Travessuras, por favor escrita por Sweet Madness


Capítulo 1
Capítulo 1 - Segredos Bem Guardados




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Ser do mesmo ano que os Gêmeos Weasley era complicado para os alunos das quatro casas, em especial para os austeros sonserinos.

Mas Samhain Brianna Black não se enquadrava com os incomodados colegas de casa.

Especialmente por estar sentada nas arquibancadas, assistindo aos treinos da Grifinória, sendo que não costumava comparecer aos jogos oficiais.

Lia uma fantasia trouxa, vez ou outra desviando sua atenção para o jogo. Mais especificamente quando os balanços eram rebatidos com precisão por um dos gêmeos Weasley.

É claro que a maioria dos grifinos mais novos, que também assistiam ao treino, não entendiam o que uma Sonserina fazia no treino do time de sua casa. Mas também nunca tentaram abordar a garota. Especialmente por não saberem nada sobre ela. De que família vinha, que tipo de maldições e azarações sabia... O quanto Severus Snape a protegeria se fosse pega enfeitiçando um deles... Eram questionamentos a se fazer antes de provocar qualquer Sonserino.

Os Gêmeos Weasley não viam o protecionismo do morcegão como um limite para suas pegadinhas, e faziam questão de cutucar os integrantes da casa das serpentes. Mas aquele ano tudo estava mais silencioso. Havia um assassino a solta. E um lobisomem dentro de Hogwarts.

Samhain sabia disso, mas não era uma informação relevante o suficiente para que se desse ao trabalho de contar aos seus colegas. Apenas se apiedava do estado de saúde do professor de Defesa Contra as Artes das Trevas.

—Hey, Sam!-George Weasley estava de ponta cabeça em sua vassoura, parado em frente a arquibancada.-O que está lendo?

Ela abriu um sorriso e fechou o livro, mostrando a capa para o grifinorio.

—Alice no País das Maravilhas.-Ela abaixou o objeto, colocando-o sobre o colo, marcando a página que lia com o dedo.-E como está o treino? Quantas vezes Harry já apanhou o pomo?

—Umas doze vezes...

—E quantos balaços você já lançou para fora do campo, senhor Weasley?

—Sete!-George gostava daquele sorriso. Era pequeno, delicado, verdadeiro... E muito bonito.-Você não está com frio?

—Não. George Weasley, será que pode sentar direito nessa vassoura? Se cair dai de cima tia Molly vai ficar uma fera!

Ele voltou a posição normal, rindo. Era sempre assim. Ele não precisava de grandes pegadinhas para levar uma bronca.

—Prontinho. Bem, vou ao vestiário... Você...

—Eu o espero para voltarmos ao castelo.

Ela voltou a ler e George foi ao vestiário. Lá ouviu todo tipo de bobagem, pregou uma peça básica em seu próprio gêmeo e correu porta afora.

Encontrou Samhain o esperando no começo da trilha. O livro devia estar guardado em sua capa. Ela não usava a gravata de sua casa, apenas as calças negras e a camisa branca impecável. Os pesados cabelos negros estavam presos em uma trança e os olhos desiguais, um cinza e o outro chocolate, o observavam.

Abriu seu famoso sorriso maroto e caminhou até a Sonserina, que lançou um olhar breve por sobre o ombro do batedor, antes de dar as costas e passar a caminhar ao lado dele de volta ao castelo.

—Seu fã-clube de menininhas ingênuas e desocupadas ainda vai me arrumar problemas, senhor Weasley.

O ruivo deu uma gargalhada, enfiando as mãos nos bolsos da calça.

— Não se preocupe. Elas preferem perder tempo em assistir Fred jogar charme pra elas enquanto corre atrás da Angelina como um cachorrinho adestrado.

A morena riu baixinho e apenas abanou a mão, como se fosse uma bobagem. O caminho até o castelo foi feito sob comentários sobre os trabalhos daquela semana. Mas George não a deixaria fugir.

—Então... Algum dia vai me dizer seu sobrenome?

—De novo com isso, George Weasley?

—Vê? Eu sequer posso te dar uma bronca devida se não me disser seu sobrenome. Qual é, Sam... Nem Minerva disse seu sobrenome na seleção das casas... Por que todo esse mistério?

Ela parou de andar e respirou pesado, fechando os olhos desiguais por um momento.

— Não é uma boa hora pra isso.

—E quando será? Há três anos você promete que vai me dizer seu sobrenome na hora certa. Do que você tem tanto medo?

Ela abriu os olhos e George viu lágrimas discretas se formarem ali.

—De que você tenha medo se souber.-Ela respirou fundo, para controlar as emoções.-Boa noite, George.

—Boa noite? Mas...-Poucas coisas eram mais difíceis do que fazer um dos gêmeos Weasley se arrepender de uma brincadeira ou de uma conversa fiada. George havia chego a conclusão de Samhain era especialista nisso.-Não vamos nos ver depois do jantar? Sam...

— Eu... Eu vou pensar. Até mais, George.

Ela deu as costas e se foi para a porta do Castelo, direto para o rumo das masmorras. George foi para seu salão comunal, e decidiu fazer seu dever de transfiguração. Ele precisava ocupar a cabeça pela próxima hora. E torcer para ver Sam no jantar.

•~~•

Samhain chegou em seu quarto, separado dos demais, e tirou o relicário de dentro da camisa. Ali guardava a última foto de seu pai. Ele sorria atrapalhado para a câmera. Era sempre assim quando Samhain fazia uma gracinha de bebê. E sua avó havia capturado aquele momento.

"-Papai... Amu você...

E o rapaz dava um sorriso meio desconcertado, antes de beijar todo o rosto da filha. Ele era jovem, recém tinha feito 18 anos. Havia resgatado a filha de um convento trouxa há pouco mais de um ano e meio, a menina estava prestes a completar três anos. E por aquele sorriso de dentinhos novos e pequenas mãos carinhosas, Régulos Arturo Black havia decidido deixar as fileiras de Voldemort.

A mãe da menina era uma bruxa mais velha, que havia tentado um golpe no caçula dos Black. Ela havia se esquecido de incluir a astúcia de Walburga Black em seu plano.

Ela torturou o rapaz. Desaparecendo com sua pequena filha para os confins do mundo. Fora difícil encontra-la, e Régulos devia a efetividade à mãe. Walburga não era uma grande bruxa a toa.

A pequena Samhain havia amolecido os velhos e empedrados corações de Walburga e Orion. Mas Régulos desejava, no fundo, apresentar sua risonha bebê a seu irmão mais velho.

Ele deixou um diário escrito para sua filha. Para que ela soubesse de tudo. Além de tudo ainda teve um grande golpe de sorte, Walburga superou as expectativas.

—Você faz o que quiser da sua vida, Régulos. Mas não vai tirar minha neta de mim!"

Sam fechou o relicário, olhando para o diário do pai. Estava na mesinha de cabeceira de sua cama. Como ela poderia dizer a George seu sobrenome? Como diria ao ruivo que era filha de Régulos Black? Sobrinha de Sirius Black?

Tudo bem, ela não acreditava que seu tio houvesse traído os Potter. Por tudo que seu pai havia escrito no diário, aquilo em nada era digno de seu tio. E também sabia que ele não era Comensal da Morte coisa nenhuma. Talvez se pudesse ajudá-lo de alguma forma... Se pudesse descobrir algo que o inocentasse... Mas não podia fazer nada sozinha.

A crença na inocência de Sirius provavelmente seria só mais um dos segredos de Samhain Black.


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