Dark End Of The Street escrita por Minerva Lestrange


Capítulo 7
Peturbação




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Deitado na maca do laboratório de Caitlin, horas depois, com Nora sentada sobre sua barriga brincando com um desses objetos coloridos que fazem muito barulho, viu a doutora adentrar o local encarando um I-pad com o cenho franzido em concentração. Assim que chegaram, ela colhera o sangue de Nora para que pudesse examiná-lo e não o deixou sair de lá com ela, pois não era comum que, sendo filha de Barry e possuindo os genes dele em seu DNA, adoecesse daquela forma.

— Então... Parece que um vírus conseguiu ultrapassar as barreiras do DNA velocista de Nora. – Caitlin declarou de maneira profissional, no que ele levantou as sobrancelhas, surpreso, encarando a menina.

— Pensei que isso não fosse possível.

— Tecnicamente, não deveria ser. – Caitlin enfiou as mãos nos bolsos do jaleco após colocar o I-pad sobre a maca ao lado dele. – Mas, até Nora, só conhecíamos velocistas adultos, então faz sentido que ela, ainda criança e não tendo desenvolvido seus poderes de nenhuma forma, seja afetada de maneiras que você não é.

— Ainda que seja mais resistente que crianças comuns. – A viu concordar e voltou seu olhar para a menina, que levava o brinquedo à boca. Desde que chegaram no laboratório, Nora estivera completamente fechada em seu mundo, algo incomum naquele lugar ou na presença de Cisco, Caitlin e Ralph. – O que vamos fazer com você, Pinguim?

— Estou trabalhando em um soro, que têm como base os antibióticos geralmente usados no tipo de tratamento que ela precisa. – Ela levou a mão aos cabelos da menina, enfeitados com um lanço verde e voltou a encará-lo. – É como uma super virose, pois o vírus teve de se desenvolver mais agressivamente para ultrapassar os anticorpos produzidos por ela, então faz sentido que qualquer remédio que Iris possa ter administrado não tenha funcionado.

— Entendo. E quanto tempo vai demorar para o soro ficar pronto? – Perguntou, já buscando o celular em um dos bolsos a fim de ligar para Iris e avisar sobre o diagnóstico, enquanto Caitlin pegava o I-pad para verificar.

— Ainda preciso fazer alguns testes e ajustes, mas amanhã à tarde o terei em mãos. É o melhor que posso fazer. – Ela terminou em tom de desculpas, mordendo os lábios e encarando a menina. – É horrível tê-la tão mal, não é?

— Sim, mas, se não fosse por você, nem teríamos o diagnóstico correto – Caitlin sorriu e, antes que pudesse dizer qualquer coisa, seu telefone tocou. – Er... Preciso atender, é a corretora de imóveis.

 A doutora pareceu surpresa por alguns segundos e aproximou-se para pegar Nora, deixando que ele se sentasse enquanto as duas saíam em direção ao córtex. Ainda continuou encarando o corredor por onde sumiram, considerando se estava fazendo a coisa certa, mas, por fim, atendeu o celular, sendo informado que eles tinham três imóveis que atendiam sua descrição.

— Podemos marcar para dar uma olhada quando quiser, Sr. Allen.

— Er... Sim. – Bagunçou o cabelo, seguindo para apertar os dedos contra os olhos. – Sábado de manhã, é possível?

No entanto, o som da voz da mulher do outro lado da linha foi interrompido pelo ruído alto do alarme tocando no laboratório e Barry apenas balbuciou que ligaria depois, correndo direto até o córtex, onde Ralph e Cisco já se aproximavam de Caitlin para verificar o que estava acontecendo.

— Parece que um meta acabou de atacar um bar no centro. – Constatou o latino, rapidamente digitando. – E sequestrou uma garota.

— Emma River-Rhodes. – Caitlin e Ralph fizeram uma careta pelo nome, mas o último concluiu.

— Uma herdeira. A herdeira. – Todos franziram o cenho. – Qual é, o cara é dono de metade de Central City e a garota uma dessas blogueiras de moda!

