The Big Four - A Hogwarts Story escrita por Xiukitty


Capítulo 3
Capítulo 3 - Expresso Hogwarts


Notas iniciais do capítulo

Esse capítulo é maiorzinho, e o mais parecido com o do livro de verdade por que estava com muito bloqueio hoje. Mesmo assim, espero que gostem. Prometo que as coisas vão ficar bem diferentes a partir de agora!



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Os últimos dias de Rapunzel e Jack no Caldeirão Furado não foram nada divertidos. Era verdade que as camas do Caldeirão Furado são gastas e duras, Elenor estava mais do que certa. Os dois não dormiam no mesmo quarto, portanto mal conversavam. Com medo do que estava lá fora e não acompanhados em um mundo completamente estranho para os dois, de maneiras diferentes, os apavorou o suficiente para que saísse dos seus quartos o mínimo possível.

Rapunzel voltou a sentir-se trancafiada e ás vezes as lembranças de sua mãe lhe assombravam a noite, agora que sabia a verdade. Jack voltou a sentir-se abandonado, tendo seus dias com Ralph e North parecendo mais sonhos do que uma prévia de sua futura realidade.

Para Soluço e Merida, o último mês não foi melhor do que os primeiros das férias. Agora, suas famílias não paravam de falar do ódio que deveriam sentir pelos seus inimigos, algo que nenhum dos dois conseguiam pensar sobre no momento, pois guardavam grandes segredos.

Soluço não sabia se comentava com Astrid sobre os componentes de sua varinha, não poderia confiar nela para entender que ele não fez por mal ou para achar maneiro que sua varinha seja tão especial. Soluço tinha uma fama no clã, fama de medroso, por não conseguir assistir as brigas de dragões e ter negado assistir um sacrifício que acontecera no mesmo dia que visitou o Beco Diagonal. Soluço, na verdade, não conseguia deixar de sentir um amargo afeto pelos dragões e as pessoas do clã estavam começando a suspeitar disso silenciosamente. Ele não poderia falar com ninguém sobre a sua varinha, não, nem mesmo Astrid. Já que por mas que ela fosse sua melhor amiga, ela era a mais corajosa das crianças e realmente gostava muito de assistir as lutas e sacrifícios.

Merida tinha medo de como seriam os próximos anos em Hogwarts academicamente. Pensando bem, ela nunca foi uma estudante naturalmente boa. Sempre que tinha suas aulas particulares com sua mãe, ela precisava de mais tempo para focar, entender e colocar em prática tudo que estava aprendendo. Elenor quase sempre se estressava, mas era sua mãe e tinha todo o tempo dedicado para ela. E agora, que estaria em uma escola enorme cheia de alunos em uma sala só, como seria? Suas dificuldades resultariam em péssimas notas. E, para piorar, ela sentia que não poderia fazer nada diante desse defeito seu. A única coisa que lhe animava era a coruja que resolveu chamar de Angus.

Rapunzel e Jack foram acordados ás cinco horas da manhã pelas batidas na porta que o grande punho de Ralph fez estrondar pelo corredor. Nenhum dos dois tinham dormido bem, estavam animados demais para esse dia. Diferente de Soluço e Merida, ir para Hogwarts resolveria seus problemas.

Jack levantou-se, vestiu seus jeans e blusa, prestando atenção para não vestir algo que estivesse furado. Rapunzel não perdeu tempo e vestiu seu uniforme, animada para coloca-lo no corpo pela primeira vez. Ambos abriram suas malas para verificar se tudo estava lá dentro, o que Stoick e Elenor fizeram para seus filhos. Soluço escolheu não usar coletes peludos, pois não era indicado que os vikings usassem as mesmas roupas do dia a dia no clã na escola. Astrid teve de abandonar suas ombreiras pontudas e seus demais amigos fizeram o mesmo. Fergus insistiu que Merida vestisse uma saia quadriculada de verde e azul para representar os Dunbrock, mas ela negou com todas as suas forças, colocando um jeans e uma blusa qualquer.

Ralph deixou Rapunzel e Jack na estação King's Cross ás 10:30h. Ajudou-os a organizar suas malas num carrinho e teve de ir embora, pois tinha outros assuntos para resolver antes que partisse para Hogwarts.

— Bom, aqui estamos. Plataforma nove, plataforma dez. —disse Rapunzel, lendo o estranho ticket onde lia-se plataforma nove e três quartos

Havia um grande número nove de plástico no alto de uma plataforma e um grande número dez no alto da plataforma seguinte, mas na parede no meio, não havia nada.

—E o que fazemos agora? — indagou Jack, sabendo muito bem que Rapunzel não teria resposta.

—Teremos que perguntar a alguém.

