Unique Love escrita por Gabriel Lucena


Capítulo 17
Capítulo 17




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Os minutos que duraram até o caminho do hospital que Artur foi levado pareceram horas, meu coração apertado, a angústia só de pensar em como ele estaria lá dentro da ambulância, Miriam me abraçava e dizia palavras de apoio pra mim, mas não adiantava, eu me sentia tão culpada por tudo o que aconteceu que era praticamente impossível não chorar.

— Calma Marina, ele é forte. Ele vai aguentar... - sussurrava ela pra mim.

Enquanto ela tentava me consolar, João ligou para os pais de Artur pra avisar do ocorrido, além dos irmãos dele. 

Quando chegamos, Artur foi levado às pressas para a sala de cirurgia e tivemos que esperar do lado de fora.

— Ligou para os pais do Artur? - perguntou Miriam.

— Liguei, eles estão desesperados e furiosos. - respondeu João.

— Furiosos? Por quê?

— Porque a culpa é minha! Eu não podia ter abandonado o Artur! - lamentei, chorando.

— Para de se culpar Marina, não tinha como você adivinhar! - suspirou João.

— E além do mais, o Artur vale muito mais do que o Pietro. Jamais que ele faria isso que o Pietro fez. - concordou Miriam.

Meu estado era tão deplorável que até a recepcionista saiu do balcão de atendimento pra me dar um copo de água. E mesmo eu tomando com ajuda por causa das mãos trêmulas, não ajudou muito, eu continuei desesperada, só me acalmaria quando o médico dissesse que Artur estava bem.

Tão logo a moça voltou para o balcão, os pais e irmãos de Artur entrassem no hospital correndo, desesperados.

— Por favor, sou Antônio Alvarenga, pai do paciente Artur. - disse Antônio.

— Ele ainda não pode receber visitas, mas podemos colocar um crachá de visitante para o senhor. - disse a moça.

— Cadê o Artur? - perguntou Lucas, nos olhando assustado.

— Oi Lucas, ainda na sala de cirurgia. - respondeu João.

— Satisfeita garota? Se ele morrer, eu acabo com você. - bronqueou Nelize, apontando o dedo pra mim.

— Dona Nelize, a Marina não teve culpa, não foi ela quem atirou no Artur! - Miriam me defendeu.

— O assunto não é com você garota! Não me faça perder o respeito por você também. - ela praticamente cuspiu as palavras.

— Gente, calma... não vai adiantar ficar nervoso agora. - disse João.

Os pais de Artur ficaram sentados à nossa frente, Lucas bebeu três copos de água até que o médico veio à nossa direção.

— Por favor, quem está acompanhando Artur Alvarenga? - ele perguntou.

— Eu sou o pai dele! - Antônio se levantou num pulo.

— Bem, ainda não pudemos o retirar da sala de cirurgia, mas você pode ir vê-lo se quiser. - afirmou o médico.

— Eu vou sim. 

— Então eu vou também. - falei, me levantando.

— De jeito nenhum, não deixe o meu filho pior do que já está! - Nelize quase gritou.

— Querida calma, é só uma visita, quem sabe o Artur acabe acordando? - Antônio protestou, segurando ela.

Lucas se sentou aonde eu estava e Júlia se sentou no lugar do pai. Ao entrarmos no quarto, Artur estava sem camisa, mostrando o peitoral sarado dele ligado à fios, ele estava entubado, o que mostrava que o estado dele ainda não era bom.

— Filho? Pode me ouvir? É o seu pai... - sussurrou Antônio, se ajoelhando na frente da cama dele.

— Artur, me desculpa... por tudo... por favor... - falei entre soluços segurando a mão dele.

Ele não esboçou nenhuma reação, a máquina ao lado dele também não mudou nada.

— Não se preocupe meu filho, você vai sair dessa. Seu pai tá aqui, sua mãe, seus irmãos, seus amigos, estamos todos torcendo pela sua recuperação.

Tão logo ele falou aquilo, a máquina começou a apitar três vezes mais rápido que o normal. Antônio e eu entramos em desespero.

— Enfermeiro! Enfermeiro, por favor, ajuda aqui! - ele pediu, saindo do quarto.

— Moço, ajuda aqui! - gritei da porta.

Logo os médicos chegaram no quarto e prepararam algumas coisas.

— O que houve com ele doutor? - perguntou Antônio.

— Parada cardíaca, se afastem! - pediu ele.

A máquina começou a fazer "pi" incessantemente naquele momento, indicando que o coração dele parou de bater.

— Ah não! - sussurrou Antônio.

—Artur, por favor... fica aqui comigo. - pedi enquanto Antônio me afastava da cama.

O médico tentou uma vez, não deu certo, ele não reagiu.

— Aumente a força, afastem-se, rápido! - pediu ele.

— Volta Artur, volta por favor! - pedi chorando.

Ele tentou de novo e não funcionou. Eu já estava angustiada, desesperada achando que era tarde, mas na terceira vez, Artur reagiu e a máquina mostrou a volta dos batimentos.

— Doutor, ele voltou. - disse Antônio, mostrando a máquina.

— Sim, mas ainda não acabou, vocês precisam sair para continuarmos o procedimento cirúrgico. - pediu o médico, calmamente.

— Tudo bem, vamos Marina. - disse Antônio, me levando pra porta.

— Não quero sair de perto dele, por favor... - implorei, chorando.

— Ele vai ficar bem, vamos.

Saímos do quarto de Artur e quando chegamos na recepção, sentamos no mesmo lugar.

Recuperando o fôlego e tentando me acalmar, olhei todo mundo.

— Alguém quer rezar comigo? Pedir a Deus para salvar o Artur... - pedi.

Todos nós demos as mãos os pais de Artur deram as mãos pros filhos, Júlia segurava a mão de João e eu de Miriam e Antônio. Assim, começamos a rezar, pedindo para que Artur saísse dessa.


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Notas finais do capítulo

Que angústia, será que Artur sobreviverá?