Unique Love escrita por Gabriel Lucena


Capítulo 14
Capítulo 14




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Confesso que enquanto retornava para casa de Artur, não conseguia parar de pensar no beijo enquanto sorria feito boba. Eu senti saudade daquele beijo e foi muito bom poder sentir os lábios dele unidos nos meus novamente. Mas, será que aquelas milhões de sensações que senti significavam que eu estava apaixonada por ele de novo? Não sei, mas de qualquer forma, não havia tempo para pensar naquele assunto, não era o momento, eu precisava descobrir o que aconteceu com Roger, ele não merecia ser traído daquela forma e aquilo me deixou confusa, por um lado me senti bem por ter beijado Artur novamente, mas por outro isso significava que eu traí Roger, o que era muito injusto com ele, depois de tudo que ele fez por mim, ele não merecia isso.

Com aqueles pensamentos, cheguei à casa de Artur e paguei a corrida para o taxista. Desci do carro e entrei em casa, logo percebi que não tinha ninguém, não haviam chegado ainda e então subi as escadas e fui para o banheiro, precisava de um banho pra relaxar depois de de todos aquilo.

Levei uns dez minutos quando saí vestindo um short e uma camisa do Artur. Mas, ele não se importaria, já havia usado camisas dele várias vezes desde a nossa primeira vez, ocorrida há uns anos atrás e então deitei na cama. Tentei assistir televisão, mas não estava passando nada de interessante e depois de tanto brigar com o controle, desliguei a tv e peguei um livro que estava no quarto. Não era meu, era de Artur, de romance e aventura, mas aquele era nosso gênero favorito, então comecei a folheá-lo. 

Devo ter lido umas dez ou onze páginas quando o meu celular tocou. Quando olhei, o número era desconhecido. Estranhei e atendi.

— Alô. 

— Olá Marina. - disse uma voz, em um sussurro.

— Quem está falando? - perguntei, tentando não mostrar o nervosismo.

— Aquele que tem toda a verdade nas mãos.

— Como assim? Que verdade? 

— Ah, você sabe, o seu marido sumiu e os pais dele tentaram encontrá-lo, mas sumiram também, coitados. - ele falou com sarcasmo.

— Você sabe onde eles estão? - perguntei, esperançosa.

— Sei sim, mas não posso contar por aqui, preciso que me encontre amanhã às três da tarde na floresta onde você viu o carro.

— Espera aí, você estava me vigiando? Me seguiu? - fiquei chocada.

— Foi só por precaução, mas você vai entender o motivo quando se encontrar comigo aonde estou te pedindo. Ah, e mais uma coisa: venha sozinha.

— Sozinha? Por quê? - perguntei, assustada e confusa. 

— Só venha e irá descobrir.

E desligou a ligação.

Assustada, deixei o celular cair no colchão e fiquei ali, parada, estática. Seria mesmo uma pessoa que sabia de verdade o que aconteceu com Roger e meus sogros ou seria uma armadilha? Ou um novo alarme falso? De qualquer forma, agora a coisa estava mais séria, pois todo esse tempo o misterioso dono dessa voz estava me vigiando, então ele também me vigiaria quando fosse encontrá-lo no dia seguinte, mas se ele quisesse me sequestrar também, não poderia fazer nada a não ser aceitar ter o mesmo destino de Roger e nunca mais ver todo mundo, minha família, meus amigos...

Nervosa, me levantei, saí do quarto e fui até a cozinha procurar um suco de maracujá, precisava me acalmar para conseguir raciocinar direito. Não achei suco, mas tinha um calmante bem forte que Dona Nelize guardava em uma as gavetas e tomei com água.

Mal retornei ao quarto, o remédio começou a fazer efeito, então me deitei e comecei a adormecer.

                                        ***

Quando meu expediente terminou, saí da empresa feliz da vida, apesar de saber que aquele beijo foi um erro, pois Roger ainda não foi encontrado, o que significava que foi uma traição de Marina. É, parece que a minha vida se resume a traição, afinal, era a segunda vez que beijava Marina enquanto ela estava compromissada com outro, precisava parar com isso, as consequências podem não ser boas como já não foram na primeira.

