A maldição da Sucessão escrita por Pms


Capítulo 34
Capítulo 34: Brasões e famílias.


Notas iniciais do capítulo

- Olá, mais um capítulo para vocês.

— Comentem!



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O som de um pano farfalhando e um clarão.

A claridade queima os olhos de Harry que os fecha com força.

— Monstro. – resmunga ele enterrando a cabeça no travesseiro.

— Monstro veio avisar que o café já está na mesa. – avisa Monstro alegremente. – Mestre tem que se levar para não se atrasar.

— Eu já estou indo. – fala Harry com o som abafado pelo travesseiro.

Tateando cegamente o pequeno armário ao lado da cama a procura do relógio, Harry derruba o copo de vidro que continha ainda um pouco de firewhiskey. Ele pressiona a cabeça com força do travesseiro para aliviar a pressão em seu cérebro antes de sentar na cama e olhar para o nada. Tudo está doendo, seu corpo inteiro está dolorido.

Harry tentou colocar o trabalho atrasado em dia ontem, porém só conseguiu colocar a metade do que pretendia. Em parte, ele só pode culpar a si mesmo, resolver revisar o caso do assassino da marca negra e o caso do Malfoy juntamente com um copo de bebida não foi uma maneira inteligente de colocar o trabalho em dia, principalmente que em seu escritório há uma foto dele e de Gina que estimulou ele a continuar a beber. Acabou que ele atrasou ainda mais os pergaminhos que precisava assinar, as cartas que precisava mandar e os relatórios que precisava ler.

 Aos poucos, Harry está cogitando assim como Gladstone e Debbie usar os aurores novos como secretários pessoais, já que a secretária que ele tem é para o departamento todo.

O som dos passos no corredor acompanhado por um murmúrio melodioso indica infelizmente que não é somente ele que está acordado. Os passos se afastam indicando que Parkinson foi tomar o café da manhã.

Não faz muito tempo que Harry adquiriu a habilidade de identificar em que cômodo Parkinson está, os seus passos pesados na madeira anunciam o caminho que ela faz. Inicialmente, ele estranhou, já que ele recordava dela ser bem silenciosa.

É estranho e irritante ter Parkinson dentro de sua casa o dia todo, mesmo após algumas semanas. Embora, ela quase não fique no mesmo ambiente que ele mais do que meia hora, ela consegue fazer sua presença ser sentida, mesmo que ela não esteja no mesmo cômodo.

Agora é comum Harry acordar todo dia ao som de alguma música sendo tocada na vitrola em uma altura inaceitável num horário tão cedo, como também é habitual ouvir Parkinson cantando junto. Só foi na segunda semana de convivência com Parkinson que Harry começou a suspeitar sobre esses costumes.

A música alta, a cantoria, seus produtos de beleza no banheiro que ele mais costuma usar, fazer Monstro aderir alguns costumes dela, como fazer os pratos favoritos dela ou só servi quando ela está presente. Ou seja, transformar a casa dele na dela é de propósito com intuito de provocá-lo. Ela quer castigá-lo talvez por prender ela na casa dele, por não aceitar o acordo que ela queria fazer e por várias outras coisas que Harry não se dá mais o trabalho de tentar descobrir ou adivinhar.

Harry pode ter se irritado um pouco no começo, mas começou a achar engraçado vê-la se esforçando tanto para se tornar uma hóspede ruim. Por isso, ele resolveu entrar no jogo dela também.

Trazer o trabalho para casa, em vez de fazer no escritório silencioso que tem no Ministério foi um teste para ver a reação dela, ele fez questão de manter a porta aberta para mostrar que não se incomodava nem um pouco com as ações dela. Como o esperado ela foi procurar outras maneiras de perturbá-lo, fazer Monstro limpar o escritório dele no horário que ela sabia que ele chegaria é uma delas. Apesar do esforço dela, Harry com um sorriso no rosto demonstrou que poderia facilmente trabalhar na sala de estar, onde geralmente se encontra ela.

Harry está se divertindo com toda essa situação, isso ele não nega.

De uma forma atípica essa interação de disputa acabou estabelecendo uma rotina entre eles. De manhã, eles tomam café da manhã juntos em silêncio ao som da música francesa da vitrola. Ela lê alguma revista e Harry o profeta diário, e sem despedida ou cumprimento ele coloca o Profeta diário na mesa e saí para ir trabalhar.

Quando Harry chega ela está tomando banho no banheiro que ele costuma usar, dispensando completamente o outro banheiro da casa. Eles jantam e após o jantar vão para sala. Ele com um copo de bebida lê sobre esportes e Pansy com algum saco de doce lê seu livro ou revista deitada no sofá.

