Bishop - Hiatus escrita por Lilindy


Capítulo 1
A fita


Notas iniciais do capítulo

Olá, seja bem-vindo(a) á esta fanfic.

Conheci Kate Bishop há três anos. Uma amiga, que também é autora aqui no Nyah, a Shalashaska, me apresentou essa personagem e desde então fui pesquisando mais sobre ela.

Gosto muito da Kate e há certo tempo pensei em escrever uma fanfic sobre ela. Com as notícias sobre a série do Gavião e da Gaviã Arqueira, fiquei motivada á escrever.

Como não sabemos quem fará a Kate no MCU ainda, eu ainda imagino a Crystal Reed como sendo a imagem dessa personagem. Acredito que não sou a única.

Como a fic é baseada também na hq do Gavião Arqueiro de Fraction e na hq solo da Gaviã Arqueira, estou escrevendo tentando passar o tom de humor presente nelas. Espero conseguir. Também espero transmitir a personalidade da Kate da forma mais fiel possível.

Bom, sem mais delongas, desejo uma boa leitura para todos.



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O baque foi curto e estrondoso.

O chute firme e forte com o pé direito escancarou a porta dupla de madeira. Dentro da sala, cujas paredes eram verde musgo, duas mulheres enroladas em toalhas brancas e de aparência tão semelhante que poderiam ser dadas como gêmeas gritaram assustadas.

O homem entre elas parou, arregalando os olhos puxados e pequenos ao ver a outra figura masculina do outro lado da sala. O arqueiro já havia posicionado duas flechas em sua direção, ele já estava pronto.

O movimento seguinte foi rápido e certeiro.

Os três dedos soltaram a corda do arco e as flechas percorreram seu curso. Os gritos das duas acompanhantes tornaram-se mais sonoros e duradouros quando as flechas passaram por elas e atingiram o homem. O desespero foi maior quando o líquido vermelho e viscoso respingou em suas toalhas macias. Gotas de sangue também estavam presentes em seus braços magros e finos.

O arqueiro abaixou seu arco. Seu olhar tão firme quanto suas flechadas agora era direcionado para o corpo que jazia no chão, sem vida.

O homem de aparência oriental vestia apenas um roupão branco. Seu corpo encontrava-se esparramado sobre o piso da sala e duas flechas fincadas em seus globos oculares. Foi uma morte rápida e fácil.

As jovens se encolheram em um dos quantos do cômodo, nervosas e abaladas. Os olhos castanhos de pálpebras estreitas das duas viram quando o Gavião Arqueiro as encarou. Ele ergueu seu arco, tirando mais duas flechas de sua aljava, mirando nas mulheres.

O trabalho precisava ser terminado.  

 

➵➵➵

 

— Você sempre faz justiça com as próprias mãos, Clint? — A pergunta da garota quebra o silêncio que pairava ali por uns três minutos, fazendo Barton parar de andar, virando seu rosto para ela.

— Que papo é esse? — Os cenhos do homem franziram, olhando para o rosto pensativo e mais novo de sua parceira.

Os dois agora estavam parados no meio do caminho. Clint tinha o torso virado para Kate e ela olhava um pouco para os dois lados antes de olhar para baixo, suspirando antes de prosseguir.

— É que eu tenho pensado muito sobre isso. Quer dizer, sobre o que você fez depois... Depois daquele maluco do Thanos e do desaparecimento da Laura e das crianças.

Kate estava se referindo ao o que Clint fez durante o tempo em que a Terra sofreu com o ato frio e calculista do titã louco. Um ato disfarçado de boas intenções, mas composto por uma ideia maluca e genocida.

Depois do estalo, todo o universo perdeu metade de suas criaturas vivas. Tal evento abalou ecossistemas inteiros, sistemas econômicos e políticos por todos os mundos. Porém, o resultado mais impactante dessa mudança drástica e repentina foi o caos emocional.

