Nefasto escrita por Ana Heifer


Capítulo 7
Triângulo Altiorem




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Por alguns instantes, só consegui observar Pan. Senti medo. Não podia ser verdade.

— É mais uma de suas brincadeiras, né? — forcei uma risada que saiu extremamente sem graça.

Aquilo fez Pan rir mais ainda.

— Não, claro que não. Pareço do tipo que brinca com profecias e maldições?

— Na verdade sim.

Eu não havia pensado direito, apenas saiu automaticamente da minha boca. E eu não era do tipo que dava respostas atravessadas logo depois de um sádico te avisar que sabe que você será a maior desgraça da vida dele.

Surpreendentemente - ou não - ele abriu ainda mais seu sorriso.

— Pelo visto ninguém me leva a sério nessa ilha.

— Seja direto.

Como resposta, recebi a expressão mais afrontosa de Peter Pan.

— Você acha que sou eu? — precisei falar claramente.

— Ora, sim. Por qual outro motivo eu contaria isso pra você?

— E como você me dá essa informação com um sorriso desses?

A frase não teve exatamente o efeito que eu esperava. Percebi isso quando vi a sobrancelha de Pan levantar.

— Estava olhando para ele ao invés de prestar atenção?

— O quê? Não, eu... — que tipo de pensamento é esse?!

— Ei, calma! Vai se complicar mais. — e soltou seu sorriso mais debochado.

Em resumo, depois de alertar sobre algo que eu nem pude acreditar de tão sinistro, Pan estava zombando da minha cara com o argumento "sou atraente demais para você".

— Pan, eu não...

— As estrelas acabaram de te selar no Lago do Silêncio. — ele me interrompeu. — Todo o poder que você absorveu da energia do fogo que coloquei na clareira...

— Que você colocou?!

— ... agora faz parte de quem você é. Isso graças ao fluído mágico dentro do lago e à luz vinda das estrelas, que em conjunto atrelaram isso ao seu Triângulo.

— Meu Triângulo?

— Se eu não te trouxesse aqui essa noite, possivelmente essa energia sairia de você em algumas horas levando sua sombra...

— Minha...?

— ... junto. Isso te mataria.

Imagine um milhão de perguntas que não têm nenhum sentido formando uma nuvem enorme de confusão. Minha cabeça estava assim. Tive que escolher uma para começar:

— Vai com calma. Sombra?

— Igual à que te trouxe. Mas a que te carregou até a ilha é a minha. Tirei por vontade própria, e com magia. Uma pessoa que tem a sombra arrancada não sobrevive.

Um arrepio correu minha espinha. Pan havia me exposto a um risco tão grande assim?

— Então você colocou magia em mim?

— Não, ainda não coloquei nada em você.

O quê?

— Foi você quem gerou o fogo. — retomei, sem dar importância. — E me deixou lá no meio até eu... explodir, eu acho.

— Ana, quase ninguém suportaria receber uma carga daquele tamanho. Se você está aqui, inteira e selada, é graças a si mesma. Sua alma, sua mente e seu corpo suportam algo grandioso. Seu Triângulo é altiorem.

Minha expressão mostrou completa e total dúvida, tanto que nem consegui formar qualquer frase. Naquele momento perdi as contas de quantas risadas Peter Pan tinha dado da minha cara em um só dia, pois deu mais uma.

— O seu Triângulo. Sua Tríade. Tanto faz o nome que você dá. É a união de mente, corpo e alma. E a sua suporta algo sobre-humano, então não é comum; é uma altiorem.

— E como você soube disso?

— Não sabia até ver você apagar o fogo.

Silêncio.

— Nem fazia ideia de que eu suportaria?

— Nenhuma.

— Então você me testou?

— Sim.

Não soube bem como reagir àquilo. Foi um misto de alívio por não ter morrido com uma repulsa enorme depois de saber o que aquele garoto tinha feito. Eu estava com raiva - quase tão forte quanto a que senti no meio do fogo, no entanto ela não me queimava por dentro. Impulsivamente, me afastei de Pan. Ele me olhou de modo estranho, mesmo que ainda sorrisse.

— O que foi? — arqueou a sobrancelha. Parecia confuso.

Que imbecil.

Levantei-me num impulso e andei de costas para perto das árvores.

— Você não vai me manipular como você faz com seus meninos.

— Do que você...?

— Pan, eu podia ter morrido.

— Ana... — seu sorriso sumiu.

— Dor irreparável? Como você diz que vou te causar isso de um jeito tão tranquilo?

Nada mais encaixava na minha mente. Não fazia sentido a energia mágica que ele selou em mim. Era incompreensível ter me contado a Profecia de forma tão superficial. Se ele realmente acha que se trata de mim, porque me fazer uma menina perdida quando pode se afastar e evitar o mal que vou causar? E me por à prova sem saber que minha Tríade é superior?

