Eram quase quatro da manhã quando Abby ligou o abajur do quarto onde ela e Nick dormiam. Ela estava de quase nove meses agora e estava sentindo que sua bolsa estava rompida.

— Nick, eu preciso de ajuda. – Abby se dobrou de dor. – Oh, Deus!

— Abby! – Nick pulou da cama apenas com sua boxer. – O que está errado?

— Eu acho que nossa princesa está chegando. – Abby gemeu quando ela ganhou outra contração. – Uff.

— Certo, nada de pânico. – Nick correu colocando a primeira calça que viu pela frente e depois sua camiseta de andar em casa.

Ele pegou o roupão de Abby e o colocou sobre ela, agarrando a bolsa de caveirinhas e seu distintivo.

— Nós treinamos isso nas aulas de puericultura. – Nick ajudou Abby a descer enquanto calculava se ele precisava usar as sirenes até a maternidade e ele decidiu que sim, ele as usaria.

Ele foi contra o cinto, mas a queria mais protegida.

— Sim, Torres. – Gibbs atendeu o celular.

— Gibbs, estamos indo direto para a maternidade. – Nick suspirou quando Abby deixou outra contração explodir. – Abby está dando à luz.

— Estamos indo. – Gibbs se levantou, quase se arrastando para fora da cama. – Baby Jenny, hora de acordar.

— Raposa brilhante, deixe-me dormir. – Jenny gemeu, mas abriu os olhos. – Jethro, são quatro da manhã.

— Sim, e Abby está em trabalho de parto. – Gibbs disse, quase casualmente enquanto vestia o moletom vermelho. – Pegue Isa e a coloque no carro enquanto eu desmonto o presente que eu mesmo construí.

— Você deveria montar uma linha de bercinhos de madeira desmontáveis. – Jenny pegou a filha adormecida. – Oi, bebê. Volte a dormir.

Gibbs sempre sorria ao ver Jenny e a pequena conversando na língua que bebês usam.

— Sabe, eu estava pensando, Isa tem quase 1 ano e eu queria mais um bebê. – Gibbs olhou para Jenny. – O que foi?

— Podemos conversar depois no hospital? – Jenny deu um meio sorriso, mas quando se virou, ele virou um sorriso completo.

Ela havia descoberto no dia anterior que estava grávida de novo. E aparentemente, Ziva também estava.

— McNerd, por que está me ligando a está hora? – Tony ligou o abajur. – Caramba, só quatro da manhã. Eu estava tendo uma noite interessante com minha mulher.

— Desculpe, mas eu pensei que você gostaria de saber que Abby entrou em trabalho de parto há poucos minutos e ela e Nick estão indo para o hospital.

— Certo. – Tony respirou fundo. – Lembre ao próximo bebê para que ele nasça em um horário normal.

— Eu vou dizer. – Ziva o viu parar. – E você pode dizer a ele em mais ou menos sete meses.

— Oh, meu Deus. – Tony a beijou. – Você vai ter outro bebê?

— Nós vamos, Tony. – Ziva pegou as mãos dele e as colocou na barriga dela. – Nós vamos ter outro bebê.

Ele sorriu e a beijou sem nenhum medo. Ele mal conseguia acreditar que sua família iria crescer. De novo, mas ele estava nas nuvens.

Abby chegou ao hospital e Nick a carregou para a sala de parto.

— Agente torres, por aqui, por favor. – A enfermeira riu da calça que Nick estava usando. – Hã, você não quer uma calça emprestada talvez?

— Por que? – Ele olhou para baixo, querendo ver se ela estava suja, mas foi saudado por corações. – Eu vou querer sim.

Aparentemente na pressa, ele vestiu uma das calças de grávida de Abby deixadas na penteadeira. E tinha um grande coração nas nadegas.

— Eu vou aceitar a calça. – Ele beijou Abby enquanto ela era colocada em uma das novas salas de parto. – Ela está bem?

— Ela está em trabalho de parto, senhor Torres. – O médico brincou. – É brincadeira, ela está bem, só precisa empurrar. Parece que esse bebê é apressado.

— Quase como a mãe. – Torres olhou para Abby. – Estou aqui amor.

— Não brinque comigo, Torres. – Abby o puxou para perto. – Eu posso te ferver de dentro para fora sem deixar rastros.

Torres sorriu meio envergonhado.

Enquanto isso, todos do time estavam chegando ao hospital. Elisa e Jenny compartilharam revelações sobre gravidezes, enquanto Callen e Gibbs conversavam sobre barcos.

— O que será que tem os homens casados, que chamam mais a atenção das moças solteiras? – Jenny perguntou. – Desde que Gibbs e eu nos casamos, parece haver uma nova ordem. Tipo “aquele homem se casou. Rápido, vamos dar em cima dele”.

— Parece que a aliança atrai mais mulher do que quando eles são solteiros. – Elisa revirou os olhos. – E os olhos deles dois não ajudam.

— É, mas se elas se aproximarem, elas acabam perdendo as unhas. – Jenny sorriu. – Isso para ser respeitosa com este lugar.

— Força senhora Torres! – O médico já podia ver o bebê sair, mas Abby estava cada vez mais cansada. – Só mais um pouco.

— Você consegue, Baby. – Torres a beijou na testa e sorriu.

Ela estava tão linda naquele momento, dando à luz. Seu coração por si explodia.

— AHHHHHHHH! – Abby caiu na cama depois de dar um último empurrão e um choro foi ouvido.

— Ela é linda, meu amor. – Torres pegou a filha nos braços pela primeira vez depois de cortar o cordão umbilical. – Assim como você.

— Ela é uma garotinha de mamãe. – Abby olhou para a filha, uma completa mistura dela e de Nick. – Como você gostaria de chamar?

— Eu estava pensando um nome desde que descobrimos que era uma menina. – Nick pegou a filha e a olhou. – Que tal Glória, assim como a sua mãe?

Abby sentiu o coração suspirar. Ela estava mesmo pensando nisso, mas não queria impor a Nick um nome que ele não concordasse. Afinal, a filha era dele também.

— Bem-vinda ao mundo, Glória Elle Sciuto-Torres. – Nick olhou para a esposa. – O que achou?

— Que ficou perfeito para uma princesa. – Abby se deitou na cama. – Agora, que tal ir contar ao povo lá de fora sobre ela?

— Certo. – Nick deixou a filha com a enfermeira que faria todos os exames iniciais e beijou a testa de Abby. – Você durma.

— Sim, pai. – Abby brincou, sabendo que agora ele tinha uma nova família.

Gibbs estava deixando Jenny dormir em seu colo enquanto folheava a nova revista Caras. Ele não estava interessado se alguma celebridade havia casado ou se elas estavam se separando. Ele queria ver eram os barcos delas.

Torres chegou a recepção e todos, menos Gibbs e Jenny se levantaram.

— É uma garota! – Torres foi parabenizado por todos. – Ela é simplesmente perfeita, tem 3 quilos e 600 onças e se chama Glória, assim como a mãe adotiva de Abby. Ela ficou realmente feliz.

— Eu sei que sim. – Gibbs abraçou o agente. – Parabéns, Nick.

Todos foram conhecer a pequena garotinha que dormia em seu macacãozinho cor de rosa. Ela era linda e especial como todos os outros que nasceram na equipe.

Mas saber que Abby havia sobrevivido a ser torturada para ter uma família linda era algo mais especial.