— Meu conhecimento sobre blogueiras é bastante limitado. – Disse Caitlin segurando Nora nos braços, no que Ralph revirou os olhos.

— Vamos tentar encontrar algo no local para identificar o meta ou, ao menos, seus poderes. Se não conseguirmos nada, esperamos pelo pedido de resgate que, certamente, virá. – Disse Cisco, já se encaminhando para fora seguido de Ralph, que continuava a falar.

— Esse cara deve ser louco. O pai dela patrocina metade dos políticos da cidade e tem alguns policiais no bolso também. – Cisco não pareceu muito impressionado enquanto a voz do outro ecoava pelo corredor. – A empresa de tratamento e abastecimento de água? River-Rhodes...

— Você cuida dela enquanto vamos até esse bar? – Perguntou voltando-se para Caitlin, a qual já havia se sentado em uma das estações com Nora em seu colo.

— Claro. Tenho que ficar aqui para o caso de precisarem de algo, não é?

Barry se aproximou para depositar um beijo na cabeça de Nora e se despedir, mas assim que se inclinou na direção delas o perfume perturbador e conhecido o invadiu como se houvesse sido atropelado por um ônibus. Era o perfume exato da mulher desconhecida que habitava seus sonhos e aquelas imagens que, de alguma forma, chegavam até ele tão detalhadamente, como se houvesse vivido aqueles momentos.

Por um momento, ainda imaginou que a fragrância poderia ser fruto de sua mente, pois as imagens iam e vinham em momentos inapropriados, quando menos esperava. Contudo, um segundo depois seus olhos estavam nos cabelos de Caitlin e, prestando um pouco mais de atenção, notou que o aroma vinha dali. Afastou-se imediatamente, chamando a atenção da mulher, a qual estava concentrada no vídeo do momento do sequestro na tela à sua frente.

— O que foi? – Ela encarou Nora de maneira preocupada e olhou para ele, assim que constatou não estar ocorrendo nada. Nada que pudesse notar ou nomear.

— Er... Nada. E-eu só...

Gaguejou na tentativa de encontrar uma resposta enquanto a doutora estreitava os olhos sem entender e, por fim, pigarreou com a desculpa de que estava atrasado, embora ela soubesse que Barry não estava realmente atrasado para qualquer coisa dessa vez. Só conseguiu respirar fundo assim que se viu do lado de fora do laboratório, olhando ao redor do estacionamento vazio sem realmente ver nada. 

Levou uma das mãos aos cabelos, bagunçando-os enquanto reprisava todo o momento anterior em sua mente. O perfume vinha dela, tinha certeza, pois enquanto chegava mais e mais perto por causa de Nora, mais forte e presente o aroma se tornava, assim como naquelas imagens estranhas, assim como quando estava perto da mulher que habitava todas elas, embora nunca conseguisse associar aquele cheiro a qualquer nome.

Contudo, não podia ser Cait. Barry não podia estar sonhando com Caitlin, definitivamente. Grunhiu irritado consigo mesmo e seguiu para onde deveria.

*

 Ainda sentia a respiração descompassada, assim como a presença dela logo atrás de si, aproximando-se cada vez mais, sem pressa. Tinha a impressão de que a mulher tentava não o forçar por uma resposta abrupta. Ou, não fosse isso, possuía algum receio sobre o que poderia dizer, pois fazia tempo demais e, embora soubesse que aquele espaço que era só dela estivesse ali, nada era do mesmo jeito. As pessoas que eram dois anos antes haviam desaparecido para dar chance à essas outras: dolorosamente distantes, magoadas e temerosas.

— Eu sei que ainda estou em seu coração. – A ouviu quase murmurar às suas costas. – Sinto muito por isso.

— Pare. – Fechou os dedos em punho no instante em que a garganta se fechava embargada. – Mea culpa não combina com você.

— Não, não combina. – Porque ela era sempre tão cheia de certezas que parecia impossível imaginá-la arrependida por uma escolha, embora quisesse tanto que estivesse, que não negasse que o deixara porque queria assim. – Mas é a verdade. Nada entre nós devia ser dessa forma. Eu havia planejado tanto, Barry...