Ele estava me usando de alguma forma.

— Eu não sei pra que você precisa de mim. E não vou ser seu fantoche.

Cheguei mais perto das árvores, pronta para sair do Lago do Silêncio. O olhar de Pan me acompanhava, e mesmo assim o garoto não movera um músculo desde que me levantei. A cada passo que eu dava para trás, esperava pelo menor sinal de que ele fosse me impedir ou apenas dizer "pare".

Eu já havia atravessado para trás da árvore com o buraco no meio. Virei-me de costas para o rosto perturbado com o qual Peter Pan me encarava e corri pela floresta, tentando encontrar algum lugar familiar, buscando a trilha para a praia. Imaginei que o garoto me seguiria.

Mas ele não seguiu.

{...}

A água gelada me despertou. Algumas horas atrás - não sei quantas - eu deixara Pan no Lago do Silêncio e seguira sozinha pela floresta até encontrar a praia. Nem sinal dele ou dos meninos perdidos em meu encalço.

Quando alcancei a praia, sentei perto de uma rocha grande e me apoiei para pensar e tentar absorver tudo.

Há apenas dois dias eu teria imaginado tudo diferente. A essa hora, estaria sonhando com uma ilha extremamente ensolarada e colorida. Um bando de garotos usando roupas feitas de folhas e peles de animal, liderados por um garoto de seus 13 ou 14 anos que tinha um ego maior que ele mesmo, voava e lutava com piratas - J. M. Barrie estaria orgulhoso. Não sei dizer desde quando meu maior desejo era escapar e ir viver na Terra do Nunca, afinal é uma vontade bem antiga. Tanto tempo assistindo filmes, lendo histórias, discutindo suas origens.

Meu colar com a flauta de Pã, que eu nunca tirava, ainda estava escondido debaixo da minha camiseta, com a peça de ferro gelada encostando na minha pele e me lembrando de toda a expectativa que criei por anos de que esse momento chegasse. E aqui estava eu, há dois dias. Já tinha sido hipnotizada por uma flauta, atirado flechas envenenadas, voado, sugado a energia mágica do fogo e um maníaco me disse que eu fazia parte de uma Profecia. Parece que tudo foi por água abaixo.

Caí no sono enquanto pensava nisso tudo, e nem tenho ideia de quanto tempo passei dormindo, ou se alguém sairia para me procurar. Ficar longe para pensar um pouco me trouxe alívio, mas agora que acordei com a água estava morrendo de fome e longe do acampamento acabaria passando mal.

— Pensei que não ia acordar nunca.

Dei um salto. A voz não era de Pan, nem Félix. Era familiar, mas não consegui associar a um nome. Assim que virei a cabeça à procura de quem quer que fosse, estava ali, parado perto das árvores na costa da praia, um garoto que reconheci do grupo dos meninos perdidos.

Ele tinha cabelos curtos, tão castanhos quanto os olhos. Era um pouco mais alto que eu, usava uma capa marrom muito parecida com a de Félix e carregava uma bolsa transversal presa por uma fivela cruzada no tórax.

— Acho que ninguém nos apresentou ontem. — o menino desceu da elevação das árvores e veio caminhando até mim. Estendeu uma mão e sorriu. — Eu sou o Ethan.

Segurei a mão de Ethan mais como um cumprimento, mas assim que a toquei ele me puxou para cima, me ajudando a levantar da areia.

— Me mandaram vir atrás de você. Não sei porque eu ao invés do Pan ou da Sombra, mas foi um prazer.

Sorri de volta. Depois de tudo que aconteceu nesse dia, seria bom voltar ao acampamento acompanhada de alguém que não fosse Pan.

— E como me achou?

— Bom, não é difícil seguir o rastro de alguém novo por aqui. Você ainda não aprendeu a se camuflar na floresta, então seus passos estão por todo lugar. — Ethan riu para mim.

— Justo.

Eu estava mais à vontade. Parecia, afinal, que nem todos os meninos de Pan eram frios ou sarcásticos como ele e Félix.

— Vamos então? Parece que Pan vai preparar um jantar especial ou algo assim. Nunca vi isso na vida.

— Jantar especial? — não soou como uma boa notícia, levando em conta que eu tinha acabado de ser selada, ouvido sobre a Profecia e fugido de Pan.

— Não sei não, é um assunto que tem corrido lá desde que Pan voltou nessa tarde.

A essa altura, não havia nada a fazer exceto seguir o garoto de volta ao acampamento. Pan não parecia bravo, e uma missão de resgate no lugar de "encontrem-na e tragam como prisioneira" era bem reconfortante.

Eu caminhava logo atrás de Ethan, seguindo seus passos pela floresta, até que ele parou e se virou.

— Por que você está aí?

— Aí onde?

— Atrás de mim. Fica me seguindo no lugar de andar do meu lado.

