The 39 Clues:Agentes Intermediarios. escrita por Lara635Kookie


Capítulo 12
Histórias


Notas iniciais do capítulo

Muito orgulhosa de mim. Provavelmente o capítulo mais longo das duas histórias e o mais bem escrito.



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Pov Ian:
Um velhinho atende a porta.

—Quem são vocês?

Só pela cara dele e pelo modo que ele falou ele parecia rabugento.

—Ola senhor. Eu sou Natalie e esse é meu irmão Ian.

—Imagino que sejam Ian e Natalie Kabra correto?

—Exato.

—E porque vieram aqui?

—Nos...Queriamos saber porque estava falando com o Ronald hoje?

—Ah...Ele...Disse que se vocês aparecerem não era para eu contar nada do que sei a vocês.

—E o que você sabe?-Pergunta Natalie.

—Nao vou contar tão fácil garotinha. Muitas pessoas já chegaram aqui se dizendo Kabras. Primeiro tem que ganhar de mim em um pequeno jogo.

—Que jogo?

—Bridge.

Eu e Natalie tivemos que nos segurar para não rir. Bridge era um jogo que teve origem no Reino Unido e era o jogo preferido de vários Lucians como Winston Churchill e outros. É um jogo que requer todos os conhecimentos Lucian:estratégia, reconhecimento de mentiras e blefes, memória, tática, probabilidade, comunicação, manipulação, esperteza, planejamento, observação. Qualquer Lucian sabe no mínimo as regras básicas desse jogo. E eu e a Natalie?

Ganhamos esse jogo até dos nossos pais. Provavelmente a única coisa que ganhamos deles mas isso aconteceu quando éramos novinhos ou seja resumindo:Não somos os melhores jogadores do mundo mas somos muito bons.

Ele nos leva para uma varanda atrás da casa e nos sentamos. Ficamos nos lugares de sempre. Natalie seria o Sul e eu seria o Norte. As duplas ficavam sentadas de frente uma para a outra. Ele chamou outro velho e começamos a jogar.

No final eu e Natalie ganhamos. O outro velho foi embora.

—Muito bem...Vocês provaram o seu valor.

—Espera...É só isso que precisamos fazer pra provar que somos Kabra?

—Um Kabra nunca perde. Quando se trata de um jogo de Bridge então. E vocês têm a aparência de Vikram e Isabel. Eu só queria confirmar. Enfim...Eu sou Otto Jader. Um ex-Lucian.

—Otto Jader? Aí meu Deus você realmente existe!!! Dizem que você é uma lenda. Você já jogou bridge com o Winston Churchill e ganhou!!! Aí meu deus como eu ganhei de você???

—Ian para de dar uma de fanboy louco e se acalma. Senhor Jader viemos aqui porque queremos respostas. Porque sabemos de tudo mas ao mesmo tempo não sabemos de nada? Porque o Ronald não queria que a gente viesse aqui? Quais segredos o senhor guarda? Suponho que agora pode nos contar não?

—Sim...Vamos entrar...

Nos o seguimos. A casa era escura e bem pequena com coisas simples praianas e vários livros. Bem bagunçada. A velha Natalie e o velho Ian achariam aquilo bem deselegante. Mas olhando bem...Era só...Diferente. De tudo o que estávamos acostumados. Mas isso não significava que era ruim.

—Não é luxuoso nem nada do que os Kabra estão acostumados. Desculpa.-Ele disse em um tom sarcástico, provavelmente nos avaliando.

—Não tudo bem. Nem ficaremos muito.-Fala Natalie.-Mas...Se puder falar o que você sabe agora seria muito bom.

—Para falar o que eu sei você precisa me dizer prineiro o que você sabe.

—Ahn...Como assim?

—O que vocês dois sabem sobre a Família de vocês?

—A Família Cahill? Muitas coisas mas por onde o senhor quer que a gente comece falando da família Cahill?

—Não foi isso que eu perguntei!! O que vocês sabem sobre a Família Kabra? Especificamente o sobrenome Kabra?

Eu e Natalie nos olhamos. Nada. Absolutamente nada. Sabíamos sobre os Lucian mas sobre os Kabra...Nunca nos interessamos nesse assunto. Achamos que era só mais uma sub-família normal dentro da família Cahill. Mas agora pensando nisso...Os Kabra são qualquer coisa menos normais.

—Como eu pensei. É claro que não sabem. Se soubessem, não teriam vindo aqui. Bom...Se sentem. É uma história longa.

Nos sentamos em um sofá e ele se levanta e pega um livro. Um livro bem grande e nos mostra uma foto.

—Quem são esses?

—O homem é Luke Cahill. Mas...E A mulher?

—A mulher é Kassandra Kabra. Uma russa. A primeira e única mulher que Luke Cahill teve.

—Uau.

Observamos melhor a mulher. Muito bonita. Traços fortes e brutos mas ainda assim com um toque sofisticado até para a época. Não sei se era verdade ou só coisa da minha cabeça mas ela me lembrava um pouco a Natalie.

