainda não havia dito, era de letras. E estava agora procurando algum lugar para trabalhar e aquela agência seria ótima para mim. Decidi que iria lá mesmo no dia seguinte, agendei a entrevista e foi só esperar o dia seguinte.
***
Apesar de ter entendido a frustração de Artur, eu não esperava que ele fosse tomar aquela decisão de se afastar de mim pra sempre e me deixar de lado, todos aqueles anos que passamos juntos agora teriam um ponto final deixado por ele por causa de mim, que o abandonei quando ele mais precisou. Mas, eu não tive culpa, a gente não manda no coração e ele também sabia disso, ele sabe que a gente não escolhe por quem se apaixonar, eu não queria ter deixado ele assim, mas não tive controle do meu coração. Eu o magoei, agora teria que lidar com isso para o resto da minha vida.
Estava no quarto assistindo televisão, não estava animada com mais nada depois do que havia acontecido na festa. Eu até poderia terminar com o Roger e ir correndo de volta para o Artur, mas ele tá tão bravo comigo que com certeza não me aceitaria de volta, depois de tudo o que eu disse pra ele na casa do João, aí mesmo que não. Só que eu não tive muito tempo pra pensar nisso, pois logo Roger chegou até mim.
— Ei amor, o que tá acontecendo com você? Tem dias que não saímos de casa. - ele disse.
— Eu já disse que não precisa deixar de sair de casa só porque eu não quero ir. - falei.
— Mas não tem graça sair de casa sem você.
Dei uma risadinha baixa.
— Desaprendeu a viver sem mim é? - brinquei.
— Mais ou menos. - ele sorriu.
— Mas agora não tem o que fazer mais.
— Ah, o Sérgio, filho do meu patrão, vai dar uma resenha hoje à noite e chamou a gente.
Fiquei surpresa e ao mesmo tempo triste.
— Poxa vida, acabei de sair de uma festa que foi nada boa... - suspirei.
— Não é uma festa meu bem, é uma resenha. - retrucou ele - Não é uma festa igual à do seu amigo, é parecido, mas não é uma festa.
— E vamos fazer o quê lá?
— Não sei, vou saber na hora.
E então ele saiu do quarto indo para o banheiro, provavelmente ia se arrumar. Depois de uns cinco minutos, ele voltou ao quarto.
— Não vai mesmo não? - perguntou ele.
— Não, pode se divertir. Deixa pra próxima. - falei o olhando.
Ele me deu um selinho e saiu do quarto e de casa. Eu não estava muito animada para festas e nem resenhas e não queria chegar lá e causar má impressão pelo jeito eu ia chegar, toda desanimada, xoxa, não podia chegar lá assim, então era melhor que ele curtisse a festa sozinho.
Alguns minutos depois, quando saí do banheiro, encontrei Emília, minha sogra, que morava comigo e Roger, suspirando.
— O que foi Dona Emília? - perguntei.
— Estava fazendo o jantar, mas acabei de lembrar que tá faltando sal. - disse ela.
— Ah, se quiser eu vou comprar.
— Tem certeza querida? Acho que você não tá em condições de sair de casa.
— Não se preocupe, estou melhor.
— Se você diz, tudo bem.
Assenti e voltei pro quarto para me arrumar. Roger tinha razão, eu não podia ficar assim, me entregando à tristeza pelo que aconteceu. O Artur que quis assim, ele que sai perdendo, vida que segue.
Depois de uns dez minutos, estava pronta, com um vestido azul e saltos, então peguei um Uber rumo ao mercado. Estava indo para o setor onde o sal ficava quando quase esbarro num carrinho, distraída.
— Ai, desculpa. - disse parando o carrinho.
— Tudo bem. - respondeu a outra voz, era uma moça.
Só então reparei que era Miriam.
— Você por aqui? - perguntei, surpresa.
— Coincidência não? - ela falou, um pouco sem graça.
— Pois é.
Peguei o sal e fui saindo do corredor quando ouvi a voz dela de novo.
— Olha Mari, desculpa mesmo... pela festa. - ela disse - Não achei que o Artur fosse ter aquela atitude.
— Tudo bem, você não teve culpa. Eu até entendo ele, eu o magoei. - confessei.
— Mas ele não devia ter falado tudo o que falou, achei muito exagero da parte dele.
— Já passou amiga, agora é vida que segue para nós dois.
— Bom, se você diz que está tudo bem, fico feliz.
Sorrimos uma para outra. Comecei a caminhar para o caixa.
— E o bebê? - perguntei.
— Tá bem, o João tá cuidando dele agora enquanto eu vim para cá. - respondeu ela, sorrindo.
— Não era pra ser o contrário?
— Sim, mas o João precisa aprender a cuidar dele, aí estamos revezando.
— Assim que puder o visito.
— Ok, só me falar.
Sorri e logo passei pelo caixa pagando pelo sal e outras coisas também. Quando cheguei na porta, entrei em um táxi, não queria esperar por um uber porque senão ficaria muito tarde e ele não demorou muito pra chegar em casa. Paguei a corrida e saí dele com um sorriso no rosto, pois foi bom ter saído de casa pra espairecer, distrair e ainda reencontrei uma amiga. Tudo bem que não éramos mais tão amigas como antes, mas ao menos estávamos nos dando bem.
— Aqui está o sal Emília. - sorri lhe entregando o saquinho de sal.
— Muito obrigada. - ela sorriu e voltou a cozinhar.
E logo eu fui tomar banho e colocar uma outra roupa, saindo do quarto e voltei à cozinha, indo ajudá-la a fazer a janta.
Não quer ver anúncios?
Com uma contribuição de R$29,90 você deixa de ver anúncios no Nyah e em seu sucessor, o +Fiction, durante 1 ano!
Seu apoio é fundamental. Torne-se um herói!