Pov Natalie:
Já podia sentir meu rosto ficando vermelho, minha temperatura aumentando e minha pele queimando. Precisava sair logo dali se não as manchas de lúpus não iam sair nunca mais. E eu não podia morrer. Precisava bolar um plano. Com eu aqui e o Ian no hospital ela ia colocar as mãos na Amber e no Alex e eu não podia deixar isso acontecer. Ainda tenho muito pra viver e muitas bolsas da Prada, Chanel, Dolce & Gabbana e afins para comprar.

Lembro de algo que aprendi na água de química. Lampadas incandescentes quando entram em contato com líquidos, principalmente agua, explodem. E se uma dessas explodir, todas as outras explodem.

Se eu ficar bem no meio, onde o calor é menos intenso, quando todas as lâmpadas explodirem(e se eu tiver sorte) levarem a parede junto, posso sair daqui.

Pego minha jaqueta, que estava encharcada de suor e do meio jogo em cima de uma das lâmpadas. Acerto em cheio(se eu não erro com uma arma de dardos vou errar aqui?) e o plano deu certo.

Não tive nem como comemorar. Os efeitos do Lúpus estavam me matando. Sabia que estava com febre, mas não sabia com quanto de febre. Meus músculos doíam, parecia que eu estava com queimaduras por todo o corpo e eu estava com dificuldades pra respirar. Já fui mais forte do que isso...

Mas acho que realmente me desacostumei com tortura porque assim que tento me levantar, eu desmaio no chão...

Pov Sophie:
Esse dia com certeza está dando tudo errado. O Ian tinha acordado e estava que nem louco me perguntando cade a Natalie.

—Eu não sei!!

—Entao me traga o mapa desse hospital que eu vou bolar um plano pra sair daqui.

—Voce está se escutando Ian Kabra? Você acabou de infartar!! Fica aqui. Eu vou achar a Natalie. E por falar nela achei que era ela que bolava os planos.

—Sophie qualquer Lucian sabe bolar um plano que preste. A Natalie só faz isso melhor do que eu. E eu não vou te deixar ir sozinha e correr o risco de você desaparecer também. Me traz o mapa e fugimos daqui juntos.

—Mas você tem que passar a noite aqui!!

—Mas eu não me importo. Eu sou um Kabra. Eu não sigo as ordens, eu dito as ordens. É assim que o mundo funciona. Agora pode ir me trazer aquele mapa, por favor? E uma cadeira de rodas. Vou precisar.

—Ainda vou me arrepender. Tô indo só porque é você...

—Também te amo, Watson.

Não precisei ir muito longe. Natalie estava literalmente na sala ao lado, sendo examinada por um médico. Ela parecia mal...Volto e conto para o Ian achando que isso iria acalma-lo...Mas eu devia conhecer o indivíduo. Ficou ainda mais louco. Ele vai para o banheiro do quarto de hospital, troca de roupa e nos vamos para o quarto ao lado disfarçados(como ele conseguiu um disfarce também não me pergunte).

O médico nos informou que ela chegou queimada e com febre de 42 graus. Isabel...Claro...So podia ser...
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Pov Natalie:
No dia seguinte quando voltamos pra casa, estávamos bem mas o Ian e eu discutimos e não estávamos nos falando.

Vou pra lanchonete da nossa casa pensar e o Dan estava lá. Ele parecia estranho. Chegando discretamente mais perto percebo que ele estava tendo um ataque de pânico. Podíamos ser inimigos, ou iniamigos, não sei muito bem, mas mesmo que eu ainda odiasse ele, e mesmo que fosse da família Kabra, ainda tinha um pouco de caráter.

—Ei Dan. Senta.

Ele me senta e eu me sento ao seu lado.

—Respira. Fica calmo. Eu sei que normalmente sou perigosa mas não vou te machucar. Por falar nisso, cita todas as vezes que eu e o Ian fomos babacas com você.

Ele sorri. Mesmo meio aflito ainda tinha um sorriso bonito. A falta de ar parecia estar passando.

E ele cita todos os momentos dos quais conseguia lembrar. E eram muitos. Eu confesso que honestamente não me lembrava de ser tão cruel e má quanto ele descrevia.

—Voce...Se ofendeu?

—Eu não devo me ofender com a verdade...Mas...Mudando de assunto...Voce tem...

—Sindrome do Pânico? Sim.

—E...A quanto tempo?

—A seis meses. E ninguém sabe. So você. Vai...Me chantegear com isso?

—Não. Eu vou dar a chance de você contar pra Amy, pra Nellie ou pro Fiske. Por que eles precisam saber. Mas...É por isso que você quer sair da família Cahill?

—Como é que...

—Como eu sei? Ou posso não ser a mente que tudo sabe mas sou os olhos que tudo vêem e os ouvidos que tudo escutam.

—Honestamente...So...Me sinto cansado de tudo isso.

—Eu te entendo. Eu nunca desistiria porque já é uma parte de mim. A ação. A aventura. Mas realmente as vezes é difícil lidar com tudo isso. Mas você vai sair tipo...Permanentemente ou...So dar um tempo e depois voltar?

—Eu não sei. Ainda estou pensando nessa parte. Porque? Vai sentir minha falta?

—Ah nossa claro.-Digo, sarcástica.-Eu ia sentir muito a sua falta. Tipo muito mesmo. Eu ia chorar de amargura sem você.

—As vezes alguém diz brincando o que é verdade.

—So as vezes. E agora não é um desses casos.

Ficamos em silêncio por um tempo. So encarando um ao outro.

—Natalie...Do que você tem medo?

—Porque a pergunta?

—Sei la. Só...Fiquei curioso. Vai me dizer que não tem medo de nada?

—É claro que tenho. Só que nos Lucian escondemos esse tipo de coisa muito bem, porque podem ser usadas contra nos.

—Nao vou fazer isso.

—Então me conta do que você tem medo primeiro.

E ele me conta.

—E você?

—Bom...Insetos, Brechós, coisas compradas em brechós e palhaços.

—So?

—Bom...Tem mais um...Mas é um medo bobo.

—Eu te contei todos os meus medos agora vai ter que me contar os seus também.

—Promete não contar pra ninguém? E promete não rir.

—Prometo.

—Tribunais.

—Tribunais?

—O dia em que a Isabel foi julgada culpada. Foi o pior dia da minha vida, junto com o dia em que ela nos deserdou.

—E...Porque eu riria disso?

—Porque é patético. Nos Lucian dominamos o direito. E além disso ninguém deveria ter medo de tribunais. É um medo ridículo.

—Mais ridículo do que brechós não é.

—Idiota.

Ficamos ali. Só...Refletindo e pensando e olhando um pro outro.

—Err...Eu acho melhor eu ir. Hoje é dia de fazer compras.

—De novo?

—O que eu posso dizer? Preciso de sapatos novos. Não posso usar o mesmo look duas vezes. A polícia da moda não permite um crime desses. Tchau Daniel. A gente se vê.

É...Talvez eu fosse sentir falta dele. Quer dizer, com quem eu ia brigar e chamar de idiota se ele fosse embora? Mas se fosse o melhor pra saúde dele eu iria aceitar...

Mas para de pensar nele, Natalie. Depois das compras tenho um compromisso importante que pode ser...Esclarecedor...<!--/data/user/0/com.samsung.android.app.notes/files/clipdata/clipdata_201016_121705_595.sdoc-->