— Bom, eu andei assim com Félix, e quando Pan foi me mostrar a ilha eu não conhecia nada, então só...

— Para com isso. Se não entrar no jogo, eles te dominam. Eu sei o que parece, mas Pan não faz escravos. É complicado, — o garoto deu uma risada. — mas somos mais um bando do que uma hierarquia.

— Pois pra mim parece uma ditadura. — murmurei.

Ethan apenas sorriu e acrescentou:

— Não é tão ruim quando você se acostuma. Por mais que Pan dê ordens, ele só faz isso em situações extremas. Na maioria das vezes, o seguimos só porque os pensamentos são bem iguais.

Quando terminou a frase, o garoto pegou meu braço de um jeito sutil e me puxou para o lado dele.

— Ande do meu lado. Todos iguais. É assim que nos protegemos.

Não pensei que ouviria isso de um menino perdido.

— Quantos anos você tem, Ethan?

— Quando saí da Terra, tinha 19 anos. Só que isso foi em 1999.

— E já voltou pra lá alguma vez?

— Em algumas missões, sim. Quando Pan vai procurar novos meninos, normalmente só vão os garotos mais antigos da ilha.

— Entendi.

Não entendi nada. Missões?

— Ana, como você veio parar aqui?

Era uma boa pergunta. Nem eu mesma havia feito essa pra mim ainda.

— Acho que foi porque acreditei demais. — puxei meu colar da flauta de trás da camiseta. — E acabei desejando demais isso. Pan disse que a Sombra dele me trouxe até aqui.

— Normalmente é assim mesmo.

— Algumas coisas pareciam diferentes por lá.

Ele me olhou com um semblante confuso antes de responder. Parecia tentar lembrar algo.

— Ah sim, o livro. É bem diferente daqui mesmo. Mas a culpa não é do Pan, James foi quem escolheu escrever assim. Nem sei porque, já que ele foi expulso.

— James? Tipo, James Matthew Barrie? O escritor?

— Foi um dos primeiros meninos perdidos. Na época só tinham uns seis ou sete. Faz muito, muito tempo e eu cheguei bem depois. O que o pessoal conta é que ele foi um dos que viu a chegada da Wendy.

— Então a Wendy veio mesmo!

— O que não foi muito bom. Ela não era muito... adaptável. A época de onde veio ensinou um tipo de "figura feminina" diferente pra ela. Acabou afundando aqui.

— Como assim?

— Ela não era uma menina perdida, sabe? Era a mãe que James descreveu. Alguém que cuidava de todos. Isso não era a ideia de Pan. Ele gosta de liberdade, de perigo, não pedir desculpas nem se preocupar com nada. Tanto os irmãos quanto Wendy acabaram expulsos no fim. Pelo menos foi o que me contaram.

— E como James saiu daqui?

— Ele e os meninos gêmeos ficaram do lado de Wendy. Não foi bom. Foram levados de volta à Terra.

Por alguns instantes, caminhamos calados. Eu tentava entender aquela história. Acho que Ethan percebeu minha quietude.

— Ei, não se preocupa! Qual é, você atirou uma flecha em Pan. Ele não precisava de uma prova maior de que você é uma de nós. Nada de mães por aqui.

A verdade é que eu nem sabia dizer se ser aceita era algo bom ou ruim - principalmente quando envolvia uma Profecia e todo o mistério que era Pan. Wendy Darling, expulsa? De onde James Barrie tirou que Peter Pan a amava? Foi um choque.

— Não sei, só... é estranho saber disso. Crescer imaginando algo e dar de cara com uma história totalmente diferente.

— Tem razão. — seu sorriso vacilou por um momento, mas Ethan parecia do tipo que tentava deixar tudo bem em questão de segundos. — Bom, dá tempo de arrumar essa primeira impressão que você teve, certo? Até porque, depois de falar comigo, é impossível você odiar totalmente esse lugar — e piscou para mim. Eu ri.

— Veremos.

O acampamento era longe da praia, mas conversar com Ethan fez a distância encurtar. Ainda assim, faltava um pedaço razoável de trilha para andarmos.

— Que ano é agora? — ele voltou a falar.

— Hm? Lá na Terra?

— Isso. Quanto tempo passou? Diziam que o mundo ia acabar em 1999 com o "bug do milênio".

Ele parecia realmente curioso para saber, e eu dei uma gargalhada.

— Bom, acho que não. Nasci em 2001, então nada de bug do milênio. E sobrevivi ao fim do mundo de 2012. Tiveram várias previsões antes disso, na verdade, mas 2012 virou até um filme.

— Nossa, 2012? Realmente faz tempo que fui embora.

— Na verdade o ano em que estamos é 2020.

— Misericórdia. Eu poderia ter um filho. Agradeço ao meu eu do passado por ter vindo pra cá.