— Sim, mas... Todos aqueles planos não passam disso, certo? – Fechou os olhos, tentando não se deixar pelos olhos que lacrimejavam ou pelo tom de voz arranhado dela, que o quebrava sem qualquer esforça desde sempre. – Planos que ficaram para trás.

Lembrou-se daquele anel dourado de aro fino, com pequenos diamantes no topo, guardado na caixa onde estavam algumas das coisas que restaram da mulher em sua casa. Ela nunca tivera a chance de saber sobre sua existência e, talvez, fosse melhor assim: tudo já estava quebrado e dolorido o bastante.

— Pare de fingir que esqueceu tudo. – As mãos pequenas se fecharam sobre as suas, quentes e suadas, como raríssimas vezes pudera sentir, porque ela sempre estava no controle. – De dizer a si mesmo que não quer que as coisas voltem a ser como antes. Barry, eu conheço você.

— Pare você de... Fingir que basta estalar os dedos para que elas voltem. – Retrucou de volta, tentando desfazer o contato entre suas mãos. Contudo, ela as apertou ainda mais. – Nada vai voltar a ser como antes. Você é quem tem que encarar e seguir em frente.

Porque ele havia seguido ou, ao menos, tentado após se dar conta de que ela não voltaria ou lhe daria qualquer satisfação sobre onde estava e o que fazia, como se fosse um estranho ou algum conhecido distante. Deus, eles dividiam uma casa!

— Eu não irei. – Sentiu a proximidade crescer no instante em que o corpo dela colou inteiro às suas costas e a voz aproximou-se de seu ouvido, mais baixa, cálida e certa. – Tive medo de que houvesse me esquecido, seguido adiante com outra pessoa...

— Ouça o que está dizendo! – Já podia sentir as próprias unhas curtas contra as palmas enquanto engolia em seco, perdendo mais uma batida em seu coração há muito falhado. – Como pode ser egoísta assim, depois de tudo aquilo? Como consegue pedir, tão facilmente, que eu esqueça o que fez? Como pode dizer que prefere que eu não a tenha deixado para trás? Você me deixou no chão primeiro.

— Porque não deixei de amá-lo. Nem por um segundo. – Ela declarou, apertando as mãos nas suas e apoiando o queixo em seu ombro, ainda murmurando no mesmo instante em que sentia aquela lágrima insistente escorrer por sua bochecha. Tudo seria bem mais fácil se não houvesse atendido àquele pedido e sequer passasse perto daquele bar inútil de beira de estrada. – Posso soar egoísta, eu sei, mas também sei, apenas olhando para você, que não deixou de sentir o mesmo.

A sentiu tão irremediavelmente certa, que teve vontade bater sua cabeça contra a parede por um instante. Ela não devia manter aquele tipo de poder sobre ele, não devia se deixar enredar pelo que dizia de maneira tão vergonhosamente cativa. No entanto, lá estava Barry novamente caindo pelo tom de voz suave, pelo perfume mais e mais presença, por ela mesma tão dominante naquele lugar.

Por isso, recolheu as mãos das dela, quebrando o contato quente e, apesar de tudo, bem-vindo, pois era tão familiar. Contudo, antes que desse qualquer passo em direção à saída, os braços dela rodearam sua cintura no momento em que a sentia apoiar a testa em sua omoplata e respirar fundo. Barry estacou no lugar, engolindo em seco. Não queria aquele contato ao mesmo tempo em que o queria mais que tudo em sua vida. Não queria aquela mulher e detestava a sensação de impotência em que ela o deixava, ao passo que a amava por inteiro.

— Me solte. – Pediu lentamente, fechando os dedos sobre os braços finos e frios. – Deixe-me ir.

— Não. Olhe ao redor, Barry. Esse lugar não te faz lembrar? – A voz dela foi decidida, retumbando contra ele e pelo bar completamente vazio, até que sentisse a boca contra seu pescoço, sussurrante. – Porque eu me lembro. Todas as vezes em que me beijou com gosto de whisky, todas as vezes em que fui ao banheiro só pra ver minha boca toda borrada de batom no espelho. Você amava me beijar enquanto eu usava batom vermelho.

