Forever Unchanging escrita por Kamui Nishimura


Capítulo 25
Tweenty Five - Sobre partir e sentir


Notas iniciais do capítulo

Esse capítulo também é uma memoria, e talvez diminua (ou aumente) a curiosidade sobre o Akira XD
Boa Leitura!



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Sorriu ao jogar o corpo sem vida no lago lamacento. Ninguém poderia lhe acusar sem provas.

Estava cansado da mesma rotina de livrar-se de corpos e mais corpos, mas não sabia como livrar-se daquela compulsão, daquele vicio que parecia o consumir.

Retornou ao seu abrigo, sendo surpreendido pela presença de Kouyou, sentado ao chão, mexendo em alguns itens que havia deixado em um baú.

— O que fazes aqui? Não devias estar com seu mestre? – esbravejou, largando a capa sobre o banquinho próximo á porta.

— Yutaka disse para ficar aqui, que ele iria resolver algum assunto com os anciões. – disse o mais novo em tom baixo ainda distraído com os objetos que não vira antes em seu mundo;

— Hum...ele está aprontando algo, tenho quase certeza. – resmungou, sentando-se próximo ao outro, que apenas o olhou brevemente. – O que tanto mexe em meus pertences?

— São de humanos? – perguntou. – Ganhaste ou roubaste deles?

— Alguns roubei... outros somente encontrei por acaso. – respondeu. 

— Posso ir contigo da próxima vez? – questionou.

— Sabe que está proibido de sair comigo, não é? – disse bagunçando o cabelo do mais novo, que o encarou mais uma vez.

— Eles não querem que eu saia. – disse em tom baixo. – Não posso sair nem sozinho... Só posso ir até a caverna, se eu entrar, logo aparece alguém e me impede de seguir.

— Yutaka falou demais para os anciões, ele é o problema. Devíamos nos livrar dele logo...

— Não acho que tenha sido ele... Ele desaprovou a ideia, disse que eu já não preciso mais de supervisão.

— Você já não é mais um filhote para acreditar em Yutaka, mas eu não vou dizer mais nada.

Kouyou apenas assentiu, colocando a mecha do cabelo comprido para trás da orelha.

— Por que o cabelo longo? – Akira questionou depois de alguns segundos em silencio.

— Esconde minha marca. – respondeu brevemente.  – Akira... quando for ao mundo humano, traga algo para mim?

— Pensarei nisto... – avisou, logo vendo a porta de entrada ser aberta, e Yutaka entrar acompanhado por um dos anciões, uma criatura alta, de aparência envelhecida.

Os anciões eram as poucas criaturas daquele mundo que não se preocupavam em manter a aparência humana  em seu mundo, então eram reconhecidos de longe em meio aos semelhantes...

Kouyou fechou o baú rapidamente, se levantando, juntamente com Akira.

— Temos um assunto importante a conversar Akira. Queira seguir-me.  – disse o ancião.

Akira assentiu a contra gosto, e o seguiu. Kouyou o seguiria, mas fora impedido pelo mestre.

— Kouyou... Permaneça aqui.  – disse Yutaka em tom baixo.

— Mas...  –protestou, mas ao notar que o mais velho não o deixaria sair do abrigo, sentou-se sobre o baú.

— Kouyou sabes que não vim aqui para separá-lo de Akira. Eu nunca falaria nada que fizesse com que os anciões fizessem isto. – continuou com o tom baixo.

— Porque está dizendo isto? – voltou o olhar para o mais velho, que parecia estar escolhendo as palavras.

— Parece que  Akira fez algo, e isto foi considerado grave. Eu não tenho ideia do que tenha sido, mas faz parecer que isto afete você de alguma forma;

— Eles vão expulsar o Akira? Não podem tirá-lo daqui! Para onde ele irá? – exibiu seu medo, e Yutaka apenas fez um sinal para que ele se contivesse.

— Não aja assim. Sabe que os anciões não aprovam este teu comportamento quase humano.

— Não podem expulsá-lo... não podem! – repetiu mais uma vez, sem erguer os olhos.

Yutaka apenas assentiu, sentando-se ao lado do mais novo.

— Sei que tens uma forte ligação com Akira. Mas ele sempre foi um inconsequente, e por você ser diferente assim, os anciões sempre vão estar de olho nas atitudes suas, e de quem está ao redor.

— Eu não pedi para ser diferente. Não pedi para ser criado cheio de sentimentos. Akira foi o primeiro que se importou com minha presença, e mesmo os anciões tendo me descoberto já nas primeiras semanas aqui, eles não se preocuparam comigo, só depois que descobriram que sou defeituoso.