Em algum momento durante a noite, Parkinson se levanta e vai para o quarto dormir, algo que Harry não vêm fazendo com muita frequência, então ocasionalmente ele acaba caindo no sono em sua mesa de escritório que agora graças a Parkinson está sempre organizado e limpo.

Após um banho gelado para se recuperar e com a roupa trocada, Harry adentra a sala de jantar depois de parar a vitrola com o aceno da varinha. Sua cabeça está martelando demais essa manhã para escutar música. Como o usual, ele encontra Parkinson se servindo de cereal com uma mão e lendo o Profeta Diário na outra. Ao vê-lo, ela empurra o jornal para ele.

Sem dizer nada, Harry se senta agarrando sua caneca de café e o jornal. Ele deveria ler sobre o quadribol, mas por curiosidade quis saber o que ela estava lendo só para se arrepender após bater o olho no título.

“São nossos bens, não os bens do Lorde das trevas!” Afirma um bruxo em seu artigo contra a lei aprovada pelo Ministério.

Hermione sendo curiosa como sempre aceitou o pedido de Harry para descobrir mais sobre a tal lei. Harry supõe que Hermione foi muito direta e acabou deixando a Senhora Brown desconfiada, já que ela só fez mais perguntas do que respostas para Hermione, ou a lei é basicamente o que parece ser. Uma forma de conseguir mais dinheiro.

A mastigação de Parkinson entra como uma agulha afiada perfurando seu cérebro e a melodia murmurada por ela parece estar balançando sua cabeça.

— Você pode parar de cantar. – resmunga Harry massageando a testa.

Parkinson para de mastigar e olha para ele.

— Me desculpa, não sabia que minha cantoria estava perturbando os ouvidos do grande herói Potter. – ironiza ela. – Não tem problema, mas eu só paro de cantar se você comer em outro lugar. O seu cheiro podre de bebida está me deixando enjoada.

Harry geme coçando os olhos por trás dos óculos.

— Sabe que eu gosto mais de você quando está bêbada. – ele se levantando da cadeira levando consigo o jornal e a caneca de café. – Você fica mais tolerável de se conviver.

— E eu gosto mais de você quando você não está aqui. – ela leva uma colher para boca. – Olha que bonito, nós dois gostamos de algo um no outro.

Harry estuda ela saboreando seu cereal e lendo a revista. Vestindo somente uma camisola regata ele pode ver a diferença de coloração de sua pele entre seus braços e busto, seus braços parecem estar bronzeados e seu busto parece estar maior do que da última vez ele tinha visto.

Ela dá um singelo sorriso para o que está lendo antes de voltar para o semblante sério, fechando os lábios em um bico. Ele tem notado que bico e olhar de escárnio é algo comum nela.

— Potter, você pode passar o dia todo me encarando como louco. – diz ela sem tirar olhos da revista trazendo Harry a realidade. – Mas seu olhar ameaçador não irá fazer eu parar de cantar.  

 Ele não deveria, porém, faz. Ele está cansado e com enjoo, e ela não está cooperando.  São motivações suficientes para ele com um aceno da varinha silenciar ela completamente com um feitiço. 

Mas a minha varinha vai.

 

 

O líquido descendo pela sua garganta traz um alívio imediato, sua cabeça para de rodar e o enjoo se vai. É como ele beber água depois de um dia em seco.

— Quanto você bebeu ontem? – pergunta Rony parado em frente a mesa do escritório de Harry.

— O suficiente para me deixar com dor de cabeça. – Harry se encosta em sua cadeira e joga a cabeça para trás apreciando o efeito instantâneo do antídoto para embriaguez.

— Isso é horrível! – reclama Rony depois de cheirar o recipiente. – O que tem aqui?

— Água, café preto, sopa de legumes, frutas caramelizadas e biscoitos de mel. – recita Harry com olhos fechados. – E uma gota de xixi de duende.

Em uma das noite que Harry não se lembra qual, Parkinson recomendou o antídoto embriaguez do que a poção ressaca. 

— Eu prefiro ficar meses sem beber do que me submeter a tomar xixi de duende. – Rony faz careta para o recipiente.

— Você quer dizer que você parou de beber por escolha própria? – Harry ergue a cabeça sorrindo. – Que Hermione não teve nada a ver com isso? Que ela não te proibiu de beber durante esses nove meses que virão?

— Onde você ouviu isso? – rebate Rony desviando o olhar.

