Dark End Of The Street escrita por Minerva Lestrange


Capítulo 11
Melancolia




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— Descobrir que River-Rhodes era o mandante do sequestro da própria filha para conseguir evidência midiática foi o auge da semana passada! – Comentou Cecile empolgada, sentada ao lado esquerdo de Joe e ganhando um olhar esquisito do mesmo. – O quê? Fazia algum tempo que não havia nada tão empolgante naquele escritório.

— Tenho certeza que sim, querida. – Joe pigarreou, encarando-o. – E quanto a você, Barr?

— Hum?

— Como está? Como passou a semana?

— Ando dormindo bem? – Tentou gracejar, embora não houvesse realmente muita graça, voltando a se concentrar em Nora, ao seu lado esquerdo em uma cadeira especial, começando a experimentar comidas normais, embora amassadas. Macarrão era uma delas e ela parecia estar amando a textura, o molho e, acima de tudo, a sujeira. – Depois que saí da casa de Cisco a coisa toda melhorou como um todo, mas... Ainda continuo perdendo noites de sono.

— Barr, você não pode descuidar da sua saúde. – Concordou com Cecile sem discutir, porque sabia disso, embora não pudesse fazer nada no momento.

— O Dr. Halford diz que não é hora de me prescrever remédios. Meu problema não é a insônia, exatamente, são essas... - Interrompeu-se, pensando em como diria. – Coisas que me tiram a concentração.

— Que coisas?

— Bem... Estamos trabalhando nelas.

Ambos, Joe e Cecile o encararam de maneira confusa, claramente tentando decifrar sua explicação, embora soubesse que não havia dito muito. Evitou um suspiro contrariado por ter que continuar mantendo tal situação, como em uma espiral viciosa de problemas, como se não tivesse qualquer controle sobre sua vontade. Nora balbuciou algo e ele sorriu, levando outra colher de macarrão a boca minúscula e voraz.

— Um remédio comum, prescrito pelo Dr. Halford, faria efeito no seu organismo? – Questionou a Promotora.

— Não.

— Já falou com Caitlin sobre isso? – Confirmou, monossilábico novamente. – Porque, talvez, ela possa ajudá-lo de maneira mais efetiva que o próprio Dr. Halford.

— Ela não pode. – Os outros dois adultos pareceram novamente perdidos. – Eu pedi algo para dormir, mas ela se recusou porque já tenho um médico e ele não prescreveu nada. E, de qualquer forma, não estamos nos falando, então...

— Espera... O quê? – Levantou a cabeça para encarar Joe, completamente estupefato de seu lugar na cabeceira da mesa. Respirou fundo e soltou o garfo com cuidado antes de explicar.

— Caitlin não está falando comigo, na verdade. – Pensou por um momento. – Tivemos uma discussão justamente por causa de... Toda essa situação.

— Eu suponho que Caitlin é uma pessoa com quem sempre deve estar em bons termos. – Joe começou de forma lenta. – Ela é quem cuida de você.

— Er...?

— Como sua médica. – Continuou ele rapidamente.

— E ela continua desempenhando a função, apenas... Não conversando comigo.

Deu de ombros, tentando transparecer que estava tudo certo, apesar disso, mas ambos ainda pareciam preocupados e nem se esforçavam em disfarçar. A verdade era que estava cansado de tudo aquilo e o fato de Caitlin ignorá-lo solenemente, mesmo quando se encontravam sozinhos em qualquer lugar, tornava tudo pior. 

Não é como se não discutissem e discordassem e, às vezes, magoassem um ao outro, mas estava acostumado a tê-la ao seu lado sempre que precisasse e já passava de duas semanas que a doutora se dirigia à ele apenas quando extremamente necessário. No início, tentou remediar a situação, incrédulo que ela estivesse lhe castigando em um momento tão complicado, mas Caitlin se mostrara irredutível e, desde então, o clima no laboratório parecia cada vez pior – de acordo com as indiretas de Cisco e Ralph.

— Vocês vão se resolver antes da ida a New Jersey. – Cecile lhe deu um sorriso encorajador. – Falou com Iris nos últimos dias?

— Nos falamos quando fui buscar Nora. – Respondeu automaticamente, no que ela o encarou impaciente.

— Não esse tipo de conversa.

