Algo Sobre o Futuro escrita por Vanilla Sky


Capítulo 4
Capítulo Quatro - Aberrações


Notas iniciais do capítulo

Eu sou igual a justiça: tardo, mas não falho! Hahahaha
Booooa noite pessoal! Desculpem pela demora, sei que prometi na sexta, mas tive alguns imprevistos que não me deixaram terminar esse capítulo em tempo. Esse capítulo é mais curtinho, mesmo, o próximo (último) vai ser um pouco maior.
Seguinte: Se houverem pessoas interessadas, eu posso continuar a fanfic em uma segunda temporada. Tenho interesse em escrever mais da Wanda grávida! Inclusive, eu estou com uma fanfic no forno de drama familiar, um AU onde a Wanda sofre um aborto e tem dificuldades de se comunicar com o Visão. Masss uma continuação dessa fanfic, com a Wanda grávida durante os Tratados de Sokovia, seria interessante ♥
Vou deixar o capítulo aqui e boa leitura!



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No início, foi somente um clarão.

 

Quando abriu os olhos, viu que se tratava de uma janela, as cortinas afastadas deixando a claridade daquela gloriosa manhã enquanto a figura levantava da cama. Era um quarto estranho e bastante familiar; andando até a vidraça, observou uma vasta floresta, coberta por neve branca indicando o clima frio. A figura estremeceu antes de buscar um casaco sobre uma cadeira e sair por um corredor escuro.

 

O piso de madeira sob seus pés descalços parecia menos frio à medida que andava. Pondo o casaco sobre os ombros, encontrou portas fechadas em seu caminho, até ver um lance de escadas que parecia levar ao térreo daquele local. Firmemente segurando o corrimão, deu um passo à frente, percebendo mais uma grande janela a alguns metros de distância, iluminando os degraus no meio da escuridão.

 

Ao olhar em direção ao visual proporcionado pela ventana, esperando mais dicas de onde estaria, avistou algo que jamais pensou ver novamente: a Base de pesquisa da Hydra.

 

Sokovia.

 

Rapidamente desceu as escadas, praticamente pulando entre os degraus, procurando mais respostas de onde poderia estar. Seus pés, apesar de rentes ao chão, não emitiam qualquer ruído, e sua respiração arfante tampouco. Era como se aquela pessoa não passasse de um fantasma, flutuando pelos corredores de uma residência aparentemente abandonada.

 

Ao finalmente chegar ao primeiro andar, suspirou aliviada ao ver uma porta que levaria para fora dali. Por um momento, esqueceu que não calçava sapatos; e sua roupa, apesar de levar um casaco, era muito leve para encarar o mau tempo. Talvez seu corpo fosse passível de aguentar o frio usando seus próprios poderes, algo que descobriria em breve, caso ela não fosse interrompida pelo delicioso cheiro de comida.

 

Panquecas americanas... Definitivamente não era uma refeição Sokoviana.

 

Atraída pelo cheiro e pelo crescente som de conversas, soltou a maçaneta da porta da casa e virou o corpo na direção dos sons e do aroma, seguindo por um estreito corredor até a cozinha, sentindo um vulto correndo ao seu lado e a risada de duas crianças desconhecidas ecoando no ambiente.

 

Quando olhou para frente, viu uma família feliz ao redor da mesa de refeições. As crianças se sentavam e pegavam os garfos, o pai estava escondido atrás de um jornal, e uma mulher servia panquecas e suco para os dois. Era uma cena comum na vida da espectadora, antes de tê-la tirada à força pela morte precoce dos pais devido à uma explosão. Ela assistia à sua própria vida em frente aos seus olhos.

 

... Mas algo estava errado.

 

As crianças eram exatamente iguais, como ela e Pietro eram na tenra idade. Todavia, por algum motivo, sua vista ficou embaçada e ela não conseguia distingui-las; e o homem, o qual antes lia as notícias diárias, era o único sem comida servida em sua frente. Ao baixar o jornal e se levantar para beijar a testa dos filhos, ela imediatamente reconheceu o rosto com a pele sintética vermelha, a joia emitindo um fraco brilho, e o olhar de ternura que ele observou a esposa em seguida.

 

Wanda.

 

Como um espelho refletindo sua imagem, Wanda se viu naquela mulher feliz, servindo comida para seus filhos e observando o sintozóide que se tornara seu marido. Não era uma ilusão passada, e, sim, a visão de um momento futuro.

 

Instantaneamente, ela pôs as mãos sobre a barriga, buscando sentir o início da gravidez, e somente percebeu vácuo. Não havia mais ventre. Olhando para o chão, percebeu que não havia mais casa; não havia mais aquela Sokovia ficcional, nem a risada dos meninos e nem ao menos Visão e ela própria. No lugar disso...

 

... Havia somente a escuridão.

Ela fechou os olhos e desejou estar longe dali. Quando os abriu, observou que a escuridão cedera para branco, e ela se encontrava em um espaço aberto que mais parecia uma escola. Caminhando por uma possível quadra de esportes, procurou por algo que pudesse ajudá-la a sair daquele ciclo de alucinações, mas somente viu algumas crianças em uma roda a pouca distância.

 

Apressando o passo, Wanda se viu presa nas grades que dividiam a quadra do restante do pátio, impossibilitada de se mexer para acudir. Apenas escutava vozes infantis dizendo:

 

Fiquem longe deles!

 

Não cheguem perto dessas aberrações!

 

A mãe deles é uma bruxa!

 

E ela observava os meninos chorarem. Dois meninos com cabelos castanhos e o mesmo rosto dela. De Wanda. De sua mãe.

 

— Thomas! William!

 

Wanda não sabia o porquê, mas chamá-los assim parecia ser o certo. Por algum motivo, os dois nomes apareceram em sua mente e ela decidiu usá-los, como uma chave para abrir uma porta trancada. E, apesar de eles responderem ao chamado, Wanda foi subitamente puxada pelo braço, uma voz metálica conhecida dizendo:

 

Eles são nossos filhos. Os filhos de duas aberrações.

 

Visão segurava seu braço com força, algo que jamais faria com sua amada, e ela suspeitou que algo estava muito errado. Por mais que tentasse se soltar, Visão fincara os pés no chão e não se mexia, deixando Wanda aflita de não conseguir ajudar as crianças. Quanto mais ela tentava se soltar dele, mais as crianças se afastavam, e um único grito sem voz deixou sua garganta, lágrimas escorrendo de seus olhos fechados sucedido de uma fala de Visão:

 

— O que pode vir de bom com duas aberrações?

 

Subitamente, como uma onda furiosamente atingindo uma pedra nas manhãs de ressaca do mar, Wanda abriu os olhos somente para perceber que não sabia onde estava.


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Notas finais do capítulo

Aos novos leitores, bem-vindos! Já vou responder a todos os comentários ♥
Espero que tenham gostado desse capítulo, ainda que curto e cheio de ilusões. Logo mais essa semana vai ter o capítulo final! E pensem com carinho sobre uma continuação ♥
Beijão!



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