INTERATIVA - Sem Alma escrita por By Thay gc


Capítulo 7
Relógio


Notas iniciais do capítulo

Oláaa, obrigada pelos comentários. Não irei me estender, desejo que leiam logooo.


Espero que gostem.

PS: Musica para ouvir;) Hoje são duaaas :)
https://www.youtube.com/watch?v=1iXpq92qoS4&ab_channel=7clouds
e
https://www.youtube.com/watch?v=PkNtBuwWq_o&ab_channel=PeterGabriel-Topic

PS 2: Tenho autorização dos donos dos personagens para levar a história para o Wattpad? XD



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Relógio

O mundo hoje em dia é parecido a um relógio, tanto faz um de parede, pulso, ou celular, ninguém se atenta a esses detalhes. O que realmente importa, é que esse relógio pode ser destruído de vários modos, a bateria simplesmente acaba após um tempo de uso, contudo, até aí é só comprar uma nova. Pronto. O relógio volta a funcionar. Infelizmente para nós, a bateria nunca foi o problema. É melhor considerar outro tipo de destruição. Aquela que o relógio cai na água, pode ser uma privada, uma piscina ou no mar, isso também pouco interessa. Nesse caso, nosso mundo é o relógio, e nós os ponteiros ou só os números. Nossa bateria não está para acabar, fomos jogados num profundo oceano obscuro, e estamos nos afogando nesse mar. O relógio não funciona mais, assim como todos nós. 

 

—Jessel?

Saliel frisa o nome, preso numa teia de aranha, os olhos chocolates irrompem a barreira que Saliel construiu por tanto tempo. Imagens em lampejos ofuscam a mente do rapaz, noites em claro que passara ao lado de Jessel, entre beijos quentes e palavras de amor, até o instante que cada um foi embora.

—Pega sua arma, Li. O resto, eu aconselho que façam o mesmo.

A lâmina afiada da katana brilha nos olhos dos integrantes, cada um alternando entre sua arma branca e a feição inóspita do estranho. Algo em seu comportamento lhes causa espanto, como se alguém não controlasse sua cabeça. O homem com a katana, é completamente imprevisível.

Saliel hesita, ponderando todas as coisas que gostaria de conversar. Mas não é uma boa hora. Percebendo a instabilidade nos olhos barrosos, Saliel engole palavras egoístas.

—Qual nível?

— Um, Li.

Os perigos sempre foram destacados e numerados, para que em cada caso houvesse a melhor forma de se proteger. A cada dia, os níveis aumentavam, e ganhavam um novo nome, uma nova estratégia, uma menor possibilidade de sair com vida. O nível um por mais que representado dessa maneira, não era nem de longe fácil, mas também não consideravam o pior, nada era igual ao nível cinco. A horda dos sem almas. Geralmente este nível vinha inteirado a um “que mais”, dependendo das circunstâncias, como; local, hora, quantidade... Contudo, este é o número um, portanto, foi marcado por um grupo de pessoas armadas, ou como eufemismo, os soldados do Espada.

Saliel procura o rosto de Eleonor, atordoado pela presença de Jessel, ele demora a distinguir o rosto que quer. Ela ignora seu longo olhar perplexo e devolve a irritação para Kantu, a qual mantém a expressão entediada de sempre.

—Que? Pensei que não tinham seguido a gente.

Por mais que a ofensa encha o rosto triangular, Kantu caça na memória se não teria deixado passar algum detalhe de sua ida até o acampamento. Esquisito, sempre foi ótimo em despistar, encontrar formas de esconder-se de outros humanos e até dos monstros. Não teria como errar, conhecia mil e uma maneiras distintas de adentrar ao subsolo, e agora os soldados estão por lá. Kantu não sente a confiança que permite transmitir.

