O Retorno dos Monstros da Rua Maple escrita por Maria Vicente Carvalho


Capítulo 6
Capítulo 06 - Quem são os monstros da rua Maple?


Notas iniciais do capítulo

Boa leitura =)



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 Chegando ao shopping, Sophie foi a bilheteria retirar o seu ingresso enquanto o seu mais novo “amigo” a aguardava. Como haviam chegado adiantados ela optou em comer algo em alguma lanchonete. Fez o pedido e comeu o seu lanche em silêncio, reparou que ele a observava com o olhar fixo, o homem ainda lhe era estranho, mas sem compreender ela foi aceitando toda aquela esquisitice. Deu o horário da sessão e Sophie achou que fosse adentrar a sala do cinema sozinha, pois o seu companheiro não havia retirado ou comprado nenhum ingresso, entretanto ele a acompanhou e a sentou do seu lado.

 E se eu estiver pirando? E se ele é fruto da minha imaginação? Por que eu o imaginaria? O que minha mente quer com isso?

 Ao final da sessão quando saia da sala recebeu uma ligação, era o seu chefe:

 ─ Assistiu?

 ─ Sim senhor.

 ─ E o que achou?

 ─ Interessante e complexo.

 ─ Filmes complexos são os melhores. Escute: amanhã eu quero uma resenha sobre este filme, mas sem spoiler. Daqui umas duas semanas faça uma contendo spoiler.

 ─ Duas semanas? Não é um intervalo pequeno?

 ─ O filme está sendo muito falado, em duas semanas milhares de pessoas o terão assistido e você fazendo uma excelente resenha amanhã sem spoiler vai fazer com que os nossos assinantes fiquem curiosos para assisti-lo.

 ─ Está bem senhor. Boa noite. – Sophie encerrou a ligação.

 ─ Para casa? – indagou o homem.

 ─ Sim, mas antes eu preciso ir ao banheiro. – Sophie o deixou esperando.

 Ao entrar no toalete foi logo lavar as mãos e os rosto, acreditava que tendo contato com água fria iria despertar daquele “sonho”.

 Ele não é real. Eu estou imaginando coisas. Tudo por causa daquela matéria sobre os monstros e aqueles vizinhos esquisitos. Sophie procurava se convencer de que nada daquilo era real referente ao homem que se dizia ser uma pessoa em que se pode confiar. Achava que o criou em sua mente por causa da história dos monstros, porém ela não poderia se esquecer que assim que se mudou o homem surgiu tocando sua campainha e ele foi o primeiro a mencionar sobre os monstros da rua Maple.

 Quando secava as mãos e o rosto avistou pelo espelho alguém sair de um dos banheiros e era ela: Haley.

 ─ Haley? O que faz aqui?

 ─ Usando o banheiro. – ela aproximou-se da pia para lavar as mãos.

 ─ Eu digo no shopping. Veio passear?

 ─ Às vezes gosto de dar voltas pelo shopping, distrair-me um pouco.

 ─ Entendi. – Sophie tentou sair o mais rápido possível.

 ─ Espere. – Haley a impediu a segurando pelo braço – Este domingo irei fazer um churrasco, sabe uma simples confraternização entre os vizinhos e adoraria que fosse.

 ─ Infelizmente não poderei, pois irei visitar meus pais e... – Sophie parou alguns instantes – Espera... Como você quer festejar entre vizinhos depois de hoje?

 ─ Como assim?

 ─ A vizinha que morreu assassinada. A policia não foi a sua casa esta madrugada?

 ─ Ah sim, eles foram. Trágico, não acha?

 ─ Eu acho e por isso acredito que nenhum morador da nossa rua irá se animar para uma confraternização.

 ─ Eu já convidei alguns e os mesmos confirmaram presença. – Haley exibiu um sorriso terrífico.

 ─ Eu preciso ir. – Sophie fez com que ela lhe soltasse.

 Sophie apressou os passos e sentiu um alivio em ver que o homem ainda lhe aguardava.

 ─ Vamos embora daqui, por favor! – implorou ela.

 O homem a pegou pela mão a guiando novamente até o seu veículo e dando partida eles foram embora.

 Ao retornar à rua Maple, Sophie sentiu um arrepio por todo o corpo e cogitou a hipótese em procurar outro lugar para moradia ou se dar por vencida e voltar a morar com seus pais.

 O homem a seguiu até a porta e quando iam se despedir, Sophie pediu que ele ficasse:

 ─ Por favor, não vá.

 ─ Confia em mim?

 ─ Sim. – ela destrancou a porta e deu espaço para que ele adentrasse.

 Preparou um chá de ervas para eles dois e assim Sophie aproveitou para fazer seus inúmeros questionamentos:

 ─ Os monstros então existem?