Apesar disso, estava feliz por ter sentido aquele beijo dela novamente, estava com muita saudades de beijá-la desde que retornei ao Brasil. E pelo visto, a minha felicidade estava totalmente exposta, pois quando cheguei no ponto de ônibus, nem vi quando Maria Alice chegou.

— Pelo visto aconteceu algo de bom hoje né? - ela disse, rindo.

— Oi... desculpa, não te vi chegar. - ri tentando disfarçar.

— Estava chegando aqui quando vi você tão feliz e pensativo que resolvi não interromper, com certeza foi algo bom. - ela sorriu.

— Ah sim, de fato foi. 

— Deixa eu adivinha: foi promovido? - brincou ela.

— Não. Ér... bem, sabe aquela garota que eu te contei no primeiro dia? Que está morando lá em casa?

— Sei... é Marina né?

— Sim... essa mesmo. Bem, hoje ela queria procurar emprego e veio aqui na empresa, na volta, a gente acabou se beijando.

Ela pareceu surpresa.

— Se beijaram? Que bom mas, ela não tá casada? - perguntou.

— Sim, eu sei disso, eu estava aqui refletindo sobre isso. 

Nessa hora, o ônibus chegou e nós entramos nele. Mas nossa conversa não terminou, nos sentamos nos últimos assentos e eu contei à ela tudo o que estava sentindo, e apesar de ela não ter achado certo pois ele ainda estava desaparecido mas eles ainda estavam juntos, deu total apoio à nós dois.

Quando chegou meu ponto, nos despedimos e desci do ônibus rumo à minha casa. Assim que cheguei, toquei a campainha.

— Artur? Esqueceu a chave? - perguntou Lucas, abrindo a porta.

— Não, é que hoje levei a Marina para conhecer a empresa, mas pra ela não morrer de tédio lá, deixei usar minha chave para voltar pra casa antes. - expliquei.

— Ah, quanta gentileza. - riu ele, fechando a porta.

— Filho, vai tomar um banho que já vou servir a janta. E chame a Marina pra comer. - pediu minha mãe.

— Pode deixar mãe. - sorri subindo as escadas.

Ao chegar no quarto, vi Marina dormindo tranquila. Estranhei, mas deixei pra lá, ela talvez estivesse muito cansada, afinal, encontramos um carro que supostamente pertencia à Roger ou os pais dele, depois o retorno de Pietro. Sei que pode parecer simples, mas isso pode balançar a cabeça dela. Por isso, só peguei uma roupa e fui tomar banho. 

Ao sair do banheiro com minha camiseta e uma bermuda, vi que Marina ainda dormia, mas acordá-la era necessário.

— Marina, acorda. - sussurrei, balançando ela suavemente.

— Hum... bom dia. - sussurrou ela, sonolenta e eu ri.

— Boa tarde você quer dizer.

— Tarde? Que horas são? - ela sentou na cama, assustada.

— Quinze para as sete, você dormiu na minha cama. - eu sorria.

— Por quanto tempo dormi? - perguntou ela, coçando os olhos.

— Não sei, cheguei aqui você já estava dormindo.

— Ah, pensei que já estava no dia seguinte. 

— Não, ainda é o mesmo dia. Vem, vamos jantar.

Ela assentiu e se levantou da cama bem devagar, estranhei a reação dela, parecia preocupada com alguma coisa, mas o que seria? Estaria ela pensando na mesma coisa sobre o beijo? Poderia ser, mas depois eu conversaria com ela e ficaria tudo bem.

O jantar correu bem, Júlia e minha mãe ainda estavam meio cabreiras com Marina, mas pareciam estar se acostumando com ela aos poucos, depois de comermos, voltamos para o quarto e ficamos vendo filme até dormirmos. 

 


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