Eleonor se aproxima de Isaach, ficando de cócoras para estar à altura do amigo. O curandeiro permanece chorando com sua cabeça enterrada na mãozinha de Aneli, como se fosse sua própria vida, sua parente. A líder sempre soube dos medos de Isaach, o havia resgatado daquele galpão abandonado, o jovem morava lá com seu pai, o homem já velho morrera no acampamento meses depois, e o filho sempre permaneceu da mesma forma. Uma esperança intacta que Elo não compreendia, mas não tentava tirar dele.

O jovem jamais se deixava abater, por mais cruel que o mundo se mostrasse ser, todavia, quando qualquer criança adoecia, a desesperança mudava sua postura, seus ideais, os pensamentos e o modo de agir, mas jamais vira uma criança morrer na sua frente, nunca permaneceu no lugar para assistir. Por mais covarde que parecesse, não enfrentar a verdadeira merda que o mundo se encontrava, Eleonor preferia assim, sua fé, de certa forma, era aliviadora. Agora ela temia que Isaach não voltasse mais.  

A morte de Aneli era sua prova, a prova que o amigo não poderia suportar.

Eleonor acalenta sua mão no ombro do curandeiro, o mesmo não reage ao toque, ela o chama, e é ignorada.

— Isaach, preciso da sua ajuda, leva os sobreviventes pra sala de operações. – Elo tenta focar numa voz agradável, uma amiga, mas ele não precisa de compaixão agora, há outras pessoas para cuidar.

—Não vou deixar Aneli sozinha. – sua teimosia é compreensível com o momento, mas não necessária para a circunstância.

Ela se arrepende das palavras antes mesmo de dizer em voz alta.

— Chega, ela morreu, agora vai e protege aqueles que estão vivos e os leve pra sala de operações.

A dureza na entonação é um murro no estomago. Isaach levanta a cabeça, o choro é engolido a força, sua garganta fecha a ponto de explodir, mas o jovem curandeiro se mantém inteiro, por enquanto.

Não há uma palavra afável que ele poderia lhe dar em resposta, nem um olhar de carinho. Isaach é um robô, um robô que reúne os vinte sobreviventes do acampamento, agora dezenove. O pensamento é afiado e o esfaqueia diversas vezes. Abandonar o corpo de Aneli sem um misero funeral, o deixa com vontade de vomitar.

A sala de operações é um lugar pensado para ser um ponto de encontro e segurança em caso de algo dar errado no subsolo. Era uma sala erguida com paredes grossas, localizada entre os dois portões de saída e entrada de carros, a quais foram lacrados antes que os sobreviventes tivessem chegado lá embaixo. A saleta era apertada, mas boa o suficiente para se manter longe de olhares. O grupo não tinha muitas escolhas, criaram os melhores caminhos que o pouco material permitia.

Eleonor se afasta e ao retornar, o som das rodas tortas do carrinho de super mercado é trazido. Saliel respira profundamente antes de carregar o corpo da pequena Aneli para dentro do carrinho. O tronco é mole e desajeitado, seu pescoço pende para trás, enquanto a frágil cabeça é grudada no arame. Pequena o suficiente para caber.

Victoria sente o ar comprimir, a cena é forte demais.

— Por que estão fazendo isso com a menina? É horrível!

Ela tenta contestar, mas o olhar tristonho de Eleonor interrompe qualquer atitude. É nítido que ela odeia isso mais do que qualquer um. Contudo, a jovem sabe o que precisa fazer, há vidas que dependem dela.

— Dá a arma pra ela, Kantu. – Eleonor ignora.

Ele prende o cabelo num coque alto, e arranca a Glock 9mm do cós baixo da calça jeans, e o joga para Victoria. Obvio que Kantu havia retirado a arma dela quando chegaram ao acampamento. Aquilo não incomoda Vick. Podia compreender os motivos da desconfiança, se fosse o contrário, se quer teria levado o viajante nas costas.

—Preciso que alguém me cubra. – Eleonor diz enfática.

— Eu vou.

Mesmo que Victoria não saiba do que se trata sua próxima atitude contestável, ela resolve fazer. No canto de olho, a criança encara o vazio em alguma direção do subsolo, a impressão é angustiante para a ricaça. Ninguém mantém o contato com a pequena defunta, todos sentem a mesma emoção ruim.