 ─ Sim.

 ─ E onde eles se escondem?

 ─ Por toda a rua.

 ─ Foram eles que assassinaram a mulher da casa a frente?

 ─ Um deles.

 ─ Haley, uma moradora dessa rua. Ela me é esquisita, se esforça em querer demonstrar gentileza, mas me causa arrepios. Um vizinho chamado Tommy me disse que ela é um dos monstros, ele é o garoto que sobreviveu aquela matança que houve nesta rua na década de sessenta.

 ─ Tommy tem razão em alegar que foram monstros que cometeram aquele desfortúnio, todavia ele se engana sobre os mesmos.

 ─ Como assim? Eu li a matéria. Quando garoto ele disse que foram monstros do espaço sideral. Ele testemunhou tudo.

 ─ Realmente, Tommy testemunhou tudo, mas ainda se engana sobre os monstros.

 ─ Como assim se engana? Então quem são os monstros e como você surge do nada para me falar sobre eles?

 O homem não respondeu e quando Sophie insistia na pergunta foi interrompida pelo toque da campainha. Olhou assustada para a porta e foi ver quem era através do olho mágico: era Tommy.

 ─ O senhor de novo? – indagou ela ao abrir a porta.

 ─ Os monstros voltaram a atacar.

 ─ Como sabe disso?

 ─ Não soube da vizinha daqui da frente?

 ─ Sim.

 ─ Foram eles.

 ─ Como tem certeza?

 ─ Eles estão por aqui e a próxima vítima sou eu.

 ─ O que?

 ─ Eles estão fazendo igual aquele dia... Cortaram a energia da minha casa.

 ─ Quem cortou a energia?

 ─ Os monstros.

 ─ Diabos! – Sophie perdeu a paciência – E quem são os monstros?

 ─ Não os enfrente, por favor, se os ver não os enfureça. – Tommy então saiu.

 Sophie exigiu que ele retornasse, mas Tommy nem deu ligo as suas aclamações. Ela trancou a porta e quando retornou à cozinha viu que o homem não estava mais lá.

 ─ Droga! – impaciente ela pegou a xícara em que ele bebeu o chá e jogou contra o chão.

 Os questionamentos que tinha não lhe eram respondidos. Uma hora achava que tudo não passava de um delírio e outra hora acreditava em tudo e sentiu a falta da companhia do homem.

 Cansada de só se perguntar resolveu esclarecer toda a história e vestindo um casaco decidiu procurar Tommy. Ela não sabia qual era a sua casa exatamente, mas arriscou a procura-la pela rua e não foi difícil, pois ele havia mencionado que a energia da casa dele foi cortada e avistar uma casa sem iluminação deduziu que era o lar de Tommy.

 Bateu a porta várias vezes e quando ia desistir percebeu que a mesma estava apenas encostada e notificando sobre sua presença adentrou a casa. Era uma casa simples, dos moveis e decorações antigas, a maioria dos quadros pendurados pela parede eram de retratos em preto e branco. Sophie clamava o vizinho pelo nome, porém não se ouvia respostas ao seu chamado, procurou pelos cômodos de baixo e não o encontrando subiu as escadas e ao entrar no banheiro se apavorou: Tommy estava caído sobre o piso com a cabeça ensanguentada.

 O grito ficou preso na garganta, Sophie tentou levanta-lo e acorda-lo, mas ao reparar que ele estava morto o empurrou de volta e tentou sair dali o mais rápido que pudesse. Quando descia as escadas ouviu o ranger da porta da entrada e depois um barulho forte de batida.

 ─ Quem está aí? – ao ouvir passos se desesperou e retornou ao andar de cima.

 Correu para um dos cômodos que era o quarto de Tommy e se trancou. Continuou a ouvir passos fazendo a se afligir mais. Sophie olhou para a janela do quarto e amedrontada não encontrou outra saída. Abriu a janela e pulou sem pensar duas vezes.

 Pensou que tudo não tinha passado de um sonho ruim, mas quando abriu os olhos sentiu que estava sendo carregada e colocada sobre uma maca por paramédicos e assim foi levada a um hospital.

 ─ Quem são os monstros? – murmurou a si.

 Sophie não iria desistir e só sossegaria quando descobrisse quem eram os monstros da rua Maple.


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Notas finais do capítulo

Será que Tommy tinha razão? Pelo visto ele foi a próxima vítima e se Sophie não tivesse tentado escapar talvez tivesse sido mais uma...
Haley cada vez mais parece uma suspeita e Sophie a teme.
E o homem? Aparece e some como sempre...


Espero que tenham gostado, até o próximo. =)



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