—Kassandra era a personificação do mal no mundo.

—Defina o nível de maldade dela.-Fala Natalie.

—Um nível tão forte que faria a Isabel Kabra parecer a Virgem Maria.

Olho para a Natalie. Vejo que ela estava tentando fazer o mesmo que eu:Imaginar se uma pessoa realmente podia ser tão malvada assim. Assim como eu, acho que ela não chegou em um resultado cem por cento certo.

—Kassandra descobriu Luke e logo eles se apaixonaram perdidamente um pelo outro. Luke a contou tudo sobre a Família Cahill. Mas em vez de sentir medo ela só começou a gostar dele ainda mais. Ela se comprometeu com o clã Lucian. Aí eles tiveram dois filhos. Eles tinham os mesmos nomes de vocês dois. Ian e Natalie Kabra.

—Ta brincando?-Pergunto.

—Não. Virem a página.

Viro a página. Vejo um garoto e uma garota na foto. A garota sim lembrava a Natalie. E eu lembrava o garoto. Estava com uma assinatura abaixo. I e N Cahill Kabra.

—Eram a Família mais temida de todas. Luke e Kassandra tinham a liderança nas veias. Era como se o sangue deles tivesse espírito líder no lugar de glóbulos vermelhos, brancos e plaquetas. Sabe...Os Lucian começaram a procurar as pistas primeiro. Um ano antes dos outro clãs. Porque eles simplismente esconderam a deles primeiro. E eles esconderam as pistas deles em lugares "fáceis" de encontrar mas lugares que só um verdadeiro Lucian poderia detectar. Nesse livro que estão segurando tem uma foto de cada uma das pessoas que já foram Kabra. Esse livro tem passado na minha família a gerações. Meu dever é retratar todos os Kabra. Sabem como os Kabra são. A única coisa que eles gostam mais do que dinheiro, poder, liderar e chamar a atenção eram brasões.

—Brasões?

Ele se levanta e pega outro livro e nos da. Enquanto folheavamos viamos milhões de brasões. Eram milhões de modelos mas todos tinham a letra K.

—Acreditem. Em alguns, a Letra K de Kabra dava mais medo do que M de Madrigal.

Era muita coisa para assimilar. Penso em como ser um Kabra carregava muitos significados. Um Kabra nunca perdia. Um Kabra estava sempre no topo. Para ser um Kabra tinha um padrão. Você tinha que ser inescrupuloso, implacável, imparável, maligno, mentiroso, manipulador, frio, calculista, esperto e muito mais. E se você não fosse desse jeito, provavelmente tinha nascido na família errada. Mas eles tinham métodos bem...Repulsivos, para dizer o mínimo, de fazer a pessoa saber com qual família estava lidando. Era um fardo pra muitas pessoas(não seria diferente para mim e Natalie).

—Sabe...A Família Kabra é o maior sub-grupo de famílias da Familia Cahill. Vão por mim, a Família Kabra poderia ter o próprio clã se quisesse. Apesar de em sua maioria os Kabra estarem concentrados no clã Lucian, existem Kabras de outros clãs. Os Kabra estão em todo lugar. Muitas pessoas são Kabra e nem sabem que são. Alguns Kabra vocês nem sabem que existem. Por exemplo seu Tio Ronald. Não saberiam que ele era Kabra se ele não confirmasse não?

Ele tinha razão. O que ele falava fazia sentido.

—Senhor Jader posso fazer uma pergunta?

—Faca, garota.

—Todos esses livros falam sobre a Família Cahill?

—Sim. Eu sou escritor. Eu diria quase escrivão dos Lucian, antes de me aposentar. Muitas das minhas histórias são fictícias mas baseadas em fatos reais. Outras são realmente reais. Biografias e etc.

—E...Não existiu nenhum Kabra...Do bem?-Arrisco perguntar.

—Ate onde eu sei...So vocês dois...

É claro. Acho que era por isso que o Ronald não queria que viessemos:Porque descobririamos que nosso destino está basicamente escrito em pedra:Ser malvados.

—Errr...Bom mudando de assunto...Muitas pessoas vieram aqui por causa dos Kabra. Para tentar descobrir coisas sobre eles. Eles ascenderam tão rápido e eram tão misteriosos. Todos queriam saber o segredo do sucesso dos Kabra. Quando você tem o sobrenome Kabra não consegue se imaginar com outro.

Isso era verdade.

—E a história que eu contei para vocês aqui, só é conhecida por Kabras. Nem por Lucians não Kabras e nem ninguém. E devem manter isso em segredo de qualquer outra pessoa. Não contem a ninguém tudo que ouviram aqui.

—Eu vou garantir que eles não contem.-Diz Isabel Kabra, atrás de nós, com uma arma apontada para as minhas costas.

—Voce...Otto?-Começa Natalie.

—Sabe de uma coisa que os Kabra também gostam muito? Ditados. Lemas. O meu preferido é...Ou você trabalha para um Kabra...