— Pare de reivindicar essas lembranças. – Murmurou entredentes enquanto a sentia passar a unha por seu abdômen, adentrando a jaqueta. – Isso não faz nenhum sentido.

— Então, no meu aniversário você cantou ‘Heart of Gold’, de olhos fechados e com um sorriso no rosto, lentamente. E sempre amei que cantasse pra mim, lembra? – É claro que sim, daquela em especial e de todas as outras em que estavam enrolados na cama e apenas murmurava uma canção que ela gostava em seu ouvido. Fechou os olhos, sentindo a boca dela em contato com sua nuca, os dentes arrastando-se por sua pele na mesma velocidade dos dedos, que percorriam caminhos abstratos por todo ele. – E aquele sofá, perto do banheiro, não o recorda...

— Pare. – Ela entrelaçou os dedos aos dele quando tentou afastá-la e continuou seu trabalho no pescoço.

— Do dia em que fizemos amor pela primeira vez? – Esperava que a mulher não pudesse estar tão consciente de seus batimentos completamente acelerados, apesar de ter certeza que podia sentir cada poro seu arrepiado pela voz propositalmente sussurrante, a qual sabia enlouquecê-lo. – Eu ainda consigo sentir suas mãos em mim, Barry.

Como ela poderia acreditar que não se lembrava, quando sentia a mesma respiração quente, os mesmos dedos em uma pacificidade enganosa sobre ele, o mesmo perfume envolvendo-o sem dificuldade, o mesmo corpo contra si. A sensação familiar era angustiante, uma vez que a razão o instruía a sair dali o mais rápido possível, pois tinha conhecimento do efeito da persuasão sorrateira em si mesmo. Ela nunca chegava botando as portas abaixo, sempre chegava sem pressa, desfazendo suas barreiras aos poucos.

— Você não pode... Continuar jogando comigo assim.

— Eu não estou. – Gostaria como o inferno que a firmeza no tom fosse verdadeira, mas não pode pensar muito diante. No instante seguinte, ela deixava suas costas e sua nuca para encará-lo de frente, sem ressalvas. – Dessa vez, eu não vou embora sem você.

E toda a consciência de Barry estava nos vivos cabelos castanhos, na voz melodiosa e naquele perfume pouco doce, que possuía uma nota muito furtiva de rosas.

*

Barry podia ouvir as vozes de todos, acomodados em seus devidos lugares espalhados pelo córtex, cada um a uma estação de trabalho, considerando as probabilidades de o sequestrador de Emma River-Rhodes realmente machucá-la, bem como uma maneira de contê-lo e a seu poder de manipular partículas de água, mas essa era a menor de suas preocupações.

Encostado logo ao lado do corredor que daria na sala de treino, as mãos escondidas nos bolsos e os olhos fixos no chão, completava, pelas suas contas, trinta e duas horas sem dormir. Estava exausto, seu corpo só queria encontrar uma superfície macia e relaxar, mas tinha medo, pois assim que fechava os olhos as imagens chegavam com facilidade tamanha que o deixava exasperado, quando começava a refletir sobre.

Era exasperante que estivesse tão suscetível a um único sonho, que não saísse daquele bar e daqueles dedos e daquele perfume e não conseguisse deixar de pensar naquela mulher. Quando estava acordado, as imagens vinham em lapsos, onde sua consciência parecia ser trocada. No entanto, quando dormia, os sonhos estavam além da consciência. Pareciam momentos vividos, sentimentos e sensações que, realmente desfrutara, pois estavam todos nele assim que acordava.

Por isso, decidiu que deixar de dormir seria a solução mais viável. Funcionara em partes, afinal estava tão exausto que sua mente sequer era capaz de se concentrar ou se desviar o suficiente para projetar aquelas imagens. Entretanto, ao mesmo tempo em que apenas queria se livrar de tudo isso, precisava dormir, mais do que qualquer outra coisa. Sua atenção se mostrava um lixo e não sabia como podia continuar de pé ali, fingindo que estava tudo bem.