Pararam um guarda que ia passando, mas não mencionaram a plataforma nove e três quartos. O guarda nunca ouvira falar em Hogwarts e quando nenhum dos dois souberam lhe dizer em que parte do país a escola ficava, ele começou a mostrar aborrecimento, como se estivessem se fazendo de burros de propósito. Desesperado, Jack perguntou pelo trem que partia às onze horas, mas o guarda disse que não havia nenhum. Ao fim, o guarda se afastou, resmungando contra pessoas que o faziam perder tempo. Rapunzel tentou por tudo no mundo não entrar em pânico. Pelo grande relógio em cima do quadro que anunciava os trens que chegavam, só lhes restavam mais dez minutos para embarcar no trem de Hogwarts e eles não tinham ideia de como iam fazer isso, estavam perdidos no meio da estação com malas que mal podiam levantar

Naquele instante um grupo de pessoas passou as suas costas e Jack entreouviu algumas palavras que diziam..

—Como sempre, cheio de trouxas, é claro...

Jack deu meia-volta. Era a mesma mulher que havia conversado com Ralph, com a mesma garotinha de cabelo cor de fogo e mais três menininhos que corriam em volta dela. O coração aos saltos, Jack apontou-a para Rapunzel e eles a seguiram, empurrando seus carrinhos..

—Agora, meninos, qual é o número da plataforma? — perguntou a mãe.

—Nove e três quartos!— ouviu-se a voz fina de um deles.

—Mamãe, não posso ir...

—Você ainda não tem idade, Harris, agora fiquem quietos. Está bem, Merida, você vai primei-

—Com licença — interrompeu Rapunzel.

—Olá novamente, queridos! Estão animados para finalmente irem para Hogwarts? Merida está mais feliz do que deixa transparecer, garanto. — ela passou a mão pelos cabelos da filha.

—É —respondeu Jack, —A coisa é, a coisa é que não sabemos como...

—Como chegar à plataforma? —disse ela com bondade, e eles concordaram com a cabeça.

—Não se preocupe. Basta caminhar diretamente para a barreira entre as plataformas nove e dez. Não pare e não tenha medo de bater nela, isto é muito importante. Melhor fazer isso meio correndo se estiver nervoso. Vá, vá antes de Merida.

— Hum... Ok.

E Jack virou o carrinho e encarou a barreira. Parecia muito sólida.

Ele começou a andar em direção a ela. As pessoas a caminho das plataformas nove e dez o empurravam. Jack apressou o passo. Ia bater direto no coletor de bilhetes e então ia se complicar, curvando-se para o caminho ele desatou a correr, a barreira estava cada vez mais próxima. Não poderia parar, o carrinho estava descontrolado, ele estava a um passo de distância, fechou os olhos se preparando para a colisão..

E ela não aconteceu... Ele continuou correndo. Abriu os olhos.

Uma locomotiva vermelha a vapor estava parada à plataforma apinhada de gente. Um letreiro no alto informava “Expresso de Hogwarts 11 horas”. Jack olhou para trás e viu um arco de ferro forjado no lugar onde estivera o coletor de bilhetes com os dizeres “Plataforma 9 e 3/4”. Conseguira.

Os primeiros vagões já estavam cheios de estudantes, uns debruçados às janelas conversando com as famílias, outros brigando por causa dos lugares. Jack, empurrou o carrinho pela plataforma procurando um lugar vago. Passou por um garoto de rosto redondo que estava dizendo:

—Vó, acho que perdi meu camaleão outra vez.

—Ah, José —ele ouviu a senhora suspirar.

Um garoto com cabelos rastafari estava cercado por um pequeno grupo de meninos.

—Deixe a gente espiar, Naveen, vamos.

O menino levantou a tampa de uma caixa que carregava nos braços e as pessoas em volta deram gritos e berros quando uma coisa dentro da caixa esticou para fora uma perna comprida e peluda.

Jack continuou andando pela aglomeração até que encontrou um compartimento vago no final do trem. Primeiro, esperou Rapunzel alcança-lo, depois começou a empurrar e a forçar sua mala em direção à porta do trem. Tentou erguê-la pelos degraus acima, mas mal conseguiu suspender uma ponta e duas vezes deixou-a cair dolorosamente em cima do pé.

—Querem uma ajuda? —Era uma garota de longas tranças loiras. Pelo menos Jack achou que fossem tranças.

—Por favor — Jack ofegou.

—Cabeça-Dura! Vem dar uma ajuda aqui!

Com a ajuda do garoto que deveria ser gêmeo da menina que o abordou, a mala de Jack, junto da mala de Rapunzel, finalmente foi colocada a um canto do compartimento.

—Obrigado. — disse Jack, afastando os cabelos suados dos olhos. Mas eles estavam encarando Rapunzel.

—É ela — perguntou de repente Cabeça-Dura.

—Caramba —disse a outra gêmea. —Você é...?

—Ela é —disse o outro gêmeo. —Não é? —acrescentou para Jack.

—O quê? —indagou Rapunzel.

—A filha de Gothel. —disseram os gêmeos em coro.

Ah, era... —disse Rapunzel —Quero dizer, é, sou.