— Ah! – Pigarreou, incomodado, relembrando a última conversa de verdade que tiveram. – Já faz algum tempo.

Desde então, tudo que falavam dizia respeito à filha deles e ficavam no mesmo ambiente apenas tempo suficiente para tanto. Sentia que vinham se evitando para não adentrar um conflito maior, embora aquela última vez em seu novo apartamento pudesse ter sido a gota d’água para ela. No entanto, aprendera que, em um relacionamento, não poderia simplesmente supor coisas. Atitudes falam muito, mas, na maioria das vezes, as pessoas encaram as situações de jeitos diferentes.

Então, notando o quão silábico Barry se mostrava, Cecile mudou o foco do assunto e logo estavam falando de Nora, Jenna, a delegacia e os meta-humanos, que tiveram de lidar nos últimos dias. Ralph estava trabalhando em novos casos com a polícia, a pedido de Joe, que sempre se mostrava expert em dar segundas chances às pessoas. Gostaria de se encontrar tão motivado quanto o detetive no trabalho, pois Dibny parecia em seu melhor momento, mas nada se mostrava tão interessante nos últimos tempos, com exceção de Nora.

Ela estava evoluindo tão rapidamente. A cada dia que se passava era como se a pequena aprendesse um mundo completamente novo e este fosse fascinante, o que também o deixava extasiado por tabela. Os primeiros dias em seu próprio apartamento haviam sido mais difíceis do que pensara, pois era completamente estranho ficar sozinho novamente, mas ficar com Nora era a melhor parte de todos os seus dias, ainda que estivesse sentindo-se lentamente quebrar, sem que pudesse fazer muito.

— Ei, Barry. – Joe se aproximou quando já estava na sala cuidando de Nora e Jenna, que tentavam encontrar uma forma de interagir, apesar da diferença de idade, enquanto o capitão ajudava Cecile com a cozinha. O observou se sentar ao seu lado, enquanto lhe entregava um copo de conhaque para rebaterem a farta macarronada do jantar, e o conhecia tão bem que sabia estar procurando pelas palavras certas para abordá-lo. – Iris está completamente focada no trabalho nos últimos dias, mal nos falamos.

— É mesmo?

— Se eu fosse de apostar, o que não sou, diria que a última conversa que tiveram não foi exatamente promissora. – Barry abaixou os olhos para o colo, concentrando-se na iluminação amarelada contra o líquido âmbar do conhaque por um tempo, buscando coragem para as palavras que estavam na sua mente há dias, embora não quisesse verbalizá-las. – Barry, você ama Iris?

— Sim!

Porque, de repente, todos estavam lhe perguntando isso? Porque agora sentia que estava jogando no que achava ser a resposta correta, aquela que todos queriam ouvir? Porque, de uma hora para outra, tudo que dizia soava como uma farsa ou uma armadilha, montada por ele mesmo? Joe o encarou com seriedade, segurando em seu ombro com calma, mantendo aquele tom suave e compreensivo quando se tratava de Barry, Iris e Wally, pois sempre seria pai, acima de tudo. 

— Você ama Iris ou apenas quer muito ainda amá-la? – Barry deixou de olhá-lo sentindo-se preso no que ele mesmo construíra, evitando responder, mas Joe o conhecia mais do que ele mesmo. – Olha, por mais que me doa dizer, você e Iris... Vocês não têm que continuar juntos por obrigação. Isso só tornaria as coisas mais doloridas para todos os lados.

— É que... – Sua língua tornou-se repentinamente pesada, pois tratava-se de tudo que vinha acontecendo. Como conseguiria explicar sem parecer um completo traidor? – Não existe só esse momento para nós dois. São todos os outros, entende? Eu a amei por toda a minha vida, construímos uma família, ela é a mãe da minha filha, minha primeira filha, e agora... Deixamos as coisas chegarem nesse ponto e não parece haver um caminho de volta.

— Barry, nada do que foram juntos será apagado porque resolveram seguir caminhos diferentes.

— Parece que você quer que nos separemos. É um divórcio, Joe, não será só um tempo!

