The Big Four - A Hogwarts Story escrita por Xiukitty


Capítulo 1
As Cartas de Ninguém


Notas iniciais do capítulo

Pra comemorar o inicio da fic, vou postar todos os dias durante a próxima semana!! Depois disso, postarei uma vez todas semana, eu um dia que eu ainda não decidi. Se tiver alguma sugestão de um dia que você prefere, por favor comente!!
Enfim, espero que gostem ♥



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O Sol nasceu do mesmo jeito que nasceu todos os dias da vida de Rapunzel. Surgia no céu apenas depois das nove horas, por conta da alta muralha de pedra que circundava sua torre e procedia a iluminar toda a pequenina casa que tinha junto de sua mãe. Rapunzel pôs a mesa e sentou á espera de sua mãe, que não demoraria muito para aparecer e tomar café da manhã. Ela estava animada, sua perna balançava e ela não conseguia segurar o sorriso.

—Bom dia, Rapunzel. –sua mãe finalmente saiu do quarto. –Você pôs a mesa? Como conseguiu alcançar todos os armários?

—Eu usei a cadeira.

—Ah, querida, você sabe o tanto que isso pode te machucar. –A sua mãe repreendeu passando a mão pelos seus longos cabelos loiros.

—Mas tem um motivo especial. Você sabe que hoje é meu aniversário...

—Oh! Sim, querida! Parabéns –Gothel exclamou, surpresa. A verdade era que ela não fazia ideia de que sua filha estava completando 11 anos justo hoje... ela nunca decorou a data.

—Obrigada, mas... eu pensei que poderia te pedir um favor... como presente de aniversário...

—O que quer? Que eu saia para comprar novas tintas? Vi que está usando menos roxo recentemente, o roxo acabou? –ela voltou a interromper a filha, enquanto servia o seu café.

—Não, não, na verdade eu gostaria de sair... para... fora da torre. –Gothel pareceu congelar. Ficou encarando-a por alguns segundos e finalmente deu um gole do café e deu uma resposta.

—Estou estranhando seu pedido, Rapunzel. Até hoje você nunca mostrou interesse algum em sair da torre. –ela parecia calma.

—Eu sei, mas agora eu já estou mais crescida. Não pedi antes por que pensei ser muito perigoso, como a senhora sempre diz, mas agora com onze anos eu posso me cuidar melhor, principalmente se formos juntas.

—Oh, Rapunzel... onze anos não é idade o suficiente para encarar o mundo! Você ainda é uma criança. –ela riu.

—Tudo bem... mas quando poderei? Aos 13? 16?

—Nunca.

Rapunzel olhou para a mãe com mais seriedade, esperando que ela dissesse que estava brincando. Mas não, Gothel estava comendo o bolo com muita calma, falava sério.

—N-nunca? –ela gaguejou, prestes a chorar.

—Rapunzel! Não sei de onde você tirou essa ideia de que seria permitida de sair algum dia! –Gothel irritou-se.

—Eu não imaginei que ficaria presa para sempre...

—Presa? Rapunzel, estou lhe protegendo! Afinal, me dê uma boa razão para sair da torre!

Rapunzel abriu a boca para argumentar, mas um pedaço de papel veio voando pela única janela da torre. Sua mãe olhou alarmada e Rapunzel assustou-se: a torre era muito alta, nada nunca entrava por lá, a não ser besouros e pássaros. Gothel andou cautelosamente até onde o papel pousou no chão enquanto Rapunzel observava quieta, podendo agora notar que era uma carta. Sua mãe leu o verso, mas não abriu o envelope.

—Mãe? O que é...                                                                           

—Não é nada Rapunzel.

—Pensei que fosse uma...

—Chega de perguntas, Rapunzel! –ela gritou. –Não acha que já me magoou o suficiente por hoje?

Ela voltou para o seu quarto com o papel na mão, enquanto os olhos de Rapunzel se inundavam de lágrima. Sentia tremenda culpa por ter deixado sua mão chateada e não via mais motivos para sair da torre. Ela prometeu naquele momento, que nunca mais tocaria em tal assunto.

 

—Oh! Uma carta de Hogwarts! Merida, meu amor, isso é incrível! –Elenor comemorou na mesa do café da manhã da grande mansão Dunbrock. –Minha primeira filha está finalmente indo para Hogwarts... o tanto que esperei por esse momento...

