Coletânea Optimus: Perpective escrita por Jor Trindade


Capítulo 1
Prólogo


Notas iniciais do capítulo

Espero que gostem. Comentários e críticas são sempre bem-vindos!



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O celular tocou. Cibele olhou de soslaio para o aparelho e contemplou o número de Thiago, proprietário do apartamento, irromper na tela, seguido de uma vibração que fez o celular deslizar sobre a escrivaninha. Deliberadamente, Cibele ignorou a tentativa de contato como fazia há 3 dias. Então, depois de muito insistir, o toque cessou, mas não demorou para que um silvo emanasse do aparelho, indicando o recebimento de uma mensagem de voz. Cibele pressionou o touchscreen para ouvir, e a voz retumbante e colérica de Thiago invadiu os seus ouvidos:

 

— Hoje completam três meses de aluguel atrasado. Sugiro que você deposite o valor na minha conta até o fim de semana, ou serei obrigado a te despejar. Este é o meu último aviso. 

 

Cibele se debruçou sobre a escrivaninha, praguejando. Os papéis abarrotados de algarismos acima de dois dígitos acumulavam-se sobre o móvel, somando um total de cinco mil novecentos e cinco reais, acompanhados de algumas dúzias de centavos. Cibele não sabia como havia chego naquele estágio, com dívidas até o pescoço e sem um mísero tostão para pagar o teto sob o qual vivia. Sabia somente que agora ela estava recostada contra uma cadeira de mogno cujo espaldar rilhava em protesto aos movimentos dos seus quadris e o branco fluorescente da luminária projetava uma imagem tremeluzente de sua silhueta na parede. 

 

Cibele bufou, esfregando os olhos com as mãos espalmadas. Sentiu-se patética. As lágrimas não lhe ofereceriam uma solução, mas ao menos pareciam aliviar o seu desapontamento. 

 

Cibele sobrevivia de um emprego de meio período como recepcionista de uma clínica odontológica, mas o salário recebido já não era suficiente para cobrir todos os seus gastos. Ela não poderia esperar que ganhasse na loteria ou que alguém houvesse deixado um testamento determinando que ela seria herdeira de uma exorbitante quantia em dinheiro, então precisava de um artifício que livrasse o seu pescoço, e rápido.


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