Hermione pode ser o impedimento de Rony para tomar a bebida. Já para Harry é completamente o oposto, Gina Wesley é o motivo que o fez recorrer a bebida. 

Harry se arruma na cadeira ao ouvir o som de batidas na porta do escritório.

— Entre. – permite ele guardando a antídoto na primeira gaveta.

O ministro, Quim Sacklebolt abre a porta.

— Ministro. – cumprimenta Rony se deslocando o seu corpo em direção a porta. – Eu falo com você mais tarde, Harry.

Rony se retira da sala fechando a porta.

— Eu espero não ter atrapalhado uma reunião. – fala Quim apontando para onde Rony saiu.

— Não, só estávamos conversando. – Harry circula os ombros para parecer mais apresentável.  – O que posso fazer por você?

— Você poderia me acompanhar, senhor Potter? – pede Quim.

— Sim.

Harry se levanta da cadeira receoso pegando o casaco no encosto da cadeira. Embora, ele seja o chefe dos aurores, Quim e ele não tem muito contato fora das reuniões departamentais.  Até o momento, Harry não precisou esclarecer ou dar explicações para Quim sobre o andamento das investigações, ele teme que talvez o dia tenha chegado. Ele esperou por esse momento, mas gostaria que não fosse hoje.

— Espero que esteja gostando do cargo de chefia. – Quim orienta Harry para o elevador.

— Claro. – Harry afirma com desânimo.

Quim ri entrando no elevador após Harry.   

— Sei que assumir o cargo nessa crise atual é difícil. – assumi Quim com sinceridade. – Mas acredito que os atuais acontecimentos não são nada comparados ao que você já passou. – continua ele. - Não se preocupe, não vim falar sobre trabalho hoje.

Harry assenti com a cabeça sentindo aliviado.

Depois disso, um silêncio constrangedor se instala enquanto eles vão passando por todos níveis do Ministério. Harry não imagina o que Quim possa querer com ele além de saber sobre como anda as investigações.

— Acabou os níveis. – comenta Harry quando as portas do elevador se abrem no último nível do Ministério e eles permanecem dentro do elevador.

Quim sorri tranquilamente esperando as portas do elevador se fecharem novamente. Inesperadamente o elevador se movimenta mais uma vez e para em frente a uma parede de concreto.

Quim espera as portas se abrirem para puxar a varinha da túnica e bater várias vezes em uma ordem sem padrão na parede que se parte em dois dando acesso ao um único corredor.

— Venha, senhor Potter. – Quim gesticula com a mão para Harry que está parado boquiaberto dentro do elevador.

— Onde estamos? – pergunta Harry acompanhando Quim até uma enorme porta de mármore branco sem maçaneta ao final do pequeno corredor.

Quim encosta a varinha na porta. Há um som de ferro correndo e trancas e então depois de alguns segundos a porta começa a se abrir lentamente.

— Antigamente essa porta só se abria com gotas de sangue. – conta Quim guardando a varinha. – Estamos na sala redonda ou a sala dos patrícios.

Com a grande porta completamente aberta, Harry se depara com uma espaçosa sala arredondada vermelha escura que contém uma enorme mesa redonda feita em mármore branco localizada ao meio da sala. Ele adentra o local admirando os vários mosaicos e pinturas que tomam todo o chão de gesso.

 - No chão estão pintado todos os fatos históricos do mundo bruxo e essas estátuas são todas as famílias bruxas que constituíam a aristocracia do mundo bruxo. – revela Quim agitando a mão ao redor para as estátuas brancas que rodeiam a sala.   

Harry se atenda as estátuas feitas de mármore branco. As estátuas variam de uma estátua feminina e uma estátua masculina, mas todas seguram uma varinha erguida para cima.

— Cada estátua representa uma família. – diz Quim se aproximando de Harry. – Houve tempo que essa era a sala dos "Sagrados Vinte e Oito".

A beleza e o encanto da sala se perde para Harry quando compreende a fala de Quim.

— Essa sala já teve mais famílias. – acrescenta Quim. - Sua família já teve uma dessas estátuas, só que o casamento de seu pai com sua mãe tirou o direto a ter um estátua de pureza.

Harry já não consegue mais achar qualquer aspecto da sala bonito.

— Mas para seu consolo. – continua Quim se colocando ao lado de Harry. – Sua árvore genealógica está lá em cima.

Harry segue com a cabeça para onde Quim está apontando, para cima deles. Ele semicerra os olhos numa tentativa de enxergar algo dentro do teto redondo, mas está absolutamente escuro e parece não ter fim.