— Barry. – Cisco o chamou. – Barry, está ouvindo?

— Sim. – Levantou a cabeça de maneira abrupta, no que o outro franziu o cenho. – Vocês querem invadir o armazém...?

— Isso foi há uma hora. – O latino se acomodou com um suspiro e Joe continuou.

— Estávamos planejando invadir para que ele não precisasse pagar o resgate, mas o pai da garota acabou de fazer um apelo público ao Flash para que não faça nada arriscado.

— Então...?

— Estamos de mãos atadas.

Joe também se sentou em uma das cadeiras, coçando os olhos, claramente cansado também. Tentou pensar em alguma coisa que pudesse dizer ou em plano, que pudessem por em prática, mas sua mente estava em branco. Olhava para todos eles e, ainda que estivessem à sua frente, não via nada, não conjecturava nada a respeito. Até que seus olhos recaíram em Iris, de braços cruzados do lado oposto da sala, encarando-o seriamente.

— Pessoal, posso falar com Barry a sós? – O silêncio pesou assim que ela perguntou, bem como no momento em que todos saíram. Era capaz de ver tudo naqueles olhos negros, e naquele momento não havia nada além de inconformidade e irritação. A situação não era muito diferente da sua, mas tinha o palpite de que seus motivos seriam completamente distintos. – Eu achei que as coisas fossem estar se encaixando, depois de todos esses dias. Que você precisava de um tempo para ficar melhor e eu não poderia ser egoísta não concedendo-o. Mas, Barry, você parece mais e mais pior a cada vez que o vejo.

— Eu só preciso dormir. – Tentou retrucar com tranquilidade.

— E qual o motivo de não estar dormindo? – Dessa vez, não pode elaborar muito, o que a fez bufar claramente irritada. –Barry, sou sua esposa, ainda sou, e não sei o que acontece com você. Todo esse silêncio foi o que nos afastou, inicialmente. Não sei como posso ajudá-lo, como fazer você voltar a ser o que era antes!

— Iris... – Aproximou-se tentando não deixar o cansaço transparecer em toda sua voz. – As coisas só estão confusas demais, nesse momento. Não é sua culpa e... Eu não vejo como pode me ajudar agora.

— Por isso está procurando flats. – Ele abriu a boca para negar, mas ela continuou. – E, então, se deixa afetar a ponto de se tornar completamente distraído. Acha que está no controle? Que continua a ser o Flash ou o Barry Allen, que as pessoas aqui estão acostumadas? Você não está, eles percebem melhor do que ninguém o seu estado...

—  Pare de jogar todas essas coisas em cima de mim agora, okay? – Levantou uma mão e deu as costas à mulher. – Acha que não sei como pareço ultimamente? Acha que gosto de estar assim?

— Então faça algo para melhorar, tente alguma coisa! Algo concreto, Barry, porque nada de bom pode vir dessa inércia em que se colocou. – A jornalista levantou o tom, tanto quanto ele, fazendo-o rir de forma amarga e lhe dar as costas brevemente. – Não quero um fantasma de você e também não quero que volte para casa porque somos o que o destino manda, mas também...

— O quê? – Percebeu que ela hesitou, apertando os dedos pela plataforma lisa da estação de trabalho à sua frente até olhá-lo novamente com os olhos lacrimejantes. 

— Também não vou esperar por essa pessoa que está sendo agora.

Viu Iris engolir em seco e se voltar para a bolsa, ainda parecendo pensar sobre o próximo passo até agarrá-la e encaminhar-se em direção a saída do córtex rapidamente. Soltou a respiração que nem percebeu estar segurando e levou as mãos ao rosto, esfregando os olhos para clarear a mente e fazê-lo acordar para uma realidade, onde nada daquilo acabara de acontecer. No entanto, fora somente infrutífero e frustrante, uma vez que ao olhar ao redor se encontrava e se sentia mais sozinho do que nunca.


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