Meneou a cabeça em negativo, as mãos inquietas e sem lugar. O viu voltar a atenção para Nora e Jenna de maneira pensativa, após tomar um gole de conhaque e apoiar os cotovelos nos joelhos em um suspiro cansado. Todos estavam, na verdade, pois a situação era simplesmente desgastante. Mesmo Nora sabia que seu pai não vivia mais em sua casa, pois Cecile havia lhe contado que, às vezes, a via procurando por ele.

— Essa conversa nunca deixaria de ser desconfortável. Seria também se a tivesse com Iris, talvez até mais. Mas... – O capitão deu de ombros. – Não posso vê-los definhando no tempo sem fazer nada. Você está magoado, Iris está machucada e isso, de uma forma ou de outra, acaba respingando em Nora. Prolongar a situação não fará bem a ninguém, Barry.

Viu-se novamente uma criança recebendo um sermão por fazer algo de errado, mas sentiu-se como um adolescente irresponsável. Prolongar a situação era egoísta e não apenas com Nora, mas, principalmente, com Iris. Ela cedera uma vez, inclusive convidando-o a voltar, tentando uma segunda chance. No entanto, sentia-se envolvido demais com aquelas imagens e sonhos que só podiam ser fruto de sua ligação com a Força de Aceleração para uma reconciliação completamente honesta.

Iris o conhecia tão bem que parecia sentir haver algo estranho à eles, que continuaria os afastando, que continuaria a fazê-lo se perguntar se, realmente, a amava. Ela sempre fora um símbolo de segurança, alguém para voltar sempre que se via perdido e nunca duvidara daquele sentimento. O fato de começar a questionar esse amor era novo e o assustava mais do que qualquer coisa: fazia-o querer recuar, manter as coisas como eram, porque seria conhecido e seguro. Contudo, em contraponto, tão injusto quanto, porque Iris merecia alguém que a amasse sem questionamentos, como já a havia amado uma vez, como Eddie fizera até seu último suspiro.

— Sim, mas... – Percebeu a voz embargada e os olhos marejados assim que falara, pois, até então, estava ocupado demais realizando o que vinha evitando durante todos aqueles dias vivendo em automático. Suspirou, olhando-o novamente apenas para notar o entendimento por completo, assim como a melancolia. – Nós não vamos voltar, Joe.

— Eu sei, filho. – O capitão passou os braços sobre seus ombros, não julgando as lágrimas que escorriam livremente por seu rosto. – Eu sei.

— Sinto muito. – Disse como uma criança, que precisa muito daquelas desculpas aceitas, mas Joe apenas aumentou o aperto em torno dele. 

— Está tudo bem. Vai ficar tudo bem.

Barry não disse mais nada e assim ficaram por algum tempo, até que o mais velho percebesse que conseguira se acalmar. As meninas ainda se encontravam distraídas no tapete, comunicando-se de maneira que apenas elas entendiam, e Cecile apareceu em alguns minutos, claramente evitando atrapalhá-los antes, para sentar-se com as meninas no chão.

Nora se virou para ele, balbuciando algo incompreensível ao mostrar o boneco de Jenna e, por isso, resolveu se juntar à Promotora no tapete após secar o rosto e respirar fundo. Ainda sentia aquele aperto dolorido no peito, consciente de estar quebrando por completo as chances de voltar com Iris, mas também o alívio por, finalmente, encarar isso como se deveria. Joe estava certo: eles não podiam prolongar uma situação que somente os machucaria ainda mais. E isso não tornava as coisas melhores, apenas mais realistas.

*

De maneira abrupta, uma melodia começou a soar alta pelos alto-falantes do laboratório, ecoando por todo o córtex e obrigando-o a franzir o cenho ao se virar para encarar Cisco, que levantava as mãos, também aparentando não entender o que estava acontecendo. Então, ambos olharam Ralph, atipicamente atrás de uma das estações de trabalhando e sorrindo satisfeito ao voltar-se a eles.

— Você acabou de colocar ‘Where Do Broken Hearts Go’ para tocar? – Questionou Cisco.

— Achei que combinaria com o clima que paira sobre o laboratório. – Barry bufou e o latino meneou a cabeça.

— Soa apropriado.

— Se soubesse que colocaria Whitney Houston para tocar, jamais teria te ensinado a mexer no sistema de som do laboratório.