—Estou animado por você, princesa! Mais um Dunbrock para a longa linhagem da família mais leal á Grifinória! São mais de vinte gerações na mesma casa! -Fergus sorriu, suas palavras mal eram entendidas entre os gritos dos trigêmeos, que brincavam com sua comida. Elenor geralmente condenaria esse comportamento, mas dessa vez sua atenção estava completamente na mais velha: Merida, que estava calada.

—Eu não quero ir.

—Ai, Merida, não seja boba! –Elenor bufou. –Quem não gostaria de ir para Hogwarts! Conversamos sobre esse dia des de quando você nasceu, pensei que estaria mais animada.

—Não é questão de animação. Eu não quero ir!

—Pois eu não escutarei esse discurso louco seu. Você vai, sabe muito bem que vai e não adianta todo esse drama. E vocês três parem de brincar com os ovos e tratem de comer! –Eleanor estava propriamente irritada e Merida também.

Ela estava equivocada em dizer que não queria ir, ela estava curiosa sobre como seria a vida em Hogwartsme realmente foi preparada para esse momento toda sua vida. Mas de todas as outras crianças filhas de bruxos que ela conhecia, ela era a única que nunca apresentou nenhum comportamento mágico.

Todos os seus irmãos já foram vistos flutuando, os filhos de colegas de seus pais sempre faziam coisas desaparecerem, moverem ou até mesmo explodir... mas Merida nunca fez nada. Pensou por algum tempo que não fosse bruxa, tentou fazer algo mover ou desparecer várias vezes, passava horas encarando seu ursinho de pelúcia e ele permanecia intacto.

O verão que ela receberia sua carta foi muito estressante, ela ficava cada vez mais nervosa toda manhã que ela não era entregue e ficava preocupada só de pensar no que seus pais, que tinham certeza que ela era uma bruxa, diriam quando descobrissem que sua primogênita era trouxa.

Entretanto, aqui estava a carta e Merida pode respirar depois de dias de constante ansiedade. Mas agora a preocupação era outra: ela com certeza seria a pior de sua classe. Ela não tinha um pingo de mágica em si, pelo que parecia... ela não levaria jeito para nada disso. E se chegasse em Olivaras e nenhuma varinha a escolhesse? E se chegasse em Hogwarts e não visse o castelo? E se reprovasse logo no primeiro ano? E se a carta fosse um engano?

Merida estava muito ansiosa, esperando que a qualquer momento desapontaria não apenas seus pais, mas também todos os Dunbrock que já pisaram em Hogwarts.

           

As mãos de Soluço estavam suadas enquanto ele abria a carta, a carta que tanto esperava. Hogwarts, o nome que passara os últimos anos de sua vida ouvindo e idolatrando. Tantas histórias ele ouvira sobre a famosa escola de bruxaria que todos do seu clã haviam frequentado. Mal podia esperar para ter lembranças tão bonitas e extraordinárias quanto as do seu pai...

—Recebi a carta! Recebi! –Soluço ouviu uma voz feminina invadir a casa pela janela da cozinha. Só poderia ser Astrid. –Tio Stoick eu recebi a carta! Onde está Soluço?

—Deixei-o a sós no quarto, ele queria abrir sua carta sozinho. –ele ouviu seu pai informar com um tom de deboche.

—O que? –o gritinho de Astrid foi seguido pelo som dos seus passos subindo as escadas e em seguida escancarando a porta. –Recebeu?

—Recebi. –Soluço sorriu.

A garotinha de cabelos loiros mal-presos em uma trança e olhos azuis que brilhavam diantes das circunstâncias pulou na cama ao seu lado.

—Ah, você acredita? Todos receberam cartas de Hogwarts! Todos! Já imaginou? Todos nós do clã em Hogwarts juntos? Seremos inseparáveis, claro, e ainda tenho certeza que seremos futuros mestres de defesa contra a arte das trevas, claro é o que todos no nosso clã se especializam...

Astrid continuou a falar com poucas pausas, seu entusiasmo fazendo-a dar pulinhos na cama. Soluço não conseguia explicar, mas pensar em compartilhar as incríveis histórias de Hogwarts com Astrid deixava-o mais animado e quente por dentro.