Os dois olharam boquiabertos e Rapunzel sentiu que estava corando. Jack sentia-se excluído, ninguém o contara a história da mãe de Rapunzel. Lembrou-se de uma noite que Ralph e ela tiveram uma longa conversa depois que ele já havia terminado o jantar e subido para o seu quarto. Ela demorou cerca de uma hora para subir.  Então, para seu alivio, ouviram uma voz vindo de dentro do trem.

—Cabeça-Quente? Cabeça-Dura? Não vão se sentar?

—Estamos indo.

Dando uma última espiada em Rapunzel, os gêmeos saltaram para fora do trem.

Jack sentou-se à janela onde, meio escondido, podia observar a família de cabelos ruivos na plataforma e ouvir o que diziam. A mãe tinha acabado de puxar um lenço. Rapunzel também sentou á janela, longo á frente de Jack.

—Merida, você está com uma crosta no nariz.

A garota tentou fugir, mas sua mãe a agarrou e começou a limpar aponta do nariz dela.

—Mamãe, sai para lá — Desvencilhou-se.

—Aaaah, o Mary-Merida está com uma coisa no nariz? —caçoou um dos trigêmeos.

—Cale a boca —disse Merida.

A família se afastou, mas logo eles puderam ver e ouvir os gêmeos, que estavam com um grupo de outras crianças e homem alto e barbudo.

—Onde está o Melequento? —perguntou o homem. Jack soltou uma risada abafada. Melequento? O que será que ele tinha feito para ganhar esse apelido?

—Está vindo aí.

Um garoto, que parecia mais velho, vinha vindo. Já vestira as vestes largas e pretas de Hogwarts e Jack reparou que tinha um distintivo de prata reluzente com a letra “M”. Pensou que não seria possível que era um “M" de "Melequento"...

—Não posso demorar, Stoick —falou ele. —Estou lá na frente, os monitores têm dois vagões separados...

—Ah, você é monitor, Melquento? —perguntou um dos gêmeos, com ar de grande surpresa. —Devia ter avisado, não fazíamos ideia.

—Espere ai, acho que me lembro de ter ouvido ele dizer alguma coisa — disse a outra. —Uma vez...

—Ou duas..

—Um minuto...

—O verão todo.

—Ah, calem a boca —disse Melequento, o monitor. —E ninguém mais me chama de Melequento fora do clã, ok? Em Hogwarts eu sou Jorgenson.

—Afinal, por que o Melequento pode andar pela estação sem um adulto responsável? —disse uma outra garota loira e de tranças que eles ainda não haviam conhecido.

—Porque é monitor —disse o homem adulto, como se fosse óbvio —Está bem, Jorgenson, tenha um bom ano letivo —mande-me uma coruja quando chegar.

O rapaz foi embora e, então, Stoick virou-se para os demais.

—Agora, vocês. Este ano quero receber uma coruja avisando-nos novamente que todos os novos alunos do clã de Berg são de Grifinória. Como eu já recebi em todos os anos passados... Mas esse ano é ainda mais importante que dê tudo certo.

—Não precisa se preocupar, Stoick. —a outra menina respondeu —Já tem dezenas de gerações que Berg é um clã exclusivamente de Grifinorianos. Não precisamos nos preocupar.

—Mas ano que vem é capaz que o Perna-de-Peixe acabe caindo em Lufa-Lufa. —Cabeça Dura provocou um menininho que parecia o mais novo de todos. Tinha os cabelos loiros escuros e era bem gordinho.

—Não tem graça. —Stoick repreendeu. —E cuidem do Soluço.

—Não se preocupe, Solucinho está seguro com a gente.

—Cale a boca —mandou o Soluço, que deu uma avermelhada enquanto Stoick o abraçava. Tanto Jack quanto Rapunzel logo entenderam que Soluço era o único filho de Stoick entre aquelas crianças. Os dois eram os únicos morenos e o homem apresentava uma clara afeição por ele.

—Ei, Stoick, advinha? Adivinha quem acabamos de encontrar no trem?

Jack espiou Rapunzel e a viu recuar o corpo rápido para que eles não a vissem olhando. Jack a imitou.

—Sabe aquela menina de cabelos loiros enooormes que estava em todos os jornais semana passada...

—Rapunzel?

—Vimos a filha de Mother Gothel! —Os gêmeos proclamaram juntos, por cima da pergunta de Stoick.

Ouviu-se a vozinha do garotinho.

—Ah, Stoick, posso subir no trem para ver ela, Stoick, ali, por favor...

—Você já o viu, Perna-de-Peixe, nos jornais! E a coitada não é um bicho de zoológico para você ficar olhando. É ela mesmo, Cabeça-Quente? Como é que você sabe?

—Perguntei a ela. A reconheci imediatamente. Seu cabelo parece ainda maior na vida real.

—Coitadinha. Os jornais não deveriam ter publicado sua imagem. E sejam educados com ela, lembrem-se, ela não é filha biológica de Gothel, então parem de a chamar assim!