O som dos anos oitenta ecoava cada vez mais alto por todo o ambiente, fazendo-o respirar fundo para conter a irritação antes de voltar a encarar o teto e cruzar as mãos sobre a barriga ao mesmo tempo em que voltava a girar a cadeira de um lado a outro, lentamente. Admitia que a música era apropriada à sua vida amorosa do momento, mas jamais os deixaria saber. Além disso, não estava no clima para piadinhas, pois estava ocupado demais pensando em como dizer a Iris que não os via se reconciliando no momento.

Tentara falar com ela no dia anterior, quando fora levar Nora até o apartamento, mas o assunto acabara se encaminhando para o fato de a menina ter tido febre naquela tarde, ocasionando todo o seu mal humor. A própria Iris, na verdade, se encontrava com pouca ou nenhuma paciência, encarando o celular a todo o instante, embora não houvesse perguntado o motivo, afinal não era mais assunto dele. Essa se mostrava a parte mais difícil: estava acostumado à realidade e à rotina do relacionamento, ao compromisso de se importar com ela. Agora, se perguntasse como fora o dia ou o que se passava e porque ela parecia um pouco aflita, seria como invadir sua privacidade.

— Você vê? Esse é o problema. – Ralph aproximou-se encostando-se à mesa. – A cada vez que o vejo, seus ombros abaixam um centímetro. Você tem que olhar para si um pouco, cara!

— O quê? – O encarou completamente sem entender.

— Talvez seja o momento de recorrermos ao Livro do Ralph. – O próprio detetive dispensou a sugestão irônica de Cisco com uma das mãos e voltou a encará-lo enquanto a música ia para o segundo refrão.

— Barry tem, primeiramente, que se deixar sentir o término. Vai ser uma droga, mas está tudo bem. – Revirou os olhos para o tom compreensivo do mesmo.

— Okay, Ralph, estou na fase de me sentir um pedaço de merda completo e potencialmente traidor, agora pare a música. – Era completamente esquisito ter qualquer tipo de música tocando no laboratório e um flashback dos anos 80 parecia pior ainda.

— Mas este é o primeiro passo.

— Você está reformulando o Livro do Ralph? – Perguntou Cisco, estreitando os olhos para Ralph, que deu de ombros tranquilamente.

— Algumas regras, sim.

— Desligue a música.

Repetiu mais irritado, fazendo menção de se levantar para impor alguma distância entre ele e Ralph ou acabariam se engalfinhando no chão como dois moleques – sabia, perfeitamente, que podiam chegar a esse ponto. Entretanto, antes que se colocasse de pé, todos se voltaram para a entrada do córtex ao ouvir a exclamação incrédula.

— ... O que está acontecendo aqui?!

Caitlin estava estacada sob o portal metalizado correndo os olhos de um por um para tentar entender o que se passava e, principalmente, porque uma música tocava tão alto ali, onde deveria ser um local de trabalho. Para completar toda a atipicidade, ao lado da doutora e tão estupefata quanto, estava sua mãe, encarando a todos como se fossem loucos e não merecessem que ela estivesse pisando naquele lugar. Assim, a música parou.

— Porque estava tocando Whitney Houston?

— Eu não faço ideia. – Caitlin respondeu à mãe e adentrou o córtex, ainda desconfiada, colocando a caixa de papelão que tinha em mãos sobre uma das bancadas. – Embora, às vezes, a gente toque Lady Gaga.

— Apenas quando Barry está em coma. – Cisco completou sorrindo quase sem jeito para Carla. – É como o fazemos acordar.

— Tanta ciência... – A mais velha comentou ao passo que analisava tudo ao redor em seu olhar mais crítico.

— O que há nessa caixa? – Ralph perguntou.

— Toda a comida perecível que havia na minha casa e algumas outras coisas. Vou deixar aqui pra vocês.

Caitlin seguiu para a cozinha e Ralph a acompanhou dizendo que precisava de alguns produtos chiques na geladeira, muito provavelmente para impressionar alguém. Ela viajaria no dia seguinte para tentar se adaptar e se preparar para as aulas, que começaria a lecionar na semana seguinte. Claro, no entanto, que não sabia de tudo isso por conta dela, mas porque Cisco lhe contara ao perceber a política de silêncio da doutora.