 

Após o café da manhã, Jack Frost voltou ao seu quarto. Brincou um pouco com os bonecos velhos e gastos que encontrara no chão, mas passou boa parte do seu tempo encarando a cama vazia ao lado da sua.

Mais um colega de quarto adotado. Mais uma vez ele não era escolhido. Na verdade, ele nunca fora escolhido, não, ele sempre fazia parte das reuniões grupais entre casais que querem uma criança, mas nunca foi escolhido para uma conversa a sós, o que geralmente é o segundo passo em um processo de adoção.

Literalmente nunca passara da segunda fase, a que todos participavam.

Ele entrava sempre em um pequeno luto quando perdia um colega de quarto. Não que esse colega fosse tão legal assim, na verdade mal lembrava do seu nome completo. A questão que lhe trazia tanta tristeza era que mais um dia se passava, mais velho ele estava e menos chance ele teria de ser adotado.

Completara 11 anos em janeiro, em uma data que ele mesmo escolheu por que não tem documento algum... uma criança velha, com um passado misterioso e estranhos cabelos grisalhos... Ninguém no mundo iria escolher Jack Frost.

A intrusão de duas voluntárias no orfanato fez com que Jack limpasse as lagrimas que começavam a formar em seus olhos. Elas não notaram que ele chorava, mas devera ser por que estavam muito nervosas.

—Você tem uma vista, Jack.

Ele nunca ouvira isso antes, mas não poderia se alegrar. Não poderia ser uma reunião a sós com um casal que o escolhesse, essas reuniões sempre são marcadas com antecedência e nunca são feitas nos quartos.

As voluntárias nervosas se retiraram e deram espaço para que um senhor alto, de barba longa e de vestes muito curiosas e avermelhadas entrasse. O quarto pareceu diminuir com a sua gigantesca presença. As moças tentaram fechar a porta mas ele fez um gesto que a deixasse aberta, então elas se apressaram para longe no corredor.

O senhor finalmente olhou para Jack e o cumprimentou com um sorriso caloroso enquanto se sentava na cama á frente dele. O móvel rangeu tanto que Jack imagino que quebraria.

—Prazer Jack Frost. Meu nome é Nicholas St. North.

—Prazer... –ele respondeu baixinho. Observou o senhor tirar um envelope do bolso do seu casacão.

—Eu sei que está estranhando uma visita tão inusitada, Jack, mas precisava de que alguém qualificado conversasse com você. Vim lhe trazer algo... acho que podemos chamar de um presente.

Um presente? Para Jack? Ele só poderia estar sonhando! Nunca recebera presentes que não fossem doações! Qualquer coisa que estivesse naquele envelope era um presente... de quem será que vinha? Será que vinha de seus pais?

Jack pegou o envelope entusiasmado e leu a carta que continha lá dentro. E leu. E leu. E leu mais uma vez. O garoto soltou uma risadinha.

—O que é isso, senhor?

—É exatamente o que está escrito Jack.

—Escola de Magia e Bruxaria de Hog-hogwarts? Que nada! Essas coisas nem existem, o que isso realmente significa? –o humor brincalhão de Jack não era o mesmo do senhor á sua frente, que estava sério.

—Jack... me diga, menino... em algum momento você já fez algo ou algo já aconteceu com você que não tinha explicação? Como por exemplo... desejar que nevasse até o inicinho de abril e realmente nevar?

Jack sentiu calafrios percorrerem o seu corpo. Isso tinha acontecido naquele ano na região onde morava. Lembrou de passar noites e noites torcendo para que nevasse até a Páscoa, que os meteorologistas estivessem todos errados... Realmente se concretizou, mas ele mal parou para imaginar a explicação desse fenômeno. Contentou-se em dizer que era sorte e que deveria haver uma explicação cientifica demais para uma criança entender, mas então lembrou de que a neve era o único assunto entre os adultos perplexos e como os meteorologistas balbuciavam ao anunciar no jornal que não tinham como explicar o que ocorrera.

Sr. North pareceu entender seus pensamentos e sorriu.

—Você é um garoto especial, Jack. Mas não é o único, não está longe de ser. Você e todas as outras crianças especiais poderão ter controle e entender sua magia em... como você disse... Hog-hogwarts? –o senhor permitiu-se gargalhar. Jack era quem estava sério agora. –Então, menino... que tal pegar as suas coisas, coloca-las em uma mala e vir comigo?