— não és defeituoso. – Yutaka retorquiu. – o criador tinha algo em mente, e talvez esteja aguardando o momento correto para revelar os porquês.

— Não tente remediar as atitudes dos outros, não vai apagar o que eu já ouvi sobre minha existência! – Kouyou se levantou. – Eu não vou ficar aqui esperando que expulsem Akira!

— Melhor esperar aqui. – continuou Yutaka. – O que poderás fazer por ele, além de piorar a situação?

O mais novo o encarou com raiva, e seguiu para fora  sem esperar mais palavras do mestre.

Antes que alcançasse as proximidades do lago, fora segurado por Yutaka.

— Obedeça-me, se não quiserdes que nós dois sejamos castigados também. – disse em tom baixo.

— Eu não sou como vocês... não consigo ser frio e ver alguém próximo a mim ser julgado e condenado sem nem ao menos defender-se.

— Temos regras claras, ou as segue ou não permanece em nosso meio. Não somos muitos, temos que nos preservar! – disse em tom alto, quase que de forma rude.

— Expulsar semelhantes nunca foi e nunca será se preservar! – avisou, se desvencilhando do mestre, e continuando o caminho  até encontrar-se com Akira, que parecia pensativo.

Kouyou o abraçou sem pensar duas vezes, não se importava se os demais ao redor o julgariam, como já era costumeiro.

— Sabe que odeio abraços... – disse o mais velho em tom baixo.

— O que houve? Você fez algo errado? Vão lhe castigar? – perguntou se afastando do mais velho, tentando entender seu olhar.

Mesmo que soubesse que o outro não tinha aquela profundidade de sentimentos, como em si, pelo olhar ele o entenderia melhor.

— Vou embora... já não precisa mais da minha proteção– disse evitando o olhar do mais novo, que já se enchera de lágrimas. Akira continuou a andar, e antes que se afastasse mais, Kouyou o abraçou novamente, na tentativa de impedi-lo de continuar andando.

Aquele sentimentalismo ainda o confundia, mas não sentia vontade de afastar-se do mais novo, não naquele momento.

— Não precisas mais de mim, Kouyou... – disse em tom baixo. – Já pode fazer tudo por si só, já não é mais o filhote confuso que encontrei no lago. - repetiu

— Não quero que vá embora... és o único que compreende-me melhor... – Kouyou o abraçou, mais possessivamente.

—Deixaremos disso... Tens um mestre, não ficará sozinho. – o afastou.  – Tenho que ir... Não quero que sejas castigado por estar comigo agora.

— Deixe-me ir contigo?  - sussurrou.

— Não pode vir comigo... – avisou. – Mandariam o Yutaka lhe buscar á força.

— Não me importo.... não deixe me aqui sozinho! – seu tom fora bem mais choroso, e isso incomodou o mais velho, que evitou erguer os olhos e encará-lo.

—Não estará sozinho, já lhe disse. – se afastou mais.

— Pelo menos diga-me o que fizeste de tão ruim que lhe mandaram embora? – insistiu.

— hum, já venho á um tempo agindo fora das regras deste lugar. Eles só cansaram. – disse brevemente, não queria envolver Kouyou naquela situação, embora ele já estivesse bem mais envolvido do que sabia.

 - nos veremos logo? Podemos nos ver ainda não é? Do lado de fora da caverna?

— Talvez... se comporte aqui... – acenou, e seguiu o caminho para a caverna, que os levava ao mundo humano.

Não virou-se para trás ao ouvir o outro o chamando, com a voz ainda mais chorosa.

Kouyou era mais humano de todos naquele lugar. Todas as coisas incríveis que fazia, até mesmo sugar a energia dos outros ‘sugadores de pecado’ o tornavam uma obra de arte da mais belíssima inspiração, com aquele fundo de melancolia e dor, sempre exposta nos olhos castanhos claros brilhantes  

Sentia-se aliviado pelo fato que sua expulsão não era por terem descoberto que omitira tal ‘talento’ do mais novo, e sim por conta das vitimas numerosas que estava fazendo quase diariamente.

Talvez de alguma forma, Kouyou o levara a compulsão.

Mas nunca o culparia por isto.

[...]


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Notas finais do capítulo

Essa memória é para servir de ponto para os próximos acontecimentos, espero que entendam XD
Eu ainda estou alterando algumas coisas nos outros capitulos, por isso as vezes esqueço a hora de postar kkkkk
Essa fic é importante para mim, e vocês gostarem dela me deixa muito feliz ♥
Bom, até o próximo ♥
Beijos!



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