—Deixa isso para lá, você acha que ela já viu Você-Sabe-Quem?

De repente Stoick ficou muito sério.

—Proíbo-lhe de perguntar a ela, Cabeça-Quente. Não, não se atreva. Como se ela precisasse de alguém para lhe perguntar uma coisa dessas no primeiro dia de escola.

—Está bem, não precisa ficar nervoso.

Ouviu-se um apito.

—Depressa! — disse Stoick, e os quatro subiram no trem.

Debruçaram-se na janela e Stoick deu um beijo de despedida na testa de Soluço, que não gostou nem um pouco.

—Não chore, Perna-de-Peixe , vamos lhe mandar um monte de corujas.

—Vamos lhe mandar um pedaço da parede de Hogwarts.

—Cabeça-Dura!

—Estou só brincando, Stoick.

O trem começou a andar. Jack viu Stoick acenando e o mais novinho, meio risonho, meio choroso, correndo para acompanhar o trem até ele ganhar velocidade e ele ficar para trás acenando.

Rapunzel observou os dois desaparecerem quando o trem fez a curva. As casas passaram num relâmpago pela janela. Jack sentiu uma grande excitação. Não sabia onde estava indo, mas tinha de ser melhor do que o lugar que estava deixando para trás.

A porta da cabine se abriu e o ruivinha de mais cedo entrou.

—Tem alguém sentado aqui? —perguntou, apontando para o assento ao lado de Rapunzel —O resto do trem está cheio.

Rapunzel respondeu que não, com um aceno de cabeça, e a garota se sentou. Merida olhou para Jack, depois para Rapunzel e em seguida olhou depressa para o corredor, fingindo que não tinha olhado. Rapunzel reparou que ele ainda tinha uma mancha preta no nariz.

—Oi, Merida. –uma garotinha abriu as portas do trem. Também era ruiva, mas seus cabelos não eram tão cacheados quanto os de Merida. —Escuta aqui, vou para o meio do trem. Naveen trouxe uma tarântula gigante, você vai ficar bem sozinha, certo?

—Certo. — resmungou Merida. A garota pareceu notar nos outros dois no trem.

—Olha, pelo visto não demorou para você fazer amigos, como todos pensávamos! —disse a garota, que claramente não notou o quão rude fora. Merida corou. —Bom dia, meu nome é Ariel. Sou prima de Merida. Se algum de vocês dois entrar na Corvinal, podem me procurar, já que sou monitora!

Ela parecia muito orgulhosa de seu título. Rapunzel ficou com medo dela a reconhecer também, mas ela logo se despediu e voltou a perambular o trem. Eles entraram em um silêncio que durou alguns minutos.

—Você é Rapunzel mesmo? —Merida deixou escapar.

Rapunzel confirmou com a cabeça.

—Ah, bom, pensei que fosse uma rumor que você estava no trem. E seu cabelo faz... você sabe...

—Faz sim, fazia uma vez por mês sem falta.

—Então foi assim que Mother Gothel...?

—Foi. Mas ela nunca foi má comigo. Nunca... me usou para nada que não fosse sua própria saúde.

Jack estava muito perdido na conversa das duas.

—O que o seu cabelo faz? —ele interrompeu.

—Quando eu canto uma certa canção ele tem... poderes de cura. Ele brilha e cura qualquer machucado, até mesmo deixa uma pessoa mais nova.

—Uau! —Ele ficou parado uns minutos olhando para Rapunzel, depois, como se de repente tivesse se dado conta do que estava fazendo, olhou depressa para fora da janela outra vez. As garotas deram risadinhas.

—Todos na sua família são bruxos? —perguntou Rapunzel que achava Merida tão interessante quanto Merida a achava.

—Hum... São, acho que sim. Acho que mamãe tem um primo de segundo grau que é contador, mas ninguém nunca fala nele.

—Então você já deve saber muitas mágicas. —Jack comentou.

O estômago de Merida revirou-se.

—Não, não sei nenhuma. As crianças não têm varinhas, apenas vemos nossos parentes já formados fazendo mágicas. Sabe, alunos não formados não podem usar magia fora da escola.

—Poxa, eu não sabia. —Rapunzel parecia decepcionada. —Deve ser frustrante ver todo mundo usando magia sem poder fazer o mesmo.

—Pode ser horrível, mas seria muito pior se eu não fosse a irmã mais velha...

Merida iria dizer mais alguma coisa, mas sua coruja começou a piar. Ela tirou uma cenoura do bolso e deu para o pássaro beliscar.

—O nome dele é Angus. Ganhei de presente do meu pai. Algum de vocês vai levar um bicho para Hogwarts.

Os dois negaram.

—Eu até quis comprar um gatinho, mas nunca me deixaram ter um animal de estimação. —Rapunzel comentou, fazendo Jack relembrar que era o único que não sabia nada sobre a vida da garota. Logo a pediu para que ela se explicasse mais.