Muitos perderam seus entes queridos pelo o que pareceram intermináveis cinco anos. Mães, pais, filhos, irmãos tios, primos, avós e melhores amigos sumiram, desfazendo-se em poeira diante de seus olhos como se não fossem nada. Sem nenhuma explicação.

Para Clint foi até pior, de certa forma. Ele não viu seus filhos nem Laura sumirem em pó. Não foi isso que aconteceu de imediato. Sua família simplesmente sumiu segundos depois de uma distração do Gavião. Logo ele que constantemente mantinha seu olhar tão atento.

Sem família e sem esperanças, o arqueiro partiu para um caminho violento e frio. Clint Barton tornou-se o Ronin, fazendo justiça com as próprias mãos. Talvez um meio de preencher o vazio e fazer a dor passar, mesmo que por alguns instantes. E é claro que seus rastros de sangue não passaram despercebidos. E mesmo que Kate nunca o tivesse visto em ação durante aquele período, como Natasha viu, boatos e histórias sobre o Ronin se espalharam.  A Bishop ás vezes se pegava imaginando isso sobre seu mentor. Na verdade, tais pensamentos pairavam em sua mente com mais frequência depois de passar mais tempo com o mais velho.

Barton deixou seus olhos azuis sobre sua protegida. Ela já o encarava de volta. Só os dois estavam ali, na rua quieta.

— Eu vi algumas coisas durante esse tempo que estamos trabalhando juntos e isso me fez pensar...

— Katie. — O mais velho a interrompe. Kate o reprenderia e soltaria um “Não me chama de Katie” se estivesse em outro momento. Clint se move, ficando de frente para ela. — Esse trabalho ás vezes exige um pouco mais de nós. — Ele se referia á certas tomadas de atitude e até certas ações mais... Pesadas. O arqueiro pausa, procurando palavras para seguir. Ele sabia como aquela conversa era tensa.  — Mas eu não faço mais aquilo, eu não saio matando por ai. — Outra pausa. — Não mais.

Não mais.

O olhar do Gavião desvia do rosto da menina, o foco direcionado para um ponto aleatório da rua onde estavam. As lembranças daqueles anos, daqueles cinco anos solitários e dolorosos vindo á tona.

— Então, antes de tudo que o Thanos causou você não fazia esse tipo de coisa? Não fazia justiça com as próprias mãos?

Barton volta seu olhar para a Bishop. Ela não havia desviado seus olhos do rosto do mais velho.

— Não. Não, Kate.

A mais nova assente com um movimento lento de cabeça, sentindo a sinceridade nas palavras do seu amigo. Então ambos se calaram mais uma vez. Clint, achando que a conversa havia se encerrado, vira seu corpo para frente, voltando a andar depois de sorrir fechado para a mais nova. Kate, ainda parada no mesmo lugar, volta a falar.

— Podemos conversar sobre como você tem agido?

Novamente o arqueiro para, virando-se para a amiga.

— Do que está falando? — Os cenhos do Gavião franziram de novo.

— Você sabe do que estou falando, Clint. Você está estranho, fechado e tem agido diferente nas nossas missões. — Ela pausa, encarando o outro.

Clint a olha com uma expressão que dizia “o quê?”

— Você me conheceu assim, Kate. — O Gavião volta a andar, dando as costas para a Gaviã. Ele seguia para a casa mais ao fim da rua, a casa onde os dois estavam “morando” enquanto completavam sua mais atual tarefa.

— Não foi desse jeito que a Nat descreveu você.

Os passos de Clint cessam ao ouvir aquele apelido.

Nat.

Ainda parado, o mais velho pôde sentir os passos de sua protegida enquanto ela se aproximava dele.

— E você não era assim quando te conheci. — Ela para, parecia pensar. — Quer dizer, você está piorando.

Talvez isso fosse relacionado aos atos dele como Ronin, essas lembranças não sumiam assim do nada. Não era algo que você pudesse esquecer tipo “Ah, matei muitas pessoas durante esses cinco anos. Fui consumido pela falta raiva e vingança, mas tudo bem. Já passou”.