— Certeza, Elo? – indaga Saliel, recordando da informação que a jovem viera da Espada para matar a líder do grupo.

— Sim. – Eleonor age convencida da decisão, não há titubeio na voz – Victoria, lembra que você não é a única com boa mira. Então, tenta não me acertar.

A loira assente sutilmente mantendo os olhares fixos.

O acampamento fica rapidamente vazio, todos seguros na sala de proteção, inclusive o Cão. Kantu jamais colocava seu amigo canino numa briga com armas, o animal já havia sido ferido antes, e quase morrera, não desejava sentir o mesmo pânico.

— Em quanto tempo chegam no corredor? – Eleonor pergunta ao rapaz com a katana.

—Quatro minutos, talvez dois. – responde indiferente. A frieza dele, causa arrepios em Saliel.

Eleonor respira algumas vezes e encara seu relógio de pulso, a tela trincada, a cor dourada desbotada pelo tempo, o nome delicado de Ellen cravejado no alto do número doze. Aquele adorno fora de sua irmã, encarar os segundos passando, a faz lembra dos últimos instantes que Ellen estava com vida.

Kantu e Saliel ficam de prontidão, Victoria lança um olhar de confiança para Eleonor que acena. Novamente volta a encarar o relógio. Sete minutos desde que Aneli morreu para que os sem almas os alcançasse no subsolo. A essa hora os radares sanguinários hão de ter apitado, não existe muito tempo. Os ponteiros são incansáveis em lhe lembrar de uma iminente morte.

Dentro do corredor, suas mentes pregam peças ruins, com comentários desnecessários, sabotando-os em massa. Jessel, não os acompanha, mas até aí ninguém se atenta ao detalhe, todos percebem que a concentração é um foco difícil de manter. Corações batem em ritmo descompassado, o suor é frio em suas testas, a respiração é ofegante, e alguns nem sentem o ar nos pulmões.

O carrinho corre no chão esburacado, Vick está alguns passos a frente, enquanto Saliel e Kantu ao lado de Elo. Todos em guarda esperando pelo que viria a seguir. Todo dia era uma incerteza do que o futuro traria, contudo, ao pé de uma batalha, a incerteza domina quase por completo, causando uma atenção redobrada.

Algo estala na escuridão, vindo do fim do corredor, aquele eco familiar. Semelhante a um carregamento de arma, seguido de pesados passos de botas no chão, correndo para lá e para cá.

— Se escondam. – avisa Kantu derrubando o corpo de Saliel, como um jogador de futebol americano, para dentro de um armário de vassouras no lado direito. Seus corpos batem com força nos objetos guardados no armário. Em meio as próprias vassouras, produtos químicos com uma validade duvidosa e o cheiro asqueroso de sangue velho.

Eleonor e Victoria se jogam na escadaria, o primeiro andar fora fechado por moveis velhos e pedaços de concreto que caiam do motel velho, culpa de bombardeios pela cidade e lutas entre sem almas e humanos.

O tiroteio é severo.

 Os soldados abrem fogo num pestanejar. As balas caem sob seus pés, os projeteis acertam as paredes, arrancando lascas de reboco. O som é incomodo e alto, ecoando pelo corredor. Os quatro abaixam-se tentando uma ínfima proteção. O corpo de Aneli recebe toda a chuva fervente, há buracos imensos nos braços e cabeça, sangue escorre pelo chão, pedaços de órgãos derramam pela munição pesada. Ver todo o sangue cair no chão e criar uma gigante poça vermelha, faz Eleonor se alterar. Ela não quer um caminho com migalhas de pão até seu acampamento.

Rugidos.

Do lado de fora um estrondo semelhante a um trovão pega todos de surpresa, incluindo os soldados que cessam o tiroteio. Ninguém tem mais tempo. O sangue de Aneli espalhado, fizeram os sem almas apressarem os passos. Rapidamente Eleonor se levanta do chão e corre para o carrinho. Vozes do lado de fora. Os soldados conversam.