—Se não quiser falar, não tem problema! —Jack adicionou antes que Rapunzel respondesse.

—Eu prefiro que eu explique do que as pessoas leiam no jornal. —Rapunzel sorriu. —Bom, sobre o início da minha vida não sei de nada. Sempre pensei que Gothel fosse minha mãe, mas descobri que não era verdade quando Ralph invadiu nossa torre. Gothel usava meu cabelo todo mês para se rejuvenescer e não queria que eu fosse para Hogwarts. Escondeu as primeiras cartas e chegou até a fechar toda a nossa torre...

—Espere, torre? —Merida interrompeu. —Isso não estava nos jornais.

—Sim, eu morei em uma torre minha vida inteira, no meio da floresta no norte da Inglaterra. Gothel nunca me deixou sair, nunca.

—Uau! Então isso tudo deve ser ainda mais maneiro para você! —Merida sorriu.

—É mais assustador. Eu não sei como coisas normais funcionam, muito menos coisas mágicas...

A fala de Rapunzel fez o coração de Merida esquentar. Talvez ela não seria a pior estudante então. Além disso teria uma pessoa que sente algo parecido com o que ela mesma sente. Desejou naquele momento que Rapunzel entrasse para Grifinória com ela.

—Ok, mas quem é Gothel? —Jack perguntou, ainda investido em descobrir mais.

—Bom, dessa parte eu sei muito pouco. Existe um bruxo mau que no passado tinha um grupo de seguidores. Eles queriam... dominar o mundo ou algo assim. De alguma forma que eu ainda não entendi, ele enfraqueceu e sumiu. Seus seguidores mais famosos sumiram e os que apenas eram suspeitos seguidores começaram a negar que já tiveram qualquer laço com... Você-Sabe-Quem. Gothel era... —Rapunzel parecia ter ficado subitamente deprimida. —Era a seguidora dele mais procurada e mais famosa. Cuidava tão bem dele e era tão devota que os demais seguidores começaram a chama-la de Mother Gothel. Depois que Você-Sabe-Quem sumiu, ela começou a fugir das autoridades e... de alguma forma me achou, o bebê que tinha poderes de cura. Ela me criou, não era uma mãe boazinha, mas não era cruel... Ralph e os jornais acham que ela estava esperando que eu crescesse e virasse devota de Você-Sabe-Quem e... eventualmente o curasse e o tornasse forte novamente.

Rapunzel parecia muito triste, Merida começou a torcer que Jack mudasse de assunto, mas o garoto pareceu não ter interesse algum em qualquer outra coisa.

—E esse é o nome dele mesmo? Você-Sabe-Quem?

Merida tomou o controle da conversa

—Não. Mas nenhum dos bruxos e bruxas falam o seu nome em voz alta. É uma superstição, dizem que dá má sorte, o atrai... essas coisas. Mas, vocês estão animados para as aulas?

O desespero de Merida a fez escolher um assunto nada ideal.

—Aposto que vou ser a pior da classe. —Rapunzel lamentou.

—Não vai ser não. Tem uma porção de gente que vem de famílias de trouxas e aprende bem depressa. —Merida tentou a acalmar. —Além do mais, você é bem inteligente, aposto que vai aprender tudo ainda mais depressa!

Enquanto conversavam, o trem saiu de Londres. Agora corriam por campos cheios de vacas e carneiros. Ficaram calados por um tempo, contemplando os campos e as estradinhas passarem num lampejo.

Por volta do meio-dia e meia ouviram um grande barulho no corredor e uma mulher toda sorrisos abriu a porta e perguntou:

— Querem alguma coisa do carrinho, queridos?

Merida, que não tomara café da manhã ergueu-se de um salto e foi até o corredor.

Nunca tivera seu próprio dinheiro para doces em casa e agora que seus bolsos retiniam com moedas de ouro e prata, estava disposta a comprar quantas guloseimas poderia comprar. Tinha feijoezinhos de todos os sabores, balas de goma, chicletes, sapos de chocolate, tortinhas de abóbora, bolos de caldeirão, varinhas de alcaçuz e Merida gostava de todos, não pôde escolher, pegou um de cada.

Jack e Rapunzel arregalaram os olhos quando Merida trouxe tudo para a cabine e despejou no assento vazio.

—Que fome, hein? —Jack riu

—Morrendo de fome — respondeu Merida, dando uma grande dentada na tortinha de abóbora. —Podem se servir!

—Que isso, não precisa! —Rapunzel negou, mas não parava de encarar a comida.

—Come... Coma um pastelão —disse Merida, colocando o embrulho no seu colo. Era uma sensação gostosa estar dividindo suas coisas com alguém que não tivesse a idade de usar babadores.

—Que é isso? — perguntou Jack a Merida, mostrando um pacote de sapos de chocolate. —Eles não são sapos de verdade, são? —Estava começando a achar que nada o surpreenderia mais.