Não era assim. 

Porém, Kate sabia que uma figura de cabelos vermelhos também era responsável pelas mudanças de comportamento de Clint Barton. A ausência de Natasha era muito significativa para o Gavião.

Clint não disse nada por uns trinta segundos e então, ainda de costas para a garota, Barton fala:

— Vamos voltar. Está tarde e eu quero dormir.

O arqueiro segue. Kate se irrita, mas não fica muito surpresa pela ação do amigo, o Gavião estava fugindo do assunto. Então suspirando por um segundo, Kate desiste, por enquanto, e o segue.

A casa era simples, pequena. E apesar de estar em San Luis Obispo, uma cidade populosa, a rua onde a casa se encontrava eram tranquila, com pouca movimentação. A residência servia tanto como ponto de encontro, caso os dois se separassem durante a missão, como também os proporcionava um local de descanso após suas missões. Como por exemplo, a mais atual tarefa da dupla: parar um grupo de contrabandistas que circundava a região e roubava carregamentos cheios de remédios destinados ao abastecimento de um pequeno hospital no centro daquele lugar.

Já era tarde da noite quando Clint e Kate viram uma fresta na porta principal, a luz amarelada da lâmpada da sala saindo por aquela abertura. Os dois gaviões trocaram um olhar, a constatação de que havia alguém na casa alertou seus sentidos. Os dois tomam suas posições, seus arcos postos á frente, flechas prontas para serem disparadas, caso necessário.

Com um único movimento, os arqueiros entram. Escarando a porta, apontam para a figura feminina que se encontrava de costas para os dois, perto do único sofá de couro velho do cômodo. A mulher não esboçou reação, parecia tranquila e calma. Ela parecia não temer a presença daqueles dois, virando seu corpo lenta e tranquilamente.

Ao ver de quem se tratava, o Gavião e a Gaviã abaixaram os arcos. Clint tomando a palavra primeiro.

— Maria Hill? O que faz aqui?

A mulher, olhando para Kate por alguns instantes antes de volver sua atenção para o outro, diz:

— Olá, Barton. Precisamos conversar.

 

➵➵➵

 

O lugar era pouco iluminado.

Barton e Hill caminhavam lado á lado enquanto entravam em uma espécie de sala subterrânea. A visão aguçada do Gavião procurava captar os elementos á sua volta.

O local não estava cheio, apenas algumas pessoas trabalhavam ali, concentradas em frentes ás telas de seus computadores. Outras aparelhagens tecnológicas estavam presentes pôr sobre as mesas dispostas na sala de teto arqueado. Quando a presença de Clint Barton foi notada, olhares rápidos foram lançados á ele.

— Barton?

O homem olha na direção do chamado. Maria já se encontrava parada perto á uma porta já aberta por ela mesma. Clint caminhou até lá instantes depois, era a única porta presente na sala.

Quando ambos entraram, Maria fechou a porta, indo sentar-se á única mesa presente ali. Ela encarou o homem á sua frente, esperando que ele fizesse o mesmo e senta-se de frente para ela.

— Onde está o Fury? — O arqueiro se senta, notando uma pasta de papel pardo posta sobre a mesa, ao lado direito de Hill. — E o que significa isso? Estão refazendo a SHIELD? — Ele pergunta, olhando em volta por instantes, observando o local com sua visão atenta aos detalhes. 

As paredes eram pintadas de um azul claro, não havia presença de janelas naquela sala. A luz branca era proporcionada pela lâmpada fluorescente posta no teto acima deles e fora a mesa e a pasta posta sobre o móvel, uma maleta preta se localizava no canto esquerdo da parede atrás de Maria Hill.

Clint volta sua atenção para Maria. Sua última pergunta possuiu certo tom de humor, mas a curiosidade era verdadeira.

