Apesar de todo o cansaço e a dor nas costas por ter carregado e descarregado caixas ao longo do dia, Sophie estava satisfeita, pois finalmente mudara saindo da casa de seus pais para ir morar sozinha. Havia trabalhado muito para almejar aquela conquista da casa própria e finalmente o sonho havia-se realizado. Tinha muito o que organizar como a decoração, o local dos moveis, entretanto ela teria tempo para acomodar as coisas de acordo com o seu gosto.

 Ao anoitecer foi surpreendida pela alegre visita de alguns vizinhos que foram recepciona-la:

 ─ Bem vinda a rua Maple! – exclamou uma das vizinhas – eu trouxe-lhe uma torta de maçã.

 ─ Quanta gentileza, obrigada! – agradeceu Sophie.

 ─ Esperamos que possa gostar de morar aqui – falou um vizinho – esta vizinhança é maravilhosa e o bairro é tranquilo, especialmente essa rua.

 ─ Eu tive boas referências da imobiliária que me vendeu a casa. Por favor, fiquem um pouco mais, irei preparar limonada para todos.

 Tudo indicava que a vizinhança era tranquila, que a rua Maple era um lugar remanso, excelente para se morar e Sophie estava empolgada com a sua nova vida que se iniciava.

 Quando os vizinhos foram embora, Sophie aproveitou para banhar-se, pois estava exausta e suada pela correria do dia. Aquela primeira noite teria que fazer pedido de alguma refeição por delivery, pois os eletrodomésticos como fogão e geladeira ainda não haviam sido entregues. Procurou pela internet do celular algumas sugestões e optou por uma lanchonete da região que fazia entrega e assim fez seu pedido.

 Resolveu aguardar organizando seus itens pessoais pelo quarto. Ouviu a campainha e acreditou que fosse seu pedido. Foi ansiosa em atender que se esqueceu de questionar quem era e aturdiu-se ao atender a porta e ver que se tratava um homem trajando um terno preto enquanto fumava um cigarro.

 ─ Boa noite. – cumprimentou o misterioso homem.

 ─ Pois não?

 ─ Sophie Adams?

 ─ Quem deseja?

 ─ Eu.

 ─ E quem é o senhor?

 ─ Alguém em quem pode confiar.

 ─ Como assim?

 ─ Eu preciso ser breve – ele terminou de tragar o cigarro – eu vim alerta-la.

 ─ Alertar?

 ─ Exatamente. Tome cuidado.

 ─ Cuidado com o que?

 ─ Com os monstros.

 ─ Que monstros? – Sophie teve que segurar o riso.

 ─ Os monstros da rua Maple. Eles podem retornar a qualquer momento.

 ─ Ok. Algo a mais?

 ─ De momento é só isso. Qualquer coisa me procure.

 ─ Está bem... Então... Boa noite. – Sophie fechou a porta a trancando e caiu na gargalhada.

 Esperamos que goste de morar aqui. Esta vizinhança e o bairro é tranquilo, especialmente esta rua. Dissera o vizinho. Sophie já começou desconfiar daquilo, pois considerava que aquele homem com aquele recado esquisito fosse algum vizinho.

 ─ Ninguém se livra de um vizinho perturbado. – comentou ela a si.

 A campainha tocou mais uma vez e fez com que Sophie se assusta-se. Ao atender ela questionou quem era e a resposta que obteve de que era o entregador do seu pedido, todavia preferiu certificar-se olhando através do olho mágico e ao ter certeza de que era mesmo o entregador respirou aliviada.