—Mas... eu não tenho uma mala. –foi a única coisa que ele conseguiu dizer em meio de tantas dúvidas que tinha.

O senhor voltou a tirar algo do bolso, um graveto longo e escuro que mais parecia uma... Uma mala surgiu no quarto, fazendo Jack pular em pé. Quando aproximou-se viu as letras “JF” serem formadas pelos arames de metal que se aprumavam em volta do malão o deixando mais refinado.

Sim. Era uma varinha.

 

O assunto de sair de casa nunca mais fora retomado na casa de Rapunzel, e esta esquecera completamente da carta que receberam no mesmo dia. Claro, não esqueceram por muito tempo, pois três dias mais tarde mais uma carta chegou que sua mãe tratou de esconder em seu quarto.

"Mamãe sempre foi muito secreta” Rapunzel pensou, enquanto não estranhava o comportamento de Gothel.

Mas tudo culminou no dia que mais de cem cartas foram disparadas de cada janela da torre em que moravam. Rapunzel entrou em um pânico momentâneo, mas logo apanhou uma das cartas para lê-la enquanto sua mãe tentava fechar todas as aberturas da casa em vão.

As cartas estavam endereçadas á ela! À Rapunzel! El estava animadamente rasgando o envelope quando sentiu sua mãe lhe dar um tapa no pulso.

—Ai!

—Não se atreva a abrir as cartas!

—As cartas são minhas! O que está fazendo?? –ela gritava enquanto cartas voavam para todos os cantos e sua mãe a puxava até a cozinha.

A garota foi violentamente lançada dentro de dispensa e sua mãe trancou-a lá, no escuro e com parte de seu cabelo preso na tranca da porta.

Ela lembrava desse dia com peso no coração. Ainda não era capaz de olhar para sua mãe da mesma maneira, por mais que ela já tivesse pedido perdão. A casa estava escura o tempo inteiro, pois Gothel fechara todas as entradas com pregos e cobrira as frestas com pedaços de madeira que arrancara do chão. A torre estava destruída e macabra, pior ainda, perigosa a ponto de fazer com que Rapunzel tivesse de usar sapatos.

—Olhe pelo lado positivo meu amor. –Gothel falava mais docemente que o normal. –É 28 de Julho. Logo poderemos abrir as janelas e começar a concertar os pisos.

—Eu quero as minhas cartas. –Gothel bateu a caneca onde bebia seu chá na mesa, e lançou Rapunzel, que estava do outro lado da sala, um olhar penetrante. Sob a luz de velas sua mãe fiava ainda mais amedrontadora. Ela se perguntava como a caneca não quebrou de tão estrondoso que foi o barulho.

—Rapunzel, quantas vezes eu tenho que repe-

Gothel foi interrompida por mais um barulho estrondoso e ninguém estava batendo canecas. Rapunzel levantou assustada.

—Mamãe...

—Estão subindo a torre... estão abrindo as escadas... –sua mãe sussurrou e o coração de Rapunzel pareceu cair para seu estômago.

—A torre tem escadas?

—Elas são tampadas com pedras, do primeiro ao último degrau... –sua mãe ainda sussurrava e Rapunzel notou que ela olhava fixamente para o tapete.

A loirinha correu, juntando seu cabelo na mão e foi para o lado de sua mãe, tremendo e com os olhos fixos no tapete. O chão em baixo da velha e empoeirada tapeçaria que nunca mudara de posição pareceu explodir, madeira voou para todos os lados e até mesmo uma alça... debaixo do tapete havia um alçapão que Rapunzel nunca notou.

—Para trás! –sua mãe berrou para a figura que surgia diante delas. Um homem grande, de punhos enormes, vestes engraçadinhas e cabelos mal penteados. Olhou para sua mãe e viu que ela apontava para ele uma espécie de graveto torto e meio arroxeado.

—Gothel! Mother Gothel! Não é possível!

O braço de sua mãe recuou, ela parecia chocada que haviam a reconhecido. O homem também parecia confuso e atônito. Ela empurrou Rapunzel de leve para o lado, murmurou algo que a garotinha não conseguiu entender e, com um flash de luz branca, ela sumiu.


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Notas finais do capítulo

Obrigada por ler!



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