— Você o verá em breve, ele está ocupado. E sim, é basicamente isso que estamos tentando fazer.

A situação era complicada. Mesmo depois de um ano após a luta entre os heróis e Thanos e o sacrifício de Tony Stark, a Terra e seus habitantes ainda procuravam se reestabelecer. A volta da metade da população do planeta, antes extinguida em poeira, foi tanto um grande alívio como algo para todos se readaptarem. Não seria diferente para uma organização secreta inteira que já havia deixado de existir ao ser corrompida pela presença infiltrada da HYDRA em 2014.

— Mas não é para isso que você está aqui. — Continua Hill. Ela era firme e possuía uma postura altiva. A agente tinha a confiança de Nick Fury, tanto que estava ali, pronta para passar uma informação de alta importância para o ex agente Barton. Ele, sentindo o tom sério de sua colega, deposita toda sua atenção sobre ela. — A fita sumiu, Clint. Foi roubada e está á solta por aí. A fita com gravações da Operação Eucritta.

Se Kate estivesse ali, não entenderia nada. Mas Barton sabia do que Maria estava falando.

— E como foi que isso aconteceu agente Hill? Achei que isso não fosse possível já que vocês me garantiram isso. — O tom do arqueiro agora era sério.

— Isso é nossa responsabilidade e estamos trabalhando para recuperá-la. Agora quanto sua segurança...

— Existem cópias ou... Eu vou ter que desaparecer ou viver escondido? Já basta o que aconteceu nos últimos cincos anos. Eu não vou submeter a Laura e as crianças á isso. — Clint se mexe na cadeira, um pouco nervoso, não esperando que Hill terminasse sua frase. — Quando Nat... — Ele para, sentindo o peso daquela palavra, sentindo uma pontada no peito ao lembrar-se dela. — Quando ela revelou os segredos da SHIELD, vocês me asseguraram que a fita estava segura.

Depois do que houve em 2014, Clint procurou saber tudo que podia sobre os segredos revelados tanto na SHIELD como da HYDRA já que ambas praticamente estavam fundidas uma na outra. Natasha foi a responsável por aquilo e Barton apoiou a amiga. Ele só ficou preocupado com a tal fita e por isso, procurou sanar sua preocupação. Mas pelo visto, o selo de segurança de Nick Fury e Maria Hill não o poupou dessa mais nova dor de cabeça.

— E estava. — Hill respondeu sem se alterar, ás vezes ela dava até medo por aquele seu jeito robótico. A agente coloca as mãos sobre os braços da cadeira. — Mas infelizmente um agente duplo estava trabalhando entre nós. Ele roubou a fita. A boa notícia é que já desconfiávamos dele e acabamos que usando a própria fita para rastreá-lo. Um nano chip foi implantado nela.

Clint se curvou um pouco para frente, apoiando os antebraços sobre a mesa, unindo as duas mãos.

— Algo me diz que uma má notícia também existe.

 Maria assentiu, movendo seu queixo de forma quase que imperceptível.

— O nano chip parou de funcionar. Contudo, a última localização dada por ele nos esclareceu algumas coisas. — A agente moveu-se, pegando a pasta de papel pardo apenas para direcioná-la ao arqueiro.  — O chip nos levou á Madripoor.

Encarando os olhos azuis e penetrantes de Maria Hill por alguns instantes, Clint levou seu olhar para a pasta, lendo seu conteúdo em seguida. Informações sobre Madripoor assim como um breve dossiê sobre o agente duplo em questão estavam presentes.

— De acordo com nossas pesquisas, um leilão vai acontecer lá em dois dias. Temos razões para acreditar que a fita será o “artefato” a ser leiloado por lá. Qualquer pessoa com uma conta bancária gorda pode ter a fita. Se a perdemos, a coisa ficará feia para você, para nós, para os restantes dos Vingadores e até para o governo dos Estados unidos.

Clint olha para a mulher.

