O Retorno dos Monstros da Rua Maple escrita por Maria Vicente Carvalho


Capítulo 9
Capítulo 09 - Imagem e Semelhança


Notas iniciais do capítulo

Aproveitando que ainda tenho acesso as notas para pedir mil perdões pela demora de atualizar. Após o desafio da drabble fiquei com um bloqueio criativo dos grandes e agora estou retomando a escrita das minhas fics aqui no Nyah!

Boa leitura =)



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 Os berros dos vizinhos amedrontavam Sophie de uma maneira jamais imaginada. O seu coração batia acelerado, sentia seu corpo todo tremer de medo e assim permaneceu trancada em seu quarto segurando a faca que pegara da cozinha.

 Houve batidas a porta de sua casa, eram batidas violentas seguidas dos gritos de alguns moradores da rua. Sophie permaneceu trancada em seu quarto rezando para que eles a deixassem em paz.

 Pela madrugada os escândalos finalmente cessaram e a energia elétrica havia retornado; Sophie ao perceber que seu celular havia voltado a funcionar cogitou em ligar para a polícia, mas desistiu. Apesar de cansada Sophie passou a noite em claro.

 Foi estranho quando amanheceu o dia. Sophie ouviu o cantar dos passarinhos e pela janela conseguia escutar as vozes dos vizinhos, eles conversavam normalmente.

 Aquilo a incomodou e ela finalmente saiu de seu quarto foi até a sala e abriu a porta para observar a situação da vizinhança: tudo normal.

 Alguns moradores saiam com seus carros para seus trabalhos enquanto outros eram vistos por suas janelas fazendo seus afazeres domésticos. Havia um grupo de mulheres que conversavam pela calçada entre risos.

 Sophie achou estar delirando, pois durante a noite quando a energia caiu ouviu gritos e escândalos, houve mesmo batidas em sua porta e ela temeu que sua residência fosse invadida. Recordou da noite passada de quando foi a casa da vizinha que foi assassinada procurar por pistas dos monstros e encontrou Haley com aquela conversa de que não pertencia aquele planeta. Não hesitou em ir procura-la.

 Caminhou até a sua casa, Haley ao ver pela sacada que Sophie a clamava foi logo recebe-la e insistiu que ela adentrasse.

 ─ Aceita um café?

 ─ Aceito explicações.

 ─ Você é insistente.

 ─ E você é esquisita. Vamos, responda: Quem é você? Quem são os monstros desta rua? Como você fez a energia cair daquele jeito? Porque os vizinhos ficaram loucos daquele jeito?

 ─ Calma, está fazendo muitas questões.

 ─ Eu não posso ficar calma! A polícia suspeita que eu matei a vizinha da frente e Tommy, aquele senhor de idade! Eu preciso de respostas!

 ─ Está bem, mas tente manter a postura.

 ─ Foi você quem os matou? Não foi?

 ─ A vizinha quem a matou foi um dos monstros.

 ─ E quem são esses monstros? – Sophie vociferava impaciente.

 ─ Sophie, você é muito, mas muito inocente. Quem você acha que são os monstros? Seres com quatro braços e sete cabeças? Você imagina que eles sejam iguais aqueles filmes de ficção?

 ─ Por favor, Haley, me diga logo quem são eles.

 ─ Olhe-se no espelho e descobrirá.

 ─ Como é?

 ─ Se olhe no espelho.

 ─ Estou farta dessas respostas sem nexo.

 ─ Sophie, não se faça... Repare a vizinhança! Olhe ao seu redor!

 ─ Você deve estar envolvida nisso tudo.

 ─ Não me iguale a vocês humanos.

 ─ Ah claro, como você disse ontem a noite: você não é deste planeta.

 ─ Não sou mesmo, posso ter características físicas semelhantes, mas não sou como vocês. Vocês abusam do livre arbítrio que tem para cometer atrocidades.

 ─ Dando lição de moral? Você tem demência isso sim! Sua louca! Você deve ter assassinado aqueles dois, mas eu vou descobrir.

 ─ Pense o que quiser, faça o que quiser, só espero que não seja tarde demais para você perceber.

 ─ Eu vou embora! – Sophie saiu as pressas da casa de Haley.

 Ao correr pela calçada sentiu os olhares curiosos dos vizinhos sobre ela, porém pouco se importou.

 Aliviou-se ao retornar a sua casa. Trancou a porta e decidiu: iria se mudar; preferiu dar-se por vencida a sua mãe e voltar a morar com seus pais.

 Foi ao quarto procurar pelo seu celular quando reparou em si através de sua imagem no espelho, logo lembrou-se do que Haley dissera.

 ─ Consegue ver? – era o homem do terno preto.

 ─ Quer parar de me assustar deste jeito? – retrucou Sophie irritada.

 ─ Perdão. A minha intenção não é te afligir.

 ─ O que questionou antes?

 ─ Perguntei se consegue ver.

 ─ Ver o que?

 ─ Olhe para o espelho.

 ─ Você também com essa conversa?

 ─ Olhe. – insistiu ele.

 Sophie virou-se para o espelho novamente e ainda se perguntava sobre o porquê daquilo.

 ─ O que eu devo ver?

 ─ Você não quer saber quem são os monstros?

 ─ Sim.

 ─ Aí está: a imagem e semelhança dos monstros.

 ─ Eles se parecem como nós humanos?

 ─ Não, eles são vocês humanos.

 Sophie ao voltar seu olhar viu que mais uma vez o homem havia desaparecido.


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