— Lá em cima, supõe que tenha todas as árvores genealógicas de todos os bruxos. – informa Quim olhando para cima também. – Sejam mestiços, nascidos trouxas ou bruxos de sangue puro. Todas estão ligadas ao um antepassado em comum, o primeiro bruxo.

 - E quem é? – pergunta Harry curioso.

— Ninguém sabe. – Quim dá os ombros. – Esse teto é infinito, foi feito com magia há muito tempo. Se você tentar acompanhar as árvores genealógicas irá ficar lá para sempre até morrer. É uma sala muito bonita, não é?

Harry começando a sentir dor no pescoço abaixa a cabeça e olha envolta. Mesmo que a estrutura e cores transforme a sala em um lugar bonito. As estátuas são um lembrete de uma ideologia que fez vários bruxos morrerem, que deu poder a bruxos como Voldemort.

— Porque eu nunca ouvi falar sobre essa sala? – Harry não se recorda de ter ouvido ser citado essa sala em alguma aula de Hogwarts ou até mesmo no Ministério.

— É uma sala secreta. – Quim contempla seu entorno. – Só ministros e bruxos da Suprema Corte tem acesso a essa sala.

— Então, por que me trouxe aqui? – questiona Harry voltando-se para Quim.

— Você salvou o mundo bruxo, então é mais que um direito seu ver essa sala pelo menos uma vez.

Harry se fixa olhando para as estátuas.

— Não julgue, senhor Potter. – pede ele.

Harry pode ter torcido a cara de desgosto um pouco, mas não pretendia que Quim visse.

— Eu sou uma dessas estátuas. – Quim indica uma das estátuas femininas caminhando em direção a ela.

Harry o segue até estátua. Ao chegar perto consegue ver escrito Shacklebolt no mármore e centímetros abaixo um brasão em formato de escudo com as letras SK e um peixe esculpido.

— Nade contra a corrente. – recita Quim. – Um lema da família. 

Agora próximo, Harry percebe uma árvore genealógica pintada acima da estátua na parede vermelha.

— Acredito que a estátua da família Weasley esteja ainda aqui, ou foi tirada. – comenta Quim procurando com o olhar.

Por curiosidade, Harry se encaminha para a estátua seguinte. Igualmente a família Shacklebolt, há um brasão com um jacaré esculpido e as letras SY, família Selwyn.

Comensal da morte. Pensou amargamente Harry.

Ele continua a contornar a sala, passando pelas as estátuas da família Rowle, Rosier, Prewett e para em frente a estátua masculina da família Parkinson.

Semelhante as outras estátuas, na base da estátua da família há um brasão com as letras PK e a silhueta de um lobo esculpido no mármore.

— Acredito que seja proteja os seus. – recita Quim ao seu lado. – As família mudaram os lemas com o passar do tempo.     

— Quem faz as árvores genealógicas? – pergunta Harry analisando a árvore genealógica da família.

— As árvores se completam sozinhas, mas só se completam quando uma criança ou um casamento é registrado no Ministério.

Harry identifica que na árvore da família Parkinson a pintura de Pansy Helena Parkinson é a última.

— As imagens estranhamente se renovam com o passar do tempo. – adiciona Quim.

Harry dá mais alguns passos adiante para parar em frente a família que ele tinha toda a certeza que teria uma estátua na sala. Estão as letras MY e um leopardo esculpidos no mármore, família Malfoy.

Mesmo com detalhes simétricos e a cor limpa das estátuas. Harry não consegue admirá-las com a mesma proporção inicial.

— Senhor Potter, eu devo te dizer que meu intuito te trazê-lo aqui é para que haja transparência entre nós. – começa Quim formalmente enquanto Harry continua sua exploração pela sala. – Sei que anda desconfiando sobre mim e a senhora Carter. Sei que anda fazendo sua própria investigação particular sobre o Ministério.

Harry congela no lugar sem ousar virar a cabeça para Quim.

Droga, Hermione! Ele fecha os olhos.

— Devo dizer que a lei aprovada recentemente tem um propósito maior do que foi dito.

Harry vira-se para Quim.

— E qual seria? – questiona ele.

 Quim ergue o dedo indicador pedindo um momento, ele parece estar refletindo.

— Você alguma vez já se perguntou o motivo do rei ser morto quando tomam o poder dele? Seja o povo ou outro reino. - questiona Quim. - Você estudou um tempo em uma escola trouxa, deve ter ouvido falar sobre isso.

Harry assenti.