—Não. Mas vê qual é a figurinha, está me faltando a Afrodite.

—O quê?

—Claro que você não sabe, os sapos de chocolate têm figurinhas dentro, sabe, para colecionar, bruxas e bruxos famosos. Tenho umas quinhentas, mas não tenho a Afrodite nem o Ares.

Jack abriu o sapo de chocolate e puxou a figurinha. Era a cara de um homem. Usava óculos de meia-lua, tinha um nariz comprido e torto, cabelos esvoaçantes cor de prata, barba e bigode. Sob o retrato havia o nome Nicholas St. North.

—Ei, é North! —exclamou Jack. —Eu o conheci

—Conheceu? —Merida exclamou.

—Sim, ele quem foi me buscar... no... orfanato. —Jack não havia contado para ninguém sua situação até agora, e tinha medo das duas lhe fazerem perguntas. Diferente de Rapunzel, ele não se sentia confortável falando de sua vida.

Porém, as duas não pareceram se importar.

—Estranho, geralmente Ralph que vai atrás das crianças em situações peculiares. —e voltou a comer seu pastelão.

Jack virou o verso da figurinha e leu:

Nicholas St. North, atualmente diretor Hogwarts.

Considerado por muitos o maior bruxo dos tempos modernos. North é particularmente famoso por ter derrotado Jafar, o bruxo das Trevas, em 1945, por ter descoberto os doze usos do sangue de dragão e por desenvolver um trabalho em alquimia em parceria com Mufasa. O Professor North gosta de música do Natal e de biscoitos com leite.

Jack virou de novo o cartão e viu, para seu espanto, que o rosto de North havia desaparecido.

—Ele desapareceu!

—Ora, você não pode esperar que ele fique aí o dia todo. Depois ele volta. Não, tirei a Zeus outra vez e já tenho umas seis... Você quer? Pode começar a colecionar.

Mas os olhos de Jack se desviaram para a pilha de sapos de chocolate que continuavam fechados.

—Sirva-se —disse Merida, entendendo sua prioridade. Jack deixou a carta de North de lado e Rapunzel a apanhou, muito curiosa.

—Mas, sabe, no mundo dos trouxas, as pessoas ficam paradas nas fotos. —ela comentou.

—Ficam? Eles não se mexem? —Merida parecia surpresa. —Que coisa esquisita!

Rapunzel arregalou os olhos quando North voltou para a figurinha e lhe deu um sorrisinho. Jack estava mais interessado em comer os sapos do que em olhar os bruxos e bruxas famosas, mas Rapunzel não conseguia despregar os olhos deles, os observando mexer e até mesmo interagirem entre si. Uma das cartas apontou para um saquinho que estava do seu lado. Rapunzel o apanhou.

—Você vai ter que tomar cuidado com essas aí —alertou Merida. —Quando dizem todos os sabores eles querem dizer TODOS OS SABORES. Sabe, todos os sabores comuns como chocolate, hortelã e laranja, mas também. Espinafre, fígado e bucho. Papai achou que sentiu gosto de bicho-papão uma vez.

Merida apanhou uma balinha verde, examinou-a atentamente e mordeu uma ponta.

—Eca! Está vendo? Couve-de-bruxelas.

Eles se divertiram comendo as balas. Rapunzel tirou torrada, coco, feijão cozido, morango, caril, capim, café, sardinha e chegou a reunir coragem para morder a ponta de uma bala cinzenta meio gozada que Merida não queria pegar, e que era pimenta.

Os campos que passavam agora pela janela estavam ficando mais silvestres. As plantações tinham desaparecido. Agora havia matas, rios serpeantes e morros verde-escuros.

Ouviram uma batida à porta da cabine e o menino de rosto redondo, por quem Jack passara na plataforma, entrou. Parecia choroso.

—Desculpem, mas vocês viram um camaleão?

Quando os três sacudiram a cabeça, ele chorou.

—Perdi ele! Está sempre fugindo de mim!

—Ele vai aparecer — consolou Rapunzel.

— Vai —disse o menino infeliz. —Se você vir ele...

E saiu.

—Não sei por que ele está tão chateado —disse Jack. —Se eu tivesse trazido um camaleão ia querer perder ele o mais depressa que pudesse. 

—Eu acho que adoraria ter um camaleão! —Rapunzel disse.

—Que nojo! —Jack torceu o nariz.

—Não tem nojo nenhum! Camaleões são animais como qualquer outro.

—Não tenho nada contra camaleões, mas espero que esse menino não esteja na mesma casa que eu. Não quero estar no mesmo Salão Comunal que um garoto que vive perdendo seu camaleão... imagina se ele aparece na minha cama!— declarou Merida.

—Em que casa sua prima disse que está mesmo? — perguntou Rapunzel.