O carrinho de compras, no entanto, está emperrado. As rodas são tortas e muito velhas, quase não rodam como deveriam, ainda mais naquele chão trôpego.

Victoria tenta empurrar o carrinho, mas Eleonor a repele.

—Vai Victoria, eu consigo. Kantu! – ela chama o amigo.

Passos se aproximam da entrada. Os soldados estão se reorganizando. A loira se apronta reta, e na mira, ela pode ver a ponta de uma cabeça através de uma das janelas quebradas da porta do corredor. Provavelmente inerte daquele jeito planejava sair de trás e voltar a atirar. Vick sente o ar nos pulmões, ela abranda a ansiedade, no mesmo instante o estampido de sua Glock reverbera pelo motel. O tiro é certeiro, avistando o esguicho carmesim por todos os lados, os soldados reagem surpresos.

Saliel acompanha Victoria e atira. Kantu ajuda Eleonor a empurrar o carrinho. Finalmente o mesmo ganha velocidade, tropicando pelos pisos soltos e entulhos. Mais urros, agora próximos ao motel. Os olhos arregalam, e o carrinho de mercado avança sozinho. Ele atravessa a porta de entrada, mas tomba no soldado que Victoria havia atirado. O corpo de Aneli é jogado para longe, agora ainda pior, após ralar no concreto, é possível enxergar os músculos do rosto.

Os quatro empurram a porta, fechando-a pela primeira vez. O som do ferrolho é estridente.

Gritos e tiros são ouvidos durante o trajeto de volta ao acampamento. Cansados, eles verificam os corpos para ter certeza de que não foram baleados em nenhum momento. Mas as mortes do lado de fora são tão reais, que eles apenas se trancam com o restante dos sobreviventes na sala de operação.

Jessel é encontrado, terminando de comer um salgadinho, encostado na parede enquanto os outros estão deitados orando por suas vidas. A falta de respeito incomoda Eleonor.

—Valeu por ajudar. – vocifera Saliel, aquela sutil falta de empatia ao próximo sempre foi um problema, mesmo que parecidos, nem o próprio Saliel era tão frio.

—Se não fosse por mim todo mundo estava morto, então de nada mesmo.

Kantu ignora sua ousadia, chamando o Cão que aparece no meio de suas pernas, o bafo fede a salgadinho barato, e o dono automaticamente percebe que o animal foi alimentado pelo tal Jessel. Seu olhar criterioso não causa espanto no homem da katana, afinal, o mesmo não demostrou perceber os pensamentos que o envolviam. Kantu, nunca gostou que dessem comida ao Cão, o receio de haver envenenamento o assustava, mas sabia, se alguém um dia o fizesse, rezaria para ser pego por um sem alma antes que Kantu o alcançasse.

—Agora não é hora pra isso. O problema que tiverem que resolver, resolvam depois. – ordena Eleonor.

Os sobreviventes acanhados em seus cantos, desajeitados no chão, quase um em cima do outro para caberem no espaço. Algumas crianças estão abraçadas em outros adultos, agarradas em seus corpos, tremendo em resposta ao medo absoluto que envolve os corações. Tendo em mente que tudo poderia acabar num estalar, num som exagerado, numa inocente morte.

Eleonor passa por algumas pessoas, até encontrar Isaach. O rapaz deitado em posição fetal. Afastado do amontoado, pelo menos sua mente estava. Distante de qualquer calor humano, qualquer palavra que o ampare nesse momento. E a cada tiro ecoado do mundo externo, ele treme, soluçando num choro silencioso. Ela se contorce por vê-lo em tal estado, desejando que ele compreendesse sua atitude imoral, não era para ver o que ela faria com o corpo de Eleonor, e talvez, Isaach soubesse disso quando se afastou da criança.

A sala de operações é escura devido a pintura cinza em todas as gigantes vidraças, mantendo o local camuflado na cor do estacionamento. As cadeiras foram retiradas, deixando apenas algumas mesas aparafusadas nas paredes. Victoria se escora num desses cantos, e consegue olhar o lado de fora da saleta através de um pedaço descascado. A visão é limitada, mas o suficiente para enxergar do outro lado do acampamento a porta do corredor.