— Eu sempre me questionei sobre isso. – Quim se afasta para a grande mesa no centro. - Seria vingança pela tirania de um rei? Seria a justiça que o povo julgou ser justo?

Quim se coloca ao lado da mesa.

— Ou foi resultado do orgulho do rei que em sua arrogância escolheu a morte do que ceder a sua coroa? – ele passa os dedos sobre a borda da mesa parecendo admirado. - Talvez seja todas essas opções ou nenhuma.

Harry atenta-se a uma varinha se erguendo no centro da mesa.

— Mas a qual me convence ser a causa é simplesmente a ideia do retorno.

Harry franze a cara.

— Sim, o retorno. - Quim confirma confiante. - Um rei vivo é prelúdio de um retorno, um rei vivo pode se erguer e retornar ao trono.

Quim acena ao redor, para as estátuas.

— Algumas dessas famílias são como reis, tem nome, status, poder de influência grande não só aqui. – diz ele. - Essas famílias são descendentes de grandes e poderosos bruxos e mesmo com a guerra e a relação com o lorde das trevas tenham destruído a reputação delas, como você pôde ver nessa sala, elas continuam a ter poder. Uma guerra não apaga tudo com facilidade.

Quim de sua túnica puxa um folheto e estende para Harry.

— Há mais dessas famílias governantes por aí e com a apoio certo, Nott, Selwyn, Malfoy voltam para as posições de liderança.

Ao pegar o folheto Harry percebe ser tratar de uma propaganda política bruxa da Rússia, que diz, “Bruxaria para bruxos.”  

— Essas famílias por muito tempo só governaram para elas. E continuarão se voltarem ao poder.

— Então é questão de política? -  Harry devolve o folheto.

— Chame de política. – acrescenta Quim. - Outros chamam de poder.

— O que a lei tem haver com isso? – pergunta Harry.

Harry ainda está ligando a sala com a lei.

— Entenda, senhor Potter. O verdadeiro problema dessas famílias estão nas ideologias que acreditam e que querem implantar. – explica Quim. – Minha família nunca teve a ideologia de sangue puro, então não representamos um problema, mas não posso dizer o mesmo das outras. Duas guerras bruxas foram o resultado dessas crenças.

Quim abaixa o olhar para o folheto em sua mão.

— Os fugitivos de Azkaban e a marca negra pintada em sangue em braços de aurores é uma coisa que vem me assustando e me deixando em alerta. – confessa ele. – E Blásio Zabini usando uma máscara de comensal da morte ao lado de um corpo de um trouxa, podemos dizer que pode aquecer antigos costumes e preconceitos que lutamos contra. Por essa razão, aprovar a lei dos bens foi a forma que encontramos de prevenir o retorno.

— Então, a lei é basicamente uma forma de enfraquecer famílias que acreditam nessas ideologias para que nunca voltem ao poder? – formula Harry.

Quim afirma com a cabeça.

— Um rei sem sua coroa não é tão ameaçador. – expressa ele. – É mais fácil controlar um rei deposto e sem exército. Não concorda?

Harry está ainda digerindo a informação e tentando compreender para responder.

Estando no centro da sala pode ver tudo ao redor. Ver todo o cuidado que essa sala foi planejada e a forma como ainda existe a necessidade de mantê-la, já que aparenta estar em bom estado pela manutenção.

 Com toda certeza, ele não quer bruxos novamente tentando implantar a doutrina de sangue puro ou supremacia bruxa.

No entanto, Harry não consegue enxergar a moral da lei. Arrancar dinheiro dos comensais da morte e apoiadores aparenta ser algo justo. Contudo, o mesmo Ministério que aprova uma lei dessa, ainda mantêm lugares como Dragão dourado e salas como essa, também têm Gladstone como empregado. O mesmo Ministério que não conseguiu impedir uma fuga de quem eles pretende punir com a lei.

Harry acha que como os outros ministros Quim esteja agindo pelo medo e pela aprovação pública. Se não fosse isso, ele não seria um auror chefe tão cedo.

Ele demorou admitir que sua promoção a chefia foi por aprovação pública, seu orgulho insistiu que ele mereceu a posição por mérito.

Enfim, Harry não se importa mais. Seja por mérito ou privilégio, ele está agindo como um chefe deve agir, e não deixará de agir como um chefe que o Ministério precisa, mesmo que for contra aprovação pública. Ele não toma decisões baseadas em política e em poder.

Ele faz o que é o certo.


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Notas finais do capítulo

- Perdoe qualquer erro.

— O próximo capítulo se chama: Azkaban.



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