Franziu o cenho brevemente, talvez pela milésima vez tentando entender porque ela se colocara tão reticente dessa vez, afinal, considerando honestamente, já haviam passado por episódios bem mais preocupantes do que uma possível paraplegia e Caitlin havia, simplesmente, deixado para lá – como deveria. Fazer com que as atribulações do laboratório se colocassem entre a amizade deles era absurdo.

— Então, Carla, estava de passagem pela cidade e resolveu nos visitar?

Cisco perguntou, ganhando um olhar analítico da cientista. Possuía a mesma aparência perfeita da filha, com os cabelos castanhos, o mesmo formato de rosto e as maçãs proeminentes, além da pele muito bem cuidada. Eram idênticas em personalidade e sustentavam aquele olhar esnobe com bastante veemência, exceto que Carla era muito pior e Caitlin o relembrava apenas em momentos realmente críticos.    

— Caitlin me pediu para vir.

— É mesmo? – Ela colocou a bolsa sobre uma das estações de trabalho, ao passo que o engenheiro estranhou completamente, fazendo-a encará-lo de maneira contrariada.

— A filial de Central City das Indústrias Tannhauser está passando por problemas de gestão e eu ficarei por todo o verão tentando encontrar soluções para coisas que nada têm a ver com ciência enquanto Caitlin vai viver sua aventura na docência. – A cientista sentou-se atrás da bancada da filha com tranquilidade, como se fosse dona do lugar, e o olhou diretamente para ironizar. – E também serei responsável por manter o Flash vivo.

Barry percebeu Cisco prendendo a respiração do outro lado da sala, completamente empolgado e se contendo para não comemorar na frente da Dra. Tannhauser. Contudo, levantou-se para se aproximar, uma vez que não esperava que Caitlin fosse arranjar uma substituta e esta fosse sua própria mãe. A relação delas era completamente atribulada, não fazia nenhum sentido que a Snow houvesse pedido e, pior, que Carla aceitado!

— Você vai trabalhar aqui? – Podia, inclusive, ver o divertimento nos olhos dela enquanto confirmava. – Por todo o verão?

— Isso vai ser incrível!

Cisco sorriu para a mulher, pois todos da comunidade científica a idolatravam e gostariam de passar ao menos um dia ao seu lado ou, simplesmente, cumprimentá-la, afinal Carla era uma estrela.

— Porquê? – Ela aparentou não entender. – Porque você aceitou? Porque precisaria disso?

— A possibilidade de deixá-lo desamparado parece tirar minha filha dos eixos. – Carla correu os olhos por todo o departamento. – Além disso, quero entender o motivo para Caitlin ainda passar os dias nesse lugar quando poderia estar fazendo coisas realmente grandes.

— Fazemos grandes coisas aqui o tempo todo. – Cisco defendeu agora indignado, ganhando apenas um olhar insolente.

— Mas ninguém fala sobre elas, não é? - Virou-se para Cisco, vendo-o imediatamente se mostrar ultrajado, embora a mulher não se importasse realmente. Ela colocou os óculos e se levantou. – Agora, me leve até o lugar onde Caitlin trabalha.

Ainda um tanto estupefato, observou a doutora sair do córtex ao lado do latino, o qual, certamente, teria uma opinião muito diferente sobre ela ao final daquele verão. Havia algo sobre a presença de Carla ali que o deixava desconfortável, como se estivessem retirando toda a pessoalidade do local, que há muito deixara de ser apenas o lugar em que faziam a vigilância da cidade. O laboratório era seguro, mesmo nos piores dias do time, e uma presença nova e estranha sempre mexeria com seus eixos. Entretanto, o fato de essa presença ser a mãe de Caitlin parecia deixar tudo mais... Intimidante.


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Notas finais do capítulo

Acho que por esse capítulo dá pra entender a direção que a história tá tomando aos poucos! Não é nada preocupante, Caitlin estará presente, afinal... Estamos construindo uma Snowbarry aqui (!), mas Carla será essencial para tudo que estou pensando e mesmo a distância de Caitlin também - vocês vão ver ;)

Além disso, Barry parece ter chegado a uma decisão sobre seu casamento, independente de todo o resto, e isso querendo ou não parte o coração dele de certa forma. Acho que devido ao jornal do futuro, Barry (mesmo o da série) coloca muitas expectativas nessa relação e no futuro em si, fugir disso é como se deixar desamparado do que conhece.

Enfim, espero que tenham gostado e até breve!



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