—Ou você é morto por um Kabra.-Completa Natalie.

—Exato. Sabe...O nome de vocês deveria ter sido Amber e Alexander. Mas aí eu coloquei Ian e Natalie para ver se vocês me dariam sorte como os Ian e Natalie originais deram para Kassandra. Bom...Me deu muito azar...Que pena...

—Eu sinto muito criancas.-Diz o senhor Jader nos olhando com culpa nos olhos.

Sinceramente dava para entende-lo. Ele não queria morrer nas mãos da Isabel. Ela podia ser Vesper e não ser descendente direta da Kassandra mas deveria ser mais parecida com a Kassandra do que com qualquer outra pessoa. A culpa também foi nossa. Não deveríamos ter vindo sem a permissão do Ronald. Olho para Natalie.

Nao precisei de muito para entender que ela tinha um plano. Ela rapidamente borrifa spray de pimenta nos olhos de Isabel. Mas Isabel acaba atirando em mim. Não nas costas mas em uma região um pouco abaixo do pescoço sem ser o ombro. Mais precisamente a clavicula direita.

Isabel se recupera rápido e incendeia o lugar. E depois desaparece sem deixar rastros. Natalie corre para as prateleiras e vai pegando montes de livros e colocando em sua bolsa. Quando tento ir ajudá-la não consigo aguentar nem o peso do livro.

—Ian vai pra fora!!!

—E te deixar aqui Natalie? Nem morto.

—Ian somos filhos da Isabel Kabra. Sabemos a estrutura básica de um incêndio. Corre lá pra fora. Eu consigo pegar mais alguns livros sozinha e carregar na bolsa.

Eu corro lá para fora. Não preciso esperar muito. Natalie estava logo atrás. Incêndios se alastram rápido.

—Acha que o Otto...

—Ja era? Provavelmente, Nat.

Isabel não estava ali. Nem o senhor Jader.

—Vem aqui.

Natalie tira uma pinça da bolsa.

—O que vai fazer?

—Tirar a bala do seu ombro.

—Clavícula.

—Tanto faz. Vem logo.

—Aguento até chegarmos em casa.

—Tenho que tirar o mais rápido possível para não inflamar e consequentemente infeccionar.

—Como sabe disso?

—Depois do que aconteceu na caça às pistas...Posso dizer que sei exatamente o que fazer em qualquer situação de tiroteio. Nesse ponto sou quase uma médica profissional.

—Tudo bem.

Chego mais perto e ela tira a bala.

—Era de uma AK47. Brasileira. Das clássicas provavelmente.

Natalie era melhor com balestras/bestas/crossbows(que é tudo a mesma coisa) e arcos mas ela conseguia identificar uma arma pela bala ou pelo barulho que ela fazia.

—E o que eu faço agora senhorita médica?

—Bom...Provavelmente não está doendo porque você está em estado de choque. Mas quando isso passar a dor será bem forte ou seja temos que te levar a algum lugar aonde um médico de verdade possa tratar isso o mais rápido possível.

Eu e Natalie nos olhamos ao mesmo tempo. Sentados na areia da praia vazia quase anoitecendo, o por do sol quase desaparecendo no horizonte a gente percebeu:Ouvimos tantas histórias e ficamos tão envolvidos nos nossos antepassados que tínhamos ficado ali mais tempo do que o planejado.

—Acho que perdemos a noção do tempo. Pela primeira vez na vida. Quanto tempo a mais estamos aqui?

Olho no relógio.

—Quatro horas e meia.

—Ai merda.

—Vamos Natalie. Vamos voltar pra limousine. A gente pode inventar algumas mentiras lá. Talvez alguma que até seja convincente o suficiente para enganar o Ronald.

Quando chegamos em casa(ambos chamuscados)todos nos esperavam na sala. Quando nos viram, Amy e Dan se levantaram e o resto nos lançou olhares preocupados.

Ai o Ronald aparece. Lá vinha bronca.

—IAN RAJA E NATALIE PRIYA KABRA!!-Ele grita.-IAN VAI PRA ENFERMARIA CUIDAR DESSE MACHUCADO E NATALIE PRO MEU ESCRITORIO AGORA.

—Tchau querido irmão. Espero que ambos possamos ver a luz novamente e...

—SEM DRAMAS NATALIE. E ASSIM QUE ACABAR IAN VOU CONVERSAR COM VOCÊ TAMBEM.-Grita Ronald de novo.

Natalie vai na direção do escritório do Ronald e eu na direção da enfermaria. No processo trocamos um último olhar. Nos dois estávamos tentando fazer a mesma coisa:Calcular qual de nós estava mais ferrado. Mas sinceramente...Nao dava pra saber.

E nós seguimos nossos diferentes caminhos...


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Notas finais do capítulo

Ninguém nunca falou sobre a história da família Kabra então eu quis inventar uma. O que acharam? Final tenso né? Veremos o que acontece no próximo cap...



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