Algo abre a maldita porta, ela escancara batendo fortemente, produzindo um som pesado pelo estacionamento, fazendo os ruídos dos sobreviventes reduzirem ao máximo.

—Um sem alma está entrando. – avisa Victoria em transe, assistindo o ser se movimentar.

Mesmo da distância, é possível ver alguns detalhes perturbadores. Como a boca vermelha gritante de sangue fresco. O corpo rechonchudo, que a cada passo desajeitado, seu peso causa um estrondo no chão, como um pequeno terremoto. Os olhos brilham num escarlate demoníaco, seus braços são curtos, mas coçam a barriga com aquelas bolhas viscosas. Pela quantidade de tiros, suas roupas foram dilaceradas e a pele contrastando num cinza esverdeado. Ele anda trôpego pelo estacionamento, caçando o cheiro conhecido de morte. Como um animal medonho.   

Mesmo que o perigo imediato pedisse por uma atenção maior, o porteiro reclama de fome, Eleonor congela. O abastecimento de comida e medicamentos se encontra dentro do porta malas de um dos únicos carros inteiros do estacionamento, há alguns metros de distância da sala de operações. Por algum motivo, o amargor é nojento e ela tem um pensamento estranho.

Isaach se afunda numa crise de existência, onde o pranto é automático, agressivo, levando-o a soluçar de tanto chorar. O som alerta o sem alma, entortando sua cabeça a procura do suave desabafo. Victoria produz um sinal rápido de corte no pescoço. Saliel tropeça entre os sobreviventes e despeja um tapa forte no rosto de Isaach que se cala. Mas é tarde demais, o grande sem alma caminha desengonçado para a sala de operações.

Seus passos avisam os sobreviventes que iniciam uma orquestra murmurada de lamentações, o ser se apressa esfomeado.  

—Ele tá vindo! – Victoria entona um desespero.

Jessel abre a porta da saleta sem que ninguém pudesse vê-lo chegar até lá. Saliel está longe demais, e Kantu abraça o Cão que chora baixo no meio de suas pernas, algo estava errado com o amigo canino, ele jamais se intimidou por um sem alma.

Eleonor, no entanto, entende suas intenções quando repara na mão do viajante segurando a haste da katana, como se segurasse a mão de alguém querido, a beira do abismo. Ela não o impede, o chama num cochicho inaudível, chamando sua atenção.

— Espera ele chegar mais perto, estou bem atrás de você.

Jessel confirma num aceno sucinto com a cabeça. Ele retorna a encarar a fresta da porta, aguardando a criatura aproximar-se o suficiente. Ele é gordo, lento, entretanto pesado, não é difícil, já enfrentou piores, mas com certeza também não seria fácil.

Algo o impede, o sem alma hesita em continuar a caçada. Sua cabeça torta olha para o próprio estomago, a mão que coça a barriga é incessante, quase histérica como se quisesse arrancar as próprias entranhas.

Assim que um bip irrompe o ar, qualquer respiração é travada, o chiado de relógio é como um sinal de escola. Jessel fecha a porta com força e abaixa a cabeça entra as pernas. A criatura ouve seu movimento e ignora a coceira na barriga. Seu grito estridente machuca os ouvidos, mas a explosão acompanhada do urro é ainda pior.

Eleonor pede que se abaixem, nos míseros segundos durante a explosão da bomba, onde um dos soldados carregava com ele quando foi comido pelo sem alma. A estrutura velha e instável do motel, o carro com seus mantimentos, as pessoas que ela protegia.

A explosão emergiu como um terremoto estremecendo o teto sob as cabeças dos sobreviventes.


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Notas finais do capítulo

AIIIII espero mesmo que estejam gostando. As coisas estão ficando eufóricas aquiiiii.
Te vejo no próximo EP :)
Beijooooos



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