A agente Hill era assim. Curta e grossa. Bom, ao menos quando estava fardada. Barton lembrou-se do tom ameno dela quando todos comemoravam mais uma missão bem feita com uma festa na Torre dos Vingadores. Na época, eles haviam recuperado o cajado de Loki roubado pela HYDRA. Eram bons tempos, comparados ao o que viveram três anos depois, em 2018, quando Thanos causou toda aquela confusão.

O ex agente olhou para um dos lados após passar uma das mãos sobre o rosto. Barton não escondeu sua reação perante aquilo tudo. Hill queria que ele recuperasse a fita, não era necessário um pedido verbal. Ele era o principal envolvido, teria que reaver a fita com a gravação mesmo que a mulher á sua frente tivesse dito que tal problema era responsabilidade deles.

O Gavião Arqueiro estava cansado, ele só queria dormir, descansar, se despedir de Kate e voltar para sua família. Mas pelo visto, tudo aquilo teria que ser adiado por um tempo. Então ele pensou em algo, uma expressão de dúvida surgindo em sua face logo em seguida.

— Espera, você disse leilão?

— Sim. — Maria se levanta. — Não somos apenas nós e os civis que estão se erguendo depois de tudo o que houve Barton. — A mulher olha brevemente para ele antes de seguir para a parede atrás dela, até a maleta preta.

Após a pegar, a morena se volta para a mesa, colocando o objeto sobre a superfície do móvel. Clint olha para a maleta por uns dois segundos. Como ex agente, ele sabia o que ela continha: aparelhagem tecnológica e o que fosse necessário para ajudar ele cumprir sua missão.

Ou ao menos era assim que funcionava.

— Os vilões também estão fazendo isso. — A ênfase foi proposital. Hill não utilizava aqueles termos. Ela olha de Clint para a maleta. — Temos poucos recursos comparados ao que tínhamos antes, mas ainda é o suficiente. — Maria olha para Barton. — Contamos com você.

Alternando o olhar entre a maleta e o rosto da séria agente, o Gavião Arqueiro solta um bufo rápido antes de falar:

— Vou ter que avisar á Laura.

 

➵➵➵

 

Clint parou no meio da sala ao notar a presença feminina ali, sentada no sofá, no escuro. A garota tinha as pernas cruzadas, o olhar baixo e os braços cruzados sobre o peito.

— Katie, o que faz acordada? São três da manhã!

Com um olhar nada amistoso, ela olha para ele.

— O que eu estou fazendo acordada? Sério? Você saiu ás pressas com a agente Hill e não me explicou nada. — Kate abaixa o rosto de novo, talvez um pouco desapontada por seu amigo e mentor ter feito aquilo com ela.

Barton olha para sua protegida por alguns poucos instantes antes de caminhar para seu quarto. Já aborrecida por ser ignorada por Clint, Kate se levanta do sofá com um único movimento, seguindo o mais velho.

— Então é isso? Não vai mesmo me explicar o que está acontecendo? — A Bishop para na porta do quarto de Barton. A luz acessa contrastava com o corredor escuro.

A garota agora trajava roupas casuais, uma camisa cinza e calça jeans. Seus tênis, levemente arroxeados, combinavam com sua tiara lilás posta sobre sua cabeça.

Kate, ao notar que Clint havia pegado sua bolsa e agora fazia suas malas ás pressas, franze os cenhos e entra de vez no quarto.

— Mas o quê...

— É melhor não me fazer perguntas, tudo bem? Só não me faça perguntas.

Kate ainda mantinha a mesma expressão no rosto, até um pouco mais pesada, enquanto alternava seu olhar entre Clint e a bagagem que ele fazia rapidamente. O que ele estava escondendo?

— Eu preciso sair daqui o mais rápido possível e você meio que não devia estar aqui. Não devia estar perto. — Barton nem olhava para ela enquanto falava.

A Gaviã dá um passo á frente, se aproximando do outro.