—Corvinal. Mas eu estarei em Grifinória. Mamãe e papai estiveram lá também, assim como todos os meus antepassados. Não sei o que vão dizer se eu não estiver. Acho que a Corvinal não seria muito ruim, mas imagine se me puserem na Sonserina...

—É a casa em que Pit... Quero dizer Você-Sabe-Quem esteve?

—É. — ela bufou, em deboche com a ideia. —Mas até parece que isso vai acontecer. Só tenho medo mesmo de estar em Corvinal ou Lufa-Lufa, já que vários primos meus estão lá, não seria incomum.

Eles ficaram em silêncio mais um pouco, já que nenhum dos outros dois sabia comentar sobre as casas de Hogwarts, que mais conheciam e nem tinham decorado os nomes ainda.

—Qual é o time de Quadribol de vocês? —perguntou Merida, tentando voltar a conversar. Naturalmente, ela não tinha assuntos que não fossem parte do mundo dos bruxos.

—Hum... Não conheço nenhum. — confessou Jack.

—O quê? —Merida parecia pasma. —Ah, é o melhor jogo do mundo —E saiu explicando tudo sobre as quatro bolas e as posições dos sete jogadores, descreveu jogos famosos a que fora com os irmãos e a vassoura que gostaria de comprar se seus pais deixassem. Estava mostrando a Jack as qualidades do jogo quando a porta da cabine se abriu mais uma vez, mas agora não era José, o menino sem camaleão.

Três crianças entraram e Jack e Rapunzel os reconheceram na hora, eram os gêmeos e a outra menina loira que viram na plataforma. Eles olhavam para Merida com um interesse muito maior do que em qualquer um dos dois.

— É verdade? —perguntou a menina loira com quem eles ainda não haviam conversado. —Uma Dunbrock está entrando em Hogwarts no mesmo ano que a gente?

Jack e Rapunzel ficaram muito confusos. O que era um "Dunbrock"?

—Sim —respondeu Merida. Observava os gêmeos. Os dois eram tão parecidos que postados dos lados da menina pálida eles pareciam guarda-costas.

—Rapunzel? —Um dos gêmeos a reconheceu.

—Ah, na mesma cabine estão as duas alunas mais comentadas do primeiro ano! —A garota voltou a falar com superioridade na voz. —Parece que todos se conhecem, meu nome é Astrid. E esses são Cabeça-Quente e Cabeça-Dura.

Merida deixou uma risada escapar.

—É sério? Uau, os nomes de Berg sempre foram... diferentes, mas parecem que estão ficando sem opção!

—Espere até conhecer o “Melequento”. —Jack riu. Antes que Merida pudesse reagir, Astrid virou-se para Jack.

—Acha os nossos nomes engraçados, é? Acha nossa tradição engraçada? Nem preciso perguntar quem você é. Stoick me contou que resgataram um órfão albino que foi abandonado na rua. Nem seu nome eles sabiam! Você não tem tradição alguma e acha graça da nossa por inveja. — Virou-se para Rapunzel — Você não vai demorar a descobrir que algumas famílias de bruxos são bem melhores do que outras, Rapunzel. Você não vai querer fazer amizade com as ruins. E eu posso ajudá-la nisso.

Ela estendeu a mão para apertar a de Rapunzel, mas Rapunzel não a apertou.

—Eu também não tenho pais, também não tenho nome ou tradição. Acho que sei dizer qual é o tipo ruim sozinha, obrigada. — disse com frieza.

Astrid não ficou vermelha, mas um ligeiro rosado coloriu seu rosto pálido.

—Eu teria mais cuidado se fosse você, Rapunzel. —disse lentamente. —A não ser que seja mais educada, vai acabar como os Dunbrock. Eles também não tinham juízo. Você se mistura com gentinha e com aquele Ralph e vai acabar se contaminando.

Merida e Jack se levantaram. O rosto de Merida estava vermelho como os cabelos.

—Repete isso.

—Ah, você vai brigar com a gente, vai? —Astrid caçoou.

—Não. Não vale a pena brigar com quem nem é a filha do líder do clã. Onde está ele? Não teve coragem de me encarar e vocês tiveram que se sacrificar? —indagou Merida com um sorriso esnobe no rosto.

—Pois saiba que... que isso aqui é apenas uma demonstração de como você está cheia de inimigos aqui dentro. E que você está sozinha, independente dos amigos que você fizer. Soluço vai ser mil vezes pior com você, mas não queríamos estragar a surpresa.

Merida bufou, lembrando do garoto magrelo e com lágrimas no rosto que conheceu em Olivaras. Estava prestes a dizer algo, até que Rapunzel se levantou.

—Chega! Tchau, pra vocês três! —ela passou por Merida e Jack, deu um leve empurrão nos três e fechou a porta da cabine. Trancou-a e fechou as cortinas.

—Que foi que aconteceu? —perguntou para os dois, revoltada. —Queriam comprar briga no primeiro dia? Nem no primeiro dia! Antes mesmo disso!

—Não íamos brigar de verdade. —Jack sentou-se.