Finalmente alcançamos a entrada do acampamento, e todas as risadas que demos acabaram muito cedo. Falar com Ethan me fez esquecer, por alguns instantes, do selamento, da Profecia e tudo o mais que já falei inúmeras vezes. Tudo estava diferente.

Estava mais escuro que o habitual. A grande fogueira no meio da clareira brilhava com um fogo vermelho, e não amarelado. Foi colocada uma grande mesa redonda feita de pedra à sua volta, que possuía um buraco para o fogo passar bem no centro. Algumas tochas de bambu foram colocadas ao redor do lugar e todos os meninos estavam sentados em troncos que cercavam a mesa. Nem sinal de Pan, até Ethan e eu pisarmos dentro do limite do acampamento.

No mesmo instante, Peter Pan se materializou bem à minha frente. Levei um susto mas não deixei transparecer. Os outros pareciam estar acostumados com esse tipo de coisa.

O garoto sinalizou para Ethan se juntar aos outros meninos perdidos na mesa e se aproximou de mim, falando baixo.

— Não correu para muito longe.

— Fui até onde pude. A ilha acaba na praia.

Pan me olhou nos olhos e ergueu as sobrancelhas, com um rosto sério.

— Não queria te assustar. — pôs a mão em meu ombro e apertou suavemente. — Depois falamos disso.

Eu não estava com vontade de conversar. As coisas estavam tomando um rumo estranho, e eu não sabia mais como me sentir em relação a ele: se devia desconfiar, sentir raiva ou dar qualquer chance de redenção. Era complexo entender suas intenções.

— Vamos. Isso tudo é pra receber nossa nova menina perdida!

Então esse era o objetivo? Segui até a mesa e sentei-me ao lado de Ethan, que sorriu. Peter veio logo atrás, e abriu as mãos, como num movimento mágico. Muita coisa surgiu acima da mesa (coisas que eu nem sabia o que eram), o que fez os meninos quase gritarem em festa.

{...}

Nada aconteceu no jantar proposto por Pan além da comida e a conversa de todos. Assim que a comida acabou - depois de ressurgir muitas vezes - outra das magias de Peter fez com que a mesa sumisse e a fogueira assumisse o fogo brilhante de sempre, para que todos dançassem a música rústica frequente.

A maioria dos garotos já havia se encostado nas árvores e rochas espalhadas no chão para descansar quando uma ideia me ocorreu.

Levantei-me e caminhei até Pan, que tocava a flauta sentado em seu tronco.

— Não sei quais as chances, mas queria pedir uma música específica.

Ele parou de tocar e me olhou.

— Específica?

— Eu queria cantar. Conhece Safe and Sound?

— Não toco nada nessa flauta que não seja meu. Mas não por isso vou deixar de ouvir. Ei, Paul!

Olhei na direção que Pan gritou. O menino que segundos atrás tocava um alaúde parou a música e andou até nós. Todos os outros instrumentistas pararam para ver o que estava acontecendo. Peter Pan se pôs de pé.

— Já que todos querem ver, hoje vamos escutar nossa menina perdida cantar.

Um show não era bem o plano. Mesmo assim, agora Pan já havia falado. Eu teria de cantar.

— Paul, ela havia escolhido Safe and Sound. Algum jeito?

— Sem problemas, Pan.

Paul devia ter seus 16 anos. Tinha um cabelo, ainda mais loiro que o de Félix, que ia até os ombros. Sua rosto era sério de um jeito calmo, não rude. Ele apenas me sinalizou com a cabeça antes de começar a dedilhar as cordas do alaúde, tocando perfeitamente a melodia que eu cantaria. [ouça | baixe]

A clareira caiu num silêncio profundo quando a música terminou. Isaac, o garoto mais novo, já caíra no sono apoiado num tronco. Os outros me encaravam, talvez discernindo a música. Pan ergueu a voz:

— Hora de dormir, meninos. Agradeçam à Ana pela música e podem se deitar.

Um a um, foram se levantando, se despedindo e deitando pelo acampamento. Ethan fez questão de vir dizer que ficou muito feliz de ter me conhecido, e que amanhã eu poderia buscar frutas ou lenha junto ao grupo dele.

Juntei-me ao movimento e me recostei na mesma árvore da noite passada. Mais uma vez, Peter Pan apareceu.

— Sabe que você não dorme aqui.

— Tenho uma capa. Hoje não vou passar frio.

— Ora, vamos. Não seja difícil. Fique tranquila, nem vou ficar na casa-da-caverna esta noite. Ela é só sua. Pode encontrar o caminho.

Diferente de ontem, não pude recusar a oferta. Estava mais frio, e ficar na casa sem a companhia de Pan parecia razoável. Logo, saí da clareira para encontrar a trilha. Antes de sair, vi Pan e Félix adentrarem a floresta.

 


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