— Do que você está falando? Estamos nessa juntos., não lembra?

Depois de receber anistia pelo que fez como Ronin após os eventos envolvendo Thanos, Clint entrou em contato com Kate. Quando percebeu o que a garota realmente queria fazer, Barton passou a trabalhar ao lado dela. O Gavião Arqueiro desempenhava o papel de apoio, de mentor e de amigo para a menina. E Kate gostava disso, apesar do jeito de Barton. Porém, ultimamente, ele estava ficando tipo... Muito chato e fechado para conversas.

Clint parecia não querer se abrir para Kate e gostava de lidar com tudo sozinho.

A Bishop levou sua mão direita para o ombro esquerdo de Clint.

— Me deixa te ajudar, Clint. — Pede a menina. — Eu divido um nome com você. — Ela se referia á sua alcunha. Gavião Arqueira, Gaviã Arqueiro, eram alcunhas praticamente iguais, certo? — Que tipo de você eu seria se eu não te ajudasse?

Barton sorveu o significado daquelas palavras, ele sabia que as intenções da garota eram sinceras. Mas não podia envolver sua protegida naquela situação.

— Um eu vivo. — Com um movimento único com uma das mãos, Clint tira a mão de Kate por cima do seu ombro. Kate arqueia levemente as sobrancelhas, um pouco surpresa pela ação do amigo. Ela estava de frente para ele mesmo que Barton estivesse posicionado de lado. — Kate, eu... É melhor que você fique longe de mim pelas próximas semanas. Se der certo, você vai saber. Se não der certo, bom, você vai saber também.

Ele finalmente olha para ela, mas isso não dura muito. Depois de terminar de fazer uma pequena bagagem, pegar a mala onde guardava seu arco e flecha, Clint anda até a porta do quarto e sai de lá sem nem olhar para trás. Teimosa, Kate o segue caminhado pelo corredor escuro.

— Mas e a Laura e as crianças?

— Eu já cuidei disso. — Barton mantinha sua atenção para frente.

Ao chegarem á sala, Kate ascende a luz, parando perto do sofá.

— Clint... — Uma pausa. — Posso ficar com as suas coisas se você morrer? — Pergunta ela numa mudança drástica de tom para aquela conversa. A garota foi um pouco sarcástica com aquela situação. Uma forma de lidar com ela, talvez.

— Vai sonhando. Você é rica, pode comprar seu próprio material. — Ele para em frente á porta, ainda de costas. — Comprou essa casa aqui, pode comprar suas coisas. — Além do mais, tudo será confiscado como evidência depois. Caso as coisas deem errado.

— Ah qual é! — Kate coloca as duas mãos sobre a cintura.

Talvez o misto de seriedade e sarcasmo fizesse parte da dinâmica dos dois. Clint abre a porta, virando o torso para olhar para Kate.

— Quer saber, se eu morrer, você pode pedir a minha maleta para a Laura. Ela é boa para viajar.

Kate permanece com a mesma postura, encarando o mais velho com uma expressão de “Isso é sério?” O que estava acontecendo com Clint? A Bishop então responde:

— Acho que eu já tenho bagagem sua o suficiente, obrigada.

Barton franze levemente os cenhos, um pouco intrigado. Porém, não tendo tempo para isso, Clint desfaz sua expressão.

— Tchau, Katie.

Ele fecha a porta, deixando a garota sozinha e irritada. Kate cruza os braços antes de elevar a voz em uma tentativa de fazer Clint a ouvir.

— Não me chame de Katie!

 

 

 


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Notas finais do capítulo

*Operação Eucritta: Eucritta vem de Eucritta melanolimnetes, animal que viveu no período carbônico da Era Paleozoica.
*San Luis Obispo: Cidade localizada no estado americano da Califórnia, no condado de San Luis Obispo.

Espero que tenham gostado.
Qualquer erro de ortografia ou algo assim, podem informar.
Até próxima Sexta!
Bjus, Lili ♥



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