—É melhor que você troque de roupa, Jack. Parece que estamos quase chegando. —Merida alertou, agradecendo por ter se trocado no banheiro da estação antes de subir no trem.

Ela e Rapunzel se retiraram, deixando Jack livre para se trocar na cabine.

—O que foi aquilo, Merida? Você conhece aquela garota? —Rapunzel perguntou imediatamente.

—Não! Quero dizer, acho que sim... É uma história antiga, de gerações... —Rapunzel continuou a encarando e Merida cedeu e contou a história de sua família e Berg o mais rápido que pudesse. —Meus antepassados eram de Berg, tentaram tomar o trono por que não concordavam com o que os líderes estavam incentivando, mas o resto do clã já estava contaminado com uma mentalidade... nojenta. Antes que meu avô fosse punido com a morte, ele fugiu para uma capital trouxa, Glasgow. Agora nós, os Dunbrock, somos considerados pelos vikings de Berg grandes traidores e inimigos.

—O que... o que eles faziam?

—Eles caçam, torturam e matam dragões.

—Dragões?! —Rapunzel gritou. Merida então percebeu que ela provavelmente nem sabia que dragões existiam. Seus olhos estavam esbugalhados.

Jack abriu a porta, Rapunzel disparou-se lá dentro como um tardo e Merida foi atrás, fechando a porta para não chamarem atenção. Nem sabia por que estava nervosa ao falar sobre isso, os hobbies dos cidadãos de Berg não são segredo. Provavelmente por que, no fundo, o assunto deixava Merida muito desconfortável.

—Jack! Dragões existem! —Rapunzel revelou

 

—O QUE??

Uma voz ecoou pelo trem.

— Vamos chegar a Hogwarts dentro de cinco minutos. Por favor, deixem a bagagem no trem, ela será levada para a escola.

O estômago de Jack e de Rapunzel reviraram de nervoso e Merida suspirou aliviada que os dois esqueceram do assunto. O trem foi diminuindo a velocidade e finalmente parou. As pessoas se empurraram para chegar à porta e descer na pequena plataforma escura. Merida estremeceu ao ar frio da noite. Então apareceu uma lâmpada balançando sobre as cabeças dos estudantes e Jack e Rapunzel ouviram uma voz conhecida.

—Alunos do primeiro ano! Primeiro ano aqui! Tudo bem pirralhos?

O rosto grande de Ralph sorria por cima de um mar de cabeças.

—Vamos, venham comigo. Mais alguém do primeiro ano?

Aos escorregões e tropeços, eles seguiram Ralph por um caminho de aparência íngreme e estreita. Estava tão escuro em volta que Jack achou que devia haver grandes árvores ali.

Ninguém falou muito. José, o menino que vivia perdendo o camaleão, fungou umas duas vezes.

—Vocês vão ter a primeira visão de Hogwarts em um segundo. —Ralph gritou por cima do ombro —, logo depois dessa curva.

Ouviu-se um ooooh muito alto.

O caminho estreito se abrira de repente ate a margem de um grande lago escuro. Encarrapitado no alto de um penhasco na margem oposta, as janelas cintilando no céu estrelado, havia um imenso castelo com muitas torres e torrinhas.

—Só quatro em cada barco! —gritou Ralph, apontando para uma flotilha de barquinhos parados na água junto à margem. Jack e Rapunzel foram seguidos até o barco por José e Merida.

—Todos acomodados? —gritou Ralph, que tinha um barco só para si. — Então... VAMOS!

E a flotilha de barquinhos largou toda ao mesmo tempo, deslizando pelo lago que era liso como um vidro. Todos estavam silenciosos, os olhos fixos no grande castelo no alto. A construção se agigantava à medida que se aproximavam do penhasco em que estava situado.

—Abaixem as cabeças! —berrou Ralph quando os primeiros barcos chegaram ao penhasco, todos abaixaram as cabeças e os barquinhos atravessaram uma cortina de hera que ocultava uma larga abertura na face do penhasco. Foram impelidos por um túnel escuro, que parecia levá-los para debaixo do castelo, até uma espécie de cais subterrâneo, onde desembarcaram subindo em pedras e seixos.

—Ei, você ai! É o seu camaleão? —perguntou Ralph, que verificava os barcos à medida que as pessoas desembarcavam.

—Pascal! —gritou José feliz, estendendo as mãos.

Então eles subiram por uma passagem aberta na rocha, acompanhando a lanterna de Ralph e desembocaram finalmente em um gramado fofinho e úmido à sombra do castelo.

Galgaram uma escada de pedra e se aglomeraram em torno da enorme porta de carvalho.

—Estão todos aqui? Você aí, ainda está com o seu camaleão?

Ralph ergueu um punho gigantesco e bateu três vezes na porta do castelo.


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Notas finais do capítulo

Gostaram?? Comentem qual dia vocês preferem que eu poste!
Até amanha!



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